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Extrema- Serra do Lopo

 

Quando eu tinha meus 6 a 7 anos de idade, numa visita com a família ao Pico do Jaraguá em São Paulo, me desgarrei de todos e fui em disparada pela trilha em direção ao topo. Não sabia bem o que estava fazendo, somente passava na minha cabeça que queria chegar ao topo daquele morro. E fui.

 

Naquela época era “possível” visitar o pico do Jaraguá. Não que hoje não seja possível, mas os problemas se segurança pública em São Paulo deram ao Jaraguá um grau de risco mais elevado do que o K2.

 

Naquela época, até certo ponto subia-se de carro, depois um caminho até algo como um mirante. Não sei precisar o quanto o cume do pico estava acima disso.

 

Isso faz muito tempo. De lá pra cá já me aventurei em muitas montanhas, morros, travessias, etc.

 

Há algum tempo tenho colocado minha filha que hoje conta com 7 anos em algumas trilhas e treinando com cordas. Aos 5 ela já fez uma trilha considerada “média” na Cuesta de Botucatu, inclusive com o uso de cordas para a subida e descida do “paredão”.

 

Como tínhamos 15 dias juntos em julho último, resolvemos ir para a região da Mantiqueira no sul de Minas. Para aproveitar o clima frio, passeios mais famílias e um pouco de trilha escolhemos ir à Extrema-MG para a Serra do Lopo e Monte Verde, distrito de Camanducaia, cujo objetivo principal era o pico do Selado.

 

Partimos rumo a Extrema – de carro. Chegando percebemos que acomodações ali são bastante precárias e difíceis.

 

O turismo em Extrema é essencialmente praticado em “pousadas rurais”. Mas, como a idéia era conhecer a cidade além da Serra, escolhemos ficar em uma das pequenas pousadas da cidade.

 

Entramos em uma pousada no largo da Matriz. Havia apenas um quarto vago, e não me senti muito a vontade no local. Sinistro e com cheiro de lugar úmido e fechado.

 

Partimos em direção ao Hotel do Caipira. Fica sobre o Restaurante do Caipira. Acabamos ficando ali. Pior escolha. Além de sujo, todo o barulho da rua invade os quartos, que são todos voltados para a avenida. Mas depois de uma certa hora da noite não tem movimento e portanto o silencio impera. Certo? Errado!

 

Cerca de 4 da madrugada as pessoas que preparam o café da manhã chegaram para trabalhar, uma conversando com a outra de uma ponta à outra do corredor, aos berros. Nenhum sinal de respeito aos hóspedes que estão dormindo.

 

O Restaurante do Caipira, que fica embaixo do hotel tem uma pizza saborosa e o atendimento é excepcional, com toda a hospitalidade mineira.

 

No final da tarde do domingo fomos à praça da Matriz. Alí é uma espécie de ponto de encontro dos moradores. Alguns bares, trailers com lanches e bebidas, uma pastelaria e um café, esse fechado aos domingos.

 

A igreja “Santa Rita de Cássia” é muito bonita. E em qualquer ponto da praça que esteja você tem o visual imponente da Serra do Lopo como pano de fundo.

 

Ou melhor, a Serra do Lopo é o pano de fundo da Cidade toda. Uma pequena cidade do interior de Minas, encravada nos pés da montanha. Cidadezinha típica do interior, bastante simples.

 

Na manhã seguinte fomos para a Serra. O Pórtico da “rota dos ventos” aparentemente abandonado aos 965 de altitude dá uma idéia do que está por vir.

 

A subida toda fizemos de carro até a rampa de salto de asa deltas (1648 de altitude). O visual é muito bonito porém o pessoal que freqüenta ali precisa ser reeducado. Muita sujeira.

 

Tem um local próprio para lixo, mas totalmente abandonado. Aparentemente não tem ninguém que tenha responsabilidade de recolher o lixo.

 

Logo em frente à rampa sai a trilha para a pedra do meio. Já para a pedra das Flores há uns 2 km da rampa, quase na entrada da pousada Céu da Mantiqueira em uma saída à esquerda é o inicio da trilha.

 

Essa ida para a Serra do Lopo foi um passeio “família”. Pretendo voltar na região para fazer a travessia de Joanópolis à Extrema.

 

Porém, é preciso um certo planejamento para andar naquela região hoje. Muitos proprietários de áreas estão hostilizando quem por lá se aventura. O comercio de atividades “ecológicas” tem aumentado e querem cobrar por cada pedaço de chão que você olhar. Se pisar..é preço de ouro. Aliado a isso, estão verdadeiramente praticando crimes ambientais na mata (desmatamento, etc) e, com o turismo ecológico por eles promovido, levam o turista aonde eles querem e quando estamos livre, vemos essas atrocidades que cometem contra a natureza.

 

 

 

Monte Verde – Pico do Selado

 

Já em Monte Verde, além do objetivo principal da viagem, subir o Selado, queríamos aproveitar o frio especial de lá e curtir uns dias de férias tradicionais.

 

É difícil descrever o fio de Monte Verde. Cada local parece ter o seu frio característico, único. O de Monte Verde tem um “sabor” especial. Com “gosto” de Monte Verde. Só conhecendo pra saber.

 

Mas quem deseja conhecer que o faça logo pois pior está por vir. Monte Verde está condenado a virar algo como Campos do Jordão, onde ônibus chegam diariamente com pilhas de seres humanos cujo objetivo da viagem é uma foto para postar no Orkut, sem nenhum compromisso com a montanha, com a cultura local, nem mesmo com o charme histórico que o distrito de MV possui.

 

O Asfalto entre a Cidade – Camanducaia, e o Distrito está quase concluído. E a Avenida principal, a Av Monte Verde irá virar um calçadão. Afinal, precisa de espaço para “caber tanta gente” que deve visitar lá depois do asfalto concluído.

 

Como já conhecia de viagem anterior, ficamos na Pousada Belvedere. São chalés, cada um de uma cor. Simples, porém aconchegante, com uma área de socialização bastante acolhedora e o principal, há um museu da MPB, com discos de vinil para venda e a coleção dos proprietários da Pousada.

 

Quem gosta de MPB, vale uma visita. Mesmo que não esteja hospedado na pousada é possível visitar o museu.

 

Cumprindo com o roteiro tradicional de férias fizemos algumas atividades “normais” . pelo menos aos olhos do grande público que lá freqüenta. Passeio de quadriciclo, entre outros.

 

O ponto forte para a pequena acabou sendo a patinação no gelo. Foi todos os dias.

 

Para subir o Selado, como pretendíamos chegar ao cume, e por estar somente nós dois achei conveniente ir acompanhado com alguém da cidade e com equipamento.

 

Assim, fomos com o Coelho que trabalha na agência que fica defronte ao Bradesco.

 

Fomos eu, a Mariana, minha filha (7 anos), o Coelho e a Duda. Uma vira lata extremamente dócil que está acostumada a trilhar e escalar por alí

 

Subimos pela Avenida das Montanhas. Que chega próximo à Pedra Redonda. Mas lá encima partimos em direção ao Chapéu do Bispo.

 

Interessante lembrar que a subida pela Pedra Redonda é bem mais tranqüila do que a subida do Platô (que parte do Café Platô via Av. da Mantiqueira). Isso porque o ponto de estacionamento está numa cota bem acima do estacionamento do Café.

 

Rapidamente estávamos no Chapéu do Bispo e seguimos rumo ao Platô. Paramos ali para umas fotos. Quando estive no Platô anteriormente, peguei tempo chuvoso e neblina, não foi possível ver nada. Dessa vez pelo contrario, o céu azul nos presenteava com um visual maravilhoso.

 

A Mariana ia se divertindo brincando com a Duda o tempo todo e seguimos caminhada em direção ao Selado.

 

A trilha é bastante simples, de navegação difícil de se perder e andando pela crista. No final há uma subida mais íngreme ora em lajeado ora em mata.

 

Quase chegando na base do pico há algumas passagens à beira de precipício. Com criança precisa ficar bastante atento pois um pequeno tropeção ali pode ser trágico. Nesses pontos passei segurando a Má e logo chegamos nos pés de uma pedra com uns 5 metros de altura. Um casal estava tentando vencê-la mas sem cordas não conseguiram.

 

O Coelho subiu ancorou a corda num ponto que existe bem no cume e com a cadeirinha a Má subiu escalando, deixando a corda apenas como segurança. A baixinha foi de boa. A corda ficou frouxa o tempo todo.

 

Em seguida subi e lá em cima assinamos o livro de cume. Ah. Fiz questão que a Má deixasse na assinatura dela a idade (7 anos).

 

Descemos e fomos até o final do Maciço do Selado, aonde tem um mirante e bem à frente um visual maravilhoso com as 3 pedras do local aonde antigamente era reconhecido como o Pico do Selado. Mas esse ponto está em uma cota bem abaixo do topo do selado, que no meu GPS bateu 2.040 de altitude, 40 metros abaixo dos 2.080 em que o Selado é divulgado.

 

Voltamos pelo mesmo caminho. E pouco antes de chegar no Platô pegamos um atalho, essa descida não tem trilha demarcada é preciso conhecer um pouco mais o local ela termina num dos pontos de Captação de Água da Copasa. A Duda e a Mariana sempre brincando pelo caminho. Até hoje parece que ouço as gargalhadas da Má em meio ao silêncio da montanha.

 

Voltamos para a cidade, no relógio perto da Patinação no Gelo às 17:30 marcava 6 graus. Essa noite foi fria. Por volta de 22:30 registrava 0 grau.

 

Após essa aventura, voltamos às atividades de férias tradicionais. A final a Má já tinha efetuado seu primeiro registro em livro de cume.

  • 4 anos depois...
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Na Serra do Lopo existem várias propriedades particulares e raramente ouço alguém dizer que foi hostilizado com os proprietários de casas ou pousadas.

 

Uma sugestão é contratar um Guia local que possivelmente estará orientando para não entrar em locais proibidos.

 

Em relação ao lixo, existe sim, mas geralmente são deixados por visitantes de outras cidades e pessoas que acampam sem ter os devidos cuidados, o povo da cidade é educado e cuida muito bem desta serra, mas esta educação deve sim vir de todos, independente de onde mora. O Departamento de Turismo de Extrema retirou os coletores próximo às rampas e diminuiu o problema, mas infelizmente algumas pessoas retiram as madeiras da rampa para fazer fogueiras e elas ficam em condições de risco não só para quem voa, mas também para os turistas.

 

Existem várias agencias de turismo que fazem atividades na Serra do Lopo sem contratar Guias locais, o que não é ilegal, mas estas agencias também deveriam participar das manutenções que fazemos aqui, como retirar estes lixos das trilhas por exemplo e ajudar nos cuidados com as nascentes de água.

 

As hospedagens não se limitam apenas nas Pousadas Rurais, existem várias opções em diversas localidades da cidade e várias categorias, é só se informar melhor. :wink:

 

Existe um ponto na praça da igreja matriz chamado CITE (Centro de Informações Turísticas de Extrema) ::otemo::

 

Todos são bem vindos na cidade e na Serra do Lopo!

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