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  • Membros de Honra
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[align=justify]Agora em julho/2010 me aventurei outra vez por terras bolivianas, disposta a conhecer lugares ate agora inexplorados por mim. Levei na bagagem a neta Maria Clara, agora com 4 anos e a filha Selene, que não é mochileira, mais se comportou muito bem na viagem (essa é sua segunda viagem, Maria Clara já é velha freqüentadora de terras bolivianas).

 

Como sempre nosso percurso começa em Cuiabá rumo a Cáceres, fronteira com a Bolívia, agora quem viaja somente com RG não necessita mais do documento emitido pela Polícia Federal em Cáceres, somente se você viajar com menor (necessita da autorização se estiver viajando com somente um dos pais ou outra pessoa da família – modelo de autorização) ou estiver viajando com passaporte, aí terá que para no PF para receber os carimbos e a autorização.

 

Nessa viagem não iriamos somente nós três, iriam juntos minha cunhada e cunhado (tem apartamento em Santa Cruz, pois suas filha estuda medicina na Ucebol), além da neta deles a Bia e outras amigas de minha cunhada, então a turma era grande, ao todo viajamos por volta de 10 pessoas entre Cáceres e Santa Cruz de la Sierra.

 

Tínhamos acertado com dois taxistas boliviano para nós buscar em Cáceres dia 10 de junho (sábado) às 6h30m e depois de muita espera resolvemos ligar e qual não foi a surpresa, a polícia brasileira não estava deixando os taxis bolivianos passarem para buscar passageiros em Cáceres (somente podem trazer para o Brasil e voltarem vazios para a Bolívia), então o jeito foi apelar para os taxistas locais (mais caros por sinal) e fazer o percurso de pouco mais de 100 km entre Cáceres e San Matias por R$150,00 dividido por 4 pessoas – as crianças não contaram (taxi boliviano entre San Matias e Cáceres – R$ 100,00)

 

Passamos na Imigraccion em San Matias para carimbar os passaporte e quem estava somente com RG receber o Permission (este é obrigatório, sem ele você não consegue voltar ao Brasil ou até pode ser barrado durante as fiscalizações rotineiras nas estradas) depois trocamos alguns poucos dólares no mini-mercado local (o dólar estava 1 x 6,90 bol. e o real 1 x 3,40 bol. então a cotação do real estava mais vantajosa) e seguimos para o Terminal de Buses (localizado na entrada ou saída da cidade, como você preferir ), quando chegamos lá, já estava quase no horário da partida do ônibus (as passagens já estavam reservadas e pagas) então seguimos viagem rumo a Santa Cruz de la Sierra onde depois de quase 15 horas para percorrer 750km chegamos às 23h50m. Digo que essa foi uma viagem muito boa, pois não aconteceram imprevistos como quebra de alguma parte do ônibus e nem ao menos um pneu furado, coisa comum de acontecer.

 

Chegando em Santa Cruz de la Sierra, normalmente no horário do começo da madrugada uma opção é verificar os valores nos hotéis localizados em frente ao Terminal Bimodal, pesquise em todos, pois o preço vai variar entre 80 e 120 bol. dependendo da cara do cliente e do humor do atendente (sempre falo/escrevo) esse será um dos hotéis mais caros da sua viagem dada a relação custo x benefício e sem nenhum luxo.

 

Eu como tenho a sorte de ter família morando em Santa Cruz, a cidade para mim é como um ponto de apoio entre o Brasil e o começo da aventura mochileira propriamente dita. Dessa maneira sempre passo alguns dias nessa cidade que aprendi a gostar ao descobrir seus recantos e as muitas coisa agradáveis que tem para se conhecer.

 

 

[t1]Dicas e Custos = Cuiabá > Cáceres > San Matias > Santa Cruz de la Sierra[/t1]

 

:arrow: Van entre Cuiabá x Cáceres = R$ 44,00 (busca e deixa você no local previamente escolhido)

 

:arrow: Taxis brasileiro entre Cáceres x San Matias (diretamente no Terminal de Buses) R$ 150,00 – pode ser dividido por até 4 pessoas.

 

:arrow: Tem a opção de vans e ônibus de linha da rodoviária velha até o Destacamento de Corixa = R$

 

:arrow: Destacamento de Corixa x San Matias, passando primeiro na Imigraccion = R$ 10,00 (taxi boliviano)

 

:arrow: Ônibus San Matias x Santa Cruz de la Sierra = 110,00 bol.

 

:arrow: Taxis em Santa Cruz, normalmente uma corrida sai entre 10 e 15 bol, nunca pague mais do que isso (eu as vezes pago bem menos, entre 7 e 8 bol.)

 

:arrow: Ônibus urbano = 1,50 bol.

 

:arrow: Cotação em San Matias agora no mês de julho/2010 U$ 1 = 6,90 bol. e R$ 1 = 3,40 bol.

 

:arrow: Cotação em Santa Cruz agora no mês de julho/2010 estava U$ 1 = 7,04 e 7,05 bol. e R$ 1 = 3,50 bol.[/align]

 

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[align=justify][t3]Samaipata[/t3]

 

Depois de descansar alguns poucos dias e deixar Maria Clara brincar bastante com sua amiguinha Bia, partimos para Samaipata, que fica localizada acerca de 120 km depois de Santa Cruz pela estrada antiga que ligava essa cidade até Cochabamba.

 

A estrada já é uma delírio para os olhos, pois é subindo a serra, essa viagem é feita em cerca de 3h30m, mais como a estrada esta em reforma você sempre acaba ficando parado em algum ponto para esperar a liberação das pistas o que sempre atrasa a viagem em algumas horas, mas nada que deixe você de mal humor, afinal você saiu para viajar/passear/mochilar ou para chegar correndo em algum lugar ? ? ?

 

Saímos de Santa Crus de la Sierra por volta das 12h e chegamos em Samaipata por volta das 17h, descemos na Plaza de Armas da cidade e fomos procurar um hotel nas imediações, tinhamos a indicações de dois, mais acabamos ficando no Hostel Chelo, localizado na calle Sucre, ao lado da Cooperativa de Credito Jesus Nazareno, a 20 mts da plaza, a cidade é bem pequena e aconchegando, é que se pode chamar de estância climática, do tipo Gramado(RS), Chapada dos Guimarães(MT) ou Caldas Novas(GO), nos acomodamos no hotel e fomos dar uma pequena volta na cidade, nesse dia começaram as baixas temperaturas e no final da tarde já estava bastante frio na cidade que fica em meio a um vale no oriente dos andes e rodeada de montanhas a uma altitude de 1650 mts. em relação ao nível do mar. O nome Samaipata é um vocábulo quechua que significa “descanso en las alturas”

 

A noite saímos para comer alguma coisa, estava muito mais frio e quase tudo estava fechado, pois a maioria dos restaurantes fecha nos dias de segunda e terça-feira, então compramos pão e Pil (o Danone dos bolivianos) no mercadinho e pedimos água quente no hotel para preparar uma sopa instantânea, depois tomamos um bom banho (água quentinha e farta) e fomos dormir.

 

A cidade é formada por poucas ruas, em torno de 7 x 7 e conta com uma comunidade estrangeira bastante ampla, principalmente alemães, na cidade residem 5 brasileiros, a Dra. Carmem, que é proprietária de uma tienda de produtos naturais e orgânicos, é casada com um alemão e não pensa em retornar ao Brasil para morar, somente à passeio, a Sandra, artista plástica e proprietária de um hotel 4 estrelas recém inaugurado o “El Pueblito” , que fica na zona rural (campeche), Célia uma senhora aposentada e seu filho e mais um senhor, desses a única com quem mantive contato foi com Carmem, que nós forneceu dicas da cidade e de Vallegrande o próximo local para onde iríamos.

 

Na manhã seguinte acordamos por volta das 9h, o tempo deveria está entre 3°e 5° , a cidade estava parada, seguimos até o Mercado Central para tomar um café da manhã e estava quase tudo fechado, depois descobrimos que como era quarta-feira, dia de feira (Bairro Lindo) em Santa Cruz de la Sierra , os comerciante viajavam até lá para se abastecer de mercadorias, tomamos um fausto café com pão, ovos, empanadas e bolinhos de carne e aipim por somente 9 bol.

 

Seguimos até o Museu Arqueológico, que fica na calle Bolivar, a rua principal da cidade, lá antes de você percorrer a exposição é apresentado um vídeo de cerca de 30m que relata a história e as descobertas do local, depois visitamos a exposição dos achados históricos da época pré-colombiana de distintas culturas. No caminho conhecemos a Dra. Carmem, que acabava de achar sua gatinha que estava desaparecida há vários dias. Para entrar no Museu você compra as entradas que te dão direito também de visitar o Sítio Arqueológico El Fuerte, distante cerda de 9 km da cidade.

 

Ao sairmos do Museu, como ainda era cerca de 11h30m resolvemos seguir a pé até o Zoológico El Refugio, que fica cerca de 2 km distante da cidade em direção a zona rural, depois de uma boa caminhada chegamos no local, lá a maioria dos animais ficam soltos, somente os mais arrisco é que ficam presos, Tita, uma chipanzé gostou tanto de mim e de Selene que não queria sair do nosso pescoço, deu o maior trabalho para descer, o macho é que não gosta de crianças. Nesse refugio a maioria dos colaboradores são voluntários, agora no mês de julho estavam lá um casal de franceses, um israelense, um americano e um brasileiro de Corumbá, mas não chegamos a falar com o mesmo, pois nesse dia estava de folga.

 

Passamos cerca de 3 horas no refugio e resolvemos voltar, outra vez a pé, pois se você vai a pé, também terá que voltar a pé, Maria Clara alegou que estava cansada e queria um taxi, mais taxi de onde ? ? ?

 

Chegando na cidade, fomos almoçar no Restaurant-Café La Chakana , no lado oeste da Plaza de Armas, muito boa a comida e ambiente rústico e agradável, depois como Maria Clara estava um pouco cansada e o tempo estava bastante frio, resolvemos retornar ao hotel para um merecido descanso. À noite fomos jantar no Restaurant La Vaca Loka, que fica no lado sul da Plaza de Armas, e pertence a um alemão casado com uma boliviana, comida de primeira e como o tempo tinha esfriado mais ainda resolvi tomar um vinho, muito bom por sinal. Depois voltamos para o hotel para mais uma noite de sono embalado pela temperatura super gelada, mais com cobertores super acolchoados e em grande quantidade.

 

Acordamos no dia seguinte e já arrumamos as nossas mochilas para seguir viagem, saímos para tomar café, outra vez no Mercado, percebemos que a cada dia que passava o frio apertava mais, nas ruas muitas chollas vendendo produtos para o frio, resolvi comprar mais alguns cachecóis e um providencial cobertor polar (esse seria nosso companheiro inseparável durante o restante da viagem) depois andamos mais uma vez pelas ruas da cidade e procuramos um taxi para nos levar até El Fuerte, pois para ir lá são poucas as opções, que se resumem a ir a pé, de bicicleta, à cavalo ou de taxi, optamos pelo taxi que cobra 70 bol. com espera de 2 horas, esse valor pode ser dividido, mais como era por volta de meio dia e não tinha muitas pessoas com caras de turistas nessa hora na plaza resolvemos ir sozinhos, eu, Selene e Maria Clara. Já levamos toda a nossa bagagem no taxi.

 

Para chegar a El Fuerte, é somente voltar cerca de 3 km, na mesma carretera que você chega de Santa Cruz de la Sierra e dobrar a direita para mais 5.7 km em uma estrada de terra, que por sinal estava bem ruim e em duas ocasiões com atoleiros, no primeiro o taxi, uma mini van, patinou mais conseguiu vencer, o segundo à cerca de 1000 mts. antes da portaria do Parque era intransponível, somente conseguiria seguir em frente um veículo 4 x 4, então tivemos que descer do carro e fazer o restante do percurso a pé.

 

O Parque Arqueológico y Ecoturístico, é um Centro Ceremonial y Administrativo Prehispánico, mais conhecido com El Fuerte, é um monumento arqueológico da época pré-colombiana, é a maior pedra talhada do mundo (250 mts x 50 mts.), está situada numa altura de 1.949 metros cima do nível do mar e recentemente foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

 

Lá dentro você percorre uma trilha de cerca de 4 km que conta com miradores e senderos bem demarcados. As ruínas estão super bem conservadas, é uma sensação indescritível, estar num local que foi habitado a tantos milhões de anos atrás, Maria Clara reclamou um pouco mais deu conta de fazer todo o circuito a pé, depois voltamos no mesmo taxi que nós deixou na entrada da cidade, no ponto de taxi para Mairana (frente ao Surtidor – bomba de gasolina) e onde passa o ônibus que vem de Santa Cruz de la Sierra rumo a Vallegrande, almoçamos num restaurante popular na beira da estrada e ficamos esperando até o horário do ônibus passar, quando estava chegando perto das 16h, peguei as mochilas e fui para a beira da estrada sozinha, pois estava muito frio, Selene e Maria Clara ficaram abrigadas no ponto de taxi, a sorte que nesse dia o ônibus passou às 16h30m então seguimos rumo a Vallegrande onde chegamos por volta das 20 horas e lá estava mais frio ainda.

 

[t1]Dicas e Custos = Samaipata[/t1]

 

:arrow: Van entre Santa Cruz de La Sierra x Samaipata = 30 bol. saída da Avenida Omar Chávez Ortiz, nº 1147 esquina com Soliz de Olguin, Residencial Senhor de los Milagros, no 1º anillo, a van sai quando completa 4 ou mais pessoas.

 

:arrow: Também tem um ônibus (Trans Saipina) que sai da Plazuela Oruro, que fica no 3º anillo com a Avenida Grigotá, o horário de saída é cerca de 14 horas.

 

:arrow: Os taxis saem da Avenida Cañoto (1º anillo), região de La Ramada, também pode esperar completar 4 passageiros para dividir a corrida.

 

:arrow: De Samaipata para Sucre tem que comprar passagem com um dia de antecedência na Across Tours Amboró é que o representante liga para Santa Cruz e faz a reserva da passagem, então você que terá que pagar o preço completo que é 105 bol. ônibus comum e 115 bol. ônibus semi-leito, são 12 horas de viagem. O ônibus passa no Surtidor entre às 18h e 19h30m.

 

:arrow: Os ônibus para Vallegrande também passam no Surtidor entre às 11h30m e 12h30m e entre às 16h e 17h. Passagem à 25 bol.

 

:arrow: Os ônibus para Cochabamba passam nos dias de segunda, terça e sexta, também no Surtidor por volta das 15h.

 

:arrow: Hotel em Samaipata é relativamente caro, ficamos no Hostel Chelo, na calle Sucre, ao lado da Plaza de Armas, num quarto com uma cama de casal e outra de solteiro (a cama de solteiro na Bolívia é imensa) água caliente e TV a cabo por 70 bol. a diária. Ao redor da plaza e nas calles adjacentes tem várias opções de hosteis, além dos mais caros que ficam na zona rural (campeche). Quando encerramos a conta por volta das 11horas nos foi cobrado mais 10 bol. alegando que a diária vence às 8h. Tivemos que pagar, fazer o que ? ? ?

 

:arrow: Parque Arqueológico El Fuerte = aberto das 7h às 17h, entrada 50 bol. para estrangeiros. (museu e parque)

 

:arrow: Taxi até El Fuerte (ponto oficial dos taxis na Plaza de Armas) = 70 bol., com espera de 2 horas, pode ser dividido com outras pessoas.

 

:arrow: Samaipata também é porta de entrada para o Parque Nacional Amboró e do Parque “Codo de los Andes”, e outras atrações naturais, não visitei nenhum desses, ficou para uma próxima viagem.

 

:arrow: Em Samaipata tem várias tiendas e taller que vendem artesanatos, o que mais me chamou atenção foram as peças de cerâmica, belas e por um preço inacreditável, um jogo composto por uma sopeira com 6 potes menores por somente 140 bol. pena que ainda iriamos viajar muito para ficar carregando um produto tão frágil.[/align]

 

Fotos de Samaipata no final do relato

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[align=justify][t3]Vallegrande[/t3]

 

Era hora de seguir viagem, com uma temperatura perto dos zero graus saímos de Samaipata às 16h30m e chegamos em Vallegrande por volta das 20h, no caminho o ônibus para em Mairana, para um lanche e deixar e receber passageiros, o ônibus que estava praticamente vazio completou a sua lotação.

 

Em Vallegrande o ônibus para no Terminal de Buses, que fica um pouco afastado do centro da cidade, quando chegamos o frio esta mais intenso, acho que a temperatura nesse horário estava negativa, sorte foi que chegaram dois taxis que foi dividido por alguns passageiros, embarcamos no taxi coletivo e seguindo indicação da Dra. Carmem pedimos ao taxista para nos deixar no Hotel Teresita. Esse hotel é uma construção antiga em estilo espanhol com os quartos dispostos ao redor de um pátio interno, nos quartos não tem banheiro privado, os baños ficam na área comum.

 

Estava muito frio e ventava muito, mais mesmo assim resolvemos sair para ver se comíamos alguma coisas, estava tudo fechado, somente umas poucas mercearias abertas, compramos outra vez pão e Pil e outra noite jantamos sopa instantânea.

 

Quando estávamos nos preparando para dormir um taxista veio saber que queríamos ir até La Higuera, ele levaria por 160 bol. que poderia ser dividido com um americano e um argentino que também tinham se hospedado no mesmo hotel e que viajaram junto com a gente desde Samaipata. A saída seria no outro dia por volta das 6/7 horas da manhã, desisti do passeio por estar com Maria Clara e pela temperatura muito baixa. Foi a melhor coisa que fiz, pois a estrada estava péssima e os dois tiveram que empurrar o carro em vários atoleiros, para quem esta sem criança até que vale a aventura, mais com criança não dá para arriscar.

 

Pela manhã, mais frio, a janela de vidro de nosso quarto estava congelada, os carros estavam com gelo em cima, frio intenso e uma sensação térmica ainda maior devido a força dos ventos. Outra vez tomamos café no Mercado Central, estava me especializando em tomar café nesses locais populares, a comida é boa e farta e você tem a oportunidade de travar contato com a população local, o que não acontece nos restaurante e cafés. Andamos um pouco pela cidade, que é maior do que Samaipata e como o frio persistia, Maria Clara quis voltar para o hotel para deitar, pois estava com frio.

 

Ela e Selene voltaram para o hotel e não quiseram almoçar, pois ainda estavam fartas do belo café tomado pela manhã. Perguntei para os populares onde ficava o hospital, pois queria conhecer a lavanderia onde Che foi exposto depois de morto. Seguindo indicações, cheguei ao Hospital Señor de la Malta, lá você pode ir entrando pelo lado do estacionamento, que não será incomodado nem perguntado para onde vai, você segue o estacionamento e lá na frente já verá ao longe a lavanderia, ela continua com a mesma aparência, somente o que mudou é que esta repleta de pichações e palavras de ordens, como o local é descampado estava muito frio e ventava mais ainda. Bati muitas fotos e voltei para o hotel, descansei um pouco e depois saímos para comer algo no mercado, depois seguimos, dessa vez, eu, Selene e Maria Clara até a lavanderia para as duas conhecerem o local, Maria Clara ficou impressionada com a história do local e queria saber porque mataram “meu” amigo Che, da lavanderia seguimos para a plaza principal onde fica localizada igreja matriz, o Museu de História Natural (térreo) e o Museu del Che (1º andar) ambos ficam localizados no mesmo prédio.

 

A visita aos dois museus é guiada por uma monitora que vai contando a história. No Museu de História Natural, muitas peças encontradas nas escavações, no entorno dos vales orientais. No Museu del Che, uma replica das roupas usadas pelo guerrilheiros e algumas peças originais dele e de seus companheiros, além de muitas fotos originais da época de sua morte e depoimento de pessoas que presenciaram esse momento, como do fotógrafo que registrou o fato e da enfermeira que lavou o corpo de Che. Tem também algumas peças que foram usadas no filme que foi rodado em Vallegrande sobre o guerrilheiro. Maria Clara ficou mais impressionada ainda com a história da morte e toda hora queria saber porque mataram “meu” amigo. No mesmo prédio dos dois museus, funciona ainda a Biblioteca Municipal.

 

Saímos de lá e fomos para o hotel encerrar a conta para seguir viagem rumo ao próximo destino, que supunha eu, fosse Sucre, mas chegando no Terminal de Buses, descobri que tinha que ter feito a reserva no dia anterior, ou no máximo pela parte da manhã, para que fosse feito o mesmo procedimento de Samaipata, isso é a reserva da passagem em Santa Cruz de la Sierra. Então resolvemos seguir para Cochabamba no ônibus das 18h. O ônibus para em Mataral para deixar os passageiros de Sucre e segue viagem parando novamente em Mairana para jantar e depois toca direto até o destino final, parando somente algumas vezes para os passageiros irem ao “baño” que na Bolívia quer dizer no “relento”

 

[t1]Dicas e Custos = Vallegrande[/t1]

 

:arrow: Passagem entre Samaipata x Vallegrande = 25 bol. - ônibus passa no Surtidor (bomba de gasolina) em dois horários (4 horas de viagem)

 

:arrow: Passagem entre Vallegrande x Cochabamba = 45 bol. com saída às 18h (12 horas de viagem)

 

:arrow: Para quem vai de Vallegrande para Sucre, tem que pegar um ônibus até Mataral e depois ficar esperando o ônibus que vem de Santa Cruz para pode seguir viagem. O valor da passagem é o mesmo de Samaipata.

 

:arrow: Taxis coletivo entre o Terminal de Buses até o centro da cidade ou vice-versa = 7 bol. para duas pessoas.

 

:arrow: Café da manhã completo no Mercado Municipal por somente 5 bol. com direito a leite com café ou chocolate, empanadas, além de pão e manteiga.

 

:arrow: Vallegrande é um produtor de vinhos, então você encontra essa artigo a um preço “camarada” nas tiendas locais.

 

:arrow: Entrada para o Museu de História Natural e Museu del Che = 10 bol. para estrangeiros.

 

:arrow: A estrada entre Vallegrande e Cochabamba é toda feita pelas montanha, o que quer dizer perigo, mais belas passagens, mesmo à noite.

 

:arrow: Alojamiento “Teresita” = 50 bol. quarto com duas camas de casal e tv local (hotel familiar agradável e bom atendimento dos proprietários e de sua filha) – chegamos às 20 horas de um dia e saímos por volta das 17 horas de outro e pagamos somente uma diária.[/align]

 

Fotos de Vallegrande no final do relato

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[align=justify][t3]Cochabamba[/t3]

 

Chegamos em Cochabamba por volta das 6h30m, os ônibus vindo dos vales não param no Terminal de Buses, mas numa avenida na entrada da cidade, então tomamos um taxis que nos levou até o Terminal, pesquisamos preços e horários de passagens para Sucre e compramos para às 19h30m na Flota Bolívar.

 

Depois como já era por volta das 8 horas saímos do Terminal e nos dirigimos para a Avenida Aroma (caminhando em direção ao lado esquerdo do Terminal), para procurar hotel, indicação de um mochileiro aqui do fórum, em frente do Terminal tem vários hotéis de variados preços e de diferentes aspectos. Nesse dia estavam quase todos ocupados, tanto os mais baratos como os mais caros, chegando na avenida procuramos em mais alguns e encontramos vaga num único, o aspecto não era muito bom, mais daria para o gasto, pois era somente para passar o dia e tomar banho, antes de seguir para Sucre.

 

Subimos e dormimos um pouco até por volta das 10 horas, depois saímos para dar uma volta em La Cancha, que é uma feira livre que fica localizada em frente ao Terminal de Buses, essa feira é bem mais organizada e maior que La Ramada em Santa Cruz de la Sierra e esta dividida por setores. Como estava muito frio, a oferta de cobertores e mantas polar esta intensa. Eu, Selene e Maria Clara já estávamos viajando como bolivianas, isso é, carregando cobertores nos ônibus, à moda local desde Samaipata.

 

Depois seguindo indicação de populares tomamos um ônibus urbano e fomos até o Parque Municipal que dá acesso ao Teleférico e ao Cristo Señor de la Concórdia. A paisagem do alto é muito bonita, vista de 360° da cidade, o tempo estava nublado com nuvens carregados e até respingou um pouco, mas não choveu. Tiramos bastantes fotos e depois descemos pois Maria Clara queria brincar no parquinho infantil que tem no Parque Municipal, ficamos lá até por volta das 17 horas e retornamos para hotel para tomar banho e nos preparar para a próxima viagem.

 

Saímos de Cochabamba às 19h30m e chegamos em Sucre no dia seguinte por voltas das 5 horas da manhã, a madrugada estava gelada.

 

[t1]Dicas e Custos = Cochabamba[/t1]

 

:arrow: Passagem entre Cochabamba x Sucre = 50 bol. (10 horas de viagem) - Flota Bolivar.

 

:arrow: Taxi entre ponto final dos ônibus que chegam dos vales e Terminal de Buses = 8 bol.

 

:arrow: Ônibus urbano = 1,50 bol.

 

:arrow: Entrada no Parque Municipal = 2 bol.

 

:arrow: Passagem no teleférico = 3 bol. x 2 (ida e volta) tem a opção de subir e descer pela escadaria, mais não é muito recomendado devido a ação dos delinqüentes.

 

:arrow: No pé do cristo tem uma lojinha de venda de souvenir e você paga mais 1,50 bol. se quiser subir os 105 degraus dentro do mesmo.

 

:arrow: Hotel Aroma, na calle Aroma, é “meia boca” mais dá para o descanso = 20 bol. por pessoa + 3 bol. por uma “ducha caliente”[/align]

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[align=justify][t3]Sucre - Tarabuco[/t3]

 

Depois de uma ótima viagem subindo às montanhas chegamos em Sucre por volta das 6h30m, ainda estava escuro e fazia muito frio, tomamos um taxis e seguimos até o Residencial Bolivar, indicação do Lemoszne aqui do Mochileiros, esse foi o melhor hotel que ficamos durante nossa viagem, hotel bem arejado com os quartos dispostos em volta de vários pátios.

 

Como ainda era cedo dormimos um pouco e por volta das 10 horas obtivemos informações na recepção do hotel de como chegar de ônibus urbano até o local de onde saem os ônibus e vans para Tarabuco, onde todos os domingos acontece uma feira indígena, com a indicação saímos para a rua, já dava para ver que Sucre é uma cidade linda, as casa quase todas pintadas de branco e construções coloniais muito bonitas.

 

Chegando no local do partida das vans e ônibus para Tarabuco, encontramos uma van que estava partindo e embarcamos, somente nós e um casal de alemão de turistas, o restante somente os locais (alguns com o desodorante já vencido a muito tempo) a viagem até o povoado leva cerca de 2 horas para percorrer 60 km subindo as montanhas (tudo por lá é lindo e sempre subindo as montanhas)

 

Tarabuco é uma cidadezinha pequena e sua vida se desenrola ao redor da plaza central que conta com uma igreja matriz e uma estatua em homenagem ao exército tarabuqueño que venceu o exército espanhol nas colinas dos arredores. Na rua principal um Museu, que também é um posto de informação turística, lá você obtém mapas e dicas sobre a feira dominical e sobre outros aspectos da vida na cidade, além de poder assistir um vídeo sobre a região.

 

A feira se desenrola em várias ruas da cidade, é uma espetáculo de cores e formas, os preços praticados são razoáveis e os produtos fabricados de maneira artesanal são de ótima qualidade.

 

Além da feira de têxteis, tem uma feira no Mercado Campesino, onde os locais trocam/comercializam seus produtos agrícolas.

 

No Mercado Central além da venda de alimentos “in natura” tem alguns comedores que oferecem comida nativa.

 

Almoçamos em um restaurante (não anotei o nome) pertencente a uma criolla (espanhol nascido nas colonias), comida deliciosa, servida a vontade e com direito a um show com artistas locais.

 

A cidade é pequena mais conta com algumas hospedarias, nessa minha incursão de algumas horas explorei somente a feira, pretendo retornar outra vez para conhecer outras particularidades e os arredores que parece bem interessante.

 

Depois de efetuar muitas compras (levei a mochila vazia e ela veio recheada de presentes para todos) era hora de voltar para Sucre, optei por voltar de ônibus, pois como eles são mais altos poderia fotografar melhor a paisagem, o que é impossível fazer da van. Saímos de Tarabuco por volta das 15 horas e chegamos em Sucre às 17 horas.

 

De volta a Sucre Maria Clara queria parar numa praça que estava repleta de crianças, depois descobri que essa era a Plaza Simon Bolívar, mas como estávamos todas cansadas voltamos para o hotel para descansar um pouco, à noite saímos para dar uma volta na Plaza 25 de Mayo e comer alguma coisa, na volta para o hotel descobrimos que tinha um supermercado (Supermercado Pompeya) a meio caminho entre a plaza e o hotel, que fica uma quadra a leste da plaza.

 

No outro dia saímos para passear pela cidade, primeiramente paramos numa salteñaria (a grande maioria abre somente no período da manhã) para tomar nosso café da manhã, depois seguimos para a plaza 25 de mayo, em frente a catedral compramos o passeio para ir até o Parque Cretácico Municipal Fancesa - é uma parceria entre o governo municipal e a fábrica de cimento local, como ainda era cedo e o passeio somente sairia às 12h ficamos fotografando os arredores da plaza até o horário marcado, fomos no DinoCar, um ônibus aberto, adornado com uma cabeça de dinossauro, chegando lá você tem 2 horas para conhecer o local, o ônibus fica estacionado na entrada da fabrica de cimento e você segue em direção ao parque, a entrada é paga a parte do transporte e se você quiser fotografar lá dentro, terá que pagar mais alguns bolivianos. O parque vale a visita, principalmente para as crianças, Maria Clara ficou encantada com as replicas de dinossauros e os sons emitidos, parece que ela estava nos desenhos que tanto gosta de assistir.

 

Voltando ao centro da cidade, fomos almoçar no Restaurante Shanghai, ótima comida e atendimento muito bom, por parte do proprietário.

 

Nessa noite fomos numa pizzaria, também na plaza 25 de mayo, ambiente acolhedor, pizza deliciosa (embora tenho achado pequena os tamanhos) e com brinquedos para as crianças.

 

O frio aos poucos estava cedendo, mais a temperatura ainda permanecia na casa dos 10° , nesse dia fomos até La Recoleta, que fica cerca de 10 quadras longe da plaza 25 de mayo, em uma subida (na Bolívia tudo que é bonito, sempre tem que subir uma ladeira), como era subida, fomos de ônibus urbano, lá em cima, em volta da plaza, tem o convento, uma igreja, dois museus, um mirador, um restaurante, além de uma feirinha com venda de produtos típicos.

 

Quando voltamos para o centro da cidade resolvemos almoçar no mesmo restaurante do dia anterior e sabe o que aconteceu, demos uma volta completa na quadra para chegar ao local, quando o correto era somente subir meia quadra da plaza 25 de mayo, mas a comida valeu o esforço.

 

Não conheci nem a metade das belezas e dos museus de Sucre. Como Maria Clara é criança e não entende de museu e arte sempre ficava com Selene nos arredores enquanto eu visitava alguns.

 

Iniciamos nossa viagem de volta, saímos do Terminal de Buses de Sucre por volta das 17h30 para uma viagem de mais de 15 horas, descendo e subindo as montanhas, a maior parte da viagem é em estrada de rípio, mais que estava em boas condições de trafego, não posso negar que a viagem não seja perigosa, pois o ônibus sempre passa a centímetro do abismo, mas se o motorista esta “lúcido” isto é, não esta bêbado (eles agora estão fazendo uma fiscalização mais rigorosa depois de vários acidentes com vitimas fatais) a viagem é tranqüila, no outro dia pela manhã, depois de Samaipata, ficamos retidos na estrada por mais de duas horas por conta das obras na carretera, então somente chegamos em Santa Cruz por volta das 13 horas.

 

Minha cunhada já estava de malas prontas para retornar ao Brasil, nós resolvemos ficar até o próximo domingo para descansar e porque Selene queria comprar algumas coisas na feira do Bairro Lindo (funciona somente nos dias de quarta-feira e sábado). Maria Clara estava morrendo de saudades de sua amiguinha Bia, então brincaram um pouco até a hora da viagem.

 

Nesse dia era aniversário da Selene, então depois de deixar minha cunhada no Terminal Bimodal, fomos até o Burg King da Avenida Monseñor Rivero comemorar a data.

 

[t1]Dicas e Custos de Sucre – Tarabuco[/t1]

 

:arrow: Ônibus urbano =1,50 bol.

 

:arrow: Ônibus ou van para Tarabuco = 8 bol.

 

:arrow: Passagem Sucre x Santa Cruz de la Sierra = 90 bol. - Expresso Mopar

 

:arrow: Passagem no DinoCar até o Parque Cretácico Municipal = para estrangeiros 20 bol. (ida e volta) horário às 9h30m, às 12h e às 14h30m, saída da Plaza 25 de Mayo em frente a Catedral.

 

:arrow: Tem a opção de ir de ônibus urbano nº 4, mas esses demoram a passar no centro e demoram ainda mais retornar, pois o local é afastado e somente vão para lá os trabalhadores da fábrica de cimento.

 

:arrow: Entrada no Parque Cretácico Municipal = 30 bol. para estrangeiros + 5 bol. para fotografar. Horário de funcionamento = de segunda à sexta, das 9h às 17h e sábado, domingo e feriados das 10h às 17h. La dentro a visita é guiada por um monitor com opção de ser em espanhol ou inglês, depois o tempo é livre, na entrada do parque tem uns brinquedos para crianças menores. No lado contrário do parque tem uma paredão com pegadas dos dinossauros, pena que é longe, mais com uma boa câmera dá para fotografar.

 

:arrow: City-Tur pela mesma empresa do DinoCar, saída às 12h30, com duração de 3 horas = 70 bol. (não fiz esse passeio, achei muito caro, principalmente, levando em conta que você terá que pagar as entradas nas atrações à parte)

 

:arrow: A grande maioria dos museus cobra entrada entre 10 bol. e 15 bol. para estrangeiros + 5 bol. para fazer fotografias nos locais onde é permitido fotografar.

 

:arrow: Sucre é um museu a céu aberto, construções maravilhosas em estilo espanhol, alias ela foi construída seguindo os padrões espanhóis para as colonias do novo mundo.

 

:arrow: Para visitar as igrejas sempre aproveito o horário das missas, assim além de rezar um pouco, posso apreciar o maravilhoso interior das mesmas (em quase todas é proibido tirar fotografias)

 

:arrow: Residencial Bolivar, na calle San Alberto, localização privilegiada, próximo do convento/igreja de San Francisco de Assis e a uma quadra da plaza 25 de mayo (com desayuno incluído)

Habitações com banho privado e tv a cabo / Habitações com banho compartido, com ou sem tv a cabo.

simples = 70 bol. / simples = 50 bol.

double = 130 bol. / double = 90 bol.

triple = 180 bol. / triple = 120 bol.

 

Obs. No dia de nossa chegada, apesar de ter entrado no hotel às 6h, não tive nenhum acréscimo na diária.

 

 

[t1]Impressões da viagem[/t1]

 

A muito queria conhecer os vales orientais dos andes boliviano, mais como tudo nesse país, é impossível conhecer/visitar tudo em uma única viagem, então fica a saudade de lugares maravilhosos que foram visitados e a vontade de voltar logo para explorar os lugares que não foi possível conhecer nessa viagem.

 

Também deixo meu agradecimento aos amigos aqui do mochileiros, que contribuíram com informações valiosas, para que a viagem transcorresse sem muitos percalços e me ponho a disposição para ajudar outros tantos que pretendam fazer esse caminho ou parte dele.[/align]

Editado por Visitante

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