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Olá mochileiros(as)! Tem relato fresquinho saindo do forno e o destino da vez foi um dos lugares mais famosos (e impressionantes) da Nova Zelândia: Milford Sound. :x

PRÉ-VIAGEM

Essa viagem foi planejada com umas 3 semanas de antecedência, principalmente para conseguir preços mais baratos para a atração principal: o passeio de barco pelo fiorde. Existem diferentes empresas que vendem o passeio, com diversos horários disponíveis ao dia. Geralmente os preços variam de acordo com o horário, demanda e diferenciais disponíveis: você pode fazer desde o passeio tradicional até pernoitar em um barco e jantar lagosta com o capitão – depende do seu bolso. Em média, os tickets são vendidos na faixa de $80-$90 por cabeça. A boa notícia é que com um bom planejamento (e dicas na internet!) você consegue facilmente economizar 50% desse valor (com um pouco de sorte, até mais!) B|. A principal dica é acessar o site do BookMe: nele você consegue comprar tickets promocionais para diversos destinos e passeios em toda a NZ. Para isso, você precisa pesquisar com uma certa antecedência (mas não adianta olhar muuuuito antes, porque aí as ofertas não estão lançadas!) e ter uma certa maleabilidade nos horários, visto que são disponibilizados um número restrito destes tickets por horário e dia. As ofertas para o passeio tradicional são bastante parecidas entre si, mas a duração do passeio pode variar entre 1h30 e 2h15 e algumas empresas oferecem algum snack como cortesia. Nós compramos o passeio pela GoOrange, com saída às 9am, 2h de duração e cortesia de um copo de suco de laranja e um lanche - $40. 

Inicialmente iríamos apenas Diego e eu, mas na primeira semana de planejamento um casal de amigos juntou-se a nós – Olesia (from Rússia), seu filho Makar ::love:: e Ricardo, também brasuca.

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PÉ NA ESTRADA: INVERCARGILL – TE ANAU – MILFORD SOUND.

A viagem teve início na sexta-feira à noite quando saímos de Invercargill com destino a Te Anau, a cidade mais próxima de Milford. Levamos 2h para chegar até lá e como já era noite (e com chuva!), não tivemos nenhuma vista inicial da região – a noite foi de bate papo no hostel. Fizemos a reserva de 2 diárias no Te Anau Lakeview Kiwi Holiday Park: $59 por dia em quarto privativo com banheiro compartilhado (farei alguns apontamentos sobre o hostel no final do relato).

De Te Anau para Milford levamos 2h, embora o Google Maps apontasse 1h45. Como precisávamos chegar no Centro de Visitantes 30 minutos antes da partida, pegamos a famosa Milford Road às 6h30. Enquanto beirávamos o Lake Te Anau (que é imenso!) pegamos alguns trechos com neblina, mas a estrada já chamou a atenção desde o início e foi se tornando cada vez mais incrível a cada km rodado! Montanhas enormes, vales, rios translúcidos e cachoeiras formam o impressionante cenário que dá a Milford Road o título de umas das estradas mais bonitas do país. Além das belezas naturais, algo bastante humano chama a atenção no caminho: o Homer Tunnel, com seus 1.2km de extenção (e em declive!). Por questões de segurança, há faróis controlando o tráfico de carros por ali e você pode levar mais tempo que do que imaginava para concluir a viagem (por isso a diferença entre a previsão do Google Maps!).

Milford Road

Homer Tunnel

Do estacionamento até o centro de visitantes foi possível ter um aperitivo do que encontraríamos pela frente: o caminho é curto, não mais que 10 minutos, e nele você tem as primeiras visões dos fiordes. Dali pra frente tudo foi se tornando cada vez mais incrível: acredite, você provavelmente não viu nada parecido com isso antes. ::otemo::

Milford Sound

O MILFORD SOUND

Milford é na realidade um fiorde, ou seja, um enorme vale rochoso inundado pelo mar e originado pela erosão provocada por glaciares milhões de anos atrás.

Explicação geológica a parte, para os Maoris essa região foi criada por Tü Te Rakiwhänoa, que esculpiu os vales íngremes com suas ferramentas afiadas. Piopiotahi (o nome Maori do Milford Sound) teria sido o último a ser esculpído, após o domínio da técnica, e por isso tal perfeição. :) A história continua e dizem os Maoris que para proteger esse canto da terra da ação dos homens, a deusa Hine-nui-te-pö criou as temidas sandflies. Sandflies (dizem) são insetos sedentos por sangue e que te farão coçar por muito tempo O.o - não tivemos o (des)prazer de conhecê-las, mas li em vários outros lugares que no verão o negócio é bruto - não esqueça o repelente! 

Embora a região de Milford seja conhecida pelo alto índice de precipitação (dizem que chove em pelo menos 200 dias no ano!), tivemos muita sorte e encontramos um dia lindo pela frente. Não sei dizer se pelo horário, mas nosso barco não estava cheio e pudemos circular livremente pelo convés pra tirar as fotos. Sobre o passeio, só estando lá e vendo o que vimos, para entender. :x Apesar do dia lindo, havia chovido no dia anterior e as cachoeiras estavam com uma boa quantidade de água. Como quase não estava ventando, o barco pôde se aproximar delas e foi incrivelmente lindo.::love::

Bem, se você pretende vir para a Nova Zelândia, esse é um must-do.

Milford Sound - Mitre Peak

Milford Sound

Milford Sound

Milford Sound

Como Olesia e Ricardo se juntaram um pouco depois no planejamento da viagem, o passeio deles foi em horário diferente do nosso e durante a 1 hora que tivemos que esperá-los decidimos ir ao Milford Viewpoint. O caminho tem início próximo ao I-Site e não leva nem 10 minutos. Você vê parte do Milford do alto, mas a vista não é tão diferente de lá debaixo. Não é imperdível, mas já que você está lá… :)

MILFORD ROAD: A VOLTA

Quando pensamos na viagem, a ideia original era fazer a Key Summit Trail no período da tarde. Essa trilha começa em Milford Road (mais precisamente em The Divide) e segue parte da Routeburn Track (uma das Great Walks) por cerca de 1h, antes de seguir seu próprio caminho até o Key Summit propriamente dito. Ida e volta são estimados em 3 horas. Porém, como estavámos com o Makar, mudamos os planos e decidimos parar em todos os pontos da estrada, com curtas caminhadas, em vez de encarar as 3h de trilha cume acima. Se tivéssemos mantido o plano de Key Summit muito provavelmente não teríamos tempo para fazer as coisas que fizemos.

A primeira parada foi em The Chasm: dez (ou cinco?) minutos de caminhada para ver a queda d’água do Cleddau River. Simples, rápido, bonito.

The Chasm

Dali, seguimos em direção ao Homer Tunnel e enquanto aguardávamos o farol liberar nossa passagem, conhecemos o Kea. O Kea é uma espécie de papagaio dos alpes, endêmico da Nova Zelândia e considerado uma espécie ameaçada de extinção. É um pássaro gordo e que corre engraçado – e parece que é considerado um dos pássaros mais inteligentes do mundo. O site oficial da Nova Zelândia lista algumas histórias engraçadas sobre ele, como ter trancado um montanhista em um banheiro de um alojamento. ::lol4::

Kea

Desviamos de Milford Road quando alcançamos a Hollyford Road, com o objetivo de fazer a Lake Marian Falls Track, que é só a primeira parte do Lake Marian Track (uma trilha de 3h return e nível avançado até o lago). A trilha começa com uma ponte suspensa sobre o Hollyford River, um rio incrivelmente lindo e limpo, e leva até umas quedas d’água. Para essa primeira parte são apenas 20 minutos return e vale muito a pena conhecer! :x

Lake Marian Fall Track

Hollyford River

Lake Marian Fall

Voltamos para a Milford Road e fomos parando em alguns lookouts no caminho: Falls Creek Waterfall; Hollyford Valley Lookout; Lake Fergus (que estava lindamente espelhado!); Mirror Lakes. Particularmente, achei o Lake Fergus mais bonito que Mirror Lakes, mas Mirror Lakes tem uma placa bem legal de ponta cabeça e que reflete no sentido certo na água. B|

Milford Road

Hollyford Valley Lookout

Lake Fergus

Mirror Lakes

Chegamos em Te Anau por volta de 18h e ainda demos uma volta pelo lago, na frente do hostel. Pensa em um frio?! Noite de comida boa, bebida boa e papo bom!

Lake Te Anau

TE ANAU – INVERCARGILL, VIA SOUTHERN SCENIC ROUTE

O domingo amanheceu chovendo – e frio, muito frio (o vento por aqui não é muito amigável) ::Cold::. Após o café da manhã a chuva deu uma trégua e conseguimos gastar uma horinha caminhando pelo Lake Te Anau. Não consigo deixar de me impressionar com o quanto as águas são translúcidas por aqui.

Lake Te Anau

Lake Te Anau

Lake Te Anau

Há várias opções de passeio em Te Anau, mas todos pagos (por exemplo, você pode ir a uma caverna com gloworms, as famosas larvas que brilham, pagando $90 por cabeça). Como não queríamos gastar, decidimos voltar para Invercargill pela Southern Scenic Route, embora não tivéssemos encontrado muitas informações de pontos de interesse no caminho.

A Southern Scenic Route segue sentido Manapouri, a cidade (vila?) vizinha de Te Anau e com o lago de mesmo nome. Paramos no lago, demos uma circulada por ali e seguimos viagem. Manapouri é o ponto de partida para Doubtful Sound, o outro fiorde que você consegue visitar na Nova Zelândia. Não sei dizer o quanto custa o passeio, mas imagino que seja mais caro que Milford visto que você não consegue chegar até ele de carro (precisa cruzar o lago de barco e pegar o transporte da empresa até o segundo barco, nos fiordes).

Lake Manapouri

Seguimos a estrada e seguiu-se a chuva. ::mmm: Pouco pouco depois de Manapouri pegamos um trecho bem bonito da estrada, mas foi só ali – depois ela virou uma estrada normal e sem atrações.

Southern Scenic Route

Southern Scenic Route

Chegando em Tuatapere vimos uma placa indicando Blue Cliff Beach. Decidimos tentar a sorte, mas não encontramos nada. o.O Até vimos a praia, mas não conseguimos chegar nela, a não ser em uma única parte que não tinha nada de interessante. Insistimos no caminho por mais uns 6km em ground road até chegar no começo de uma trilha de 3 dias e aproximadamente 20km por dia – e então voltamos pra trás! ::putz::

Seguindo caminho fizemos rápidas paradas no McCracken’s lookout e em Monkey Island, em Tewaewae Bay. O primeiro era bem bonito, apesar do tempo hostil e céu cinza. O segundo, nada imperdível. Monkey Island parece um punhado de terra e só é uma ilha quando a maré está alta; os Maoris costumavam usá-la para observar baleias.

Mc Cracken's Lookout

Monkey Island

Antes de ir embora de vez ainda tentamos ter uma vista bacana de Tihaka Beach, em Colac Bay, mas a estrada não era tão alta e o tempo estava tão hostil que não tivemos coragem de sair do carro. ::Cold::

Enfim… o oeste da Southern Scenic Route não é nada demais e não acho que vale a pena, diferente do leste, que vai pra Catlins e é liiiiindamente linda (relato aqui).

 

Sobre o hostel:

* O Te Anau Lakeview Kiwi Holiday é um “complexo” com diferentes tipos de acomodações, áreas para camping, para motorhome e espaços coletivos. O espaço em si é bem legal e a equipe, solícita. PORÉM, os quartos são “cabines” individuais distribuídas pelo terreno e portanto, para usar o banheiro (que é compartilhado), você precisa atravessar o gramado (que à noite não é iluminado) e torcer pra não estar chovendo. :o A cama é confortável e achei o quarto bastante suficiente, mas o aquecimento não é lá aqueeeeeeeeelas coisas (embora não tenhamos passado frio). Agora o que realmente me desapontou (muito) foi que a cozinha compartilhada não tinha absolutamente NENHUM utensílio (e isto não estava claro na página da acomodação). :( Havíamos levado comida e, se não fosse pelo tipo de acomodação da Olesia e do Ricardo, que foi diferente da nossa, não teríamos feito nada. No quarto deles tinha uma mini-cozinha com duas panelas e uma frigideira, o que nos salvou. Limpeza dos quartos ok, mas devido a quantidade de hóspedes lá, a limpeza do banheiro deixava a desejar.

 

Outras considerações:

* Milford Road é linda, mas também é considerada uma das estradas mais perigosas da Nova Zelândia, com maior incidência de acidentes. Portanto, be careful! 

* Embora não exista uma restrição na visitação ao Milford, entre Maio e Novembro é obrigatório portar correntes de neve para os pneus. Fique atento!

* Existe a opção de fazer o passeio a partir de Queenstown com qualquer das agências que vendem o passeio de barco. Nesse caso, você faz um bate-volta de ônibus e a viagem leva cerca de 5 horas ida + 5 horas volta.

* Se quiser acompanhar nossas descobertas pela NZ, segue lá no Instagram: @paty.grillo :D

 

  • Amei! 2

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