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Relato - África do Sul em 24 dias - out/nov 2017 (Cape Town + Garden Route + Johannesburg/Safari)


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Em 05/03/2018 em 23:40, LucasMarcos disse:
Gostaria de saber a media de gasto. pretendo ir com minha esposa este ano pra Africa do sul machilar por 20 dias no mínimo e 30 dias no máximo! 

Olá @LucasMarcos

Não é uma viagem cara.

Começando pelas passagens. Quando compramos, as passagens mais baratas eram para África do Sul.

Em relação a hospedagem, pode variar bastante. Depende também da cidade, claro.

Se pesquisar com certa antecedência (pelo Booking ou pelo Airbnb), pois as hospedagens mais baratas se esgotam primeiro, dá para encontrar diárias em hospedagens legais por aproximadamente 100 reais.

Se ficar em hostel é mais barato ainda. E tem uns hostels que não perdem em nada para uma hospedagem padrão.

As hospedagens mais caras foram as dentro do parque Kruger (no Safari), e não foram as melhores em que nos hospedamos. Se for fazer Safari e quiser dormir dentro do parque (o que eu recomendo muito), tem que reservar com bastante antecedência. Os preços é melhor consultá-los diretamente no site do parque, pois há variações durante o ano: https://www.sanparks.org/parks/kruger. Aliás, a única forma de reservar hospedagem dentro do kruger é pelo site oficial do parque. Há também diversos tipos de hospedagem, desde camping até luxo. Então varia bastante mesmo.

Em relação a alimentação, é mais barato que no Brasil. Como o país é produtor de vinho, uma taça de vinho, por exemplo, é mais barato que refrigerante. Uma refeição boa (em local turístico) pode ser encontrada a partir de 80 Rands. Hambúrgueres e sanduíches são mais baratos. Mas aqui também pode variar bastante, depende do seu gosto e da sua exigência.

O aluguel do carro (econômico) também não foi caro. A diária ficou em torno de 60 reais (fazendo a conversão). Mas reservamos com bastante antecedência pelo Expedia.

Espero ter ajudado. 

Abraço

 

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Olá pessoal, como prometido, segue a segunda parte. Ainda postarei a terceira. 

2ª parte: GARDEN ROUTE

Hermanus é uma cidade muito bonita, ruas com asfalto novo e bem cuidado, casas com fachadas e jardins bonitos. Fiquei impressionado por ser uma cidade tão pequena e tão bem cuidada. A cidade também tem bons restaurantes.

Outra coisa que nos surpreendeu foi que só tivemos contato com a anfitriã por mensagem (whastapp e airbnb). Ela disse para contatá-la quando chegássemos na cidade, mas achamos que ela iria pelo menos ao nosso encontro. Quando a contatamos, ela nos passou uma senha que abrirmos uma caixa que estava na porta, lá tinha a chave da casa, rs. Depois, na hora de ir embora, apenas deixamos a chave na casa. Ficamos surpresos com a confiança da dona da casa em nós (desconhecidos). Isso seria algo impensável no Brasil.

A partir de Hermanus, agora transitando por cidades menores, então, começamos a perceber um fenômeno interessante no trânsito sul-africano: é impressionante como os cruzamentos funcionam bem sem semáforo. Tem uma sinalização de “pare” para no asfalto para os quatro sentidos do cruzamento. Todos os carros realmente param e saem intercalando-se, devagar e educadamente. Começamos aí a ficar positivamente surpresos com o trânsito da África do Sul, que me pareceu ser muito seguro e civilizado.

A fama da cidade se deve ao fato de sua baía ser um santuário de baleias. O período bom de ver baleias é entre junho e dezembro (variando um pouco dependendo da espécie). De fato, pudemos ver muitas baleias. Depois de deixar as coisas na casa, fomos dar uma volta na cidade. Assim que chegamos ao píer (centro turístico da cidade), vimos algumas pessoas olhando para o mar, algumas com binóculo, outras com máquinas fotográficas. Nos aproximamos e vimos que eram baleias, elas estavam muito próximo a uma pedra. Era possível caminhar essa pedra e ficar a uns 10 metros de distância das baleias. Eram duas, uma delas parecia filhote. Depois vimos outras também, parecia que naquela baía havia dezenas delas. Elas ficam flutuando, sobem para respirar e depois descem, e às vezes saltam como se estivessem se exibindo para quem está assistindo. Ficamos vendo as baleias saltarem de longe até escurecer. Foi muito legal. Achamos que íamos precisar fazer uma excursão em alto mar para ver baleias, mas não é necessário.

Como ficamos 2 noites em Hermanus, no dia seguinte fomos para Cape Agulhas, o ponto mais ao sul do continente africano. Tem um farol bonito e um monumento com uma placa onde os oceanos índico e atlântico se dividem, não é nada demais. Para quem está com tempo curto, acho que Cape Agulhas é dispensável.

No outro dia também vimos baleias, mas elas não estavam saltando tanto quanto no dia anterior.

Em Hermanus também tem uma estação espacial, não conseguimos ir porque quando tentamos ir era sábado e não abre aos sábados.

Seguimos para Oudtshoorn. É difícil pronunciar esse nome, rs. É algo como “oudtchróen”. No caminho, fizemos uma parada em Mossel Bay. A cidade é bem bonitinha, o asfalto é de bastante qualidade e me lembrou um pouco São Francisco nos EUA, apesar de não conhecer SF. Fomos almoçar no restaurante chamado Kaai (indicação da internet), que fica bem perto do porto e da praia. Lugar é bastante agradável para almoçar.

Perto da nossa mesa, vimos um casal miscigenação, que me chamou atenção por ter sido o único que tinha visto até então, e acabou sendo o único que vi em toda a África do Sul. As consequências do Apartheid são muito visíveis até hoje na Áfrical do Sul. Uniões inter-raciais, por exemplo, eram proibidas. Percebe-se nitidamente também a influência (e domínio) holandesa nas cidades da Rota Jardim. O cardápio do restaurante estava em Afrikaans. As placas indicando as cidades, na estrada, também estão em Afrikaans. Mossel Bay, por exemplo, está indicado como Mosselbaai.

Em Oudtshoorn, passamos apenas uma noite. O turismo aqui é em torno de um conjunto de cavernas chamada Cango Caves e nas fazendas de avestruz. Acordamos cedo, pegamos a visita guiada na Cango Caves no primeiro horário, depois visitamos uma fazenda de avestruz e almoçamos avestruz. Na Cango Caves, há uma parte, que não faz parte da visita guiada, com uns painéis informativos. Não deixe de passar e ler (tem bastante coisa para ler, mas achei que valeu a pena, foi bastava informativo). Depois fomos numa fazenda de avestruz. A visita começa com uma apresentação do guia sobre avestruz e depois interagimos com alguns deles. As duas visitas foram legais, muito informativas. E a carne de avestruz é muito gostosa.

A cidade sai um pouco do roteiro. Para quem está com tempo curto e quer fazer a Rota Jardim “pura”, acho que dá para não subir para Oudtshoorn. A gente estava na dúvida se visitaríamos Oudtshoorn ou não. Mas depois de ter visitado, achamos que valeu a pena.

Como a cidade fica numa região e clima semi-árido, é muito mais quente que as cidades da Rota Jordim.

Depois fomos para Knysna (se pronuncia Nysna). É um cidade um pouco maior que as duas anteriores. A cidade é muito bonitinha e tem uma Waterfront também. Os restaurantes da Waterfront são excelentes (a dona da pousada que ficamos nos indicou o Bazala, que gostamos muito). Comemos carne de crocodilo, carne de Kudu com alguns acompanhamentos típicos (Maliepap, que parece um cuscuz, e chakalaka, um tipo de molho bastante apimentado).

Antes de deixar a cidade, fomos visitar o Knysna Head (ou simplesmente The Head), cuja vista é muito bonita. Dá para ficar um tempinho contemplando a paisagem. No pé do morro, tem uma espécie de padaria, tomamos café da manhã lá. Nunca na minha vida tinha visto tanto jalapeño (pimenta) junto no mesmo prato. Suei tanto que tive que lavar o rosto no banheiro, rsrs.

Demos uma volta no centro da cidade, visitamos uma igreja anglicana e partimos rumo a Plettenberg Bay. Também por indicação da senhora da pousada, paramos no Garden of Eden (informativo e agradável, mas não é indispensável) e na Robberg Nature Reserve – parque nacional que tem 3 trilhas (a maior tem 9 km), a paisagem é maravilhosa, vale a pena passar pelo menos um período. Infelizmente estávamos com pouco tempo e só fizemos metade da trilha mais curta. Para fazer as trilhas (que tem muitas escadas), recomendo estar de tênis e bermuda (apesar do vento frio e forte da costa sul).

Plettenberg é uma cidade bem gostosa também, tem atmosfera mais praiana e de surf. Demos uma volta na praia (a água estava geladassa), tinha uns caras surfando. Assim como em Cape Town, há várias mansões na beira da praia que cercam o acesso à praia, que obriga as pessoas a darem uma volta grande para chegar na areia.

Na praia Central Beach, vi uma placa que me chamou a atenção. Tinha várias proibições: entre elas música alta, comida, bebida alcoólica e "Ball Games". E pensamos: “ué, o que se faz na praia então?” kkkkk. Tudo o que o brasileiro mais gosta de fazer na praia estava proibido naquela placa.

De noite experimentamos mais uma comida típica sul-africana: Boboti (basicamente, é carne moída com ovo batido).

Acordamos cedo e partimos sentido à vila de Storms River. Decidimos nos hospedar nessa vila porque é onde estão as hospedagens mais próximas do Tsitsikamma Park, depois das hospedagens que ficam dentro do parque, é claro. Mas as hospedagens do parque (que ficam quase na praia, com uma vista incrível) são bem mais caras e é preciso reservar com muita antecedência. Dentro do parque também tem a opção de camping.

No caminho, fizemos uma parada na praia Keurboomstrand. É bonita, mas devido ao tempo meio frio, estava deserta.

Também passamos para almoçar no famoso bungee jump Face Adrenalin. É muito alto, rs. Deixamos para decidir se pularíamos no dia seguinte. Acabamos não pulando, mas quem estiver animado eu recomendo. É um dos mais altos do mundo e lá tem uma placa comparando os 10 bungee jumps mais altos do mundo, com a altura e o preço de cada um. E realmente a relação preço-altura desse bungee jump é a melhor.

O Tsitsikamma Park é, talvez, o segundo parque mais famoso da África de Sul. O primeiro seria o kruger. É muito grande, seriam necessários vários dias para conhecer tudo. Os pontos do parques que julgamos ser os que valeria mais a pena visitar em apenas um dia inteiro que estivemos lá foram a Waterfall Trail e a ponte pencil. A waterfall trail é uma trilha que dá numa cachoeira de uns 50 metros, com um poço excelente para banho e que desemboca quase no mar – eu nunca tinha visto um cenário como esse, com mar e cachoeira se misturando. Tem também o caiaque ou uma espécie de boia Cross para fazer no rio, que também legal, como estávamos com pouco tempo priorizamos a trilha.

No dia seguinte, tínhamos café da manhã e partimos para Jeffreys Bay. A cidade está no circuito mundial de surfe, então tudo é voltado para surfe. Tem aulas de surfe, ajudam prancha, etc. Tem também algumas outlets de marcas como Ripcurl, Bilabong, Quicksilver, etc. É uma cidade gostosa, mas deve ser melhor no verão. Também tinha planos de surfar em Jeffreys Bay, mas como estava frio e o mar não estava lá essas coisas, não animei entrar na água gelada para pegar uma onda pior que a do Guarujá. 

Então seguimos para Port Elizabeth, onde pegaríamos o voo para Johannesburg. Nosso anfitrião já esteve no Brasil, era um cara bastante agitado e atencioso. Nos deu dicas de onde comer e conversamos bastante. A cidade é bem maior e mais rica que as outras da Rota Jardim. Apenas caminhamos pela orla perto de onde estávamos, comemos e, no dia seguinte, pegamos o voo para Johannesburg.

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