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Alô mochileiros!

Como já utilizei os relatos de outros viajantes diversas vezes para colher dicas e informações para minhas viagens, vou relatar o roteiro que fiz no Carnaval (10/02/2018 a 13/02/2018) deste ano para que possa ajudar a quem deseja fazer um percurso parecido ou visitar tais locais.

Bom, desde pequeno sempre gostei de andar de trens e infelizmente esse não é um meio de transporte muito valorizado no nosso país, havendo poucas linhas regulares de passageiros a longa distância, e uma delas é a da EFVM, ou mais conhecido como "Trem da Vale". Li vários relatos sobre esse passeio e decidi embarcar nessa aventura. E já que estaria partindo de Belo Horizonte e desembarcando em Vitória, porque não conhecer as duas cidades também?

Sei que há diversos relatos com esse trajeto do Trem da Vale, porém informações atualizadas são sempre bem-vindas e vou tentar detalhar tudo o que eu for lembrando, principalmente no que diz respeito a valores. Vamos lá!

SÁBADO - 10/02/2018

Inicialmente, eu tinha planejado fazer o trajeto SP - BH de avião, mas acabei enrolando para comprar as passagens de ida e quando fui ver os preços já estavam lá em cima. Não tive outra opção e resolvi ir de ônibus mesmo. Embarquei em SP às 20hrs do dia 09/02 em um ônibus da Viação Útil, e como a maior parte do percurso foi feito de madrugada, acabei não pegando trânsito na estrada e o trajeto até BH foi tranquilo, apenas parando um pouco próximo a rodoviária da cidade (as ruas estavam congestionadas devido aos blocos de carnaval), mas ocorreu tudo bem e desembarquei por volta das 08hrs da manhã. 

Busquei algumas informações na rodoviária e saí a procura da avenida Afonso Pena, uma das principais de BH e onde eu pegaria um ônibus que me levaria ao hostel. Avenida localizada e parei no primeiro ponto que achei, peguei um circular sentido "Mangabeiras" e fui seguindo o mapa, até descer em um ponto que ficasse próximo ao hostel em que eu ficaria hospedado. Chegando no hostel, meu check-in seria apenas às 13hrs, então deixei minha mochila no local, peguei apenas o necessário e saí para conhecer BH!

Um ponto positivo da cidade é que os principais pontos turísticos que ficam na região do Centro são bem próximos, então é possível ir caminhando de boa por todos. Fui até o circuito cultura da Praça da Liberdade, que é super bem cuidada, bonita e a sua volta possui belos edifícios (alguns abertos a visitação, mas como estava apenas de passagem acabei não entrando). Tirei algumas fotos por lá e segui rumo ao Mercado Central da cidade.

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Fotos - Praça da Liberdade

Chegando ao Mercado Central, que fica a cerca de 15 minutos de caminhada a partir da praça, andei para procurar as comidas tradicionais de MG que o pessoal de casa pediu para levar (queijos, goiabada, doce de leite). Se eu voltasse sem isso, poderia me considerar um homem morto, rs. Compras feitas, dei mais uma volta pelo mercado (que é enorme), almocei um pastel de R$ 1,25 que vendem por lá (muito bom, por sinal) e resolvi dar um pulo ao Parque Municipal. A cidade estava em pleno dia de Carnaval e muito lotada, então era bom ter cuidado redobrado nas ruas. Passei pelo parque, fiquei um pouco por lá e quando deu por volta de 13hrs, voltei para o hostel para fazer o check-in. 

Check-in feito, agora sim acomodado, tomei um bom banho e saí de novo para explorar a cidade. Como estavam havendo muitos blocos de Carnaval na região do Centro, não havia opções de linhas de ônibus para ir aos outros lugares da cidade. Com isso, tive que mudar um pouco o meu roteiro e ao invés de ir a Lagoa da Pampulha que estava inicialmente planejada, resolvi ir à Praça do Papa (mais próxima e com fácil ace$$o de Uber). Em menos de 10 minutos cheguei ao local, totalmente silencioso e calmo, diferentemente do resto da cidade. A praça está localizada no Bairro de Mangabeiras e possui um mirante lindo de BH. Mesmo com tempo um pouco nublado, rende boas fotos.

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Fiquei na praça até por volta de 18hrs, voltei para a região do hostel e procurei algum lugar para jantar. Na mesma avenida que fiquei hospedado, há um restaurante/pizzaria muito bom chamado "Paracone", que serve pizzas e também tem self-service. Recomendo!

Depois voltei para o hostel e fiquei por lá, já que estava meio cansado e no dia seguinte precisaria acordar cedo devido ao passeio de trem.

DOMINGO - 11/02/2018

Acordei por volta das 05:30hrs, arrumei minhas coisas, me troquei e fiz check-out às 06:30hrs, pois é recomendado a chegada na estação de trem com pelo menos uma hora de antecedência.

O Trem da Vale possui a classe executiva (R$ 105,00) e a classe econômica (R$ 73,00). Como o meu trajeto o seria completo e bastante longo, optei pelo executivo e não me arrependi. Mas mais para frente falarei sobre isso. Do hostel peguei um Uber até a estação ferroviária de Belo Horizonte, que também fica na região do Centro. Chegando lá, há duas filas em dois portões diferentes: uma para quem comprou as passagens pela internet e outra para quem iria comprar na hora. Eu já havia comprado com antecedência, então me dirigi à fila, apresente o voucher e o funcionário já me entregou a passagem prontamente impressa (achei muito eficiente). Feito isso, o funcionário indica qual é o seu vagão e você caminha até ele.

Os vagões da classe executiva são bem confortáveis, com ar-condicionado (bem frio por sinal, usei casaco durante toda a viagem, então recomendo levar), bagageiro e banheiros em todos os vagões. O trem parte exatamente às 07:30hrs, então não se atrase, pois esse não espera mesmo rs. Logo após a partida, o pessoal responsável pelo serviço de bordo explica o trajeto, sobre refeições e demais informações sobre o trem. A composição também possui um vagão lanchonete e um vagão restaurante.

Durante toda a viagem, é feito o serviço de venda dos mais diversos itens de comida (lanches, salgadinhos, biscoitos, refrigerantes, água) no trem, com os funcionários passando com uma espécie de "carrinho" e oferecendo para os passageiros. IMPORTANTE: Leve dinheiro, pois no trem não aceita qualquer tipo de cartão!

Caso você não queira comprar nada dos "carrinhos", a lanchonete do trem fica aberta durante praticamente toda viagem e só fecha 20 minutos antes da parada na estação de Governador Valadares, pois há troca de funcionários no local (é praticamente o meio do caminho). Mas 20 minutos após da partida de Valadares, a lanchonete é aberta novamente. Os preços por lá estão dentro da média atual, com salgados sendo vendidos a R$ 4,75, refrigerantes por R$ 4,00 e água por R$ 2,75. Além de tudo isso, no início da viagem é possível efetuar a reserva do almoço, em que os funcionários passam nas poltronas vendendo a marmitex (que pode ser frango assado, peixe, strogonoff ou lasanha) e depois eles mesmos trazem na sua poltrona após às 11hrs da manhã, que é quando o serviço começa a ser oferecido. Isso é feito devido ao tamanho do carro restaurante, que não é muito grande e possui poucas mesas para atender a demanda de tantos passageiros.

Sobre a viagem no geral, é linda! O trem passa pelas mais diversas paisagens de MG e ES, com cada vista de tirar o fôlego! A principal região que ele corta é o Vale do Rio Doce, este que acompanha a ferrovia em pelo menos 80% da viagem, então independente do lado que estiver sentado, garantirá boas fotos (certos momentos o rio está a esquerda, certos momentos estará a direita). Outro ponto importante é que as paradas nas estações são, em sua maioria, bem curtas. Ou seja, não é possível descer do trem, visto que na maioria das estações o tempo de permanência é de 1 a 2 minutos (exceção de cidades maiores como Ipatinga e Valadares, que chegam a 8 minutos). É interessante observar que a maioria das paradas são em cidades pequenas da região ou até mesmo em bairros e distritos, onde fica claro o estilo pacato e calmo de vida dos moradores.

O percurso entre Vitória e BH é longo e o trem não é muito rápido, então para quem quiser fazer esse trajeto, é bom estar ciente que são 664km de trilhos e 13hrs de viagem. Particularmente falando, valeu super a pena. Cheguei por volta de 21hrs na estação final da linha, que é Pedro Nolasco (município de Cariacica). De lá peguei um Uber que ficou em R$ 15,00 até o hotel (em Vitória) e demorei cerca de 20 minutos para chegar. 

Cheguei ao hotel localizado no bairro Praia do Canto, fiz o check-in, jantei e fui dormir, visto que a viagem havia sido longa (literalmente, hahaha).

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SEGUNDA - 12/02/2018

Acordei cedo e já estava louco para conhecer Vitória e arredores! 

Tomei café da manhã e saí do hotel para ir ao Convento da Penha, que fica em Vila Velha e é o ponto turístico mais visitado do Espirito Santo. Vitória e Via Velha estão separadas por uma ponte, então é bem fácil chegar até lá. Chegando ao pé do morro que abriga o Convento, você tem duas opções: encarar a subida a pé ou pagar R$ 4,50 em uma van que faz o trajeto de subida/descida. Optei pela segunda opção devido ao tempo curto, mas tinha muitas pessoas indo na caminhada e se você tiver um tempo a mais, faça, pois é um caminho bem bonito em meio a vegetação.

Chegando no topo do morro, existe um mirante a esquerda que tem visão para toda região de Vitória, é lindo! O local é bem estruturado com lanchonete, banheiro e lojinhas.

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Saindo do mirante, há uma escada que leva direto ao Convento. Lá em cima também há diversos outros mirantes onde é possível avistar Vitória e arredores dos mais diversos ângulos. Quando cheguei por lá, estava sendo rezada uma missa. Então para quem procura esse tipo de turismo religioso, está no lugar certo. Parei para tirar mais algumas fotos, bebi uma água, fiquei um pouco por lá na sombra (estava muito calor) e peguei a van de descida.

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Após a descida, peguei um Uber em Vila Velha e voltei para Vitória com o intuito de conhecer as praias da cidade. Já havia pesquisado antes sobre quais eu poderia visitar, e a primeira que escolhi foi a Praia das Castanheiras, que fica na Ilha do Frade. A ilha é acessível por uma ponte que sai da Praia do Canto, e caminhando por mais uns 20 minutos dentro dela, deve-se pegar uma trilha a  direita e assim chegar a Praia das Castanheiras. Que visão belíssima! A praia não estava muito cheia e rendeu lindas fotos, que postarei abaixo. Ainda na Ilha do Frade, voltei para a rua que eu estava antes de entrar nas Castanheiras e segui reto, descendo em algumas pedras que dão vista diretamente para o mar. Um dos locais mais lindos que já fui! Uma calmaria em que é só você e o mar (e algumas poucas pessoas que estavam por lá pescando rs).

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Acima: Vista da ponte da Ilha do Frade

Abaixo: Praia das Castanheiros e pedras ao fundo da ilha

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Saindo da Ilha do Frade, fui almoçar na Praia do Canto e depois peguei um ônibus (R$ 3,40) com destino à Praia de Camburi, que possui uma estrutura bem legal com quiosques, ciclovias, barracas de praia, entre outros. Aluguei uma cadeira e um guarda-sol por R$ 16,00 e fiquei na praia até umas 17hrs, apenas tomando um pouco de sol e sentindo a brisa do mar (que na verdade era quase uma ventania de tão forte que estava). Voltei para o hotel, tomei um banho e saí rumo a Praça dos Namorados a noite, local em que há uma feirinha aos sábados, domingos e feriados e onde comprei algumas lembranças de Vitória para trazer para SP. Jantei em um restaurante local, voltei para o hotel e descansei para ir embora no dia seguinte.

Abaixo: Praia ao lado da ponte de acesso a Ilha do Frade

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Abaixo: Praia do Camburi ao fundo

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TERÇA - 13/02/2018

Dia de ir embora. Acordei por volta das 09hrs, tomei o café da manhã no hotel e saí rumo ao aeroporto. O meu voo pela LATAM estava marcado para 12:40hrs e saiu pontualmente esse horário, chegando em Guarulhos por volta das 14hrs e de lá peguei um ônibus para a Baixada Santista. 

Feedback da viagem: Super satisfeito com tudo, desde o passeio de trem até as cidades visitadas. O roteiro ficou meio apertado, mas consegui visitar os locais que havia pesquisado inicialmente (exceto a Lagoa da Pampulha) e a viagem ocorreu nos conformes, sem nenhum grande estresse. Destacando, eu gostei MUITO do Espirito Santo (MG eu já conhecia, apenas BH que eu ainda não tinha ido), Vitória é uma cidade linda, limpa e com bastante atrativos, idem as outras cidades como Vila Velha. Ainda pretendo voltar ao ES com mais tempo para conhecer outras regiões como o Pico da Bandeira e Itaúnas.

Fica aqui minha experiência nessas cidades e passeios, e espero que ajude de alguma forma aqueles que pretendem conhecer tais locais algum dia. Estão mais que recomendados! Qualquer dúvida estou a disposição.

Para finalizar, uma foto de uma pequena parte do maravilhoso Espirito Santo visto de cima: 

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Até a próxima!

 

  • Amei! 4
  • 2 semanas depois...
  • Colaboradores
Postado

@amielvieira Olá! Gastei no total por volta de R$ 750,00, contando passagens, hospedagem e passeios.

Passear em Vitória é relativamente barato, muita coisa dá para fazer a pé e dispensa qualquer tipo de condução.

  • Amei! 2
  • Colaboradores
Postado

@andreluis_itbot Oi André! Viajei sozinho o tempo todo sim! Já fui com o roteiro planejado para conseguir fazer tudo o que queria.

Os custos que pesaram mais no valor foram das passagens, mas mesmo assim achei bem em conta. Peguei a de avião em promoção (R$ 150 no trecho Vitória-SP), R$ 105 de trem e cerca de R$ 100 no ônibus de ida. A de trem eu também poderia ter economizado e ido na classe econômica, mas como meu destino era a última estação e a viagem realmente é longa, optei por algo mais confortável. Mas valeu a pena cada segundo! 

  • 8 meses depois...
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