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Pessoal, inicio este relato já mencionando o título de um relato que li antes de abrir o meu. Chamou-me muito a atenção a frase "jornada de autoconhecimento". Sempre digo que toda viagem produz muito conhecimento. Mas as viagens de moto geram além disso, geram conhecimento de si mesmo. 

Dessa forma, esta pequena viagem também trouxe-me revelações, nas linhas que seguem, caso tenham paciência de ler.

Minha viagem ocorreu entre os dias 22 e 26 de Janeiro. Saí de Casa, Cacoal, Rondônia, às 5:30, realmente pegando a estrada depois de abastecer às 6 horas da manhã. Da minha casa até a Chapada dos Guimarães são 1050km, que foram percorridos em um dia. Tudo transcorreu perfeitamente, dentro do cronograma. Apenas a dificuldade de andar em Cuiabá, que me fez atrasar quase uma hora. Cheguei na Chapada dos Guimarães às 21:00 horas, já bem cansado. Esta parte da ida da viagem deixo o resumo em um vídeo que fiz no meu canal PedalSemCompromisso. O vídeo está bem resumido e exprime bem a sensação maravilhosa da viagem. Assistam se puder. Mas o lance da viagem foi a volta, e esta lhes conto. Foi muito especial a volta porque tive dois grandes sustos e um pequeno problema que poderia ter acabado com a viagem. E especial também porque vi os Rios de Água mais cristalina do Brasil. 

Bem pessoal, indo direto para a volta da Chapada, saí da Cidade da Chapada à 6 horas da manhã em ponto. Meu objetivo era vir por Nobres, o que não passaria mais na cidade de Cuiabá. Mas aí tive o primeiro aviso de uma conduta que um motociclista NUNCA DEVE FAZER: NÃO TER CERTEZA DAS DISTÂNCIAS, OU SEJA, NÃO TER PLANEJADO ADEQUADAMENTE E "ACHAR" QUE SABE AS DISTÂNCIAS. E não foi por falta de aviso. 

Primeiramente "achei' que sabia a distância da Chapada até Nobres, e de fato não sabia. Quase fiquei sem gasolina. Detalhe que o tanque da HR Sportster só cabe 12 litros, o que me permite andar em média 150km antes da reserva. Eu já havia andado 150 e nada de Nobres. Sorte que mais alguns quilômetros achei o trevo que vai a Bom Jardim. Abasteci e respirei aliviado. Mas a lição não foi aprendida. Chegando em Nobres tomei café e fui direto a Diamantino, pela via duplicada que leva à Sinop. Em Diamantino abasteci bem o tanque, porque a placa declarava 73km do próximo posto de abastecimento. Fui embora. No caminho fui assediado por um Prisma branco. Como eu ando sempre na média de 120 e 130km por hora, tive que acelerar. Minha libido falou mais alto e esnobei o carro, acelerando e sumindo da sua vista à 160km por hora. Após esta babaquice cheguei no posto designado, e qual foi a minha surpresa. Estava fechado. Ora, o próximo posto estava a 120km de distância, em suma, não dava. 

 

Mas deixa que o pessoal do Prisma estava lá também e foi ao meu encontro para conversar. Galera jovem que parecia de Santa Catarina. O cara se prontificou a ficar atrás de mim, andando devagar, para caso desse problema de pane seca. Com muita sorte havia uma cidade a 60km dali, Lucianópolis, se não me falhe a memória. Assim pude abastecer e tomar aquela Coca KS. Mas agora a aventura começava. O pior estava por vir.  

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CONTINUANDO. Bem, em sequência ao relato, depois que eu abasteci em Lucianópolis, fiquei mais tranquilo e acabei pensando merda. Estava à 50km do trevo que liga Tangará da Serra a Campo Novo dos Parecis. Na minha cabeça, em um planejamento anterior, eu IMAGINAVA que as cachoeiras do hotel Salto das Nuvens, um hotel muito legal que existe próximo a Tangará da Serra, ficavam a 8 km do trevo. Ledo engano; quando cheguei no trevo que dividia Tangará para a esquerda e Campo Novo, pensei; quando estarei aqui novamente? porque não ir? no meu raciocínio de mochileiro a lógica é: está próximo de um lugar top e posso ir, porque não ir? mas não estava próximo. ir ou não ir? fui. virei a esquerda e fui embora. Passou os 8km e nada de entrada de cachoeira. Bem, de relance lembrei que eram 20km. Ande os 20 e nada. Putz. Onde está esta  entrada da cachoeira? pois é. Andei mais 25km com  aquela teimosia de motociclista que não quer perder a viagem. Até que nada. Então pensei: chega. parei e saquei o celular. Google Maps e vi que eu estava totalmente equivocado e parecia que o salto das nuvens estava em outra direção. Bem, estava aberta a tensão. Voltei os 45km com a esperança de almoçar, pois já eram 13 horas. Precisava abastecer. Tinha rodado 140km e não tinha chegar em Campo Novo sem gasolina. E aí então veio o GRANDE problema. Posto fechado. Caramba.   Impossível chegar, matematicamente. Mas a lógica das coisas também seguem outros caminhos. Deitei na moto, só em baixa rotação, andando a 60km por ora, pensei: preciso rodar 70km com o resto de gasolina que só dá para 40km. Só milagre mesmo; e gente, acreditem, andei contanto cada metro, atrás de um caminhão para fugir da inércia. e DEU CERTO. Cheguei. Confesso que não teve lógica. Realmente tenho que admitir: feriu a lógica. A HD fez 40kmql, moto que faz 20km. 

Já não tinha almoço na maioria dos restaurantes. Gastei uma hora e meia em um trecho de 70km. Almocei em um restaurante de final de expediente. Perguntei do famoso Balneário Municipal de Campo Novo dos Parecis. O garçom do restaurante afirmou que eram 15km de terra. A coceira não passa. Voltei a ficar instigado. Peguei a moto e ia indo embora quando pensei: putz, já estou aqui, porque não conhecer? fui em um posto pedir informações. O pessoal que estava lá declarou: olha, areia pra caramba. se chover, fedeu. Bem, meia verdade. Segui meu instinto suicida mais uma vez e fui lá ver aquele balneário. Valeu a pena? MUITO.  

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As fotos não estão à altura da beleza. Pensei em um rio Verde, de águas transparentes e com várias corredeiras. Uma cachoeira linda e água quente. Sensacional. Se puderem ir até Campo Novo dos Parecis, visite o Balneário Municipal. Mas como tudo na vida nada é de graça. Com a trepidação perdi a placa da moto. Pensem em uma situação: quatro horas da tarde, com uma placa na mão e 500km para percorrer até em casa. Mas todo viajante tem que ter resiliência. Nada está perdido. Com paciência encontrei uma oficina mecânica de motos, arrumei a placa e parti para Comodoro. Cansei menos que a ida, pois a euforia da aventura produziu muita Andrenalina. Na volta passei pelos rios mais lindos do Brasil. Transparentes, profundos e correntes. 

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9boro, Sim. originais. Realmente são bem durinhos, mas dão conta do recado. O lance é o minimalismo. Abração. 

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