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Chegámos à cidade que dá nome ao canal que veio mudar as trocas comerciais e o transporte de mercadorias no mundo, a Cidade do Panamá. Não fizemos uma viagem convencional nesta cidade porque o Ricardo, amigo do Tiago, proporcionou-nos uma estadia menos turística que nos soube mesmo bem. À chegada, no aeroporto, a primeira surpresa, não havia táxis para sair. Lá nos desenrascámos, como portugueses que somos, mas explicamos depois no post habitual que descreve a entrada e a saída do país, porque até teve a sua graça.

A cidade foi fundada em 15 de agosto de 1519 por Pedro Arias Dávila. Foi uma importante conquista para dominar uma das maiores rotas comercias do continente e iniciar a conquista do Perú e do ouro e prata dos incas. A sua criação é anterior a cidades como Washington, Brasília ou Cidade do México. A 28 de janeiro de 1671, Henry Morgan saqueou a cidade, que é depois consumida por um incêndio, na zona que é hoje o Panamá Viejo, porque a nova cidade seria reconstruída a 8km dali. Fez parte da Gran Colômbia e pertenceu à Colômbia quando esta se tornou independente. Quando começou a procura de ouro na Califórnia recebeu os viajantes que tinham como destino a américa do norte.

Como tem a localização ideal para a criação de um canal no seu istmo, iniciam-se negociações com França e posteriormente com os EUA para a construção e exploração do canal. Após o fracasso do Tratado Hay-Herran, negociado com a Colômbia, a independência do Panamá é incentivada pelos EUA e pela França, que consideram mais fácil negociar com um novo governo. Os EUA conseguem o que pretendem e, após a independência de 3 de novembro de 1903, é assinado o Tratado Hay-Bunau-Varilla, apenas 15 dias depois. Roosevelt consegue o controlo da zona a 23 de fevereiro de 1904 por 10 milhões de dólares. Inicia-se de seguida uma onda de imigração para receber mão de obra para a construção, que trouxe também problemas raciais. A influência dos Estados Unidos fica bem marcada na história deste país, tendo exercido controlo sobre o canal até 1999, incluindo acesso restrito à região que o rodeia para os cidadãos nacionais, algo que sempre foi muito contestado, com episódios de violência.

A zona velha da cidade é pitoresca, a zona moderna faz inveja a qualquer grande capital do mundo. Não falta nada, incluindo uma das famosas Trump Tower do presidente dos EUA.

O que fazer:

Canal do Panamá

Pode não ser interessante para toda a gente, mas é quase obrigatório. Não se pode visitar o novo canal, aumentado e inaugurado em junho de 2016, mas não se deve perder a oportunidade de ver o antigo, e devem esperar, sim, pela passagem de um cargueiro, porque serão minutos de pura engenharia. O canal antigo foi inaugurado a 15 de agosto de 1914, e a primeira embarcação a passar recebeu o nome do distrito de Ancón. Devem ir ao Centro do Visitante de Miraflores e percorrer a história do canal. Abre às 8h e fecha às 18h, o preço são 15USD, ou 25USD se combinado com o Biomuseo. Dentro do centro há várias atividades, como o filme 3D, as 4 salas de exibição, as galerias de observação do canal, o restaurante (caro), também com vista para o canal, e as lojas de souvenirs. É anunciada a previsão de passagem dos porta-contentores, na nossa visita começaram às 14h e no total passaram 28 embarcações (algumas de recreio). Ainda fomos um pouco para a varanda do restaurante para testar a visibilidade, mas decidimos descer às galerias. Por baixo do restaurante é possível subir as escadas para o piso 1, onde se consegue ver os barcos sentado, sem pagar mais por isso.

É melhor tirar o dia para visitar o Canal. Os barcos geralmente passam no período da manhã até às 11:30h e à tarde depois das 15h. A melhor hora para chegar ao canal é até às 11h, para ver o movimento da manhã.

Explicaremos mais à frente como chegar de autocarro.

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Casco Viejo

De dia, ou de noite, mas tem que se ir à zona velha da cidade. Nós fomos de dia caminhar como turistas, e saímos por lá à noite no fim de semana. Experimentem os raspados, comprados aos vendedores de rua. O raspado não passa de gelo raspado para um copo, servido com sumo de maracujá, limão, uva ou morango e, por mais 1USD, com leite condensado. É demasiado doce para nós, mas tem de ser experimentado. Caminhem pelas ruas e vejam como a zona velha da cidade é pitoresca e cheia de atrações. Podem ir ao Museo del Canal, custa 10USD (5USD para estudantes) e fecha à segunda.

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Biomuseo

Sendo um grupo de 3, em que 2 são engenheiros civis, não dá para evitar visitar os edifícios imponentes. Este é da autoria de Frank Gehry, o famoso arquiteto do Museu Guggenheim de Bilbao, sendo esta a sua primeira obra na américa latina, motivos mais do que suficientes para mercer a nossa visita, nem que fosse para pôr defeitos à construção. Estamos a brincar, só críticas construtivas. O edifício é desenhado para contar a história do istmo, mas a interpretação depende sempre de quem vê. Está aberto de terça a domingo, das 10h às 16h (fins-de-semana até às 17h) e custa 18USD (combinado com o canal por 25USD). Não entrámos, acabámos por ver só o edifício e a exibição livre que estava no pátio. A sua localização na Calzada de Amador providencia uma vista privilegiada, tanto para a cidade nova como para a antiga, para o cerro Ancón e a Puente de las Americas. Durante o período em que os americanos controlavam o canal, esta era uma zona interdita aos panamenhos.

Nós fomos de carro, mas pode-se chegar de metro bus (Ruta Albrook-Amador por 0,25USD). Está incluído o audioguia no bilhete, com 5 línguas disponíveis.

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Panamá Viejo (Conjunto Monumental Histórico de Panamá Viejo)

Aqui ficam as ruínas da chegada dos europeus e dos primeiros habitantes do istmo. O complexo tem 28 hectares e é desde 2003 património da humanidade pela UNESCO. Foi o abandono da zona, após o ataque de Morgan, que permitiu a conservação das ruínas, onde nunca mais se construiu. É possível ver no site o mapa. A visita demora cerca de duas horas e não devem perder o miradouro (mirante) na torre da Catedral (entrada custa 15USD). Fica na Via Cincuentenario, e de autocarro chega-se de várias rotas, Panamá Viejo-Via Israel-Albrook, Panamá Viejo-Mercado del Marisco, Panamá Viejo-Cinta Costera e Albrook-Via Porras-Cincuentenario.

Avenida Balboa

Não conseguíamos falhar esta avenida, visto ser onde estávamos alojados. Passeámos muito a pé a percorrer os seus jardins, ver os hotéis, os arranha-céus, passear à beira-mar. Ficam nesta avenida o Miradouro Pacifico, o Mercado de Mariscos, a estátua a Vasco Nunez de Balboa e podem apreciar os iates do Club de Yates. Já no fim da avenida encontra-se o Hard Rock Cafe e o respetivo hotel.

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Los Cajones

Uma das vantagens de estar num sítio com gente que aqui mora é ter acesso a pérolas escondidas, que partilham connosco mas estão fora do circuito habitual dos turistas. Soubemos que havia um sítio para dar mergulhos frequentado quase exclusivamente por panamenhos. Decidimos ir e fez-nos lembrar Las Grietas nas Galápagos, mas até mais bonito e com água menos fria, ainda que turva. Chegámos a Los Cajones e éramos os únicos. Nós e os peixes, os únicos dentro de água, só mais tarde começou a chegar gente (4 pessoas). Há quem salte das pedras, mas não nos pareceu muito seguro, porque há muitas rochas e em muitos sítios não há profundidade suficiente, além da falta de visibilidade. Explicaremos mais à frente como chegar de autocarro.

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Playa Grande (Las Uvas)

De los Cajones seguimos até Las Uvas em busca da Playa Grande. Tinha sido sugerida como sendo espetacular, mas não foi bem o que encontrámos. Fomos a pé da paragem de autocarro até à praia, que fica a cerca de 30 minutos de caminhada. Chegados à praia, apesar de ter todo o potencial, estava suja, demasiado suja para nós. Acabámos por tirar só umas fotos à paisagem (e ao lixo) e regressámos. O percurso é feito pela zona residencial e podem apanhar mangas se tiverem fome, um luxo!

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Praia Vera Cruz

Fomos no domingo com o Ricardo à praia, que tal como a Praia Grande, também tinha lixo trazido pelas marés e que ninguém limpa. Comemos no restaurante Veramar corvina al ajillo com patacones. O peixe e os patacones do Panamá nunca desiludem.

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Transportes na cidade:

De onde estávamos seguíamos de metro desde a estação de Santo Tomás até Albrook. Aí, entravámos no Gran Terminal Nacional de Transportes (o nome faz jus ao tamanho). Se comprarem o cartão de transporte no metro custa 2USD, mas só dá para utilizar no metro. O ideal é comprar o rapid pass por 3USD, que dá para tudo. Na utilização do cartão MetroBus a empresa recomenda um cartão individual para cada passageiro para a utilização das promoções. Funciona de forma semelhante ao Viva Viagem em Lisboa, só que aqui permite um intervalo de 40 minutos entre autocarros, até um máximo de 150 minutos com um único bilhete. É preciso validar nas máquinas.

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Para ir para o Canal – No terminal, virar à direita quem vem do metro, ir até ao fim, passar pela praça de alimentação e sair, à direita, onde diz SACA. Aí, passar o cartão para pagar a taxa de embarque (0,10USD) e entrar no cais de embarque, o restante bilhete paga-se no autocarro, à saída. Autocarro de hora em hora, na linha Gamboa. Os autocarros são engraçados, super coloridos, personalizados para atrair clientela. Alguns barulhentos, outros com música, outros muito tuning, com o tubo de escape em sinfonias, ultrapassando os decibéis de um concerto rock. Os autocarros têm 3 lugares do lado esquerdo e 2 do lado direito. Escolham bem para não ficarem apertados. A viagem demora cerca de 15 minutos, custa 0,5USD e vão identificar facilmente a saída. Para regressar a casa foi só ir para a paragem de autocarro junto à estrada que nos leva até ao canal e fazer o percurso inverso.

Para ir a Los Cajones e de lá à Playa Grande (Las Uvas) – Mesmo método até Albrook. Virar à direita à chegada ao terminal e procurar o autocarro para Chame. Custa 2,5USD e vão em mini-bus ou carrinha, pequenino e apertado, mas cheiroso e com ar condicionado. Os lugares são tão estreitos que nós ficamos meios de fora. Esta viagem é mais longa (1h20m). Saímos onde o cobrador disse (Bejuco) e contornámos o supermercado para apanhar outro mini-bus até Cajones (1USD). Para regressar custou 0,75USD (destino Aguadulce) e daí um autocarro para Las Uvas (1,5USD), mas pode ser uma carrinha para El Valle. Para regressar à Cidade do Panamá é mais fácil (qualquer um que diga Panamá). São diretos de São Carlos e pagámos 3,5USD, com o bónus de aumentar a nossa cultura musical latina, com os videoclips durante toda a viagem, acompanhados de uma chuva tropical torrencial.

Onde comer:

Mercado de marisco. Não há como falhar este espaço se gostarem de ceviche ou de peixe e patacones.

Fomos uma noite comer tapas a um restaurante espanhol, La Malaguena, onde estavam a dançar as sevilhanas. Comemos tapas na esplanada.

As restantes refeições foram feitas em casa.

Sair à noite:

Já vos dissemos que não costumamos sair à noite neste tipo de viagem, mas quando temos gente conhecida não dizemos que não. Fomos ao Relic Bar e ao La Septima. Muita música latina, espaços bastante cheios e bom ambiente. Regressámos a casa de táxi, que negociámos para não ser enganados.

Aqui também existem os autocarros festa, as Chivas, e, claro, o tradicional Hard Rock de que falámos acima.

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Nota:

Faltou-nos na zona norte do canal ir até Colon e aí conhecer Chagres, o forte de San Lorenzo e Portobello, cidade fundada em 1597 e que foi tomada pelos ingleses durante a Guerra da Orelha de Jenkins.

Nas profundezas da selva do Panamá podem visitar a tribo embera, um tour (Embera Village Tours) acima do orçamento para a maioria dos viajantes. Para quem não os puder visitar podem sempre ver o programa da National Geographic “The Story of Us”, que estreou em outubro de 2017. Os passeios partem da Cidade do Panamá ou de Colon.

Pensámos ir até San Blas, as praias paradisíacas, exploradas por comunidades (Kuna Yala) que as mantêm no mais possível estado puro. Apesar de termos visto várias opções (um dia, dois dias) e várias agências acabámos por desistir, por achar que ficava bastante caro no nosso orçamento. Também ouvimos dizer que o cruzeiro de Cartagena até San Blas é de sonho e encontrámos um blog que dá uma alternativa mais curta, já junto à fronteira entre os dois países, em Sapzurro, com a empresa San Blas Adventures, mas a convencional de partida de Cartagena pode ser reservada com a Blue Sailing. A segunda opção obriga a passar mais tempo no barco e a viagem é mais agitada.

365 dias no mundo estiveram 3 dias na Cidade do Panamá, de 14 a 17 de Junho de 2017
Classificação: ♥ ♥ ♥ ♥
Preços: caro
Categorias: natureza, praia, snorkeling, museus, cidade
Essencial: Canal do Panamá, Los Cajones, Biomuseo, Panamá Vieja, Casco Viejo

Estadia Recomendada: 3-5 dias

www.365diasnomundo.com

 

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Faltou dizer dos barcos que,uma vez por mês,no último sábado,tem autorização do canal e o percorrem atê o lago Gatun.

Cheio de americano de 3 idade,perguntei pelos coxas,a senhora me disse que raramente aparecem.Muito melhor que ver os navios passarem pelo canal ê estar em um deles.

Táxi não para no aeroporto,somente vans brancas,se pararem tem multa.

  • 1 mês depois...

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