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Aventureiro interrompe viagem na África e desiste de carta à Seleção


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Ficou pelo caminho, esta semana, o sonho do aventureiro profissional Rodrigo Fiúza, de Minas Gerais, de atravessar a África de moto para entregar uma carta à Seleção Brasileira às vésperas da Copa. Depois de 70% do trajeto, ele se viu obrigado a abandonar o projeto depois que seu companheiro de viagem, o cinegrafista Carlos José de Lima, se feriu num acidente. Até conseguirem voltar para o Brasil, porém, os dois passaram por apuros que renderam muitas histórias para contar.

 

Fonte: Portal Terra por JOÃO RICARDO GONÇALVES

 

A moto de Carlos se chocou com uma carroça que levava duas adolescentes numa área rural da Etiópia, os cavalos teriam se assustado com os motores. Rodrigo, responsável pela jornada, foi julgado num tribunal tribal e ficou preso no hotel durante 10 dias. Ambos tiveram os passaportes retidos.

 

A viagem começou há cerca de dois meses, na Inglaterra. A dupla, que levava uma carta do ministro dos Esportes, Orlando Silva, para o time de Dunga, atravessou Itália, Tunísia, Líbia, Egito e Sudão, até chegar à Etiópia. "Cortamos lugares sem qualquer estrutura de segurança e enfrentando problemas como tempestade de vento no deserto e cidades inteiras sem qualquer abrigo para sequer abastecer a moto ou para dormir", diz Rodrigo.

 

A expectativa era que, a partir da Etiópia, o panorama da viagem começasse a mudar, já que os dois aventureiros passariam a cruzar áreas de floresta. Porém, no último dia 22, na cidade de Bahar Dar, a 400 km da capital, Adis Adeba, aconteceu o acidente.

 

O cavalo puxando a carroça se assustou e pulou para a pista onde os brasileiros viajavam, a cerca de 100 km/h. "Consegui desviar parcialmente. O animal bateu em minha moto e destruiu o bagageiro do lado esquerdo. Já o Carlos Lima não teve a mesma sorte e não conseguiu evitar o choque com o cavalo. Ele teve cinco fraturas no mesmo braço, sendo duas expostas", lembra Rodrigo.

 

A ambulância e o atendimento demoraram muitas horas e eram precários. "Enquanto fazia os procedimentos, o médico fumava e os outros pacientes assistiam a tudo e davam palpites", conta.

 

Os dias seguintes foram de tensão e um tribunal tão estranho quanto o hospital. "Os indígenas ditavam as leis na corte e decidiram quanto eu deveria pagar para cobrir as despesas das famílias das meninas. O mais hilário era perceber que os detentos também palpitavam sobre o valor da indenização e ainda sobre a quantia que deveria ser paga pelo cavalo", recorda Rodrigo.

 

Carlos segue internado em São Paulo. Para Rodrigo, restou se lamentar. "Tivemos muita dedicação e perseverança, mas não deu. Já atravessei cinco continentes de moto, e foi o primeiro projeto que tive que abortar", afirma o mineiro.

 

Em 2004, Rodrigo foi nomeado "Aventureiro da Paz" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao atravessar o Oriente Médio para levar uma mensagem de paz.

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