Colaboradores Notícias Postado Junho 15, 2010 Colaboradores Postado Junho 15, 2010 Todos são gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno; detecção foi feita pelo satélite espacial CoRoT, que conta com participação brasileira Fonte: Estadão A família conhecida de planetas extrassolares que orbitam outras estrelas, fora do Sistema Solar ficou ainda maior ontem, com uma contribuição de "DNA científico" brasileiro. A agência espacial francesa, CNES, anunciou ontem a descoberta de mais seis planetas desse tipo, detectados por meio do satélite CoRoT, que está no espaço há mais de três anos especificamente para isso. Mais de 450 planetas extrassolares ou exoplanetas, como também são chamados já foram descobertos nos últimos 15 anos por diferentes métodos e cientistas, fortalecendo cada vez mais a teoria de que sistemas planetários como o que existe ao redor do Sol são comuns na nossa galáxia e provavelmente em todo o Universo. Não só comuns, mas talvez a regra. "Qualquer estrela pode ter planetas", afirma o astrônomo Sylvio Ferraz Mello, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo, que contribui com a análise de dados para confirmação das descobertas. A teoria já é antiga, mas só recentemente surgiram as tecnologias necessárias para confirmá-la. O CoRoT, desenvolvido pela França em parceria com outros países europeus e o Brasil, é basicamente um sensor de luz hipersensível, projetado para detectar minúsculas variações de intensidade no brilho de estrelas. Isso porque há poucas coisas que podem causar esse tipo de variação. E uma delas é um mini-eclipse, causado pela passagem de um planeta na frente da estrela processo chamado de "trânsito" na astronomia. Assim, o CoRoT observa cerca de 80 mil estrelas por ano. Sempre que uma delas "pisca", ela se torna candidata a abrigar exoplanetas. Obedecendo a uma série de metodologias, então, os pesquisadores passam a acompanhar e estudar essas estrelas com o apoio de instrumentos no solo, para confirmar se o que causou o eclipse foi mesmo um planeta. Não é possível enxergar o planeta diretamente, mas com base nas configurações do trânsito é possível deduzir uma série de características, como tamanho, densidade e tipo de órbita. Nos últimos três anos, 15 detecções do CoRoT foram confirmadas incluindo as anunciadas ontem. Cada um dos seis novos exoplanetas orbita uma estrela diferente, e todos são gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno (e não planetas pequenos e rochosos, como a Terra, que são ainda muito difíceis de detectar com as tecnologias atuais). O menor deles, chamado CoRoT-8b, tem 70% da massa e do diâmetro de Saturno, que é o segundo maior planeta do Sistema Solar. Já o CoRoT-10b tem uma órbita bizarra, que o leva para muito longe e muito próximo de sua estrela, de modo que sua temperatura varia de 250 °C a 600 °C num "ano" de apenas 13 dias. Além dos exoplanetas, o CoRoT detectou uma anã marrom, uma espécie de "mini-estrela", grande demais para ser um planeta, mas pequena demais para iniciar a fusão nuclear de hidrogênio, que é o que "acende" as estrelas luminosas como o Sol.
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