Membros Este é um post popular. Julia Crossetti Postado Dezembro 2, 2017 Membros Este é um post popular. Postado Dezembro 2, 2017 O sonho de viajar para a Patagônia nasceu no final de 2016, vendo fotos daquelas paisagens de tirar o fôlego! Mas foi em março de 2017 que meu namorado e eu tomamos coragem e decidimos conhecer essa região incrível: Patagônia Chilena e Argentina. A viagem durou 20 dias e foi no mês de novembro, que ainda não é verão, porém já tem um clima mais ameno (ainda assim frio) para conhecer a região e fazer atividades ao ar livre, que são os carros chefes! Lemos muuuitos relatos que nos ajudaram a montar nosso roteiro e adaptar a viagem a nossa realidade, já que não fazemos o estilo passeio em ônibus de excursão, mas também não temos preparo/experiência/vibe de mochileiro raiz. Uma coisa interessante é que a Patagônia é um destino muito versátil: você vai encontrar em uma mesma trilha pessoas que estão em um bate e volta sozinhas, grupos com guias luxuosos e mochileiros com grandes cargueiras. É necessário saber qual experiência combina mais com o seu estilo de viagem e $$. Dois pontos que quero frisar para que aqueles que estão planejando essa viagem não desanimem! 1) Não somos trilheiros e nosso condicionamento físico está longe de ser ótimo. A ideia era treinar para as trilhas, mas a verdade é que fizemos apenas duas pequenas. Então é possível, sim, fazer tudo! Subimos a laguna de los tres em el chaten e completamos o circuito W (quase) todo. É claro que nosso ritmo foi mais lento e tentamos intercalar dias de caminhada com outras atividades. 2) Gastamos muito mais do que o necessário! Somando todos os nossos gastos, foram 10 mil reais por pessoa , muito mais caro do que imaginávamos! Mas calma, é possível economizar bastante com planejamento, quartos compartilhados e principalmente fazendo a própria comida. Nossas hospedagens não foram luxuosas, porém ficamos em quartos privativos e além disso, por gostarmos de comer bem, fomos a muitos restaurantes (o que se mostrou um gasto alto e sem tanta necessidade). Ao final do relato anexei uma planilha com todos os nossos gastos e tentarei ir colocando ao longo da descrição alguns valores. ROTEIRO: Na hora de montar o roteiro considere três fatores: - Clima: O clima da patagônia é totalmente imprevisível. Pode nevar e fazer sol em questão de minutos. Para alguns passeios o clima ruim atrapalha, mas não impossibilita a visita, porém para outros uma chuva forte ou vento fecham a trilha. Portanto, para não ficar frustrado evite um roteiro muito apertado. - Deslocamentos: O clima novamente pode te atrapalhar. Não considere o dia de chegada de avião/ ônibus como um dia produtivo. Azar ou não, todos os nossos voos da aerolineas argentinas sofreram mudanças de horário, alguns com antecedência e outros por atrasos climáticos na hora. Os deslocamentos por via terrestre, de modo geral, foram mais pontuais, mas em um pegamos uma nevasca que nos atrasou. Outro ponto no quesito transporte é a disponibilidade de ônibus: o trecho puerto natales- el calafate não é realizado em tantas opções de horário e, em algumas épocas do ano, ocorre somente em certos dias da semana. Como já havíamos reservado nossos refúgios ao descobrir essa informação tivemos que reorganizar nosso roteiro. E isso nos leva ao terceiro ponto... - Planejamento: A oferta na patagônia parece ser menor do que a demanda de turismo. Portanto se você também estiver no grupo intermediário que não curte passar perrengue, mas também não quer desbancar uma boa grana, a minha sugestão é: planeje-se. Não há necessidade sair reservando tudo do brasil, pois muitos transportes e passeios podem ser comprados por lá. Porém é importante saber os horários e dias que eles operam para não se frustrar na hora e saber que alguns locais lotam MESMO! Os refúgios em torres del Paine são o melhor exemplo disso (falarei mais a frente). ---> Nosso roteiro ficou assim: 02/11 - saída do Rio de Janeiro a noite 03/11 - chegada em Ushuaia 04/11 - Ushuaia 05/11 - Ushuaia 06/11 - Ushuaia -> El calafate 07/11 - El calafate 08/11 - El calafate 09/11 - El calafate -> El chalten 10/11 - El chalten 11/11 - El chalten 12/11 - El chalten 13/11 - El chaten -> El calafate -> Puerto Natales 14/11 - Torres de paine 15/11 - Torres del Paine 16/11 - Torres del paine 17/11 - Torres del Paine 18/11 - Puerto Natales -> El calafate 19/11 - El calafate 20/11 - El calafate -> Buenos Aires 21/11 - retorno para o Rio de Janeiro pela manhã OBS 1: Agora passada a viagem eu certamente faria algumas modificações. A primeira é colocar um dia a mais em ushuaia, deixando o dia de chegada mais tranquilo. Segundo tiraria um dia de el calafate (foram 3 inteiros e mais alguns quebrados, visto que foi nossa cidade base). Dois dias inteiros seriam suficientes para os passeios que desejávamos fazer. Por fim, iria a puerto natales pela manhã, deixando a tarde pré torres del paine livre para cambio e compras. OBS 2: Nossas passagens aéreas foram pela aerolineas argentinas, em um valor total de 1792 reais/pessoa (RIO-USH-CAL-RIO). Um casal que conhecemos fez o mesmo roteiro voltando pelo Chile (punta arenas - santiago). Não fizemos a pesquisa do preço, mas o tempo gasto no deslocamento certamente será menor. As passagens de ônibus para Puerto Natales foram com a Zaahj turismo na ida e Bus Sur na volta, sendo a segunda mais em conta e com melhor serviço. A empresa cootra também faz este trecho, com saídas diárias. DICAS GERAIS: - CÂMBIO: Levamos dólares pois já havíamos trocado há tempos por uma cotação de 3,18 no Brasil. Nossa ideia inicial era trocar pesos argentinos no aeroporto de Buenos Aires, porém como nosso vôo foi trocado de horário chegamos no aeroparque após o fechamento do banco de la nacion (fecha de 00-06h). Para quem chega pelo Ezeiza o cambio funciona 24h. Tanto em Ushuaia como em El calafate trocamos dólares por pesos em locais informais sem dificuldade, porém saiba que o cambio não será tão vantajoso como em BA. Em Ushuaia trocamos a maior parte do nosso dinheiro por 2x no hotel Antartida (por 17,5 pesos/ dólar), sendo a cotação do banco similar em um dos dias e 17,8 no outro . Em el calafate acabamos tendo que trocar no último dia e, por ser domingo, muitos locais estavam fechados. Não há casas de cambio, mas lojas, restaurantes e agências trocam por valores variados (chegamos a ver por 16...). Entretanto procurando conseguimos por 17 pesos/dólar na loja de artesanato do índio (na rua principal). Em el chalten não fizemos cambio, mas recomendo que você já leve dinheiro trocado, pois vimos locais fazendo a 15 pesos/dólar. Em relação aos pesos chilenos, às vésperas da viagem nos demos conta de que não teríamos tempo em puerto natales para fazer câmbio e ficamos com muito medo de levar apenas dólares para o parque. Cometemos o erro de trocar no brasil por um cambio péssimo. Chegando lá, não só o parque aceitava dólares, como a cotação estava melhor do que a que pagamos (1$/600 no parque; e pagamos por volta de 1/530). Na cidade de Puerto Natales há 3-4 locais bem próximos da praça principal que fazem cambio (na época a 1$/ 605-610), por isso a recomendação de chegar em horário razoável na cidade. - CARTÃO: Pergunte antes por email se a hospedagem aceita. O hostel em el calafate não aceitava... Usamos apenas em el chalten, pois pagando em cartão você está isento do IVA (que é 21% na argentina e 19% no Chile). - DOCUMENTOS: Viajamos com passaporte, que nos foi solicitado em todos as hospedagens. É importante levar até para torres del paine e mesmo com as reserva já pagas. - SEGURO VIAGEM: Minha família é bem azarada e como já precisamos de assistência em diversas viagens (braço e nariz quebrados, ligamento rompido, otite) sempre viajamos com o seguro. Fizemos dessa vez o do assist card de 1 ano (para quantas viagens de até 1 mês você fizer pelo mundo) e na promoção 2x1 saiu 350 por pessoa. Vale, é claro, se você fizer mais de uma viagem, mas existem outros com boa cobertura e por menor preço. - SEGURANÇA: Nos sentimos muito seguros e não vimos nem ouvimos relatos de nenhuma violência ou golpes com os turistas. São cidades calmas e que vivem basicamente do fluxo de turistas. Basta olhar para o lado para ver um mochileiro com uma câmera pela rua... Mas é claro que como bons brasileiros precavidos andamos sempre com doleira, não deixamos as coisas jogadas por aí e sempre tentamos ter notas trocadas e saber o preço da corrida/ trajeto para o local que queremos ir. - CLIMA: Mesmo nos meses de verão faz frio na Patagônia. Pegamos de 0-16ºC na primavera e todo tipo de clima. Sol, chuva, neve e combinações desses com vento. - ROUPAS: Compramos tudo que não tínhamos na Decatlhon, algumas coisas pela internet e outras na loja física. Fique de olho no site pois algumas cores entram em promoção. Recomendo muito! Roupas apropriadas são essenciais nas trilhas e, como sempre lemos por aí, é necessário se vestir em camadas. Além disso, é importante ter roupas que sequem rápido, não absorvam suor e sejam respiráveis, por isso evite casacos de lã, malha ou algodão. 1ª camada: roupa térmica (SOLO, já tínhamos). Eu levei 2 pares e usei muito a calça. Para a parte de cima minha primeira camada era só uma blusa dryfit manga curta ou longa. Importante ter também meias que não absorvam suor. Esqueça as meias de lã! Na verdade compre as mais finas (100/50), porque a bota já esquenta o pé na maior parte das vezes. Compramos 2 pares 100 e 2 300, que usei pouco. 2ª camada: Só usei na parte de cima. São os fleeces ou casacos de pluma. Comprei desse segundo tipo também na decatlhon em uma promoção por 100 reais (http://www.decathlon.com.br/trilha-e-trekking/mulher-em-trekking-de-varios-dias/jaquetas-de-pluma-soft-shell/jaqueta-de-penas-de-trilha-x-light-1?skuId=2354522) e foi maravilhoso, bem melhor do que o fleece que já tinha. Ele vira uma bolsinha e é perfeito para carregar na mochila de ataque para os momentos de pausa em que o frio bate. 3ª camada: Impermeável. Uma jaqueta impermeável boa é essencial para cortar o vento e te proteger da chuva. Comprei essa (http://www.decathlon.com.br/trilha-e-trekking/mulher-em-trilha-intensiva-de-1-dia/jaquetas-impermeaveis/jaqueta-impermeavel-trilha-arpenaz-300-feminino-quechua?skuId=1821308) por 200 reias e foi ótima. Algumas já vem com a 2ª camada acoplada e destacável. Para a parte inferior compramos 2 calças de trilha cada um (meu namorado comprou as que viram bermuda) e uma impermeável para colocar em dias de chuva. Você pode comprar tanto uma calça propriamente dita (que foi o que fiz) o só uma tipo de motoqueiro para colocar por cima da outra (que foi a opção do Dudu). Tenha também luvas impermeáveis. Levamos aquelas de neve, porém vimos pessoas com luvas finas impermeáveis que pareciam mais adequadas para trilha. ⁃ ITENS IMPORTANTES: 1) Bastões de caminhada, que nos ajudaram nas subidas e descidas. Veja se o valor compensa a compra no Brasil, pois é possível alugar por lá. Vimos o preço de 50 pesos/dia. Para nós, como tínhamos 10 dias de trilhas compensou comprar aqui. 2) Mochilas: Levamos 2 (além das nossas malas): uma pequena de ataque para as trilhas de 1 dia e uma maior (40L eu e 30L ele) para o circuito W (sem barraca e comidas). A mochila do Dudu ficou bastante cheia, então eu recomendaria a de 40L pois você pode colocar a outra dentro e arrumar com folga a roupa para os 4 dias. 3) Ziploc: Essa dica li em um blog e me ajudou muito a organizar as roupas para a viagem e proteger tudo da chuva. Também vimos uma ideia de colocar um saco de lixo por dentro da mochila e guardar tudo dentro, além da capa de chuva de mochila, claro. 4) Lentes: Para quem usa óculos saiba que o clima da patagonia não te ajuda. Eles embaçam e respingam; e nos momentos de neve/gelo um óculos de sol é necessário. Por isso eu usei lentes de 1 dia, que são um ótimo investimento para viagens, pois não há preocupação em conserva-las 5) Lanterna: essencial se você for ver o nascer do sol das torres. Levamos mas não usamos. 6) Eletrônicos: Levamos um adaptador universal pois as tomadas em alguns locais da argentina são de 3 pinos retos. Além disso também levamos um power bank para o circuito W. 7) Remédios: Mesmo se não for hipocondríaco como nós leve o básico. Anti inflamatório, analgésico comum como dipirona, relaxante muscular, salompas, esparadrapo e pomada tipo reparil. Essas medicações vão te ajudar nas trilhas. Há farmácias em todas as cidades (até el chalten), mas não vimos preços. 8 ) Garrafa de água: Leve uma de 500ml para as trilhas. Nas cidades (exceto Buenos Aires) a água da pia é potável e nas trilhas também há local para encher. Levamos cloro para a água e não usamos. 9) Silver tape: Dica também de um blog. Fixa tudo; usamos no casaco, no bastão. Leve, pode ser necessário Bem, essas foram as dicas gerais; vou tentar ser mais breve e escrever sobre o roteiro em si, rs. USHUAIA: Chegamos as 8h da manhã em um voo de Buenos Aires. O aeroporto fica a mais ou menos 10 minutos do centro e um táxi custa cerca de 10 dólares. Entretanto nosso host do airbnb nos buscou e nos deu uma carona até o flat. Ushuaia foi a maior das cidades que fomos. Não é especialmente charmosa como as outras e tem muitas ladeiras na área do centro. Além do centro há uma região um pouco afastada com muitos hoteis e hostels. A não ser que você tenha carro eu recomendaria ficar no centro, onde ficam os restaurantes e agências. Nosso flat no airbnb ficava no alto de uma ladeira, mas a 5 quadras da rua principal, então gostamos bastante da localização e custo benefício (https://www.airbnb.com.br/rooms/15936711). Com 3 dias na cidade e mais uma manhã nosso planejamento era laguna esmeralda em um dia, pinguineira/canal beagle no segundo, e parque nacional no terceiro, com ida a um museu em algum tempo livre. Talvez a essa altura já seja possível perceber que não foi plausível fazer tudo e por isso eu sugiro um dia a mais. DIA 03/11 - Parque Nacional Terra do Fogo: Chovia bastante quando chegamos e perdemos 2h entre café da manhã, vestimentas e câmbio. Há um centro de informações muito prestativo bem no centro da cidade, onde além de carimbarem seu passaporte é possível pegar mapas e instruções de como fazer os passeios por conta própria. Neste local fomos fortemente desaconselhados a ir na laguna e, para não deixar de fazer nenhum passeio, fomos ao parque. As vans saem a 2 quadras do centro de informações, com preço tabelado em todas as empresas de 500AR ida e volta por pessoa. Eles nos deram a opção de ser buscado em alguns pontos do parque em horários pré estabelecidos (12h/15h/17h). As saídas, pelo que perguntamos, são de hora em hora. Talvez para mais de 2 pessoas valha a pena fechar um taxi, mas como estávamos em 2 e indo em um horário pouco procurado optamos pela van. A entrada do parque custa 500AR por pessoa e lá também é possível se informar sobre trilhas. Inicialmente planejávamos fazer a senda costeira (trilha 2), porém pelo mau tempo e pelo último horário da van ser as 17h resolvemos fazer as pequenas trilhas da área final do parque. Elas começam a partir do centro de visitante Alakush (ponto vermelho) e terminam no ponto azul, onde os onibus de turismo param para fotos. Acho que são as melhores opções para quem não tem preparo físico e/ou tem pouco tempo. As trilhas são sinalizadas e bem fáceis (quando eu digo isso acreditem! Não precisa nem do bastão). Em 4h percorremos todas as 6 com uma longa parada para lanche. É importante levar comida e (nesse caso) água, pois fora o centro de visitantes não há locais para comprar e não vimos muitas fontes de água. O parque mesmo com chuva é lindo, mas confesso que ao final já estávamos cansados e ficamos felizes com a volta da van ser as 17h. Indo de novo iria cedo e levaria um lanche mais robusto. Foto no fim da trilha (ponto azul) No caminho de volta vimos a estação de trem de onde sai o passeio do trem do fim do mundo. Já havíamos lido um pouco sobre ele e não ficamos muito afim de fazer esse passeio pelo preço (quase 50 dólares) e por acharmos que a caminhada no parque valeria mais a pena. Retornamos para a cidade e eu queria jantar a famosa centolla. O preço do bicho inteiro é 800 AR para 2 pessoas e o local mais famoso El viejo Marino. Como ainda não estava aberto e meu namorado não se animou para comer paramos em um outro restaurante de frutos do mar: casa dos mariscos (caro e mediano). Inclusive, essa foi uma impressão bem comum de muitos restaurantes na patagônia (quando houver algum bom falarei, claro!). Em muitos locais paga-se o equivalente a 60-70 reais por pessoa para comer um prato+bebida... sem que esteja tão bom! DIA 04/11 - Pinguinera terrestre Este era um dos passeios que mais queríamos fazer: a caminhada na ilha dos pinguins! A única empresa autorizada é a Piratour (as outras revendem) e, por serem apenas 40 pessoas por dia, decidimos reservar com antecedência pelo site ($100 por pessoa pedimos desconto e conseguimos $20 no total, então não custa tentar). O pagamento pela internet tem a desvantagem do IOF, mas não queríamos correr o risco. Conhecemos algumas pessoas que reservaram pela brasileiros em ushuaia, mas apenas da comodidade de pagar em reais o preço pode acabar saindo mais caro (veja a cotação do dólar na época). O passeio sai às 9h do porto, com pagamento de 20AR de taxa portuária. A primeira parte no passeio é igual a que a maioria das agências oferece durante todo o ano, com navegação pelo canal beagle e paradas (sem descer do barco) para ver leões marinhos, pássaros semelhantes a pinguins e o famoso farol. Após 2h e meia chega-se a Estancia Haberton, onde 20 pessoas fazem pausa para alimentação e 20 vão para a ilha dos pinguins em um barco menor. Havíamos levado sanduíches, mas como somos famintos resolvemos comer um bife, que estava horrível! Leve lanche ou só coma algo tipo um salgado (a empanada estava boa). A caminhada com os pinguins dura 1h e é feita sob a supervisão de um guia. Eles são animais super fofos e você pode ver 2 espécies diferentes com comportamentos diferentes ! É possível chegar bem perto dos animais, pois muitos pinguins constroem os ninhos próximo ao caminho demarcado! Entretanto, bom senso é necessário para não atrapalhar a vida selvagem né... No nosso grupo, uma sem noção fez uma selfie mexendo no arbusto no ninho e foi bicada pelo pinguim... Nesta época do ano ainda não há filhotes, mas já podemos ver os ovos sendo chocados! Após retornarmos para a ilha há um tempo para conhecer um museu de ossos gratuito bem simples. A volta a Ushuaia ocorre por terra de ônibus. Não tenho ideia da duração pois é claaaaro que dormimos profundamente (não é a toa que não gostamos de passeios de ônibus), parando apenas para ver as famosas árvores inclinadas pelo vento. Considero esse passeio imperdível em Ushuaia e, apesar do preço, valeu a pena! A unica vantagem de comprar lá é não pagar o IOF, porque, ao contrário de outros locais como Atacama, os preços não estava mais baratos por lá e o barco foi lotado. A noite jantamos no restaurante Andino Gourmet, que é gostoso (mas naquele preço patagônico). Comi uma massa deliciosa recheada de cordeiro (240AR). DIA 05/11 - Trekking Laguna Esmeralda Na véspera havíamos passado no centro de informações para saber sobre o passeio a laguna esmeralda e fomos aconselhados a fazer com guia. A justificativa era a lama que havia se acumulado além do normal... Com base no que tinha lido eu estava super decidida a fazer por conta própria com o mesmo esquema de van do primeiro dia (AR300), porém acabamos conhecendo um casal de brasileiros super gente fina que já havia reservado tudo (Por $120 na brasileiros e ushuaia) e ficamos muito na dúvida. Com medo, acabamos fechando na Criollos por ($100) o passeio com guia, lanche e almoço. Na manhã do dia seguinte qual não foi a nossa surpresa ao ser buscado pelo transfer às10h: o casal ia conosco! Ou seja, as empresas novamente só revendem (por preços distintos) o passeio. Quem executa é a empresa Valle de lobos, que além de fazer o trekking, opera um centro invernal com passeios de trenó e moto de neve. Fomos com os bastões, que foram úteis, já que no início e no final da trilha há subidas. É considerada uma trilha fácil (5km por trecho) e vimos famílias com crianças. Porém não achamos tão fáceis quanto as do parque por conta dessas subidas, mas nada demais! A paisagem da laguna é maravilhosa e como nesse dia pegamos um tempo lindo tudo ficou melhor! Realmente o pessoal do centro de visitantes estava certo: com chuva não deve ser um passeio tão interessante, pois a laguna muda de cor com o sol! Verdade seja dita, NÃO é necessário guia (não nesta época do ano; com neve a coisa muda). Claro, ele te mostra locais com menos lama (tem muita) e pode te levar para fora da trilha por um trecho sem ninguém. Mas se você for por conta própria verá várias pessoas fazendo a trilha e ela é bem demarcada (marcações nas árvores, tábuas, pegadas no chão e pessoas te ajudam a encontrar o caminho)! Só não ficamos frustrados porque, além do guia ser gente boa, também estava incluído no passeio um lanche na laguna (café/chá e 2 sonhos) e um almoço em uma cabana de madeira super fofa na volta da trilha. Essa "cabana hobbit", como chamamos, tinha lareira, música e estava já preparada com uma tábua de frios e vegetais e outra de carne. Para completar ainda bebemos 2 garrafas de vinho! A noite fomos junto a esse casal e mais uma brasileira ao Dublin Pub, o único bar da cidade (até procuramos, mas não achamos outro!) Justamente por isso fica lotado! Chegamos às 20h e pegamos uma das últimas mesas. O local tem atmosfera rústica e música mais alta, mas é bem legal. Tem chopps e cervejas de garrafa pequenas (90-100AR) e alguns petiscos. Gostamos da cerveja Antares, mas não tanto da beagle! PS: Obrigada pelas fotos, Renan e Paloma!! E pela companhia, claro ! hahaha 06/11 - Ushuaia -> El calafate Neste dia a ideia inicial era ir ao museu que funciona na antiga prisão pela manhã. Porém nosso voo foi antecipado, então tivemos que sair as 11h do apartamento e acabamos desistindo. Caso tivéssemos mais um dia esse seria nossa escolha para um o primeiro dia bem leve.. já que no nosso caso acabamos ficando bem cansados pós voo e parque. Outro passeio que não fizemos foi a subida ao glaciar martial, em que se pode ter uma bela vista da cidade. Entretanto os que subiram relatam ser bem cansativo e como ainda iríamos ver tantos glaciares maravilhosos, nem ficamos sentindo tanta falta. EL CALAFATE Chegamos pelo aeroporto, que fica um pouco afastado da cidade. As vans da empresa Ves Patagonia não precisam de reserva e saem a cada hora mais ou menos (160AR ida/ 240AR ida e volta). Quando chegamos uma havia acabado de sair e como não queríamos esperar 1h dividimos um taxi com outro casal brasileiro que conhecemos na fila. O preço de ida é fixo em 480 AR e a volta é uma promoção fixa em 300AR. Reservamos pelo booking.com um quarto privado no Bla guestohouse, um pequeno hostel muito bem localizado e que gostamos muito! Eles revendem os passeios sem custo adicional (até o big ice pode ser reservado com eles!) e são super prestativos, além de terem uma boa cozinha e café da manhã ok (suco, café, frutas, torradas, cream cheese e doce de leite). A cidade é bem menor que ushuaia, porém mais bonita e sem ladeiras! Em uma tarde é possível caminhar toda a rua principal e ir até o lago Argentino. Havíamos planejado 3 dias inteiros na cidade, mas como disse antes, acho que 2 bastariam (tirando el chalten, claro). Isso porque eu achava que no dia do Big Ice teríamos pouco tempo para conhecer as passarelas e iríamos querer um dia para voltar ao parque. Depois vi que essa ideia não tinha muito fundamento... No dia de chegada lanchamos no Pietros, um local com um sanduíche gigante ok e com um bom custo benefício, andamos pela cidade e jantamos na pizzaria Napoleon, que não curtimos muito a pizza. Na saída fomos surpreendidos por esse por do sol lindo (às 21:30 ) DIA 07/11 - Tirolesa Não tínhamos nada agendado para o dia, mas após algumas pesquisas na véspera nossa ideia inicial era um passeio com a Kayak santa cruz pelo rio, que durava o dia todo e tinha uma parte de trekking. Porém no próprio dia 6 a empresa nos informou que as condições climáticas do dia seguinte não permitiriam a saída. A atendente do hostel, então, nos sugeriu a tirolesa com a empresa cerro frias, que era um passeio de meio dia. Nos buscaram as 9h em um ônibus e, ao chegar, fomos divididos entre o grupo que faria tirolesa e os que fariam 4x4 ou cavalgadas. O passeio dura uma manhã e você desce morro abaixo por 5 tirolesas distintas com uma bela paisagem ao fundo! Não dá medo nenhum e é bem divertido; acho que as crianças devem adorar (embora fossemos 6 adultos no nosso dia, rs). Ao fim há um almoço com entrada, prato principal e sobremesa, que estava bem gostoso. Às 14h já estávamos de volta ao hostel. O custo foi de 1550AR por pessoa (88 dólares). Não foi um passeio que planejamos, mas se você tem tempo e dinheiro acho super válido! Como de manhã (ao contrário da previsão) o tempo havia ficado bom, nos animamos para um outro passeio de caiaque que lemos no grupo, o do por do sol no lago argentino! Pela empresa kayak santa cruz custa AR 800 e sai da cidade às 18h. Chegamos a pagar no hostel, porém um temporal fez com que eles cancelassem e devolvessem o dinheiro, sem nenhum problema. Acabamos tendo um tarde relax com uma café no agradável Olívia, uma cafeteria super fofa no centro. A noite combinamos de jantar com aquele casal que havíamos conhecido em Ushuaia no Isabel Cocina al disco. Repetimos somente 2 restaurantes na viagem e esse foi um deles. Fizemos reserva, pois fica bem cheio no jantar! Não tente inovar, peça algo no disco de ferro (que dá para 2 pessoas). Os discos custam em média 400-500AR, mas dessa vez não reclamamos de pagar, pois tanto o de bife, quanto o de cerdo estavam muito saborosos. Ambos já vem com vegetais e alguns acompanhamentos dentro do disco (tudo misturado). A adega também tem vinhos acessíveis e uma longa carta. Pagamos 665 por casal, atém menos que em outros locais e comemos bem! DIA 08/11 - Big Ice Esse é O PASSEIO de El Calafate! Escrevendo agora e revendo as fotos eu vejo que valeu muito a pena! Já digo logo, é caro. Muito caro! Novamente apenas uma empresa, a Hielo y aventura, faz o passeio e o custo é de AR5.600. Compramos pelo site e nos saiu ainda mais caro (cambio, IOF), mas ficamos com medo de não ter vaga. Uma opção bem interessante é mandar um email para a sua hospedagem perguntando se eles podem intermediar a reserva e aí você paga quando chegar. Não fizemos isso pois não sabíamos o quão simples (e sem custos!) isso seria no nosso hostel. Às 7h da manhã fomos buscados pelo ônibus da empresa. Existe a opção de não pagar o transporte, porém creio que saia mais caro, já que o parque fica afastado, não há ônibus público, os taxis são tabelados e o aluguel do carro é tipo 1300 pesos/dia pelo que ouvimos (não chequei)! De 9-10h é possível caminhar pelas as passarelas, que já dão uma dimensão da imensidão do perito Moreno. Em 1h só tivemos tempo de fazer o percurso central, porém você já vê a geleira de vários ângulos e não ao final do passeio não sentimos necessidade de caminhar mais. O bom é que neste horário ainda está bem vazio, já que as excursões que vão só até as passarela chegam um pouco mais tarde. Após o retorno para o ônibus seguimos até um porto e de lá pegamos um barco até uma área na lateral do perito moreno, de onde partem os trekkings. Neste ponto há um local com armários e você leva só o essencial. No nosso caso já estávamos apenas com mochila de ataque e nossos lanches (não há cafeteria por lá). Alguns itens que eles exigem são: óculos de sol e luvas que protejam do gelo (eles tem alguns extras para os que não levaram). Também é interessante ir com calça impermeável, bota de trekking, corta vento e proteção para as orelhas! Vimos um casal brasileiro de calça jeans, bota de couro e casaco de lã... não sei como eles fizeram o lanche sentados no gelo. Novamente demos sorte com o tempo, então ouso dizer que estava até calor no nosso dia e tive que tirar minha segunda pele e ficar só com a calça impermeável! Mas mesmo com sol ventou bastante e quando paramos de andar fiquei com frio. A entrada no gelo para os que fazem o mini trekking ocorre após um caminhada bem breve (1km no máximo). Entretanto, para os que fazem o big ice são 3km de uma trilha ingrata, com subida em sua maior parte . Na metade do caminho passamos por uma cachoeira e depois mais subida por um bosque! Algumas pessoas levaram bastões para esse início, mas como no gelo não são recomendáveis não levamos. Essa trilha cansa mais do que o big ice em si, juro, pois você vai seguindo o ritmo dos guias e eles não fazem muitas paradas. Ao chegar no ponto de entrada são instalados os grampões nos pés e um equipamento na cintura, para o caso de algum acidente. Os grupos são de 10 pessoas com 2 guias e você deve sempre andar em fila e com todo cuidado onde pisa. No início é um pouco frustrante pois todos querem parar para fotos e os guias pedem para seguirmos. Acredite neles: a graça e grande diferença do big ice é entrar mais para o meio da geleira e ver as formações que o gelo vai formando! Como elas estão em constante mudança não há um percurso fixo e cada grupo vai por um caminho. Nosso grupo foi bem lento pois uma americana parava a toda hora para fotos. Ela também estava com bastões (que são desaconselhados pelos guias) e acabou torcendo o pé. Nesse ponto aproveitamos para fazer nosso almoço no gelo (incrível!) e um dos guias retornou com a moça para a base. Por isso todo o cuidado é pouco! E confie que nos momentos apropriados para fotos eles deixarão todos pararem e tirarem com calma. Apesar de termos avançado menos que outros grupos vimos muitas formações lindas e ficamos cerca de 2-3h no gelo! Na volta é hora de se livrar dos grampões (alívio) e refazer o caminho por todas as etapas (geleira -> trilha -> barco -> ônibus). Realmente, se você quer apenas um gostinho de andar na geleira o mini trekking deve te satisfazer, mas acho que ele não te permite ver as partes mais bonitas, que são os rios, "sumideiros" e as formações que são esculpidas no gelo. Ao total foram 16km de caminhada pelo marcador do celular! Chegamos depois de 19h no hostel e só tivemos energia para ir ao restaurante exatamente ao lado dele: "Buenas Cruces", que é gostoso, mas caro (400AR/pessoa). Se valeu a pena? As fotos falam por si! Mas com certeza! É o não é de tirar o fôlego? EL CHALTEN: DIA 09/11 - Ida para El chaten É claro que no dia seguinte estávamos bem cansados, afinal somos sedentários, lembra? A ideia inicial era ir no ônibus de 7h para El chalten, porém acabamos comprando passagem para o de 13:30, com medo de estarmos mortos hehe. Acabou que foi uma boa ideia, porque realmente não tínhamos condição de fazer nenhuma trilha na chegada de el chaten. Neste ponto é importante saber os seus limites; não adianta não ter condicionamento físico e planejar uma viagem com trilhas em muitos dias seguidos. E ainda teríamos muita trilha pela frente! A passagem para El chaten custa 600AR o trecho/pessoa e é super tranquila de comprar na véspera ou até na hora. Várias empresas fazem o trajeto, todas com o mesmo preço e algumas mudanças de horário. Compramos com próprio hostel na véspera, pela empresa Chalten tur. A rodoviária mudou (não sei há quanto tempo) de lugar e agora fica em um local afastado - andaríamos cerca de meia hora com malas - então pegamos um taxi, que fica por volta de 60-70AR. O trajeto até el chalten dura 3h e, logo antes de chegarmos na cidade, há uma parada de 15 minutos no cento de informações do parque, onde você pode pegar mapas e receber instruções. Lá também é o local que você deve se registrar para as fazer trilhas mais longas e com equipamentos. Após 5 minutos chega-se na rodoviária, onde há um outro local com distribuição do mapa da cidade e informações das trilhas / tempo. Na chegada já compramos nossa passagem de volta (que foi desnecessário pois várias pessoas compraram na hora) e já reservamos o transfer para a hosteria pilar no dia seguinte (150 AR/ pessoa), pois havia previsão de bom tempo! El chalten é uma cidade ainda menor que el calafate, quase uma vila. Tem supermercado, restaurantes bonitinhos e farmácia, mas não há casa de câmbio formal, por exemplo. É difícil ficar mal localizado, pois caminha-se de uma ponta a outra em 1km mais ou menos. Ficamos em um trailler "complejo como vaca" que não recomendo. Além do atendimento ser inexistente para check in e informações gerais, a água quente dura 3 minutos ou menos e no final ainda me cobraram o valor errado! Conhecemos brasileiros que ficaram no hostel racho grande (com restaurente 24h) e no lo de trevi e gostaram. Há trilhas para muitos dias, mas as mais famosas e que estavam na nossa lista eram: laguna de los três e laguna torre. Planejamos um dia a mais pela questão do tempo, mas se estivesse bom em todos dos dias tentaríamos fazer a trilha lomo del pliegue ou o passeio a laguna del desierto, que é mais afastada (precisa de transfer, mas tem pouca caminhada). Como vocês verão a frente, a patagônia é imprevisível (e nosso condicionamento não ajudou ), então só conseguimos fazer essas 2 mesmo! Neste primeiro dia jantamos no rancho grande, que tem pratos de milanesa enormes por um preço acessível. Por 500AR comemos empanadas (não comam, estavam péssimas), milanesa de carne (boa e bem servida), cerveja e refri! DIA 10/11 - Laguna de Los tres O tempo amanheceu bonito e a empresa do transfer nos buscou às 8h. A van foi cheia e a empresa las lengas sai em 3 horários (8h, 9:30 e o outro não lembro...). A ideia de ir até este local é iniciar a trilha por um sandero mais fácil e ainda passar pelo mirante piedras blancas na subida para a laguna. Apesar do parque não cobrar entrada, todas as trilhas são bem demarcadas e as principais contam com placas de quilometragem. Nossa contagem no celular em todos os dias deu muito maior e a sensação de cansaço foi mais compatível com ela do que com a marcação do parque! Da hosteria até a "entrada" da trilha são 2,5km e até o mirador mais 2,5km por um bosque com algumas subidas leve (menos do que pelo sandero principal, sem dúvida). Após o mirador o caminho fica mais aberto e logo se chega no acampament poincenot, que é um camping básico apenas com fossa. Até lá foram mais ou menos 8km, realmente sem muita dificuldade. A partir dai que a coisa fica mais complicada. Oficialmente são mais 2km, sendo o último com uma subida de 700m pelas pedras (SIC). Você não chega a escalar e também não fica com aquela vertigem, mas a subida é ingrime e em zigue-zage e é recomendável não subir em caso de vento forte, chuva ou neve. Ese km final é estimado em 1h, mas nós levamos quase 2h e foi a trilha mais pesada que fizemos na viagem. É claro que isso vai da opinião de cada um e chegamos a ver uma criança fazendo a trilha... Nesta foto se você observar bem dá ara ver mini pessoinhas caminhando rumo ao final da trilha. Ao chegar no topo... a lagoa estava congelada e a vista do Fitz Roy parcialmente encoberto ! Já sabíamos dessa primeira parte, portanto não ficamos decepcionados, mas pesquise antes e decida se você quer ir mesmo assim! Lanchamos e descemos até a lagoa congelada para algumas fotos e depois andamos cerca de 5 minutos para a esquerda por uma "trilha" não sinalizada, mas cheia de gente, que leva até a laguna Sucia. Esta está descongelada e fica com um azul lindo (que deve ser a cor original da outra)! Vale a pena andar até ela e é bem perto. Na descida também demoramos; o tempo já estava fechando e pegamos chuva em determinado ponto (essa última foto já é da descida). Fizemos o caminho de volta pelo sandero principal e foi ai que pudemos ver o quanto cortamos na ida! São 8km do poincenot até o ínicio da trilha, mas parece ser muito mais... Faltando 4km passamos pela laguna capri (o tempo estava feio, então não achamos tão bela) e ao final descemos os últimos 2-3km por um bosque com um bom declive. Novamente ficamos muito satisfeitos por ter começado pela hosteria e não ter subido tudo aquilo. Chegamos de volta à cidade às 18h, totalizando 9h de caminhada (e 26km pelo marcador!) Claro que isso tudo foi andando no nosso ritmo mais lento e contando paradas para fotos e lanches (levamos sanduiches, sucos, barrinhas e frutas todos os dias; água é possível pegar na trilha, mas leve sempre um pouco). O jantar foi na hamburgueria B&B, que recomendo muito! Comemos hamburguer, batata com cheddar e cerveja e pagamos 565AR para os dois. DIA 11/11 - Descanso Esse dia acordou com muita chuva e estávamos bem cansados do dia anterior. Pensamos em fazer a trilha até os miradores e a cachoeira, que são bem próximas a cidade, porém o tempo não permitiu. Claro que bate uma frustração, porém aproveitamos o dia para descansar e comer (bastante!). Em comemoração ao nosso ano de namoro, almoçamos em um restaurante de massas (Maffia) super gostoso, com massas artesanais e vinho (AR 350/pessoa), que recomendo. A noite comemos empanadas no che empanadas, - um fast food com empanadas deliciosas por tipo 40AR - e sobremesa na waffleria (170AR o waffle com dece de leite, coco e sorvete). Fechamos o dia gastronômico acompanhando nossa amiga de ushuaia e duas outras brasileiras no B&B com uma cerveja. DIA 12/11 - Laguna Torre e Lagunas Madre y hija Iniciamos a trilha para laguna Torre a partir da cidade, acompanhados das 3 meninas do dias anterior. São 10km de ida em uma trilha bem mais tranquila e com muito pouca subida. Demoramos cerca de 3h e chegando lá o clima estava lindíssimo e ficamos por quase 2h na lagoa, descansando, comendo e tirando fotos (inclusive vimos uma raposa!). Durante a caminhada de volta, conhecemos um corredor de trilhas que já tinha subido até laguna de los tres (sim, ele já estava em outra trilha) e nos recomendou muito que voltássemos por um outro caminho, que passaria por 2 lagoas bonitas e encontraria o final da trilha do primeiro dia, onde teríamos uma bel vista do Fitz Hoy. Sozinhos nunca teríamos topado esse desvio, mas aquela animação de grupo nos motivou a seguir por mais 3h (com bastante subida no início) até as lagunas madre e hijas. De fato são lindas, com uma prainha na lagona hija que dá vontade de passar o dia deitada. Porém, aproveitamos pouco pois ainda tínhamos um longo trecho a percorrer. Era por volta de 18:30 quando chegamos na trilha principal que desce de laguna de los tres. O céu estava límpido e conseguíamos ver o Fitz Hoy! Deve ter sido um dia perfeito para subir até a laguna de los três. Chegamos as 20:30 na cidade, após percorrer um novo recorde na minha vida de 31km!! Caso fosse fazer novamente esse percurso sairia mais cedo da laguna torre, porém como foi tudo não planejado não tínhamos como saber. Por esse mapa dá para ter uma ideia mais ou menos dos trajetos que fizemos nestes 3 dias. Terminamos o dia no restaurante La Cava, que é mais um wine bar e achamos meio caro e lento. DIA 13/11 - Dia de ônibus Acordamos mortos, mas felizes por termos feito as trilhas que queríamos e ainda um bônus. As meninas foram neste dia a laguna del desierto e as fotos são lindas. Acho que foi um bom passeio para descansar da trilha da véspera. Este dia foi um dia apenas de transporte, pois teríamos que ir de El chalten a el calafate e em seguida de el calafate a puerto natales. Pegamos o ônibus de 7:30 em el chalten e as 10:30 já estávamos em el calafate. O ônibus de volta faz uma parada no aeroporto de el calafate. A rodoviária, como disse antes, agora é afastada da cidade e não contávamos com isso... Como não há nada por lá e nosso ônibus para Puerto Natales saia apenas as 16:30, deixamos as malas no quiosque da zaahj e fomos almoçar na cidade (gastando 110 AR para ir e voltar de taxi). Voltamos ao Isabel, pois foi nosso restaurante favorito e comemos um disco de lomo. Já com saudades de arroz (né Aline?) pedimos para acrescentar essa iguaria no prato, o que custou 70 pesos a mais. Juro que o sabor estava ótimo, mas a cara do prato não ficou nada bonita hehe O ônibus para Puerto Natales foi comprado pela empresa Zaahj e paguei por paypall. Era a única das 3 que tinha horários à tarde, pois a bus sur e a cootra tinham apenas pela manhã e não em todos os dias a semana. A viagem dura cerca de 5h e meia, com uma descida pra carimbar a saída na argentina e outra para imigrar no chile. Não fazem perguntas e só carimbam o passaporte. As malas de mão passam no RX e um cão fareja o bagageiro. Declaramos nossas castanhas eles só olharam e nos liberaram. Porém, recolheram frutas e embutidos de algumas pessoas, então não acho um boa ideia levar mantimentos comprados na argentina, pois você corre o risco de ter suas comidas confiscadas. Chegamos em Puerto Natales as 22h. Os estandes da rodoviária estavam abertos ainda e algumas pessoas compraram as passagens para o dia seguinte para ir a torres del paine. Nós já tínhamos comprado as nossas pelo site da Bus-Sur, mas acho que seria tranquilo comprar na véspera, pois várias empresas fazem o trajeto. Nossa hospedagem da noite foi a maravilhosa pensão Pire Mappu Cottage. Fica a 5 min a pé (com malas) da rodoviária e tem quartos e banheiros super confortáveis! O único porém é que tivemos que andar 7 quadras até o centro para achar algo aberto para comer (grey dog, comemos um hamburguer bem grande, mas caro 19.000 para 2 pessoas). Depois, na volta para a cidade, descobrimos que os táxis rodam com preço fixos de 1500 CLP (2,5 dólares) por corrida... então pense se vale ficar tão perto assim da rodoviária ou mais para o centro. Como já disse, se fizesse novamente, pegaria o ônibus de manhã em el calafate e aproveitaria o dia para arrumar a mochila, fazer cambio e comprar comida para o primeiro dia no parque. TORRES DEL PAINE: Aqui começava a parte da viagem que tinha nos motivado a visitar a Patagônia e que foi a mais confusa para planejarmos. Qual a melhor forma de conhecer o parque? Onde se hospedar? Qual sentido caminhar? Como fazer as reservas? Milhares de perguntas surgiram na hora de planejar e a verdade é que aqui é o local onde a sua viagem pode tomar milhares de rumos. É possível ir ao parque em um tour de um dia de ônibus desde Puerto Natales (até de el calafate, mas acho loucura pelas 5h de viagem) ou ir de carro e fazer bate e volta em trilhas de 1 dia nas pernas do W (ir as torres e ao glaciar grey). Não escolhemos estas opções pois queríamos ir no nosso ritmo e sem ter que dirigir 100km até puerto natales após a trilha. Para quem faz de carro também há hospedagens nos arredores do parque mais próximas que puerto natales, mas as que vimos eram bem caras. Enfim, nossa opção era dormir no parque e queríamos fazer um dos famosos circuitos de trekking (Não me pergunte quem colocou isso na nossa cabeça)! Lembrando que não é obrigatório fazer os circuitos renomados: O, W ou o U. Se a sua opção não for caminhar por 4 dias seguidos você pode simplesmente dormir em um refúgio nas pontas do parque e fazer caminhadas a partir dali. Conhecemos muitas pessoas no refúgio torres que ficavam 1 ou 2 noites ali e faziam o ataque as torres em um dia e o passeio ao lago no outro, aproveitando duas das paisagens mais lindas do parque. A ideia de fazer o circuito é percorrer uma a maior área possível do parque sem ter que ir e voltar pelo mesmo trajeto. Há várias opções de hospedagem. Vimos hotéis luxuosos nas 2 pontas do W, um em na área torres e outro na área do grey, que devem ser os olhos da cara incríveis! No meio do parque também existem duas acomodações "de luxo", as cabanas de los cuernos e os domos franceses. Baixando de categoria temos os refúgios, com quartos compartilhados confortáveis, estrutura de banheiros e refeitórios. No circuito W há o Grey, Paine Grande, los cuernos, chileno e las torres (norte e central). Em todos estes refúgios citados e em mais um camping, chamado francês, há também o "camping gourmetizado", como apelidamos, com barracas armadas já com saco de dormir, isolante térmico e até colchão embaixo. Por fim, há a opção de alugar um espaço (pagando) para armar a sua barraca nestes locais com mais infra estrutura ou acampar em alguns dos campings gratuitos (italiano, torres). Para TUDO você precisa de reserva, o que impede um roteiro flexível e te obriga a lidar com as empresas que controlam esses campings, a vértice Patagônia e a fantastico sur. O preço é alto; alguns refúgios (chileno e los cuernos) te obrigam a reservar a alimentação junto e o serviço de reserva online estava péssimo. Ou seja, bastante estresse. Mandamos email com 5 meses de antecedência e não conseguimos reservar exatamente que queríamos! A impressão é que eles "guardam" pacotes para grupos com guia, mas nunca saberemos ao certo... Então minha sugestão é: reserve o quanto antes! Com a vértice não tivemos problemas no site, mas com a fantastico sur demoramos muito para conseguir. Não confie no site de reserva: mande email, mande reclamação no facebook... Mas voltando ao planejamento: se você quiser fazer o W você pode começar ou terminar pelas torres . Optamos pela segunda opção pois o sentido W invertido tem menos subidas e queríamos fechar a viagem com chave de ouro. É claro que corre o risco de estar muito cansado ao final, então você tem que ir se controlando e sabendo seus limites. O trajeto que queríamos fazer pode ser feito em 5 dias e 4 noites ou em 4 dias e 3 noites, caso você não durma a primeira noite no Grey. Acabamos fazendo em 3 noites por questão do dia de retorno do ônibus de puerto Natales. Nossa ideia inicial era ficar a primeira noite em Paine Grande, segunda em los cuernos e terceira no chileno, todas em refúgio. Não conseguimos refúgio em los cuernos nem chileno, então ficamos no camping de barraca armada na segunda noite em los cuernos e no refúgio torre central na terceira noite. Quanto a comida pegamos o full board em todas (em los cuernos era obrigatorio), pois não queríamos carregar toda nossa comida de 4 dias na mochila. Lembre-se que ele começa no jantar do primeiro dia e acaba no almoço do ultimo, então leve comida ou dinheiro para se alimentar nas refeições restantes. Abaixo, um mapinha do parque e do W. DIA 14/11 - Torres del Paine (Primeiro dia do circuito W) Pegamos o ônibus de 7h em Puerto Natales pela empresa bus sur (pela internet 8.000CLP). A viagem leva 2h até a entrada do parque onde compramos ingresso (21.000CLP) e assistimos a um vídeo educativo. No parque aceita-se pesos chilenos e dólares na conversão 1 dólar = 600 CLP. Da portaria laguna amarga é possível trocar de ônibus para chegar ao complexo Torres (hotel/refúgios) ou seguir no ônibus inicial por mais 1h até Pudeto, onde fica o catamarã que leva até o início do circuito (ou final, dependendo do sentido né...). Chegamos em Pudeto às 10h e aguardamos pelo catamarã de 11h na cafeteria, onde acabamos comprando lanches pois não tivemos tempo em Puerto Natales (🤑, 5800 por 1 banana, 1 suco e 1 pringles, foto abaixo). O catamarã dura 35 minutos e custa 18.000CLP ida e 30.000CLP ida e volta. Dica: pegue o catamarã assim que ele chegar, pois no nosso caso lotou e aqueles que chegaram depois de 10:50 tiveram que aguardar pelo próximo de 13h (que nem estava no cronograma). Desembarcamos na porta do refúgio Paine Grande 12h, onde comemos brevemente e deixamos nossas mochilas. A área externa do refúgio é ampla, com espaço para camping e também uma tenda de guardaparques. A ideia inicial era fazer um ataque ao grey (11km), porém optamos pela ida até o mirador do glaciar e retorno. Nossos amigos que ficaram no Grey comentaram que o mais bonito era o mirador na metade do caminho e as 2 pontes que ficam após o grey, que pela disponibilidade de tempo não teríamos possibilidade de chegar... Quem tem um dia a mais pode dormir no refúgio grey e visitá-las com calma. O caminho de ida até o mirador tem uma ascensão de 250m e não oferece muitos atrativos visuais além da laguna dos patos e o próprio glaciar, que vimos do mirador e é bastante imponente. O vento é intenso, então mesmo com sol é essencial levar o corta vento. Demoramos 2h e 20 minutos para ir e 1h e 45 para retornar e andamos um total de 16km neste dia (de acordo com o celular). Um ponto a considerar é que de modo geral os tempos estimados no mapa oficial do parque foram bem fidedignos, mas as distâncias pareceram seguir as mesmas medidas de el chalten, rs. >> Sobre o refúgio paine grande: É amplo, com área de quartos compartilhados e camping. A temperatura dentro do refúgio, ao contrário do que eu imaginava, é fria! Leve uma calça quente, meias e blusa de manga/fleece diferentes daquelas que você usará nas trilhas e que não sejam pijama, pois você precisará circular pelo refúgio. Os quartos tem 3 beliches cada (50 dólares cama simples e 80 cama com roupa de cama e cobertor). As toalhas são a parte (7 dólares). O andar inferior tem uma área de sofás com local com 10 tomadas para carregar celulares. O banheiro é bom e tem espaço para colocar as roupas secas e água quente. Há um refeitório amplo e uma loja de souvenir, ambos caros. Já havíamos comprado o pacote com refeições, que não é obrigatório e custa 50 dólares/pessoa. O jantar funciona de 19-21h e é simples, mas bem servido. O esquema é de refeitório, em que você vai compartilhar mesa com os grupos mais ecléticos possíveis: vimos desde excursões de escolas americanas até grupos de senhorinhas europeias da idade da minha avó. O cardápio foi uma sopa rala com pão, frango com purê, salada e um flan. Há opções para vegetarianos, celíacos e intolerantes a lactose. Durante a noite não passamos frio, mas por não ter levado o fleece parte de cima tive que dormir de casaco. O café da manhã tem “salada de frutas”, Pão, aveia, ovo, queijo, presunto e suco tang/ café de pó. Há fila e os guias passam seus grupos todos de uma vez, então se quiser sair logo cedo não se planeje para chegar às 7h, mas sim um pouco antes. O lunch box contém um sanduíche grande, uma barrinha de cereal, uma água e um chocolate. Uma dica que recebemos foi levar um ketchup ou similar para deixar o pão mais molhado e, se vc não gostar de almoçar com água, levar um suco. Abaixo nossas refeições em Paine Grande DIA 15/11 - Torres del Paine (Segundo dia do circuito W) Saímos às 8:15 de Paine grande com mochilas. O caminho tem subidas e descidas (nenhuma grande) e várias fontes de água. Inicialmente passa pela área do incêndio que atingiu o parque em 2011, depois margeia o lago skottsberg e por fim entra em um bosque. Chegamos às 10:50 no acampamento italiano. Lá há banheiros (leia-se: vasos com fossa), uma tenda de guardaparques com informações do tempo e dos sanderos e um camping para montagem de barracas próprias (mas que exige reserva). É de praxe deixar as mochilas cargueiras lá e não vimos perigo nisso (escondemos por baixo de outras). Nesse momento, já chovia e havia muita névoa, porém, como o tempo muda constantemente por lá, optamos pela subida até o primeiro mirador (francês), que dura cerca de 1h e 30 min para 2km. É uma subida inicialmente por área de pedras e depois por um bosque. Consideramos puxada, mas nada comparado a laguna de los três em el chalten. Ao chegar no mirador a vista estava um pouco mais aberta, porém nevava e havia muuuito vento então decidimos não prosseguir até o mirador Britânico (mais 3h de subida - 4km, mais inclinados que os anteriores). Demoramos exatamente 3h para subir e descer, com 2 pausas para pequenos lanches. Já na descida o tempo começou a abrir mais (foto abaixo) e nos arrependemos levemente por não ter seguido. Porém a patagônia é assim, imprevisível... Após um descanso no italiano seguimos por 2h e 30 até o refúgio los cuernos. No trajeto, passamos pelo camping francês após 30 minutos de pequena subida. Este é um camping administrado pela fantastic sur; onde aluga-se barraca armada e não há refeitório. Logo em seguida há a entrada para os domos franceses, que não conhecemos, mas parece ser um refúgio mais seletivo (e caro). Após o francês, inicia-se uma descida bastante inclinada de 1km e, ao chegar no nível do lago, há uma praia de pedra! Dela, seguimos pelo sandero margeando o lago por mais 2km, mantendo leve declive e com uma paisagem liiiinda! Nesta parte pegamos sol e muito vento. Chegamos ao refúgio as 17:15 sob um sol forte! Neste dia andamos o total de 26km. Pensando retrospectivamente, caso fizéssemos a subida ao britânico, chegaríamos tarde, talvez até perdendo o jantar... então acabou sendo uma boa ideia. >> Sobre o refúfio los cuernos: O local tem clima de chalé de montanha. Há cabanas (chalés privativos), quartos compartilhados e barracas comuns e premium. Tem uma pequena área de refeitório/bar e não tem lounge. O pacote de comida é obrigatório neste refúgio, mesmo para o camping. O jantar (19-20h) foi mais saboroso que o do primeiro dia. As bebidas são pagas a parte e pagamos 7 mil por uma cerveja e um sprite. Cuidado, pois a cerveja vem quente; então solicite um balde com gelo para colocar a latinha dentro. Como não havia vaga no quartos ficamos na barraca premium, que só significa que elas ficam em uma plataforma e que tem uma extensão protegida do vento e chuva. Já há saco de dormir e um colchão bem tranquilo embaixo. A vista da nossa barraca (número 1) era a mais alta, e imagino que a mais linda, mas o acesso a ela era bem difícil. Quanto mais baixa, mais fácil para acessar o refúgio (e o banheiro!!). Sobre eles, tanto o do refúgio quanto o do camping tinham 3 chuveiros de água quente (mais pra morna), mas sem local para apoiar as roupas. O ideal é levar 2 sacos, um com coisas limpas e outro para colocar as roupas sujas. A noite na barraca foi fria e dormimos de casaco, mas o saco de dormir segurou bem. De madrugada começou a chover/ nevar. Uma dica importante é não deixar as mochilas para fora, tanto pela chuva quanto pelos ratos (não vimos, mas há avisos na recepção de que eles podem comer suas comidas). Pela manhã o café é bom e é servido de 7-8h. Há ovos, sucrilhos, pão de forma, queijo, suco de laranja e café de pó/ chá/ nescau . Solicite geleia, manteiga e doce de leite, pois eles não parecem colocar para todos. DIA 16/11 - Torres del Paine (Terceiro dia do circuito W): Nesta manhã chovia forte de manhã, então aguardamos até as 9:40 para sair. Foi um dia bem tranquilo, com 5h de caminhada até o complexo Torres. Nosso plano inicial era se hospedar no refúgio chileno para reduzir o trajeto do 4o dia, entretanto não conseguimos reservar. A primeira hora (2,3km) é de subida, com desnível de 250m. Depois segue-se por uma trilha aberta em colinas, sem muita inclinação e margeando o lago Nordenskjol. Sem chuva acredito que seja o trecho mais agradável do parque, mas não foi nosso caso. Ao chegar em torres, inclusive, soubemos que tanto a trilha para o mirador britânico, como o quilometro final para chegar nas torres estavam fechados. Depois disso não reclamamos mais e nos consideramos até sortudos pela chuva ter vindo no dia mais brando. As 12:50 chegamos ao atalho oficial que leva ao chileno e paramos para comer nosso lunch box. Dessa vez veio com barra de cereal, chocolate, maçã ou laranja e um pão muito seco com frango e queijo. Além disso, roubamos pegamos um pouco de suco do café da manhã. Neste ponto, ao invés de pegar o atalho, seguimos para o complexo torres através de uma descida por um vale. Logo de longe já é possível avistar o hotel torres; e até o refúgio são mais uns 10-15 minutos de caminhada. >> Sobre o refúgio Torres Central: Dos 3 refúgios que visitamos este pareceu ser o maior e melhor, adoramos! É aquecido e tem área de bar e 2 lounges. Os quartos são 3 beliches com roupa de cama e toalha já incluídos (🎉) e o banheiro é excelente, com água quente contínua, área para pendurar roupas e shampoo/ sabonete. Também há internet, paga a parte. Como nos dois primeiros dias o tempo abriu após as 17h. Aproveitamos essa tarde para ostentar, comprando uma garrafa de vinho merecida após tantos dias de caminhada (13-15 mil pesos) . Na cafeteria há opções de tortas, cafés, bebidas diversas e lanches. O pacote de comida não é obrigatório nesse refúgio, mas já havíamos reservado. O jantar foi o mais gourmetizado e o melhor dos 3 dias, com carne e purê de abóboras. Um brasileiro que conhecemos no refúgio jantou no hotel Torres. Imaginávamos que seria muito mais caro, porém há opções de pizza a 12 mil pesos (tamanho médio) e pratos a 12-15 mil (Cordeiro, inclusive). Ele trouxe comida de Puerto Natales para café da manhã e “almoço” no dia seguinte (invejamos), então provavelmente gastou menos que nós, que reservamos todas as refeições. Essa é uma boa opção para quem começa pelo lado Torres ! DIA 17/11 - Torres del Paine (Quarto dia do circuito W): O dia amanheceu com um sol maravilhoso e invejamos aqueles que viram o nascer do sol nas Torres. Saindo do chileno as 4h da manhã é possível (vejam fotos na internet, é lindo demais!) Porém, como estávamos mais distantes isso seria inviável. Então decidimos apenas sair o mais cedo que conseguíssemos. O café da manhã começa às 7h e funciona em 2 turnos. Me parece que colocam grupos com guia antes, porque tanto no jantar como no café nos colocaram no segundo turno apesar do nosso check in ter sido relativamente cedo. Entretanto, caso queira sair cedo, é possível solicitar uma reserva para as 6h da manha e eles deixam seu café montado no refeitório, sem custo extra. Fizemos isso e valeu muito a pena, pois quando todos iniciavam o café nós já estávamos nos arrumando para sair. Saímos 7:30 e levamos 20 minutos até o início oficial da trilha. Olhem a diferença do hotel torres em menos de 24h (na nossa passagem no dia anterior e na subida deste dia) Até o chileno são 1h e 30 min, com 1h de subida por terra e depois meia hora de descida leve beirando um penhasco, com vistas incríveis! O refúgio chileno é pequeno e lembra um pouco los cuernos. A área de refeições tem tamanho semelhante e os banheiros a mesma disposição. Também há local para aluguel de barracas armadas em plataformas, mas ouvimos que não há o colchão debaixo do saco de dormir. Após mais 1h e 30 de subida por um bosque chega-se ao acampamento Torres, onde as barracas são próprias e a única estrutura são vasos sanitários (com descarga!). A partir desse local são 45 minutos até as Torres, com subida inclinada por pedras. Demoramos 1h para subir e não vou mentir: foi puxado. Em alguns momentos é necessário até usar as mãos. Entretanto, achamos menos pior que a subida de laguna de los três e a vista... sem palavras!! O dia estava incrível e ficamos 1h e meia lanchando, fotografando e, é claro, olhando a vista! A vantagem de subir cedo é que neste momento os ônibus vindos de Puerto Natales ainda não chegaram, portanto você terá uma subida mais tranquila (se for lento ou rápido) e uma paisagem mais limpa. Na descida já eram 13h e demoramos muito, pois grupos de mais de 20 pessoas subiam lentamente e as passagens são estreitas para praticar mão dupla. Às 17h, após 4h de descida, estávamos de volta no refúgio Torres. Em teoria não é permitido tomar banho após o check out, mas não há controle, então tomamos um breve banho. Nossa passagem já estava comprada pela empresa bus sur para as 19h. Entretanto, independente da empresa será necessário comprar um translado (por 3000 pesos) do refúgio torres até a portaria laguna amarga (se você volta por Pudeto os ônibus param por lá também). O local de embarque nestes ônibus de translado fica a 200m do refúgio torre norte e tem uma cafeteria com preço mais baixo do que o próprio refúgio, além de bons banheiros. Os horários de partida estão na foto abaixo. No retorno a Puerto Natales ficamos hospedados na mesma hosteria, até porque nossas malas estavam guardadas lá durante o período em que estivemos fora (esta pratica é comum). Jantamos no italiano, Mesita Grande, que recomendo, com ótimas pizzas de massa fina e custo bom (17.000 para 2 pessoas) DIA 18/11 - Puerto Natales -> El Calafate Neste dia passamos a manhã em Puerto Natales, onde há um centro com uma praça e igreja. Fizemos cambio para pagar a hospedagem e almoçamos novamente no Mesita Grande, desta vez massas (24.000 CLP para 2 pessoas). Às 14:30 pegamos o ônibus de volta para a Argentina. Já havíamos comprado a passagem pela internet e eu recomendo que você ao menos pesquise os horários de saída ou já compre com antecedência ao chegar em Puerto Natales. Um brasileiro que voltou conosco de Torres só conseguiu passagem para 2 dias depois, pois já estavam esgotadas e algumas empresas não viajam todos os dias. Na viagem de volta pegamos uma nevasca, que fez com que o motorista fosse mais devagar (ufa!). O serviço foi o melhor dos ônibus da viagem, com direito a lanche de bordo (suco e bolinho). No retorno a El calafate alugamos um apartamento moderno no airbnb um pouco mais afastado do centro, em uma área com muitos hotéis e alguns restaurantes e foi ótimo. Chegamos na hora do jantar e tentamos ir em uma parilha famosa com vista para o lago, mas o frio e a chuva nos fizeram terminar a 100m da casa no restaurante esquina Varela. Achamos caro, com pratos bem servidos mas não tão saborosos (710AR o casal). DIA 19/11 - Descanso Neste último dia na cidade aproveitamos para comprar lembrancinhas além do necessário. Queríamos fazer o tal passeio de caiaque para ver o por do sol com a empresa kayak santa cruz. Maaaas novamente o clima impediu (dessa vez o vento forte). Acabamos passando a tarde fazendo um delicioso almoço caseiro (arroz e strogonoff) e vendo Netflix. Não era o plano inicial, mas como disse antes em 2 dias já havíamos feito tudo o que desejávamos e o único passeio que queríamos não ia rolar. Claro que há inúmeros outros passeios disponíveis, como 4x4, navegação no lago argentino, visita ao museu glaciarium e visita a estâncias de animais, mas não ficamos muito animados e já havíamos gastado bastante.. Chutando o balde de vez encomendamos uma pizza no Lechuza (melhor e mais barata que Napoleon) e terminamos nossa última noite na Patagônia com um vinho! DIA 20/11 - El calafate -> Buenos Aires Nosso voo de volta seria no fim da tarde e nem dormiríamos em Buenos Aires. Porém cerca de 1 mês antes anteciparam o horário e optamos por passar a tarde e dormir na cidade, enquanto nossas malas seguiriam direto para o Rio. Acabou que no dia o voo atrasou bastante e chegamos em Buenos Aires só a tempo de jantar (pagamos 115AR de táxi para ir e 180 para voltar ao aeroporto). Comemos na famosa Parrilha La Cabrera, onde há um desconto de 40% das 18:30-20h. Ainda assim gastamos 1000 pesos para carne, batatas e vinho, mas valeu a pena, pois a carne estava ótima. Dormimos a noite no hotel 5411 em Palermo e as 4h da manhã seguimos para nossa conexão no aeroparque. Chegamos no Rio as 10h da manhã de 21/11 e finito ! Ficou mega extenso, mas tentei colocar todos os detalhes que lembrei ! Neste link estão os gastos >>>>> gastos patagonia.xlsx 6 1 Citar
Membros D FABIANO Postado Dezembro 2, 2017 Membros Postado Dezembro 2, 2017 Valeu a viagem,a mesma que fiz em 2014. Faltou vocês conhecerem estâncias de ovelhas em Calafate e,ao contrário de mim,não fizeram o barco que vai pelo lago em Chalten. Para compensar,e muito,fizeram muitas trilhas,que não fiz nada. Valeram as fotos,para mim,uma grande é triste recordação de uma época tão feliz pessoalmente. Citar
Membros FCRO Postado Dezembro 18, 2017 Membros Postado Dezembro 18, 2017 @Julia Crossetti BOm dia Estou programando o trekking W em março, estava no site onde faz a reserva dos acampamentos e achei muito confuso O que eles querem dizer com Camping Plataforma Premium ? Já tem a barraca la?basta eu levar meu saco de dormir? Quando diz só plataforma seria só espaço pra eu montar a barraca que eu levar? Citar
Membros Flávia Fleury Postado Março 2, 2018 Membros Postado Março 2, 2018 Ei Julia! Estou querendo ir a TDP, mas pra fazer um trecking mais tranquilo, sem dormir no local. Vc sabe se isso é possível e se compensaria? Dormindo em Puerto Natales, gastaria quento tempo até TDP? Obrigada pelo post! Excelente! Flávia Citar
Membros schitini Postado Março 21, 2018 Membros Postado Março 21, 2018 Ei Flávia, Estou planejando minha ida a TDP novembro de 2018. Pelo que li, de Puerto Natales até a entrada do parque dá 2 horas de ônibus, então fica meio difícil ir e voltar todo dia. Para um trecking tranquilo, existem opção de hoteis e cabanas dentro do parque, além dos refúgios e campings, mas os hotéis são bastante caros. Existem também agências em Puerto Natales que fazem um passeio de 01 dia em TDP, e já vi um relato de alguém que foi de passeio particular em 2 dias. Se tiver mais alguma pergunta, talvez eu possa lhe ajudar. Citar
Posts Recomendados
Participe da conversa
Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.