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Aprenda a evitar gafes em viagens internacionais


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Cometer uma gafe é sempre um problema, mas a situação pode ficar ainda pior se o mal-entendido se passar em terra estrangeira. Ocasiões banais para brasileiros podem gerar situações incômodas em outros países, e a barreira linguística ajuda a tornar tudo ainda mais dramático.

 

Fonte: Folha.com

 

É considerado estranho e até invasivo, por exemplo, cumprimentar um estranho com um simples "olá" se a saudação for feita nas ruas da ilha de Manhattan, em Nova York, ou em Xangai, na China. Já os africanos são mais acolhedores e cumprimentam até desconhecidos com um "oi" geralmente seguido de "como vai, tudo bem?". E esperam resposta.

 

 

Nem sempre é fácil escapar das gafes durante as viagens internacionais

Nos países do Oriente Médio ou na Índia é preciso ter cuidado com o contato físico: apenas os muçulmanos e hindus ocidentalizados trocam apertos de mão com o sexo oposto. Ocidentais devem ser cautelosos e jamais tomar a iniciativa de apertar a mão de uma pessoa do sexo oposto.

 

Em "Viagem sem gafe", o autor Mark MacCrum orienta o viajante a como evitar que as diferenças culturais se tornem um problema ou gerem situações desastrosas.

 

Leia trecho:

 

Olho no olho

 

No Ocidente, as crianças são ensinadas a olhar os adultos nos olhos quando trocam um aperto de mãos. O contato visual direto é tido como o acompanhamento perfeito para o cumprimento, indicando sinceridade e confiança. Em países mediterrâneos, árabes e latino-americanos, o olhar fixo pode ser tão incisivo a ponto de causar desconcerto. Mas não se ofenda se, em outras partes do mundo, o interlocutor que você acaba de conhecer não retribuir a gentileza. Tanto no Japão quanto no Vietnã, o contato visual é em geral evita¬do, assim como na China, onde encarar seu interlocutor demorada¬mente é um ato considerado desrespeitoso.

 

Nos cafundós da Austrália, os aborígines de raça pura tendem a jamais olhar direto nos olhos do outro até que tenha sido estabeleci¬da uma firme relação de confiança. Nas regiões central e meridional da África, o costume é desviar os olhos ao falar com superiores ou pessoas mais velhas; já em Gana, na África ocidental, as crianças são ensinadas a não olhar os adultos nos olhos no primeiro encontro, pois isso indicaria desafio ou provocação.

 

Sorridente

 

Nos Estados Unidos e no Reino Unido, é um gesto polido sorrir quando conhecemos uma pessoa; por mais falsa ou assustadora que seja a careta de dentes arreganhados, a tentativa significa que você está pelo menos tentando se mostrar feliz com o encontro. Mas sorrisos de cumprimento não são um costume universal. Especial¬mente no mundo dos negócios, muitas culturas consideram que o ato de ser apresentado a alguém é coisa séria. Por isso, aqui vai uma sugestão: quando conhecer alguém, tome como exemplo o compor¬tamento de seu novo conhecido: se ele sorrir, sorria também; senão, boca fechada.

Se os japoneses ou indonésios sorrirem ou derem gargalhadas, pode ser que não estejam necessariamente achando engraçado o que você acabou de dizer - é provável que não tenham entendido algu¬ma coisa ou que estejam constrangidos e envergonhados.

 

Salaam

 

Os cumprimentos árabes completos podem ser bastante intricados. Depois da troca inicial de "Assalamu alaikum", acompanhada de um suave aperto de mãos, você pode então retirar a mão e tocar seu coração. Um anfitrião tradicionalista pode agora colocar a mão esquerda no seu ombro direito e beijá-lo nas duas faces. Não inicie esse gesto cordial, mas, se acontecer, você deve retribuir. Se depois disso seu anfitrião segurar sua mão, por mais que ele demore, não a puxe. Não se trata de uma cantada, nem de avanço sexual, gesto ou olhar convidativo (Deus me livre, vire essa boca para lá, numa parte do mundo em que a homossexualidade ainda é punida com a pena de morte!), mas um gesto franco e largo de amizade. Imediata¬mente depois, qualquer forma de gesto religioso é lisonjeira. Dizer "Inshallah" ("Se Deus quiser")* é respeitoso e sempre cai bem.

 

A expressão árabe, cuja transliteração pode ser "in xá,lláh", "wa xá,lláh" ou "wo xá,lláh", originou em português a expressão "Oxalá" ("e queira Deus", "queira Deus", "prouvera a Deus", "tomara", "assim seja"). (N. T.)

Cuidado com o que você observa com admiração, seja um relógio, um alfinete de gravata ou um belo enfeite; um anfitrião mais tradicional pode se sentir obrigado a dar a você o objeto de sua contemplação, e vai se ofender caso você recuse. Depois disso - e é aí que está o problema -, ele espera que você lhe ofereça um presente de igual valor. Por isso, se sentir vontade de elogiar o belo Rolex com diamantes incrustados de seu novo amigo, é melhor fazer isso de maneira indireta e disfarçada.

 

"Viagem sem gafe"

Autor: Mark Mccrum

Editora: Editora Globo

Páginas: 246

Quanto: R$32,00

Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

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Tem um outro livro muito legal também:

 

"Os Nortes da Bússola" do Fernando Dourado Filho.

 

Este livro é voltado para todos aqueles que, por motivos de trabalho, estudo, intercâmbio ou simples curiosidade, querem aprender a conviver com culturas diferentes. No mundo globalizado, não basta saber uma língua estrangeira: os cidadãos interculturais devem ter uma visão relativista para entender, tolerar e viver novos hábitos. A partir do olhar experiente dos autores, Os Nortes da Bússola apresenta uma verdadeira volta ao mundo, decifrando para o leitor o jeito de negociar e os costumes de chineses, japoneses, europeus, norte e sul-americanos e árabes. Apresenta um panorama do jeito de ser do brasileiro e indica os nortes da educação e da psicologia intercultural. Uma leitura de cabeceira para quem quer ampliar os horizontes e viajar, em todos os sentidos.

 

Recomendo. ::otemo::

  • 1 ano depois...
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