Membros Vale_do_Cafe_Guy Postado Setembro 16, 2017 Membros Postado Setembro 16, 2017 Agora em agosto aproveitei três dias que tinha de folga para visitar uma amiga que mora em Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha. Ela, que adora conhecer lugares novos assim como eu, fez as honras da casa e me levou pra conhecer alguns lugares na região. Meu único pedido é que fôssemos a locais mais alternativos aos três passeios mais comuns na região (e que eu já conhecia): Gramado, Canela e o Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves. Segue o relato. 1° dia (03/08, quinta) Comprei passagem para descer no aeroporto de Caxias do Sul, mas uma forte chuva na região da Serra Gaúcha obrigou o vôo a descer em POA. A Gol disponibilizou ônibus para levar os passageiros para Caxias, mas quase três horas foram perdidas nisso tudo. Esse contratempo prejudicou os passeios do primeiro dia: tínhamos combinado de ir aos Caminhos de Pedra de Bento Gonçalves, mas com o atraso e a chuva não seria possível. Então pesquisamos no Google “o que fazer em Caxias com chuva” e apareceu o Chateau Lacave, uma vinícola que fica numa edificação com ares de castelo medieval. Um imigrante uruguaio que produzia vinhos ordenou sua construção com base em plantas de um antigo castelo espanhol. Paga-se dez reais para entrar, a partir daí segue-se uma visita guiada pelos aposentos (tem até calabouço), vemos como era produzidos os vinhos antigamente. Numa determinada parte tem um trono com coroas para se tirar boas fotos. Também tem réplicas de armas medievais, aí sim o cosplay fica completo Ao final da visita guiada temos a degustação dos vinhos Lacave (já incluída nos 10 reais que se paga para entrar), se não me engano foram seis variedades de vinho/espumante e uma de suco de uva. Os vinhos são bons, nada de outro mundo, mas ainda sim bons. Acabei comprando um espumante brut (R$ 30) e um cabernet sauvignon por um preço honestíssimo, 18 reais. Saímos de Caxias e fomos até Monte Belo do Sul, uma pequena cidade bem perto de Bento Gonçalves. Um centrinho pequeno com uma igrejinha bem simpática nos recepcionava. Paramos no Il Divino Café, onde comemos tortas salgadas bem gostosas. Também compramos alguns produtos coloniais: biscoitos, graspa, doces. Pegamos um folhetinho turístico da cidade e decidimos ir numa cascata que ficava próxima ao centro. Não achamos, porém. Passamos na Vinícola Calza, a mais famosa da cidade, mas já estava fechando. Decidimos então seguir para Carlos Barbosa. Um pequeno city tour no centro e uma parada na Lancheria Original, que além dos lanches também tem algumas cervejas artesanais de marcas regionais. Para quem gosta de esportes, uma curiosidade: no Original foi fundada a multicampeã Associação Carlos Barbosa de Futsal, três vezes campeão mundial FIFA. Saindo do Original, fomos para a casa da Tayla, para descansar para o dia seguinte. 2° dia Acordamos cedo e fomos para os Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves. É uma rota turística que segue ao longo de uma estrada no distrito de São Pedro. Possui muitas edificações feitas de pedra (daí o nome), entre elas igrejas, casas, restaurantes e vinícolas. A paisagem é bonita demais, todos por ali falam que lembra a Itália. A primeira parada foi na Casa da Ovelha. Na entrada tem duas ovelhas “esculpidas” na poda de duas árvores e uma lojinha que vende diversos produtos derivados de ovelha, até cerveja com lactose. Tayla comprou um queijo de leite de ovelha (eu não gostei, é meio doce). Para entrar no parque, a bagatela de 50 reais! Somando nós dois e mais o Matheus, filhotinho da minha amiga, seriam 125 cabrais. Achei muito dinheiro para ver ovelhas serem pastoreadas e dar mamadeira pra filhotinho. Deixamos pra lá, andamos pelas imediações e tiramos algumas fotos da bela paisagem e também da igrejinha que fica ali ao lado. Pegando novamente a estrada passamos por vários lugares bonitos como restaurantes, lojinhas de produtos coloniais, até uma casa em formato de pipa de vinho! Na cantina Strapazzon não paramos, ela é famosa por ter sido locação do filme O Quatrilho. Estava na hora de degustar uns vinhos, então paramos na vinícola Salvati&Sirena. Tiramos várias fotos na área externa, entramos e continuamos com os cliques. Pra quem é muito adepto de Instagram, é um prato cheio para boas fotos. A degustação custou dez reais e eles foram bem generosos. Foram uns oito tipos de vinho pra provar, mais um de suco de uva e uma provinha de limoncello (a atendente tinha ouvido eu comentar que limoncello é muito bom, e foi bem bacana ter oferecido a bebida, que não faz parte da degustação). O legal aqui é provar vinhos que são feitos com variedades de uva não tão comuns de se achar. A variedade peverello, por exemplo, só se encontra por ali, e está extinta na Europa. Outras uvas não tão comuns são a Goethe e a Barbera Piemonte. Uma coisa comum no roteiro do Caminho de Pedra são as casas temáticas, como a da Ovelha que havíamos passado antes. Saindo da vinícola, tem a Casa das Cucas (espécie de pão/bolo tradicional naquela região), Casa da Confecção, e a Casa da Erva Mate. Paramos em frente a esta última, mas novamente não pagamos o ingresso para entrar, apesar do valor simbólico do ingresso. Só não tivemos interesse mesmo... Lá dentro aparentemente era uma réplica de como era uma antiga fábrica de erva-mate. Tiramos algumas fotos na parte de fora, e sentamos na grama ali em frente, curtindo um solzinho gostoso, nem parecia estarmos no inverno! O interessante ali, pra quem está vendo do lado de fora é a roda d’água, utilizada como força motriz no processo produtivo. Ainda passeamos bastante pelo CdP, que a despeito de ter apenas 12 km possui muitas e muitas atrações. Decidimos então ir ao Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio. Algumas estradas secundárias e de terra batida depois, chegamos ao Santuário. Um lugar bem amplo, que conta com duas catedrais, a original e uma bem maior, para comportar a grande quantidade de romeiros nas principais datas católicas. A antiga é bem mais bonita por dentro, enquanto a nova se impõe por seu tamanho e bela arquitetura externa. Entre as duas tem uma torre bem bonita, que conta com um grande relógio e os sinos do complexo. Falando em complexo, o local não é composto apenas pelas igrejas. Além delas, existe uma vila, uma ampla praça, mirante, restaurante, rádio... Ficamos um bom tempo aqui relaxando e contemplando a vista no mirante quando decidimos ir à Cascata da usina, que aparentemente ficava não muito longe dali. Depois de rodar um bocado, quando achamos o local, estava fechado. Parece que só abre na época do calor mesmo, e conta com camping. Nos demos por satisfeitos com o role feito até então e voltamos para Carlos Barbosa, pois o pequeno Matheus tinha consulta com pediatra. Depois da consulta, fomos apenas ao Morro do Calvário, que é o ponto mais alto da cidade de Carlos Barbosa. Tem uma igreja e um mirante por lá que proporciona uma vista bacana. Em seguida fomos à cidade de Barão, que fica ali ao ladinho. Apesar de ter colonização alemã, a cidade não tem nada de mais, nem mesmo casas com arquitetura típica (a cidade é a mais pobre da região, deve ser por isso). A única coisa que chama a atenção por lá é uma escultura gigante de um figo. Já escurecendo, voltamos para descansar e jantar. 3° dia Último dia do role, acordamos cedo e pegamos a estrada em direção à Veranópolis. Estrada sinuosa e pista única em quase todo o percurso. Tem que ter cuidado. Passamos pelo bairro Tuiuty em Bento Gonçalves, onde pode-se ver indicações para as vinícolas Salton e Cainelli e para a Cachaçaria Bucco mas não paramos. Muito cedo pra beber. Mais para a frente a primeira parada: a Ponte dos Arcos, bem na divisa entre Bento e Veranópolis. A ponte compõe muito bem o visual com o rio e natureza ao redor. Vimos algumas pessoas passando por cima dos arcos da ponte para tirar fotos, não chegamos a tanto. Ao lado da ponte um desses restaurantes de beira de estrada, o Recanto dos Arcos. O lugar é bacana, pois além de ter tomadas e wifi naquele meio do nada, tem comidinhas gostosas a preço justo, e produtos coloniais maravilhosos, também com preços bem em conta. O salame colonial é muito bom, me arrependi de não ter comprado mais. Além disso, como o lugar tem dois andares, na parte de cima a vista é sensacional da ponte e do Rio das Antas. Com o solzinho gostoso que estava, ficamos bastante tempo por ali, até pegar a estrada novamente e procurar um lugar que tinha visto na internet: o Belvedere Espigão. Que é basicamente uma parada de beira de estrada, assim como o Recanto dos Arcos. Mas o diferencial é que ele tem um mirante que proporciona vistas sensacionais do Vale do Rio das Antas. Bem legal mesmo. Próxima parada prevista: Cascata dos Três Monges. Aproximadamente 8 km à frente do Belvedere Espigão, a certa altura sai da rodovia e entra numa estradinha de terra, o Google Maps orientou de boa. Chegamos lá e a portaria estava fechada, acabamos indo embora (ficamos sabendo depois, então repasso a informação: no Parque dos Três Monges a porteira fica fechada para que o gado criado no local não fuja. É só abrir a porteira, entrar com o carro e fechar na sequência ). Como ainda tínhamos tempo livre e o passeio à Cascata não deu certo, resolvemos ir num lugar que algumas placas indicavam na rodovia: a Gruta Indígena. Voltando na rodovia sentido Bento, mais uma vez estrada de terra e estacionamos do lado de fora. Uma pequena trilha nem um pouco cansativa e chegamos na gruta. Um espaço amplo numa rocha maciça onde viveram tribos indígenas há muitos e muitos anos. Existe iluminação artificial em um esquema bem interessante: tem um interruptor do lado de fora, você acende a iluminação e quando vai embora, apaga. Não se perde muito tempo aqui, mas o local rende fotos bem interessantes. Na saída a Tayla quis tirar uma foto numa simpática estátua de São Francisco de Assis, o padroeiro dos animais, com dois bichinhos. Meu passeio pela Serra Gaúcha se encerraria tirando essa singela foto para ela, pois dali seguimos direto para a rodoviária de Bento Gonçalves, onde peguei o bus para Porto Alegre. Ainda dei uma voltinha por ali no centro histórico, comi e comprei souvenir no mercado municipal antes se seguir pro terminal 2 do aeroporto Salgado Filho. 1 Citar
Membros gustavo.woltmann Postado Novembro 23, 2020 Membros Postado Novembro 23, 2020 Muito legal. Obrigado por compartilhar o relato. Não conhecia essa parte da Serra Gaúcha. O Rio Grande do Sul é incrível e cheio de atrações. Abraços, Gustavo Woltmann Citar
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