Membros marcioomoraiss Postado Agosto 31, 2017 Membros Postado Agosto 31, 2017 (editado) O PRIMEIRO MOCHILÃO Esse foi a primeira vez que peguei uma mochila e viajei dessa forma e o mais importante, gastando pouco. Trocando hotel por hostel, trocando restaurantes pela cozinha do hostel, convivendo com várias pessoas, de vários lugares e várias culturas diferentes. Gostei tanto que nessa viagem eu já estava pensando na próxima. Foi uma experiência que eu posso escrever muito sobre, mas os sentimentos nunca serão relatados com fidelidade. Depois de muita pesquisa e planejamento, mudanças no roteiro por conta da alta do dólar, o roteiro acabou ficando assim: -SÃO PAULO x PORTO ALEGRE X CHUI/CHUY X PUNTA DEL DIABLO X CABO POLONIO X LA PALOMA X PUNTA DEL ESTE X MONTEVIDEO X COLONIA DEL SACRAMENTO X BUENOS AIRES X FOZ DO IGUAZU X SÃO PAULO- O INÍCIO - Planejamento Janeiro de 2015. Viajando em posts, relatos, vídeos e fotos para montar o roteiro final e planilhar os custos. São Paulo - Porto Alegre Sexta, 08 de Maio de 2015. Chegada a hora, seguimos para o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Esse seria nosso único trajeto feito por avião, os outros, enquadrando a bunda em busão. Nosso vôo saiu às 8h30 de Guarulhos e chegamos 30 minutos depois em Porto Alegre. Pegamos um trem para a rodoviária. Como o ônibus para Chuy só sairia as 23h, pegamos a mochila de ataque com o essencial e deixamos nossas cargueiras no locker da rodoviária. Fomos ver como estava a cotação ali na rodoviária e......é.......tava ruim. Dali passamos no Centro de Informações Turísticas, pegamos um mapa e algumas informações e SIMbora bater perna. Saíamos dali com um ponto que, pelo que nos foi informado, seria o lugar mais top de POA, o Centro Cultural Usina do Gasômetro.... mas não foi bem assim. Já havia pesquisado algo, como em todos os lugares desse roteiro, para saber o que se tinha para fazer em cada cidade para saber se valeria ficar algum dia e quantos. Visitamos a Casa de Cultura Mário Quintana, a Igreja Nossa Senhora das Dores (das Dores mesmo, ela é toda branca, estava um sol de raxar e era uma dor nor olhos por causa da claridade, dica: use óculos escuros), passamos pelo Mercado Público, o Santander Cultural, tudo ali pelo centro mesmo. Por fim chegamos à Usina. Nos falaram que teria uma sacada com uma vista privilegiada. Bem, acho que demos muito azar, nós e mais uma galera que uns meses ia lá achando que era um lugar bacana. Estava, digamos que, assim, abandonado, não no dia que fomos, mas a impressão é que estava abandonada há meses. Lugares fechados, proibidos, elevadores que davam medo de tão velho e sem manutenção. O lugar deveria ser bom para os skatistas que lá faziam bom uso do lugar. Enfim, espero que reformem mesmo, porque o espaço é ótimo, só é mal usado, ou nada usado. Dali, demos uns pegas na Elis Regina. E cantamos com ela. Calma, calma. Ali há uma estátua em sua homenagem. Grande Elis, que beijo....digo, que voz. Bom, com tempo de sobra, o que mais ver? Não sou fã de futebol mas, na faCOOL, em época de copa, tinha feito um trabalho sobre POA e o Estádio Beira Rio então, já estamos ali, estamos com tempo, SIMbora. Caminhamos bastante beirando o rio, um passeio bem agradável, mas me contentaria com a vista do estádio de longe, porque de perto, não se tem muito acesso para vê-lo melhor. Com tempo ainda sobrando, SIMbora voltar e ver o que mais tem no caminho. Fomos almoçar no shopping. Resolvemos pegar um cine. Daí eu falo pro Lenon, pega dinheiro na doleira. E ele: Doleira? Você não pegou? É... fiquei achando que era brincadeira dele, depois eu comecei a rezar para que era, por fim... não era. Um ficou pensando que a doleira estava com o outro. Isso 15h de uma sexta feira. Imagina dois desesperados correndo no shopping atrás de caixa eletrônico, sacando pra compensar o que foi esquecido em casa. O limite deu? Não né. Não sabe que desgraça pouca nessas horas é bobagem? Eram 15h30 e agora eram dois desesperados na rua caçando, correndo e perguntando onde havia um Banco do Brasil naquele lugar. 17h55 eu entrei na agência. Bufando e agradecendo até a porta eletrônica que não travou naquele momento. Perrengue resolvido. Aí que notei que a AVENTURA tinha realmente começado. Voltamos par ao shopping e nem quisemos saber de cinema, fomos tomar um sorvete e sossegar para nos recuperarmos do susto. Depois pegamos um táxi para a rodoviária, comer algo por lá e.... Chuy, amanhã estamos por aý. (só pra rimar) Chuy Sábado, 09 de Maio de 2015. Acordei pouco tempo antes do ônibus parar e vi uma "plantação" de hélices. Brincadeira. São aerogeradores para produção de energia eólica. Chegamos na fonteira Chui x Chuy. Só os não-brasileiros desceram para dar saída. Permanecemos no bus e descemos só na rodoviária e não se dá entrada ali também. Deixa pra depois. Desembarcamos numa rodoviária que só faltava ver aquele feno rolando pela rua e aquele assobio típico de filmes de faroeste de tão vazia que estava. Pegamos nossas mochilas e fomos procurar algum lugar para tomar um café na Cafeteria & Bizcocheria Gianinn (uma variedade enorme de doces, impossível escolher e comer um só) e depois uma casa de câmbio. Bom, nem tudo aberto, afinal eram 7h30, se Deus ajuda quem cedo madruga... é, acho que essa frase não rola por aqui. Foto: Aí nessa calçada central é a fronteira: direita Brasil, esquerda Uruguai. Sim, assim como Jamie (A WALK TO REMEBER - UM AMOR PARA RECORDAR) também estive em dois lugares ao mesmo tempo. Em seguida fomos procurar um ônibus para a Barra del Chuy, lé teriamos contato com o que mais veríamos no Uruguay: Praia, Dunas e Farol. Meia hora depois já estávamos lá. Seguimos até um mirante e foi show, aquele céu limpo, aquela imensidão de mar, dunas e mais dunas e ao fundo, o Farol. Ficamos contemplando um tempo por lá e caminhamos até o rio Chuy, daqui só bastava ir até ao Oiapoque (do ditado: Do Oiapoque ao Chuí, para quem não entendeu) Horas depois, retornamos, pelo menos tentamos por algumas horas, já que... ou o horário do ônibus que vi na tabela estava errado ou pontualidade não é o forte aqui. Sei que, para não ficarmos parados, caminhávamos de ponto a ponto até chegar em uma bifurcação que só não voltamos à pé por não saber a direção. Nesse meio tempo íamos contemplando casas, paisagens e situações, até dava pra deitar na rua de tão movimentado que era. Numa dessas situações víamos um pássaro bicando uma casa de tijolinhos. A dona ouvia algo, saía, o pássaro voava, ela não via nada, entrava. O pássaro voltava, bicava os tijolos, a mulher ouvia algo, saía, olhava, olhava, não via nada, entrava. Os pássaros voltavam (agora eram 2), bicavam a parede, a mulher ouvia, saía, e via (uhuhh ela conseguiu), xingou os pássaros, e percebeu uns buracos, pegava barro no chão e tapava onde alcançava. Entrava. É, os pássaros, os Pica-Paus, sim, eles voltavam....kkkk Depois de 'um tempinho' o ônibus chegou, o cobrador recebe a passagem e destaca uns papéizinhos de um rolo, é teu ticket de viagem. Antes de embarcarmos para Punta del Diablo, ali na praça mesmo, passamos no Centro de Informações Turísticas. Fomos muito bem atendidos, saímos de lá com todas as informações, dali até Cabo Polônio, que precisávamos e um pouco mais. Era incrível a disposição e vontade da atendente em nos dar informações sobre os lugares de seu país. Todas certas. Saímos cheio de mapas também, nunca é demais. Já no ônibus, minutos depois o motorista faz uma parada para, aqui sim, nós darmos entrada no Uruguay. Êba, carimbo no passaporte. Punta del Diablo Sábado, 09 de Maio de 2015. Chegamos por volta das 17he fomos atrás do hostel que pesquisamos pela internet. Vimos umas cabanas e fomos nos informar sobre o endereço lá e a mulher disse que as cabanas eram para alugar também. E o preço? O mesmo que 1 diária para 1 pessoa no hostel. Se ficamos com a cabana? Claro. Sala, cozinha completa, banheiro, quarto, sacada só para nós?! Ficamos com aquele em que ela estava organizando mesmo, nos acomodamos, tomamos um banho e fomos dar uma volta pelo local, mas como já ia escurecer, passamos no mercado para já estrear a cozinha. Um belo e gostoso jantar na mesa no canto da sala com uma vista bacana a noite e linda de manhã com o nascer do sol. Cabañas del Norte vengo y en el Sur me quedo. Super recomendo. Comemos, pegamos umas lanternas e fomos dar umas voltas, não se tem nada pra fazer, baixa temporada é assim. No caminho de volta, uma garota de bicicleta nos ofereceu um Brownie Enfeitiçado (é, feito de ervas mesmo...rs) Punta del Diablo Domingo, 10 de Maio de 2015. Acordamos cedo e tomamos café vendo o sol nascer, ali, da sala mesmo. E saímos, vamos bater perna pelas praias e a intenção era ir até a Fortaleza de Santa Tereza, dentro do Parque Nacional de Santa Tereza. Descemos por entre as casas e chegamos à praia. Já ali peros (cachorros) nos deram boas vindas e nos acompanharam por todo o trajeto. Não que eu tenha medo de cachorro, mas daquele tamanho e sem nem ao menos ter sido apresentado, é, fiquei no cagaço. Mas são super dóceis, são grandes porque já são velhos, eram 3 bons companheiros. Andamos um bocado, passamos pelo Mirador de Balennas (em época da-se pra vê-las) Chegamos perto da entrada do Parque onde há um playground e um grande espaço para passar o dia de lazer. Quando eu disse que era a intenção chegar à Fortaleza? Então, começou a garoar e, não tanto por mim, mas resolvemos voltar. Punta del Diabo Segunda, 11 de Maio de 2015. Não irei dizer que acordamos cedo novamente, porque isso é o que fazíamos todo dia para poder aproveitar mais o tempo. Mas é fato, acordamos cedo e depois de mais um café ao nascer do sol seguimos novamente para, agora sim, irmos à Fortaleza. E estávamos dispostos a enfrentar o tempo que fosse, faça chuva e rezando para que só faça sol. Nossos companheiros peros de caminhada nesse dia estavam indispostos então fomos só nós 4: Lenon e eu, eu e Lenon. Depois de toda aquela caminhada toda novamente, entramos pelo parque pela Playa de Achiras e você já se admira pela manutenção do parque. Tudo lindo, tudo limpo e, não sei se já tinha dito, o parque é mesmo enorme. Eu estava sempre com um mapa dele em mãos e imaginei que teria 10x o tamanho daquilo "que estava em minhas mãos". Porque você caminha muito se baseando pelo mata e não chega ao ponto que imagina. Enfim, passamos pela portaria do Parque, imagino eu que entramos pelos fundos. E mais a frente avistamos aquela coisa minúscula que ia ficando enorme a cada passo: a Fortaleza de Santa Tereza. Imaginamos onde seria a entrada dela. Como temos tendência à ir pela direita... fomos pela esquerda, e foi o lado certo. Ainda bem que não sigo tendências....kkkk Deparamos com um cercado de pedras e uma "catraca" ferro de construção. Deveria ser ali um cemitério, chamado Campo Santo .... não que eu tenha receio ou medo, mas pensei comigo: UFA! Depois seguimos para a entrada da Fortaleza, um portão enorme de Madeira. No caminho até ela uma placa que dizia: ABIERTO. MIÉRCULES A DOMINGO. DE 10 AS 18HS. Olhei para a placa, depois para o portão, placa e portão. Já fechei a cara, nessa hora pensei em tanto palavrão que melhor nem escrever aqui. Mas, como assim "Quarta a Domingo"? Viu... deixamos de aproveitar uma oportunidade no dia anterior por receio de garoa, nós, que somos de São Paulo, que é conhecida como a Terra da Garoa... parece brincadeira né? Infelizmente não foi. Tivemos que nos contentar vendo essa majestosa pelo lado de fora. Mas, Fortaleza de Santa Tereza até uma próxima. Dessa vez não deu. Nos contentamos em fazer outros caminhos pelo parque, já disse que ele é grande né? Então... Há o Museu do Parque, um Invernáculo, um Mirador de Pássaros (que só vi vacas que, pelo que eu saiba, elas não voam, ainda), um Sombráculo e mais outras coisas, não conseguimos ver tudo que o parque tem para mostrar. Pra quem vai mochilar com barraca, lá há áreas de campings e um departamento policial, mas só deve funcionar em alta temporada, porque em baixa, lá é super vazio, nem funcionário na portaria tinha. Há até um mercado dentro do parque também, mas só em alta temporada. Voltamos para "Nossa Cabana". Punta del Diablo Terça, 12 de Maio de 2015. Depois de mais um café. Arrumamos nossas mochilas e fomos agradecer a estadia, nos despedir da dona, que não estava, e ganhamos uma camiseta de seu esposo. Nos despedimos de nossos vizinhos peros, que sempre estavam à nossa porta. Era hora de se seguir para Cabo Polonio, meu xodó dessa viagem, aquele lugar que eu reservaria uma semana inteira. Pegamos um ônibus que foi para Castillo e lá pega-se outro para a entrada de Cabo Polônio. Sim, entrada, porque para chegar mesmo em Cabo Polônio pega-se um transporte que é uma aventura a parte. Cabo Polônio Terça, 12 de Maio de 2015. Entrada de Cabo Polônio. Três opções para chegar à península uruguaiana: Caminhão 4x4, Cavalo ou na caminhada. Optamos pelo caminhão, queria muito ir 'no bagageiro', mas é tão concorrido que já estava ocupado e para esperar o próximo iria demorar um tempo. Desse ponto até o final é tudo sobre areia, por isso o 4x4. É um sacode pra lá, sacode pra cá sem fim. E eu querendo estar lá em cima. E como eu queria. Como não sabíamos que hostel iríamos ficar, descemos na primeira parada. Para ir caminhando e pesquisando. Acabamos ficando no 2o que entramos. 1o porque era mais barato, 2o na cara do gol (praia), 3o não era badalado como o outro que vimos. Ali queríamos sossego. Ficamos em quarto compartilhado, mas só nós estávamos nele. As outras pessoas estavam em outros quartos. Baixa temporada, não vou contar agora, mas se tivesse 10 pessoas ali era muito, isso contando com o Marco que estava tomando conta do Hostel. Passamos 3 dias em Cabo Polônio, do dia 12 ao dia 15. Aqui não separarei por dia, mas contarei no geral. Por que? Deixa eu te contar. Cabo é uma península que fica a 7km de alguma estrada, a população fixa é muito pequena, formada principalmente por pescadores. Não há energia elétrica, tudo provém de geradores (gás, solar, eólico). Há apenas um mercadinho ali que vende de tudo, de tudo digo, útil para a população. Ela é cercada por dunas. Há um farol e 2 ilhas, onde ficam leões marinhos, eles também ficam logo após o farol, numa área reservada. Lá você não se preocupa com o tempo, aliás se preocupa com 2: o claro e o escuro. E esteja com lanterna no escuro. Sinal de internet? Internet? Você está em Cabo Polônio, internet ali é supérfluo, ali o contato é físico. Aí que está o charme. Você em contato direto com a natureza, com as pessoas que ali vivem ou ali estão de passagem. Esses dias que ali ficamos conhecemos o Marco, uma figura de pessoa, que ficava de Hostel em Hostel nas baixas temporadas para tomar conta e em troca, ter onde ficar. Não, isso não é pobreza. Isso é a mais pura riqueza. Pobre somos nós que nos matamos para trabalhar para ter o que? Conforto? Bens materiais? Marco é rico, tem experiências a contar e a trocar. E ali, nesses dias, fizemos parte dessa riqueza que ele tem há muito tempo. Contemplamos as belezas do lugar. O seu pôr do sol. As noites estreladas (não é o que se vê na cidade, uma estrela aqui, outra ali, em Cabo Polônio tu vê constelações). Contemplamos também o pôr do sol, com seu céu multicores. Quando eu voltar, e eu irei. Não farei uso do 4x4. Irei caminhando. Para contemplar ainda mais Cabo Polônio. Para me conectar desde sua entrada. Tentamos fazer isso na volta, andamos 1h30, mas erramos o caminho e retornamos ao ponto para pegar o 4x4. (é a primeira foto desse post) Além do Marco (sueco), conhecemos Sebastian e Claudia (chilenos), Majlen (russa) e ais 2 que se intitulavam "americanos". OK. Deixem eles pensarem assim. Houve um desses dias em que Brasil-Russia-Chile caminharam juntos à praia e fomos contemplar o pôr do sol no lado Sul. E caminhamos até o fim da tarde até o farol. E não levamos lanterna, voltamos com a luz da lua, ficamos preocupados? Com o que? Estávamos 'tristes' por saber que no dia seguinte, todos iriam embora. Sebastian e Claudia, estavam viajando já há algum tempo e fizeram questão de passar em São Paulo para nos ver. Ficaram em nossa casa. Foram muito bem recebidos, mas não demos sorte com passeios aqui, estava tudo fechado. FECHADO foi uma palavra nova que Claudia aprendeu. Foto: Márcio, Lenon, Claudia, Majlen e Sebastian em Cabo Polonio. 1 foto/4 nacionalidades Foto: lixo de um navio cargueiro, made in Japan Foto: É assim e muito mais estrelado as noites La Paloma Sexta, 15 de Maio de 2015. Depois do 4x4, ficamos esperando o ônibus para La Paloma. E demorou viu. Muito. Depois que chegou foram algumas horas até o terminal, de lá pegamos outro até, e enfim La Paloma. Cargueira nas costas e mochila ataque na frente fomos nós até o Hostel, a pé, conhecendo o lugar. Na esquina uma senhora nos deu a direção para onde deveríamos ir. Enquanto isso estava juntando uma galera, afinal, cidade pequena odos se conhecem. E logo uma outra disse que, se precisássemos, um parente dela estava alugando um quarto. Seguimos e a senhora tinha dito que teríamos que ir até uma praça. A frente perguntamos como era a praça e a resposta foi: Praça, aqui só tem uma. E aí veio o acidente. Estava eu atravessando a rua, bem larga por sinal, e faltando alguns passos para chegar na calçada, ouço o barulho de uma moto, muito alto. quando me viro, sinto o impacto, é, numa cidadezinha como La Paloma eu, saí de São Paulo, onde nunca fui atropelado nem por uma bicicleta, foi ser atropelado em La Paloma, digo moto para não ficar feio falando que foi uma Biz. A desgraça do piloto queria mesmo passar entre eu e a calçada? A população que parou para me ver estirado no chão (2 pessoas), a enfermeira e a médica que me atendeu, deram a entender que não era bem assim. Será que era alvo de assalto? Vai saber. Sei que a alça da minha mochila estourou e o cara saiu derrapando pela rua de PARALELEPÍPEDO. Vou soletrar porque o cara se ralou todo: rua de P.A.R.A.L.E.L.E.P.Í.P.E.D.O. Eu só lembro do rosto do 'bom piloto' bem na minha frente e do impacto. Dizem que eu rodopiei e cai. Não lembro nem de ter caído. Só lembro de ter pedido para tirar a mochila do meu braço, mas graças a ela, a coisa não foi pior. Como a médica disse: "Você só desmunhecou". Pulso lá é munheca. Fala sério. O atendimento não foi rápido nem eficiente. Uma garota chegou depois de mim, chorando de dor no braço, ela estava vestindo uma malha vermelha. Minutos depois ela saiu, toda enfaixada, com malha e tudo... bem que eu disse sobre o atendimento. Não foi diferente comigo. A enfermeira não botava uma pressão na faixa. Quando eu pisei da porta pra fora, a faixa estava até caindo. SIMBora pra farmácia comprar uma luva né... E foi minha companheira por tooooooda a viagem. Foto: Olha o inchaço. Não, não sou alcoólatra "D O que tinha pra ver em La Paloma? Havia um parque, a praia, o faról e um piér. O que eu vi? Só o farol. Até no mercado fui perseguido pela funcionária que me proibiu de tirar uma foto e me seguia para não tentar de novo. O que valeu aqui: as lembrancinhas que comprei, 2 quadros da região pintados em tecido e um calendário em forma de elefante, super baratos. Punta del Este Domingo, 17 de Maio de 2015. Depois de algumas horas de viagem, enfim Punta del Este. Não estava muito empolgado porque ouve-se dizer que é muito caro. Mas 'muito caro' é algo bem relevante. Não fomos para esbanjar então para nós foi mais um lugar agradável. Claro, como eu disse quando estávamos lá: "Só podemos comprar da 3a rua para cima". Porque o lugar cheira dinheiro na Rambla. Você passeia pela orla e nota. Mas não te incomoda. O lugar é lindo, é limpo e, apesar de não termos feito muitos passeios, gostamos. É um lugar, para quem gosta, de altas badalações que, em alta temporada, deve ferver. Ficamos no Planet Hostel bem localizado. Duas ruas acima da Rambla Gral. Artigas A Sandra nos atendeu muito bem, sempre muito simpática. Tanto que em Montevideo ficamos no mesmo, onde sua irmã que era a dona. Aqui também comprei umas lembrancinhas bem baratas também, como disse antes, da 3a rua para cima...rs E quando digo lembrancinhas, é pra mim mesmo, quem mochila não aceitar encomendas. ") Montevideo Quarta, 20 de Maio de 2015. Quase 3 horas de viagem, chegamos a Rodoviária 3 Cruzes de Montediveo. Dali pegamos um ônibus para o centro e fomos encontrar o Hostel. Antes entramos em um onde estava sendo gravada uma série e estava aquela bagunça. Não ficamos lá por conta do preço mesmo. Capital de Uruguay, Montevideo tem seu charme. Seus edifícios e seus pontos históricos. Não fizemos muitos passeios além do centro da cidade, estávamos cansados. Fizemos umas caminhas pela Lambra a noite que estava bem quente. Não tivemos muitas informações do Hostel sobre os passeios, sabíamos que, como em Punta del Este, pode-se alugar bicicletas, mas ou não sabiam ou não estava atualizado os panfletos e telefones. Enfim. Lá conhecemos Dani, uma brasileira que acabou trabalhando no hostel por mais uns meses com uma pequena ajuda de Lenon que marcou uma entrevista com a dona. Também conhecemos um casal de húngaros que estavam mochilando há mais de 4 meses, e iriam conhecer o que pudessem da América do Sul. E eu com meus 20 e poucos dias. kkkk No último dia, seguimos juntos para a rodoviária. Eles faziam o caminho inverso ao nosso aliás, todos que encontrávamos estavam fazendo o mesmo caminho, então era nós que fazíamos o caminho inverso. Ficamos 3 dias e dali seguiríamos, de passagem, por Colonia del Sacramente, com destino a Buenos aires. Colônia del Sacramento Sábado, 23 de Maio de 2015. Como já compramos as passagens da balsa na Rodoviária em Montevideo, de Colonia a Buenos Aires. A nossa passagem por Colonia foi um tufão... passos rápidos, sem parar muito e demos uma volta por esse vilarejo que fica dentro de um antigo forte. Paramos ali em uma venda para gastas os pesos que que tínhamos, rendeu 2 canecas. O lugar é bem bonito, tem uma vista linda, é bem charmosa com seus bares, cafés e restaurantes. Poderia ter reservado 1 dia para passar ali. À noite deveria ser bem interessante. Buenos Aires Sábado, 23 de Maio de 2015. Depois de 1h30 de viagem de balsa chegamos ao porto de Buenos Aires, próximo ao Puerto Madero. Foi uma caminhada até o centro e mais uma até o hostel próximo ao Obelisco. Já estive em BAs em 2010 e, em 2015, minha opinião mudou bastante. Antes era muito suja, era uma São Paulo muito mal cuidada. Em 2015 estava muito melhor, estava bem cuidada. O interessante de BAs são as manifestações que sempre ocorrem em frente à Casa Rosada. Chegamos no dia 23 de Maio, dia de sua Independência e estava ocorrendo shows e, claro, manifestações. E estava um boato de greve geral. Não passeamos pela cidade pois já conhecíamos. Mas dessa fez fizemos o passeio no Rio Tigre. Muito bacana por sinal, mas eu iria na poltrona do lado esquerdo em alguma outra vez. Há pontos mais interessantes. Sentei no lado direito porque pensei que o barco iria em um ponto e fizesse o retorno, mas não ele dá uma volta literalmente. COmo pagamos um passeio por agência, a guia foi explicando tudo, foi bem interessante. Mas tem as paradas pega turista né....que, se você não negar, vai acabar comprando algo. Sim, caímos nessa. Uma das paradas do tour, depois do passeio pelo Rio Tigre, foi a Catedral de San Izidoro. Outros passeios mais tranquilos que fizemos também foi ali perto de Puerto Madero, na Reserva Ecológica, bom pra caminhada, andar de bicicleta e ver a cidade de outro ângulo. Fizemos uma caminhada pelos arredores, visitamos o Parque das Rosas, o Planetário e só rondamos o Parque Japonês, achei a entrada muito cara para um parque. Muito caro para uma manutenção como eles diziam em uma placa. O que não se pode faltar quando for em Buenos Aires é o sorvete de Dulce de Leche. foto: parque das rosas foto: parque ecológico foto: parque ecológico No Hostel 80% eram brasileiros. Foi divertido. Até nos arriscamos a ir em uma balada que tocava Reggaton, pensa. Tínhamos conhecido um casal colombiano e eles foram mostrar como é a dança. Digamos que seria o nosso funk, gosto a parte, como não curto funk. Mas também entrar nessa balada foi um caso a parte. Estamos nós, todos na fila, todos com RG e uma brasileira, que foi zoada no caminho todo com seu passaporte. Chegando na portaria o segurança disse que a casa já estava cheiae somente com nome na lista. Essa brasileira, abanando o passaporte perguntou: "Jura, tem certeza?". Depois o segurança falou:"ahhh Brasileiros? Podem entrar. Hermanos". kkkk E falaram que era Open Bar a balada, enganados. A primeira bebida era "por conta", as outras não. A primeira nem pode-se considerar bebida de tão aguada que era.... Logo. Da-lhe platas. Todo domingo há a Feirinha de San Telmo. Ela é enorme com vários artesanatos à venda, bem bacana. E seguindo por essa feira,na esquina da Chile com Defensa está a famosa estátua da Mafalda, personagem de quadrinhos argentinos, criação do artista Quino. Tanto que ela está em frente onde ele morava. Ela fica sentada num banco, você pode sentar com ela e bater a foto clássica. EM 2010 ela estava sozinha no banco. Hoje, seus amigos, Susanita e Manolito fazem companhia. Dependendo do dia há fila para tirar uma foto, se for no dia da feira então, prepare-se. Além deles há vários personagens de quadrinhos pelo bairro que faz parte do roteiro “Paseo de la Historieta”, começa aí com a Mafalda e termina no Museu do Humor, em Porto Madero. Foto: em 2010 Foto: em 2015 Para quem quer comprar tudo barato, fuja do centro, vá ao bairro popular de Once, Estação Once. Por não ser uma rota turística, tudo lá é bem mais barato que no centro. Aquele produto que compramos no passeio doRio Tigre, aqui levaríamos 5x mais. Como estava sem La Plata, fiquei namorando uma jaqueta que estava 70% mais barata que no Brasil. Só deu para algumas lembrancinhas. Deixa pra próxima né. Foz do Iguazu Quinta feira, 28 de Maio de 2015. Depois de 20 horas de viagem, num ônibus confortável e com serviço de bordo (leram Brasil? serviço de bordo, não é como aqui que tem 99 paradas em lugares hiper caros). Da rodoviária de Foz até o Hostel era longe viu, uns 50 metros. O tempo estava meio chove-não-chove. E era um barro o lugar apesar de asfaltado. Check in feito, mochilas desfeitas, deixamos o passeio para o dia seguinte. Mesmo porque começou a chover realmente. O que fizemos foi ir no mercado comprar cerveja, no hostel é muito caro. E um colombiano nos acompanhou, tambpem estava à toda no hostel, e ele ia aproveitar para 'um esuenta', já que depois iria pra um "barlada" - bar e balada - é inventei ...rs Para nós, nos restou relaxar. Foz do Iguazu Sexta-feira, 29 de Maio de 2015. Logo cedo fomos à rodoviária e compramos o passeio para as Carataras do Iguazu + o Passeio no Macaco Safari. Dali o ônibus já estava saindo e já embarcamos. Há 3 câmbios na Argentina, pelo que pude comprovar: Câmbio em Buenos Aires, Câmbio na Rodoviaria de Foz e Câmbio dentro do Parque das Cataratas (é...os índios aprenderam com os brancos). Dentro do parque, lado argentino, pegamos um trenzinho, descemos no meio do caminho para baldear para outro.... é, achei desorganizado isso porque perde-se muito tempo. Ali é cheio de Quatis, esse animalzinho bonitinho aí da foto. Uma graça né, mas faz um estrago se te agarrar e morder. Então, nada de alimentá-los. Passado essa demora do trenzinho (melhor seria ir caminhando) chegamos ao início das trilhas para as Cataratas. São várias e vários pontos que se pode vê-las. O ponto máximo é ir o mais próximo da Garganta do Diabo. É uma visão hipnotizante ver de perto aquelas enormes quedas d´água. Um barulho que depois de um tempo te acalma. Só fomos pelo lado argentino, dizem que o brasileiro é muito mais bonito porque você tem a visão das cataratas. O lado argentino você fica mais próximo e acima delas. Então, cada qual tem sua beleza. E o passeio de lancha, que te dá um banho de Catarata é ótimo. Valeu muito a pena e ainda bem que não estava muito frio. O que faltou nesse passeio de lancha, foi espaço para você guardar seus pertences, tirar tênis... Eles te dão uma bolsa para você guardar tudo que não quer que molhe. Não. Não cabe você dentro dessa bolsa... vão te molhar mesmo. Disso eles fazem questão. Mas eles te apressam em tudo. Você entrega o ticket, eles te dão a bolsa, você já tem que ir guardando o que quer e já embarcar. Eles dão um tempo para você tirar fotos. Ou você já guardou tua máquina (se não tiver case a prova d´água) ou você ainda está guardando seus pertences e tirando o tênis pra guardar também. Fica tudo muito confuso. Tinha uma moça que ficou de calcinha e sutiã, ué...ela não queria molhar a roupa, direito dela. Acha que alguém reclamou? Depois dessa aventura toda, dos quase tombos nas passarelas das cataratas, da facada que foi um pedaço de pizza dura e fria, na demora do trenzinho, do câmbio diferenciado... fim do passeio. Hora de voltar para o hostel, porque o dia seguinte iríamos voltar à vida normal. A vida frenética de São Paulo. Se no ônibus de Buenos Aires tínhamos serviço de bordo acha que de Foz à Sampa seria diferente? Claro que foi... foram 16h de viagem. Imagine quantas paradas não fizemos? Nem eu sei. Uma porque não ia ficar estressado contando e outra porque o dramim que íamos tomando fazia um efeito maravilhoso. Melhor dormir a maior parte do tempo que ficar pobre em cada parada caríssima. Você deve estar querendo saber quanto custou essa viagem né? Posso falar para se ter uma base. Foi Maio de 2015, o dólar estava R$ 1,75 e subindo. Nessa viagem não contabilizei alimentação, uma porque não tinha noção de quanto iria gastar e outra porque no início eu até estava anotando, mas depois me perdia ou tinha preguiça de anotar tudo. Guardei tudo que foi canhoto de compra, mas quem disse que eu somei? Digo que utilizamos, na maioria as cozinhas dos hostels, fizemos nosso próprio rango, e não passamos fome hein. Mas também não esbanjamos. Prometo que na próxima anoto até a bala que eu comprar. A viagem custou, com todos transportes US$676,00/pessoa. (não incluí alimentação) É isso. Espero que tenham gostado. Se tiver dúvidas entre em contato. Se encontrar algum erro de português, me perdoe. Se for viajar, fazer trilha, acampar... SIMbora?! Editado Agosto 31, 2017 por marcioomoraiss Citar
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