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A Gol passou a ter voos diretos do Rio para Rosario e, numa busca que fazia para o feriado de Corpus Christi, encontrei boas opções com milhas (18 mil o trecho) para lá. A logística era ótima (para o meu gosto): ida e volta de madrugada. Ou seja, 4 dias garantidos. Fechamos na hora.

No entanto, semanas antes, a Gol cancelou o voo de volta, reprogramando-o para o dia seguinte. Ou seja, chegando ao Rio na terça-feira de manhã. Sem condições para mim. Acertei de voltarmos por Buenos Aires, que fica a 300km de lá e que tinha opção de voo de volta na casa das 17hs de domingo. Não era o ideal, mas salvava a viagem. Cancelar seria pior.

A opção inicial seria passar os 4 dias em Rosario explorando a cidade, com uma provável escapada para Santa Fé num deles, no esquema bate-volta. Avaliamos que 4 dias em Rosario talvez fosse excessivo para o nosso ritmo e a opção de um dia em Santa Fé nos parecia interessante. Com a reprogramação da Gol, separamos 3 dias para Rosario e 1 em Buenos Aires.

Chegamos em Rosario às 2 da manhã, no horário previsto. Escolado com as malandragens taxistas de Buenos Aires, fui buscar algum quiosque ou coisa parecida de taxis por lá. Não tem. É sair do desembarque e pegar o taxi na rua mesmo, o primeiro disponível. As tarifas são fixas, no entanto. Para o centro, 320 ARG. Foi tranquilo. Chegamos e fomos dormir as horas restantes.

Acordamos tarde, unas 9am. Tomamos o café e partimos. Fomos passear pela Av Cordoba e arredores. A Cordoba é a rua de pedestres local (mal comparando, a Florida de lá), onde ficamos passeando e admirando a arquitetura dos prédios.

Vou destacar aqui os principais baratos da cidade que curtimos nesses dias.

Arquitetura. Um dos grandes baratos de Rosario é admirar a arquitetura antiga de alguns de seus prédios. Vários deles são mapeados e vc pode encontrar facilmente andando pelas ruas Córdoba, Sarmiento, Corrientes e Santa Fé. Tudo pelo centro da cidade. Curtimos isso todos os dias por lá. Destaque para o Clube Espanhol (vale entrar para observar o belo vitral no teto), Palácio Fuentes, prédio da Bolsa, etc.

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As belas e históricas fachadas de prédios imponentes em Rosario

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Antigo Hotel Roma

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Vitral/claraboia do Club Español

Monumento à Bandeira. Esse é o principal atrativo turístico da cidade e estávamos a dias do Dia Nacional da Bandeira (20 de junho). Só que o monumento estava em reformas, cercado de andaimes. Tem alto valor cívico para a Argentina – na sexta-feira passamos por lá e estava cheio de crianças de escolas de diversos cantos do país.

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Monumento à Bandeira

Museus. Fomos em dois dentre os que nos interessavam. O Museu de Arte Decorativo – mas estava fechado para reforma, ainda que nos tenham permitido subir até o pátio, e o que vimos nos pareceu muito bacana. As colunas com rachaduras e o cheiro de mofo que vinha do hall principal denunciavam a necessidade de reforma, mas a beleza arquitetônica e do pouco que vimos do hall indicam que valeria a pena. Museu da Memória – espaço para manter na memória os crimes cometidos pela ditadura civil-militar argentina mais recente; recomendo fazer a visita guiada, que é muito mais rica do que apenas flanar sozinho pelas salas (necessário ao menos entender espanhol). Outro que fomos no dia seguinte é o MACRO, Museu de Arte Contemporâneo de Rosario, que foi instalado onde eram antigos silos. Só a estrutura do lugar já é um barato (a exposição vai depender do que tiver, a que vimos tinha coisas bem loucas e não me cativaram em geral). Outros museus que estavam listados eram o Museu de Belas Artes, que fica no Parque Independência e só abre de tarde (estivemos por lá de manhã), e o Museu da Cidade, no mesmo parque, mas que não tivemos interesse (era Plano B).

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MACRO

Centro de Exposições Contemporâneas e Centro de La Juventude: são centros culturais, que fomos durante nosso breve passeio pelo rio no primeiro dia. O CEC estava montando ainda a exposição mas gentilmente nos permitiram entrar e curtir. O CJ tinha uma mostra sobre Che Guevara e algumas oficinas rolando.

Roteiro Che – Como o histórico guerrilheiro (e Ministro de Estado) Ernesto “Che” Guevera nasceu na cidade, rola um roteiro por algumas áreas ligadas a ele. Basicamente o lugar em que ele morou e duas praças com o nome dele. Uma delas fica no centro mesmo e é área de estudantes, tem apenas um cartaz com um desenho do rosto dele. Outra é bem maior, bem mais longe e tem um monumento a ele. Meio largada, nade de mais, diria que não vale a caminhada até lá – embora seja interessante ver como as construções vão mudando conforme vc vai se distanciando do centro.

Plaza San Martin – Caminhando pela Cordoba vc vai passar por essa bela praça, rodeada de prédios imponentes e históricos. Destaque para a antiga chefatura de policia, hoje sede do governo de Santa Fé, e o antigo Palácio de Justiça, hoje faculdade de direito. E também o Museu da Memória, numa esquina ao lado.

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Plaza San Martin, sob chuvinha bem leve

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Antigo Palácio de Justiça, na Plaza San Martin

Plaza 25 de Mayo – Outra praça que vc acessa caminhando pela Cordoba e que é rodeada de prédios imponentes e históricos. Destaque para a catedral (só vimos aberta no sábado de manhã), Palácio da Cidade, Prédio dos Correios e o Museu de Arte Decorativo. O Monumento à Bandeira fica logo a seguir.

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Palácio da Cidade

Boulevard Oroño – Área muito bonita e agradável, onde eu preferiria ficar hospedado (na região, não necessariamente no Blvd) se for uma segunda vez na cidade. O Blvd em si já é muito bonito, vale uma caminhada por todo o trajeto, que vai do MACRO até o Parque Independência. Fizemos essa caminhada na sexta-feira. Além da arquitetura bacana para curtir, há diversos bares e restaurantes por lá e nos arredores para a noite. Estivemos na região no sábado de tarde também, consta que havia algumas feiras abertas por lá e fomos conferir, mas é coisa bem pequena.

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Boulevard Oroño

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Badalação noturna no Boulevard Oroño

Rio Paraná – A área que vai margeando o Rio Paraná desde a Estação Fluvial pode ser percorrida a pé e é um dos passeios muito bacana (e longo!) que fizemos na sexta-feira. Percorremos desde a Estação fluvial até uma área depois do MACRO, uma área onde havia alguns arranha-céus locais, quando nos pareceu ficar menos interessante e voltamos. Talvez seja possível ir até a região praiana da Florida, onde não fomos. Uma bicicleta para o percurso é uma boa ideia. No caminho é interessante notar a profusão de parques, centros culturais (alguns em antigos galpões), restaurantes (com vista para o rio!), clubes e etc. Aliás, curtimos um belo momento ao entardecer num dos bares à beira-rio antes de conhecermos o MACRO. Vimos alguns clubes de pesca com churrasqueiras à beira-rio para a galera curtir, imagino que seja um programa bacana de verão. Tem também o Parque España, uma área bem bacana que conta inclusive com um centro cultural.

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Caminhar às margens do Rio Paraná

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Bares à beira-rio

Passeio de barco pelo Rio Paraná - Não fizemos! Infelizmente, pq era uma das coisas que mais queríamos ter curtido. Só funciona nos fds (saídas às 14:30 e 17:30) e, no sábado em que estávamos lá, o passeio foi suspenso por conta dos ventos. Pela ventania que pegamos em Buenos Aires no domingo, presumo que tenha sido cancelado também naquele dia. Uma pena, ficou para uma outra vez.

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Plaza Barrancas del Ceibo

Cervejas artesanais – Como agora é moda mundial, vc encontra facilmente em Rosario, mais especialmente na região do Bairro Pichincha (arredores do Blvd Oroño). Curtimos a Berlina (ótimas cervas e rock no som), que fica bem no Boulevard; a nossa velha conhecida de Buenos Aires On Tap com sua paradisíaca seleção de 20 torneiras toda noite, e com o ótimo esquema inglês de pagar e levar sua cerva para onde vc quiser; Station, que não agradou tanto (fica entre o Blvd e o MACRO) e Brooklyn, que é uma hamburgueria (muito boa!) que fica mais no centro. Em todas, vale a pena pegar a happy hour, que geralmente começa entre 17 e 19hs e encerra entre 20:30 e 21hs, dependendo do lugar. Os preços caem muito nesse período (uma pint cai de 90 para 55 no On Tap entre 18:30 e 20:30, por exemplo).

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On Tap, paraíso cervejeiro

Parque Independência – Enorme área verde com diversas atrações espalhadas. Tem um belíssimo jardim francês, dois museus, hipódromo, rosedal, etc. Andamos esse parque de ponta a ponta, achei bem bacana. Ainda que o rosedal, por ser outono, estivesse sem muitas flores para mostrar.

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Parque de La Independência

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Jardim Francês

Parque Urquiza – Outro parque na cidade, perto da área do Monumento à Bandeira (dá pra andar de um ao outro). É lá que fica o Planetário da cidade.19121672_320690105035139_701075313534173
Detalhes outonais

Av. Pellegrini – Longa avenida que liga o Parque Independência ao Parque Urquiza, com uma área cheia de restaurantes e bares. Era nosso plano jantar e rodar uns bares de lá numa das noites, mas acabamos ficando sempre na Oroño e arredores. Outra coisa bacana de lá é o Passeio Olímpico, ou coisa parecida, que homenageia atletas olímpicos argentinos, inclusive atualizado até a Rio-2016. São placas no chão com o nome do atleta e os Jogos de que ele participou.

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Homenagens olímpicas na Av. Pellegrini

 

Buenos Aires

Buenos Aires é cidade que já fomos várias vezes, e na verdade temos ido praticamente uma vez ao ano ultimamente. Estivemos lá pouco tempo antes, no feriado de 1º de maio.

Nosso plano de sábado era fazer o passeio de barco das 14:30 em Rosario e depois pegar o ônibus para Buenos Aires. Como o passeio não rolou por conta dos ventos, fomos conferir as feiras no Pichincha que rolam no sábado de tarde (tem na área do passeio de barco também, mas eram algumas poucas barracas em todas elas) e depois seguimos para a rodoviária.

Compramos para o ônibus das 17hs e chegamos em Buenos Aires pouco mais de 4hs depois. Estava muito mais frio. Havia previsão de queda da temperatura pela metade de sábado para domingo (a máxima caía de 25 para 12!) e, de fato, a temperatura caiu muito. Estava geladinho, eu diria. Chegamos no Mitre e pegamos o metrô até Palermo, onde nos hospedamos. Ficamos num hotel guerreiro, Hotel Pacífico, que nos atendeu. Palermo é região cara, de modo que o Pacífico foge à regra.

Jantamos num guerreiro da região (La lechuza) que já conhecíamos de outros carnavais (mas achei que tanto a qualidade quanto a quantidade caíram) e fomos para as saideiras no nosso velho conhecido On Tap. Sempre lotado (e 10 ARG mais caro que a filial de Rosario), abriu agora uma outra loja do lado. É muita opção! Ficamos por lá madrugada adentro. Ou nem tanto, pq galera fecha em algum momento da madrugada.

Domingo estava um lindo céu azul de inverno. E o frio além do normal, em função de fortes rajadas de ventos que batiam com alguma frequência. Ficamos rodando pelos bosques de Palermo e sobretudo pelo belo Rosedal, lugar que nunca me canso de rever quando estamos na cidade.

Era dia dos pais, então os restaurantes estavam com fila na porta já desde cedo. Em função disso (filas) dispensamos o nosso tradicional guerreiro Las Cabras e fomos noutro também já conhecido ali por perto (Miranda) curtir nossa última carnecita da viagem. Aliás, o dia dos pais estava afetando a disponibilidade de taxis também: uber estava com inacreditáveis 1.000 ARG de estimativa (uma corrida normal de taxi com bandeira 2 sai na faixa de 500) e os aplicativos de taxi não funcionavam. Pegamos um na rua mesmo para o aeroporto e foi tudo ok. Sempre rola aquela tensão sobre se vai rolar sacanagem -- já peguei taxímetros adulterados duas vezes por lá, mas em todas minhas últimas vezes na cidade não tive problemas. Amem!

Mais uma viagem desbravando algum canto do mundo!


Comentários gerais:

Mapa Turístico. O hotel em que ficamos em Rosario (Roberta Rosa de Fontana) nos deu um excelente mapinha turístico da cidade. O mapa era encontrado num posto de turismo na Cordoba também. Tudo quanto era atração estava marcada ali, diferenciando o tipo de cada uma (se era museu, prédio histórico, parque, atração para crianças, rotas e estações de bicicleta, etc.). Nota dez para a iniciativa e para o trabalho da secretaria de turismo da cidade, muito à frente de diversas cidades turísticas brasileiras nesse sentido. Aliás, a página oficial de turismo da cidade também é muito boa, ajudou muito a montar um roteiro de atrações a conhecer na cidade.

Câmbio: durante os tempos da Kirchner, o câmbio oficial passou a ser ditado pelo governo, e o paralelo correu solto. A diferença entre os dois era muito grande. O negócio paralelo disparou e eu mesmo me habituei a fazer câmbio nas “cuevas” e na rua mesmo, com arbolitos. Sempre foi simples e rápido. Nunca tive problemas com notas falsas, mas sei de inúmeros relatos desse problema. Agora que o câmbio oficial corre pelo mercado, o hiato entre o oficial e o paralelo é irrisório. Então, pela segurança, vale a pena vc trocar nas casas de câmbio oficiais, que é o que tenho buscado fazer. Ocorre, no entanto, que a burocracia tornou-se (ou já era e eu não sabia) tão grande e desagradável que vc perde um longo tempo para conseguir fazer um simples câmbio. E, se tiver dólares, a Argentina geralmente recusa notas com qualquer tipo de mancha – quase ao estilo Myanmar de ser. Ou seja, trocar na rua ainda me é mais fácil e prático. Vale para Rosario e para Buenos Aires.

Tempo: Quinta-feira estava bem parecido com Corpus Christi no ano passado, que curtimos em Buenos Aires. Nublado, eventualmente chuvoso. Sexta idem, mas sem chuvinha. Friozinho bem leve. No sábado o sol abria e fechava. No domingo, já em Buenos Aires, a temperatura despencou pela metade e o céu ficou lindamente azul. Ventos fortes e gelados varriam a capital.

 

[Quase todas as fotos são do Instagram da Katia]

 

  • Amei! 3
  • 11 meses depois...
  • Membros de Honra
Postado

Oi, @Marcos Nakayama

Eu presumo que tenha no aeroporto, mas não prestei a atenção, sinceramente.
O paralelo é na rua, em frente às casas de câmbio, com os arbolitos locais. Tal qual Buenos Aires, na cara de pau mesmo.

  • 10 meses depois...
  • Membros
Postado
Em 03/08/2018 em 16:58, Marcos Nakayama disse:

@mcm Obrigado pelo relato! Eu vou chegar a Rosário no mesmo horário porém de um sábado. Já vi que as casas de câmbio estarão fechadas... Tem alguma no aeroporto? A compra paralela acontece onde? Obrigado!

Tem CCA (casa de câmbio no aeroporto) Rosário.

Valores para comparação:

1usd = BACEN 44.81ars ; CCA 43.45ars

1rbl = BACEN 11.55ars; CCA 10.60 ars

Troquei tudo no aeroporto, já que gastaria pouco dinheiro durante a viagem.

Sei que VC já fez a viagem. Mas fica aí a dica para quem mais desejar visitar a cidade.

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