Membros jpofreitas (GoTravel2Live) Postado Agosto 1, 2017 Membros Postado Agosto 1, 2017 Quando falamos de viagens e lugares para se conhecer, normalmente nos vem à mente belas paisagens, gastronomia e lugares abarrotados de turistas (muitas vezes barulhentos). Mas nem sempre lembramos que viajar também é conhecer a História e vivenciar lugares, os quais nem sempre trazem um passado glorioso. Este é o caso de Dachau, o campo de concentração construído pelos nazistas na cidade de mesmo nome, a 35 minutos de trem de Munique, na Alemanha. O memorial que ali existe não está no topo dos pontos de visita mais famosos entre os brasileiros e diferentemente dos destinos mais populosos, ali o silêncio reina por motivo óbvio: respeito. Introdução histórica O campo de concentração de Dachau foi criado em Março de 1933 durante o nazismo de Adolf Hitler. O campo serviu como modelo para todos os demais campos de concentração que surgiriam mais tarde, servindo como uma “escola de violência” para os soldados. Durante os 20 anos que funcionou, o campo aprisionou mais 200 mil pessoas de toda a Europa e cerca que 41.500 foram mortas. Só em 29 de abril de 1945 que as tropas americanas libertaram os sobreviventes, no fim da Segunda Guerra Mundial. Em 1965 foi inaugurado no local o memorial. [Fonte: http://www.kz-gedenkstaette-dachau.de/] A experiência Passar por aqueles portões dá um arrepio na espinha. Quando se chega ao portão de acesso, você olha para o chão e vê os trilhos do trem que ainda ali estão e se imagina na situação de tantos inocentes que chegaram ali, desembarcaram e passaram por aquele portão, com os dizeres “O Trabalho Liberta”, para muito provavelmente nunca mais sair. Ao se posicionar dentro daqueles muros, o respeito deve ser tomado como prioridade. Não são permitidos quaisquer dizeres preconceituosos, muito menos portar bandeiras ou qualquer objeto que faça com que a visita se torne algo desrespeitoso. Logo na entrada se tem os prédios por onde os prisioneiros entravam quando chegavam ao local. Lá os guias mostram um mapa gigante de todos os campos de concentração nazistas que foram implantados na Europa, com o destaque, claro, para Dachau, o primeiro campo, que inicialmente foi criado para reter presos políticos, mas que logo abrigou todos aqueles que não se enquadravam na denominada “raça pura” dos nazistas. Caminhando pelo prédio, logo se vê alguns documentos de alguns prisioneiros e também o uniforme padrão listado que eles eram obrigados a usar. Fora do prédio se encontra a obra que foi implantada como memorial do holocausto de Dachau. Mais afrente se tem as demarcações de onde havia os alojamentos. Apenas um deles está de pé, os demais não existem mais. Dentro desse, existem réplicas dos beliches onde os prisioneiros dormiam. Ali também existem numa sala sem acesso direto, mas com visão, os beliches originais e também o banheiro que eles utilizavam. Tudo muito precário e que faz com que nós reflitamos como temos uma vida luxuosa perto do que aquelas pessoas passaram. Ao sair dali, você se depara com uma faixa de gramado, um canal de água e uma cerca. Ali era a zona de segurança que rodeava o campo. À menor tentativa de fuga, os soldados que ficavam nas torres atiravam e a morte era o único destino. Para aliviar o sofrimento, muitos dos prisioneiros se jogavam nesta área para se ter uma morte rápida e menos dolorosa. Cruzando-se este cercado e o canal de água, se têm os crematórios e as câmaras de gás. Há o crematório mais velho, simples e para poucos corpos, e os crematórios mais novos, grandes e para alta capacidade de corpos. Isso porque com o tempo, Dachau passou a receber mais e mais prisioneiros e as montanhas de corpos só cresciam. Era necessário aumentar a capacidade dos crematórios e assim foi feito. As fontes sobre o uso das câmaras de gás para assassinar os prisioneiros são controvérsias, pois devido à ausência de provas, não é possível afirmar isso. Mas há indícios que as câmaras eram usadas para selecionar os indivíduos mais doentes ou fracos, os quais eram enviados para o campo de extermínio de Hartheim, onde eram mortos por eutanásia. Como chegar O principal ponto de partida para Dachau é Munique, capital do Estado da Baviera, na Alemanha. Pegue o trem S2 no sentido Dachau/Petershausen até a estação de Dachau, uma viagem de 25 a 35 minutos (partindo da estação principal de Munique, a Hauptbahnhof). Chegando na estação de Dachau, você pode caminhar por aproximadamente 15 minutos até o memorial, ou pegar o ônibus 726 “Saubachsiedlung” até o memorial (“KZ-Gedenkstätte”). Para planejar seu trajeto de trem, você pode acessar o site da Deutsche Bahn, a companhia de trens (os vermelhos) da Alemanha: https://www.bahn.com/en/view/index.shtml Entrada O memorial fica aberto diariamente das 9:00 às 17:00 hrs (exceto dia 24 de dezembro). A entrada é gratuita. Para carros, o estacionamento custa 3,00 euros e para ônibus, 5,00 euros. Curiosidade Em 2014 o portão original com os famosos dizeres “O Trabalho Liberta” foi roubado e até hoje o fato é um mistério, pois o ladrão não deixou rastros. Em 2015, o portão foi substituído por uma réplica. E recentemente, em 2017, o portão original foi encontrado na Noruega devido a uma denúncia anônima. Hoje ele está em posse novamente do Memorial, mas não em seu lugar original, apenas exposta em uma área dedicada ao objeto. [Fonte: Folha.com] Visualizar artigo completo Citar
Posts Recomendados
Participe da conversa
Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.