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Se você vai para Curitiba, tem que colocar o passeio de trem que vai para Morretes em sua lista de prioridades, nesse post vamos contar como foi a nossa experiência e dar algumas dicas.

Compramos os ingressos antecipadamente no site Serra Verde Express. Ao comprar, você receberá por e-mail uma confirmação e o procedimento para pagamento. Nesse site você pode optar por qual categoria de passeio você quer viajar.  as opções variam entre Trem Regular,  Trem de Luxo e pacotes de Trem + Serviço. A categoria mais comum é o do trem Regular com preços variando entre R$ 94,00 (Vagão Econômico – Adulto) e R$ 1080,00 (Camarote para 8 pessoas). Optamos pelo trem Regular Turístico que dá direito a 1 kit lanche com a opção de uma bebida.

O Trem Regular sai diariamente às 8h15, da estação ferroviária de Curitiba (que fica anexado à rodoviária), porém eles pedem para chegar com 1h de antecedência, para dar tempo de retirar o ticket e todos se acomodarem em seus devidos lugares. Realmente este tempo faz diferença, pois quando chegamos, havia filas e mais filas de turistas que chegam em ônibus.

A melhor poltrona é do lado esquerdo do vagão (para quem vai até Morretes saindo de Curitiba), quando compramos não tivemos a opção de escolher, porém tivemos a sorte de nossas poltronas serem desse lado. Para o ticket turístico, em cada vagão vai um guia explicando o lugar e contando as histórias.

No horário marcado nosso trem partiu, passando primeiro por dentro da cidade de Curitiba e logo chegando na área verde da cidade.  O trem demora cerca de 3h30 para chegar no destino, a encantadora cidade de Morretes, porém eventualmente pode haver atrasos, pois o  trem do turismo divide os trilhos com o trem de carga. No nosso dia o trem teve 3 paradas para esperar o trem de carga passar, então nosso passeio demorou 4h, sendo que o trem anda em média 15 km/h. Mas não pense que é um passeio monótono, o trem passa por tantos lugares de tirar o fôlego de tão lindos que são. Então quando percebemos já estávamos chegando.

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O projeto da ferrovia foi dos irmão Rebouças e ela  foi inaugurada em 1885, para ajudar no transporte principalmente da “Erva Mate”. Em seus trilhos também há muita história envolvida, como a do Barão do Serro Azul, local onde ele foi assassinado e hoje possui uma cruz em sua homenagem. O contexto da sua morte inclui o período em que os revoltosos do Rio Grande do Sul (maragatos) invadiram em 1893 o Paraná em prol dos preceitos da República e da derrubada do então presidente Marechal Floriano Peixoto. Com o Estado fragilizado, muitos paranaenses aderiram à causa dos revoltosos, e posteriormente, após a saída do então presidente do Estado, Xavier da Silva, o vice Vicente Machado assumiu e transferiu a capital para a cidade de Castro. À mercê dos maragatos, as famílias curitibanas passaram a ter a sua integridade ameaçada, fato que levou o Barão do Serro Azul a cuidar da cidade através de uma junta provisória. A tentativa de negociação com o líder dos maragatos, Gumercindo Saraiva, em busca da paz na região soou como traição por parte dos florianistas, que acabaram entrando de forma triunfal em Curitiba e armaram uma emboscada em que o ervateiro paranaense acabou sendo morto. Saiba mais aqui.

morretes-curitiba-parana-trem-18.jpg?resCruz onde o Barão do Serro Azul foi assassinado

Chegamos em Morretes já estava na hora do almoço, então logo fomos procurar algum restaurante para almoçar, optamos, claro, pelo prato típico da cidade o famoso Barreado, que é uma carne bovina cozida por aproximadamente 20h e é consumida junto à farinha de mandioca e banana.

Após o almoço fomos conhecer a pequena e charmosa cidade de Morretes. Suas ruas são de paralelepípedo, com pequenos comércios de artesanatos, restaurantes, sorveterias artesanais e um lindo rio chamado Nhundiaquara que corta a cidade. Por cima deste rio, passa a Ponte Velha (ou Ponte de Ferro), um dos principais pontos turísticos da cidade, construída em 1912.

Fomos então conhecer a encantadora Igreja Matriz de Nossa Senhora do Porto, que carrega uma histórias muito bonitas. Os quadros das Estações da Via Sacra, da igreja, foram pintados por Theodoro de Bona, um famoso artista da cidade. Realmente sua arte é muito encantadora. Em frente à igreja encontra-se um sino que foi um presente vindo de Dom Pedro II vindo de Portugal com o Brasão do Império. Esse sino ficava no alto da igreja, porém um raio caiu sobre ele abrindo uma rachadura. Como foi um presente muito importante, ele não foi descartado, mas colocado em frente à igreja. Em frente à igreja também está exposto um cruzeiro em homenagem à virada do milênio.

Saindo dali descemos a antiga rua do comércio, apreciando as belezas daquele lugar. No caminho é possível se ver as estruturas das casas antigas com seus beirais que deram origem ao ditado “sem eira nem beira”, mostrando a imponência das famílias ricas que ali habitavam. Caminhamos até o ponto zero da cidade onde do outro lado do rio há uma régua com as marcações em verde, amarelo e vermelho, significando a altura da água do mais baixo para o mais alto, respectivamente. Hoje o rio encontra-se no ponto verde, mas em 2011 houve uma enchente e a água do rio transbordou chegando na marcação vermelha e causando um grande caos na cidade.

Fomos tomar o famoso sorvete de banana em uma sorveteria artesanal e então caminhamos até a rodoviária, onde pegamos um ônibus até Curitiba. Uma dica é comprar as passagens de volta antecipadamente no site da Viação Graciosa e de preferência o ônibus que faz a linha turística pela estrada da Graciosa, nós não conseguimos comprar o turístico, pois já havia esgotado.

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Quer ver mais um relato sobre o passeio de trem e Morretes? Dá uma olhada no blog Qualquer Latitude !

 

E ai gostou do nosso passeio de trem até Morretes? Ou ficou com alguma dúvida?  Deixe seu comentário!

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