Membros mariosanfru Postado Julho 23, 2017 Membros Postado Julho 23, 2017 (editado) Olá! Decidi escrever este relato de um modo bastante direto, porque estamos em alta temporada e quero passar as informações de minha viagem o quanto antes – que todos os mochileiros possam aproveitar o melhor dos lençóis, sem cair nas armadilhas do turismão-mão-mão. Em junho-julho eu e minha mulher fizemos a Rota das Emoções, partindo de São Luís e chegando à última praia do litoral cearense. Uma das experiências mais impressionantes dessa viagem foi a travessia pelos lençóis maranhenses. Um relato em particular nos chamou muito a atenção, servindo de esteio para nossas decisões. Por ele, temos que agradecer ao Thales Sartori: travessia-dos-lencois-maranhenses-t139213.html Chegamos a São Luís sem nenhum planejamento prévio, apenas com indicações do que fazer e de como fazer. Já na cidade, pedimos alguns orçamentos para agências e nos surpreendemos com os valores – queriam cobrar pela travessia a quantia total que separamos (e gastamos) para fazer toda a viagem. Depois de muitas orientações sobre o lugar de onde deveríamos partir para iniciar a caminhada, decidimos por Santo Amaro. Lá tentaríamos algum guia que topasse fazer o trajeto. Vale dizer que a maior parte das pessoas com quem conversamos relutava em apresentar um roteiro Sto. Amaro -> Atins, dando os mais variados motivos. Entre eles, o vento: diz-se que, partindo de Atins, o vento ajuda não só pelo fato de andarmos a sotavento, mas também por moldar as dunas em um formato favorável (descidas pesadas, subidas leves). Ainda assim, arriscamos e batemos o pé, pois sabíamos que Barreirinhas é uma cidade já solapada pelo turismo de massa, do qual queríamos distância. No relato do Sartori, ele falava sobre um guia bacana, o Cleiton, então a ideia era chegar em Santo Amaro e tentar contatá-lo. Não sabíamos que a única rede de celulares que funciona na cidade é a da Oi, e isso quase nos custou a travessia... Então, mais um motivo para escrever este relato: que você se planeje pelo menos um pouquinho antes de chegar ali. Penamos para falar com o Cleiton, e, antes de conseguir conversar com ele, já tínhamos fechado com o ZECA (guarde esse nome), ninguém menos do que o pai do Cleiton. Agendamos a saída para o dia seguinte, às 3h da manhã. No primeiro dia em que passamos em Santo Amaro, conhecemos a lagoa Betina, almoçamos por lá e fizemos um passeio com o Felipe Santos, outro grande parceiro. Fez um preço camarada para passarmos o dia inteiro com a Toyota, indo e vindo, desvindo. Seu telefone: +5598 988418080. Ah, vale dizer a pousada em que ficamos: Cajueiro. Outra dica do Sartori. Fomos muito bem recebidos. [TRAVESSIA – DIA 01] Saímos com o Zeca, bem cedinho. O vento e a formação das dunas, como o pessoal já havia avisado, realmente joga um pouco contra. Mas estávamos no contrafluxo, e enquanto uma turma de mochileiros se amontoava caminhando de lá pra cá, íamos literalmente sozinhos de cá pra lá. A diferença, no mais, não é muita. Minha impressão: tanto faz ir como vir. Perto do meio-dia chegamos à lagoa da Sonda, depois de passar pela também famosa Emendados. Estávamos já próximos da casa do Zeca ----> SIM, ELE É MORADOR DOS LENÇÓIS. Quando chegamos à sua casa, que na verdade é um rancho, conhecemos a Evanira, sua mulher, e o neto dos dois, Chico. Almoçamos, armamos nossa rede no redário e enfim descansamos. Pouco depois, partimos para ver o pôr-do-sol, a 20 minutos dali. Estávamos na Queimada dos Britos, mas em uma área pouco visitada, já que a maior parte dos guias leva seus grupos para outra casa na mesma queimada. Zeca não "compra" a visita desses guias, que então prefere fazer outro caminho. O resultado é também aquilo que mais queríamos: menos pessoas, mais tranquilidade. À noite jantamos um belo peixe pescado por Chico e que Evanira preparou na hora. [TRAVESSIA – DIA 02] No segundo dia, a ideia inicial era partirmos para a Baixa Grande, onde dormiríamos antes da caminhada derradeira, até Atins. É aqui, no entanto, que acontece o pulo do gato, e me parece a decisão mais acertada de toda a viagem: decidimos ficar na Queimada e visitar as lagoas ali perto, que dizem ser as mais bonitos de todo o parque. Caminhamos o dia todos junto com o Zeca, e paramos em lagoas recém-formadas, transparentes, desconhecidas, e não cruzamos com vivalma – de quando em quando víamos um grupo caminhando longe, mas longe mesmo, e só. Éramos nós dois, Zeca, e no máximo umas cabrinhas. Nesse dia também aproveitamos para conhecer melhor o Rancho dos Lençóis, como Zeca, Evanira e Chico batizaram a bela casa. E é essa a nossa maior dica: faça a travessia, mas fique no Rancho. Se se apaixonar, faça como a gente, e troque a travessia pelo Rancho. Passamos outra noite, e decidimos partir de lá para o Buriti Grosso, de onde pegamos uma jardineira direto para Barreirinhas. Antes, o pôr-do-sol com a família, com direito a futebol no paraíso. [TRAVESSIA – DIA 03] No terceiro e derradeiro dia deixamos o Rancho, mas saímos com a intenção de passar a experiência para outros mochileiros. Zeca e Evanira decidiram abrir sua casa para visitantes bem intencionados. Se você tiver tempo, pare uns dois ou três dias ali com eles e conheça os verdadeiros lençóis, aquela parte do parque que é vivida pela gente que ali nasceu. Os telefones: * +5598 98910-9494 * +5598 98604-0016 Editado Agosto 22, 2017 por mariosanfru 1 Citar
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