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Aeroporto Ho Chi Minh, mais conhecida como Saigon, 21:30 da noite

 

Eu piso fora do desembarque e a umidade do ar já me dá um beijo de boa-vinda.

Com o celular na mão tento entender o que o Hostel quis dizer com "Uber Moto é muito mais barato"e resolvo arriscar. Depois de ser cancelada pelos motoristas 3x seguidas finalmente identifico um capacete azul escrito "UBER" no meio de um mar de motos/carros/gente.

 

A umidade vira um vento morno maravilhoso que eu sentia no rosto, junto com o frio na barriga de estar viajando sozinha de novo depois de tanto tempo. Eu reconhecia aquela minha cara de boba, era o mesmo de 6 anos atrás quando cheguei em Bali e subi numa moto sem ninguém me dizendo que era perigoso demais e era melhor ficar em casa.

 

Era o Vietnam me dizendo "Boa Sorte". Ok, a gente sempre precisa

 

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Meu UBER moto entrou em uma rua tomada por mesinhas de pré-escola nas calçadas e Luzes neon piscando pra todo lado. Eu já tinha lido antes e sabia que se tratava do 1o District (distrito 1) ou melhor, o distrito dos mochileiros. Meu hostel não devia estar longe, pensei.

 

Não deu outra: dali a pouco ele parou em frente a um dos prédios, e enquanto eu saltava da moto um trio atrás de mim disputava a minha atenção gritando "MASSAGE?" "DRINKS" "OLHA O MEU CARDÁPIO". É, eu definitivamente estava na área mais turística da cidade. O uber então encerrou a viagem na minha frente, mas não antes de matar uma barata monstro que escalou a perna dele GRAÇAS A DEUS logo após eu sair da garupa. Assim que conectei na internet vi que a viagem tinha me custado algo em torno de 12 reais, o Hostel tava certo. Foi assim que vi a primeira vantagem de viajar só com uma mochila do tamanho de uma de escola...

 

Entrei no hostel super novo, menos de um mês de uso (https://www.facebook.com/the90shostel/ nem tive tempo de socializar. Só mesmo no dia seguinte subi para o terraço onde era servido o café da manhã pra comer e pensar no que faria aquele dia. Foi quando bateu o "tô sozinha e tenho essa cidade inteira na minha frente". Ainda era bem cedo e resolvi olhar na internet onde poderia comprar umas roupas de verão, já que moro no sul da Austrália e verão por lá é bem curto. Decidido o destino, CHAMA O UBER MOTOCA!

 

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The 90's, meu hostel e eu me dando conta que eu tava sozinha pra car ::ahhhh::

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Pois bem, durante o café achei um artigo muito bom ( esse aqui se interessar https://www.citypassguide.com/en/travel/ho-chi-minh-city/activities/blog/10-great-places-to-shop-in-saigon) e decidi que meu destino seria Nguyễn Trãi Street, ou melhor, fashion street. Apesar da fama de termos que barganhar pesado, não precisei fazer isso nenhuma vez já que o lugar é para locais (acho que vi só uns 3 turistas e nada mais, a galera nem fala ingles por lá). Eu não estava pronta para o tamanho da rua: era loja atrás de loja, araras abarrotadas e todos os estilos possíveis, tudo junto. Foi aí que notei nas etiquetas ZARA, FOREVER 21, MANGO, H&M, VICTORIA SECRET e me lembrei que o Vietnam fabrica roupas para essas lojas, e na real eu tava comprando tudo por uma fração do preço.

 

Pensei no trabalho duvidoso das roupas, mas já tava no calor do comprismo e deixei passar. Ainda assim te digo: roupas baratíssimas e legais, Nguyễn Trãi Street e Saigon Square são os locais para você.

 

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Brusinha forever 21 - 6 reais.

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Pois quando comprei minha passagem para o Vietnam pensei numas férias tropicais, até levar uma baldada de água fria em fóruns de viajantes e pelo Lonely Planet: Vietnam não é famoso por suas praias. Mas nem tudo está perdido, eis que entre minhas pesquisas uma ilha apareceu para salvar as minhas férias tropicais.

 

E assim comprei uma passagem de avião por 40 dólares ida+volta pela VietJet para Phu Quoc, a ilha vietnamita na costa do Camboja (esse sim é famoso pelas praias). Escolhi um hostel baseada nas avaliações que li do Trip Advisor onde os viajantes diziam ser um dos lugares mais incríveis que já ficaram, e tudo por conta das pessoas que conheceram por lá. Era também o lugar mais barato da ilha, 8 dólares a diária, mas assim que reservei recebi uma mensagem do hostel dizendo:

 

"Obrigado por escolher ficar conosco em sua estadia, mas mantenha em mente que o hostel é afastado da cidade e que você vai precisar de transporte para ficar perto de tudo"

 

Transporte significa subir numa moto e dirigir sua própria bunda por aí. Eu tenho fobia de moto, e no Vietnã a aventura começa quando você tenta atravessar a rua.

Fiz o certo.

Ignorei a mensagem

 

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"mantenha a velocidade e a direção que você está atravessando a rua e os motoristas vão saber o que fazer para não te matar" foi o conselho que recebi de um amigo antes da viagem e não entendi direito o que ele quis dizer

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Sheguaaayyyyy no hostel em Phu Quoc. Taxi com ar-condicionado, 12 dólares do aeroporto até lá, mais caro que minha estadia mas whatever... gosto de um conforto até me sentir confortável com o local.

 

E o dono não estava brincando: era LONGE. Assim que cheguei fui recebida pela vietnamita dona do lugar, novinha, com um sorriso gostoso de orelha a orelha. Eu olhava pra estrada de chão batido na frente do bar/boteco que era a frente do hostel que ia em direção a uma mata densa e pro outro lado algumas casinhas e pensava comigo se por acaso eu não tinha mesmo entradonuma fria.

 

Fui me apresentando e tentando fazer amizades sinceras o mais rápido possível já pensando nas futuras caronas das motocas. Parecia que meu plano tava dando certo até eu ir tomar banho e todos do hostel saírem nas motos pra ir jantar e me deixarem pra trás.

 

"QUE BURACO DA PORRA, AMANHÃ TÔ MUDANDO DAQUI". Fiquei pensando sentada no computador morrendo de fome e sem ter pra onde ir. Que belo começo... talvez eu consiga mudar minha passagem de volta e veja algum lugar mais amigável e...

 

- hey! A gente tá tomando uma cerveja lá na frente e jogando baralho, vem?

- QUE? Acabei de olhar lá na frente e não tinha ninguém

- tá todo mundo de volta, vem?

-hmmmm (cerveja engana fome) tá, tô indo.

 

E voltei pra cama, 5hrs da manhã.

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No dia seguinte a noite de estréia acordei cedo, 9 hrs da manhã. fui tomar o café da manhã com o outro dono do hostel (outro vietnamita novinho) e lá ficamos escutando músicas budistas, tomando café vietnamita que consiste em café, gelo e leite de coco (faz milagres com ressacas) e vendo as vacas passarem na lama da estrada de terra.

 

- Saí da Hanoi, se você não quer ser como a gente da cidade, não pode viver na terra que gerou eles - falava o menino de olho puxado e cabelo samurai do outro lado da mesa.

 

- Agora sou feliz, todo dia! Esse café, os sapos, as vacas passando, os amigos...

 

Eu sorria e concordava. Dali a pouco os hóspedes foram acordando um a um e se juntando a nós na mesa. Uma única mesa. Talvez esse seja o segredo de um dos hosteis mais interessantes que já fiquei.

 

Depois do café todos nos, cerca de uns 10, já tínhamos um plano para o dia: ir ver a praia mais bonita da ilha, jogar sinuca e tomar uns drinks no bar da praia mais tarde. Dividi o aluguel da moto com uma menina do dormitório #1 e assim ficou resolvido meu dilema da fobia de motos. Ela já estava no hostel a um mês e meio e já sabia das quebradas da ilha.

 

Lembra quando eu falei ali em cima que esse era um dos hosteis mais interessantes que já fiquei? Pois bem, ele é pequeno, acho que cabe no máximo 15 pessoas por noite, não tem nada demais tirando os quartos, banheiro separado e um bar que ninguém toma conta, longe da cidade, mas ainda assim as pessoas ficam semanas, meses, voltam outras temporadas, vão embora com lagriminha nos olhos.

 

E justamente por conta dessa galera que fica mais tempo foi que conheci a ilha de um jeito delicioso. Eles sabiam as melhores praias, os melhores drinks, as melhores mesas de sinuca, as melhores carrocinhas de comida de rua, o melhor sorvete de coco, os locais mais legais, sabia até arranhar um vietnamese. Eu pensei em mudar os últimos dias para um resort no começo, mas com o passar dos dias fui me sentindo parte de um grande grupo de amigos viajando juntos, e não há quarto bonito nesse mundo que pague um abraço comunitário em volta de uma fogueira a noite na praia.

 

Não há.,

 

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quando choveu depois da praia a gente fez uma roda. Parece bobão, é bobão, mas é uma dessas coisas que eu gosto de lembrar pra vida valer a pena

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