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Dia 01 – 20 de maio de 2017.

 

Essa viagem foi uma daquelas planejadas por mais de ano. Na verdade, chegamos a comprar passagens pra essa aventura em outubro de 2015, mas por questões de trabalho tivemos que cancelar. ::bad:: Na época ficamos na maior dúvida do que fazer: manter as passagens guardadas ou pegar o dinheiro de volta. Acabamos optando por pegar o dinheiro de volta, pois assim poderíamos fazer uma viagem menor aqui no Brasil mesmo. No início de 2017, os planos dessa viagem foram retomados e aí, meus amigos... Vocês sabem como é. Por mais que você leia mil relatos, parece que ainda não sabe de nada. Começamos a ler e reler tudo de novo. ::sos:: Desde já agradeço aos depoimentos aqui dos Mochileiros, que contribuíram intensamente para o nosso planejamento.

A primeira grande dúvida que surgiu: “Só” Peru ou o clássico trio (Peru, Bolívia e Chile)? Escolhemos o trio clássico, porque em 2015 já estávamos decididos quanto a isso. Resolvemos manter... A segunda grande dúvida: Avião ou ônibus? Nesse ponto, vários fatores devem ser considerados e os principais são dinheiro e tempo. Nós tínhamos 21 dias. Daria para fazer o percurso tanto de ônibus quanto de avião, mas sempre que tentávamos montar o roteiro de ônibus nos víamos presos na tentação de estender um pouquinho ali e aqui, conhecer mais aqui e ali... Financeiramente, considerando as passagens e hospedagens, a diferença seriam 200 reais (calculados na ponta do lápis, hein?). Outra coisa que pesou muito foi a unânime decisão de fazer a trilha Salkantay no Peru. Então, precisaríamos de mais dias no Peru e acabamos optando por um roteiro um pouco diferente do habitual descrito aqui no site. Começamos a viagem por San Pedro de Atacama, passando por Uyuni, Santiago, Cusco (Salkantay e Machupicchu).

Ficamos praticamente 7 meses vigiando o preço as passagens aéreas. Pelo o que a gente viu, até 3 meses antes da data da viagem, o preço varia pouco... Dos 3 meses em diante, varia muito. Passagens compradas, seguro saúde comprado, equipamentos que não estavam bons comprados... Eu sempre digo que o melhor da viagem é esperar por ela e sua programação. Confesso que nessa viagem em especial, a etapa da programação passou muito rápida e logo chegou o momento do embarque.

Atualmente, moramos em Juiz de Fora. O nosso voo saía de Belo Horizonte. Talvez muitos já se perguntem o pq de sair por BH ao invés do RJ, que é muito mais perto... Pois bem, além de estar bem mai barato, também temos familiares em BH e aproveitamos para dar aquele abraço. Entretanto, na volta da viagem, arrependemos um pouquinho disso. Viajar tanto tempo e ainda ter que dirigir mais 4 horas para chegar em casa não é brincadeira. Na sexta feira pela manhã partimos para Belo Horizonte. Tentamos descansar um pouco, mas como é que controla a ansiedade? E o medo de perder o voo (que eram 05:45 do sábado)? E a “pequena” família que tem que ver? A sexta voou e já estava na hora de ir para o aeroporto. Então tudo começou...

Pegamos um voo para Guarulhos, onde fizemos o controle migratório. Foi tudo bem rápido e tranqüilo. Em seguida, pegamos o voo para Santiago. Nesse voo eu desmaiei de sono. Eu só acordei mesmo porque não podia perder o lanchinho da LATAM, que não verdade era um sanduíche, biscoitinho e uma saladinha de frutas... ahahahah

Quando acordei pela segunda vez, já estava aproximando de Santiago e aí veio a primeira emoção da viagem. Linda e gigantesca, a primeira vista da Cordilheira dos Andes... Pra mim foi algo muito emocionante. Não imaginava que seria tão linda e tão grande. Lembro da aeromoça dizendo que estávamos em área de turbulência, devido a cordilheira. Apertei forte a mão do Átila e todo o resto sumiu. Parecia estar só eu e ele. A euforia foi muito grande.

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Descemos em Santiago (1 hora de diferença) e fomos para o controle migratório. A moça que nos recebeu não perguntou nada. Carimbou os passaportes e pronto. Então tivemos que despachar as mochilas novamente, agora para Calama. Importante ponto a ser dito: Fizemos uma capa para as nossas mochilas cargueiras. Na verdade foram capas simples, mas que mantiveram as alças das mochilas íntegras até o final da viagem. ::otemo::

Chegando em Calama, já havíamos fechado o transfer para San Pedro do Atacama com a Licancabur, então lá estava a moça com uma plaquinha e nosso nome. Demorou um pouco até a van da Licancabur chegar e partir para San Pedro. Com todo esse vai e vai de novo de avião e a correria do dia anterior, estávamos muito cansados. Fomos ao Hostel Mamatierra, no qual já tínhamos feito a reserva pelo Booking.

O Hostel é uma graça. É bem perto da Caracoles. Muito silencioso. Cozinha muito bem equipada e disponível. Tem café e chá disponível 24 horas por dia. O banheiro é compartido, mas muito limpo. O único problema é que a água quente não era muito constante. Tava quente e do nada, gelava. Depois descobrimos que se mais alguém estivesse tomando banho, dava esse problema... rsrsrs.. Então o lance era esperar quando a galera já tivesse terminado. A maior vantagem desse hostel era que tinha água mineral disponível para os hospedes. Gente, isso no deserto é um luxo. A água é um bem precioso para eles. Lembrando que no Atacama só chove de 3 a 5 dias por ano (mentira!)... Além disso, era uma economia gritante. Não ter que comprar a água todos os dias e simplesmente encher as garrafas era algo muito bom...

Quem nos atendeu foi a Anita, uma moça muito simpática e super disposta a ajudar. De cara, já falou onde estavam os pequenos mercadinhos da região. Por sorte, haviam dois bem ao lado do Hostel. Como chegamos tarde e não havíamos almoçado, resolvemos fazer uma comidinha no hostel msm. Compramos batatas desidratadas e salsichas. Fizemos um purê e as salsichas. Delicia! Aí, descobrimos que o vinho era algo muito barato lá! Mais barato do que água ::ahhhh:: . Claro que bebidas alcoólicas em altitude, atenuam os efeitos... Então, compramos um vinho de 1,5 L...

Fomos dormir. No outro dia iríamos acordar cedo e escolher uma agência para realizar os passeios.

 

 

Dia 02 – 21 de maio de 2017

Acordamos cedo e fomos tomar o café no hostel. Muito bom por sinal. Fomos andar pela cidade e conhecer as agências. Como era domingo, as agências abriam só após as 10 horas, então fomos até a Igrejinha da cidade para conhecer. DSC00715.JPG.f51a49921ca9be733f72c00eda2a0736.JPG

 

Quando as agências abriram, fomos direto na World White Travel acertar o Uyuni (já havíamos reservado com eles) e acabamos fechando todos os outros passeios com eles mesmo. Quem nos atendeu foi a Melina. Muito simpática e fez um preço especial por estarmos fazendo todos os passeios com eles. Em seguida fomos trocar dinheiro. A taxa varia um pouco, então vale a pena olhar. A melhor que encontramos fica na Gambart, bem perto da esquina da farmácia. Embora tenha levado um kit de primeiros socorros muito bom, acabei esquecendo o soro fisiológico e precisei comprar ::Ksimno:: . É cruel a secura daquele lugar, viu? Então levem o soro e o colírio!

Fomos ao hostel e preparamos um hambúrguer caprichado como almoço. Em seguida, fomos para a agência e de lá, para o Valle de La Luna,um vale de formações vulcânicas e sal. O lugar é lindo. É bem perto da cidade e poderíamos ter ficado o dia inteiro lá admirando. Entretanto, o passeio com as agências é muito corrido. Pouco tempo para apreciar o lugar. Então eu deixo uma sugestão: alugue uma bicicleta e vá cedo pra lá. Se não puder ir de bicicleta, vá andando. É perto, sai mais barato, você fica mais tempo e vai onde quiser.

Fomos ver o pôr do sol da pedra do Coiote. Eu preferiria ter assistido do próprio Valle de La Luna, mas também foi lindo.

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Voltamos para o hostel, preparamos mais um lanche e comemos. Nesse dia, ficamos acordamos até muito tarde. Conhecemos alguns brasileiros (Flávia, Raphael, Osvaldo e Thiago) e foi aquela festa... Os meninos iriam para Uyuni no outro dia e a Flavia iria na quarta, então trocamos as expectativas... rsrsrsr...

Começamos a nos preparar para o tão esperado próximo dia: Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas.

 

 

Dia 03 – 22 de maio de 2017.

Acordamos cedo e recebemos um café da manhã em saquinho do Hostel para levar. Muito caprichado (pão com queijo e presunto, pêssego em caldas, iogurte e barra de cereais)! 07:00 horas, o pessoal da agência chegou para nos buscar. Fomos de van e paramos em um povoado para tomar café. Simples, mas gostoso... Depois fomos até a Piedras Rojas e para a nossa surpresa, estava congelado. Era possível caminhar sobre o lago.

Chovia um pouquinho, mas nada que atrapalhasse. O frio tava tenso. Uma moça do grupo não suportou o frio nas mãos e voltou passando um pouco de mal para a van. Eu já tive problemas sérios com frio nas mãos em outra viagem e aprendi da pior forma que, se está frio, não pare de se movimentar. Eu não queria perder a chance de aproveitar o local. Então já desci da van me movimentando muito.. ::Cold:: .

Eu e o Átila nos divertimos muito, mas ficamos um pouquinho tristes de não ter aquela vista das Piedras Rojas.

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Estava com baixa visibilidade... De lá, voltamos para a van e fomos em direção às Lagunas Altiplânicas. Vai subindo, subindo e nunca chega. De uma hora pra outra, começou a nevar. Muita neve e aí já não se via mais nada na frente... Chegando na portaria do parque das Lagunas, Tam Tam!!!!!! As Lagunas Altiplânicas estavam interditadas devido a neve! Como assim????????? ::putz::

O surto foi geral. Tinha gente na van querendo o dinheiro de volta, tinha gente com raiva, tinha gente que sabia o que estava perdendo e tinha a gente! Que descemos da van mesmo assim e fomos aproveitar a neve, já que era a primeira vez que presenciávamos o fenômeno. Hahahaha! Muitas pessoas viajam para ver neve e não presenciam o fenômeno! Até aí decidimos curtir o que tinha, mas no fundo o coração tava num aperto só de não ver as lagunas. Decidimos que repetiríamos o passeio outro dia. Fomos almoçar no mesmo local em que tomamos café da manhã. O almoço não estava muito bom, mas havia mais de uma opção. Eu pedi frango. Mas provei o tal omelete de quinoa e achei melhor... No almoço, já sabíamos que o clima estava estranho, pois estava chovendo. Pensei que seria por causa da altitude...

Depois do almoço fomos ao Salar do Atacama. Pra variar, também não tinha visbilidade de fundo que compõe o cenário exuberante do local...

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Foi batendo a decepção com o passeio e eu já não tava mais achando graça na tal neve. Antes de ir para San Pedro, ainda paramos em Toconao. Lá tinha artesanato e uma lhama. Nada diferente.

Voltamos para San Pedro e aí veio a bomba! Chuva. Muita Chuva. As ruas de San Pedro eram lama. Não se via mais aquele tanto de turista andando para lá e para cá. Em todos os sites que eu li falam que o período de chuvas no deserto é de dezembro a março. Estava no final de maio. É o deserto mais árido do mundo! Chove de 3 a 5 dias por ano! Como assim? O que estava acontecendo? “No deserto não chove”. Chove sim! Eu imagino que para algumas pessoas que vivem ali a chuva deve ser mesmo abençoada, porque chove muito pouco. Mas se pensar que é uma cidade turística, imagino que deve ter sido o terror de todos. Vários turistas indignados e querendo o dinheiro de volta... Nós fomos até a World, que já estava atrás de nós para dar a notícia fatal: No dia seguinte, iríamos para o Uyuni e adivinhe só! A fronteira Boliviana estava fechada por causa de neve. Então foram dadas duas opções: Ir para o Uyuni, sem passar pelas Lagunas Verde e Blanca, atravessando por Ollague, ou pegar o dinheiro de volta e ficar em San Pedro. Detalhe: todos os passeios para o outro dia em San Pedro estavam cancelados devido ao mau tempo. Perguntamos ao pessoal da cidade se era comum essa chuva naquela época e pasmem!!!!!!!! Sim! Alguns falaram que nas últimas semanas de maio e primeiras de junho é comum chover um pouco e cair nevascas nos locais mais altos dos tours. Eu nunca tinha lido isso. Nos falaram o seguinte: de dezembro a março, chove. Os tours podem ser cancelados por causa da chuva. De maio a julho, neva! Os tours podem ser cancelados e ficar muito tempo fechados. A melhor época para ir ao deserto é de agosto a outubro... Também nos alertaram que ultimamente o tempo está muito instável na região. Vem ocorrendo alguns fenômenos climáticos fora de época... Então se prepare! Tudo pode acontecer quando você se dispõe a ficar perto da natureza...

Depois de muito pensar, decidimos manter o cronograma e ir pro Uyuni ::hahaha:: . Vimos muitas pessoas desistirem... Deu um frio na barriga, mas a Melina nos garantiu que tudo seria feito com a maior segurança e que o tempo estava bom em Uyuni... Como retornaríamos para San Pedro, teríamos tempo de fazer os outros passeios.

Nesse dia experimentamos as famosas empanadas por mil pesos e fomos arrumar tudo para a viagem do Uyuni. Dormimos cedo.

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Continuando...

 

Dia 04 - Partimos para Uyuni

Então, como já havia combinado... 03 horas da manhã e lá estava a nossa van para nos buscar. :shock:

A travessia seria pela Ollague, um pouco mais longe... Por isso saímos tão cedo. O caminho até Ollague estava com tanta neve que deu medo só de imaginar a outra fronteira. Depois ficamos sabendo que dois carros que arriscaram passar pelo outro caminho se acidentaram. Não sei se dizer se as pessoas se machucaram ou não... Sei que era muita neve, mas que em nenhum momento tirou a beleza do lugar. Pelo contrário... Ver aquela imensidão marrom colorida de branco foi muito legal.

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O Ollague, pra quem não sabe é um vulcão ainda ativo, com pouco mais de 5800 metros. Bem ao seu pé, encontra-se a fronteira entre o Chile e a Bolívia. De lá era possível ver a fumaça que saía do gigante...

Como em todos os lugares, aquela história de fronteira: para sair, ninguém olha muito bem o que você tem. No Chile tem um papelzinho que você recebe assim que entra, o PDI, e precisa entregar ao sair do país. Pouco depois de passar pela fronteira Chilena, fomos encontrar o guia e os jipes que nos guiaram pelos próximos 4 dias. Foi preparado um café muito gostoso no local. Aos domingos, há uma feira local e o local é um pouco sujo por conta disso. Mas nada que assuste. ::xiu::

Éramos 12 no grupo inicial e iríamos nos dividir em 2 grupos de 6. No nosso grupo ficaram uma chilena (Dani) e três uruguaias (Santina, Diana e Silvia). Ou seja, era um grupo de 5 mulheres e o Átila de homem. Até hoje eu me pergunto como que ele aguentou tanta falação... ahahahah ::lol4::

O guia era o Gérman! Uma pessoa muito simples, quechua e com muita responsabilidade. Logo de início ele tratou de nos deixar bem a vontade. Disse que poderíamos colocar nossas músicas no carro para tocar. Gentilmente eu disse que poderiam escolher. ::putz::

Não façam isso! Escutamos o tal reggaeton até o final da viagem. É legal.. No início você dá aquela balançadinha de cabeça... Mas depois de um tempo você sonha com aquilo e aquela batidinha clássica da música te acompanha até o fim! ::essa::::toma::

Passamos pelas Laguna Canapa, Laguna Hedionda, Laguna Chiarkota e Laguna Honda. A Laguna Hedionda é linda, com muitos flamingos!

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É o primeiro contato com a Bolívia, o que torna tudo diferente. A Bolívia é uma país lindo, mas muito pobre. Em todo o percurso não há nenhuma estrada pavimentada, os banheiros são muito ruins e alguns muito sujos... Entretanto, as pessoas são muito simples e encantadoras. As crianças brincam com os turistas, os adultos fazem de tudo para nos servir bem. Aí nesse ponto eu já estava me questionando o que tanto se diz sobre perrengues que ocorrem no Uyuni. Como já disse, éramos um grupo bom e o guia era excelente. Óbvio que algumas situações fogem ao controle, como o caminho estar fechado pela neve. Óbvio que o pneu furou, óbvio que o carro não quis ligar um dia... Tudo isso aconteceu, mas eu não considero uma viagem de perrengues. Sempre que tivemos um problema, o German e os guias dos outros grupos paravam e eles arrumavam. Nós só torcíamos! Todos eles vivem daquela forma e fazem o máximo para que a gente fique bem.

O almoço desse dia foi preparado pelo próprio guia na Laguna Hedionda. Estava delicioso e muito farto. Comemos muito.

Continuamos e caminho e o frio só aumentava. Paramos na Arbol de Piedra. A altura da neve era impressionante e o lugar, mais ainda.

Fomos para a Laguna Colorada. Lá é a entrada da reserva de Flamingos. Então, é preciso pagar uma taxa para entrar e pode carimbar o passaporte!

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A Laguna Colorada é indescritível. Parece mágica. Água é de um tom vermelho que constrange e a quantidade de flamingos, de uma exuberância sem limites.

O refúgio da primeira noite é bem perto da Laguna Colorada. Era bem simples. Havia quartos com 4 camas. As uruguaias e a Chilena foram para um e acabou que eu e o Átila podemos ficar sozinhos em um. A cama era de solteiro, mas confortável. O único ruim é que não tinha duchas (nem frias), então o banho foi de lenços umedecidos. Confesso que imaginava algo muito pior para a primeira noite. Fomos tomar um café com biscoitos e uma hora depois, já serviam a janta. Lá perto havia uma venda, onde podíamos comprar água, vinhos, chocolates e biscoitos. Como ainda estávamos abastecidos não fomos, mas o Átila queria sair para fotografar o céu. Eu bem que tentei ir com ele, mas meia hora lá fora e eu voltei pra dentro congelada. Ele ainda ficou um pouco e conseguiu as fotos que queria.

Na hora de dormir foi o terror. Eu simplesmente não conseguia me aquecer. Estava muito frio. Sem me aquecer, eu não dormia. Por mim, coloquei umas músicas mais calmas e o cansaço venceu o frio! Nessa noite a temperatura chegou a -12 graus ::Cold::::Cold:: . Tìnhamos que acordar 4 horas no outro dia, pois tentaríamos descer até os Geyser...

Dia 05 – Hostal de sal

Acordamos muito cedo e fomos arrumar o carro para partir. Se a gente achava que já tinha nevado muito, putz... Vcs não imaginam como esse dia estava. Não se via um dedo na frente. Tomamos um delicioso café da manhã e partimos. Já no início do caminho, vimos que não seria possível chegar aos Geysers devido a nevasca que nos atingia. A Laguna Colorada, tão intensa um dia antes, parecia ter desaparecido. Então seguimos o caminho normal.. Laguna Capina, Italia Perdida, Laguna Vinto, Laguna Catal, Valle de Rocas, Mirador Anaconda, SOra, San Agustin, San Juan... Paramos e pudemos aproveitar cada um desses lugares... Eu amei a Laguna Catal. DSC01425.JPG.5afc40c19ee3534f2bd7c12cdf167892.JPG

Para chegar até ela, é preciso andar em um pequeno vale e como estava todo congelado, foi mais divertido. A paisagem é de tirar o fôlego! Almoçamos lá perto.

Chegando no Hostel de Sal, aquela alegria!!!!! Quarto matrimonial para mim e Átila. Eu sou muito frienta. Átila é muito quente. Embora ali já estivesse beeeeeem mais quente que no outro dia, ainda fazia frio. Além de tudo, havia ducha quente!!! O Hostel de sal por si só já é uma gracinha, mas acaba com o nariz da gente. Todo mundo sai de La sem respirar direito. É muito seco e o soro fisiológico não ajudou muito. Parecia que até piorava. Então, de novo eu reforço a idéia do lubrificante nasal em gel...

Lá perto também havia uma vendinha e fizemos uma vaquinha para comprar pisco e coca cola. A Dani iria nos preparar um Pisco Cola.. ahahah Porém, não acharam pisco na venda e trouxeram um destilado de uva, típico boliviano. Acabou que não tomamos tal bebida, por além de um café muito bom, o Hostel de Sal deu uma garrafa de vinho para cada mesa no jantar. Ooooooo! Aí sim! Sopa, comida muito boa com direito a batatas fritas, vinho, chás... Tudo excelente. ::tchann::

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Então o Gérman chegou e nos disse q poderíamos escolher entre acordar cedo e ir ver o nascer do sol no salar ou dormir ate mais tarde. Perguntamos para ele sobre o tempo e ele disse que não podia disser, porque estava muito doido naqueles dias. ::prestessao:: .. Graças a Pachamama, resolvemos apostar as chances e decidimos que queríamos ver o nascer do sol! Fomos dormir, todos cheios de expectativa, com coração na boca, porque no outro dia... Esse sim, seria o grande dia!

Dia 06 – Mundo Blanco

Acordamos um pouco antes da 5 horas, arrumamos o carro e partimos rapidinho! Nem tomamos café nesse dia!

O Gérman escolheu onde veríamos o nascer do sol. Como o salar é muito grande, cada guia para em um lugar, então você nem vê as outras pessoas... É como se fosse só você e o sol! ::love::::love::DSC01593.JPG.22b535c33f70a1b7bfcd279bf34ccbc3.JPG

 

E lá vinha ele, iluminando aquele imenso mundo branco... Nessa hora eu te digo uma coisa: você pode ver mil fotos do mesmo lugar, mas quando você está lá, é tudo muito mais bonito. É tudo diferente. O Salar é algo mágico. A medida que você anda, parece que o chão vai quebrando... Mas não vai.. Você olha pros lados e se sente tão pequeno!

Após o sol, fomos para as ilhas Incahuasi, a famosa ilha de cactos. Aqui, você pode pagar 30 bolivianos para andar na ilha ou ficar lá embaixo fazendo fotos do Salar. Muitos relatos falam que não vale a pena, mas resolvemos arriscar. Vale a pena sim! Alguns cactos devem ter mais de 2 metros de altura e lá de cima, tem uma vista muito boa do Salar... Enquanto percorríamos, lá embaixo o German preparava nosso (mais uma vez delicioso) café da manhã.

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Tomamos o café e em seguida fomos para o famoso local das fotos de perspectiva. Ficamos lá umas 2 a 3 horas e o guia tem a moral para fazer as fotos ficarem ótimas!

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Das fotos, fomos ao Museo de sal, monumento DAKAR e uma vendinha de artesanato. Eu comprei um imã de geladeira! Adoro! Aí chegou aqui em casa, coloquei o imã na geladeira e não e que ele absorveu toda a umidade do ambiente? Desfez completamente! :oops::cry:

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Paramos em Uyuni para almoçar e seguimos para o Cemiterio de Trens. Retornamos em Uyuni e era hora de dizer adeus ao guia... Grande German! Foi guia, mecânico, borracheiro, cozinheiro e fotografo! Muito prestativo e calmo!!!

Na agência, ficamos sabendo que teríamos que retornar por Ollague de novo, pois o tempo ainda estava ruim! Então dormimos num refúgio muito simples. Quarto matrimonial, banheiro com ducha quente (mas paga a parte), café e janta! Fomos dormir, pois no outro dia teríamos um longo percurso de volta a San Pedro...

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Olá Lívia

Quanto pagou no passeio a Uyuni?

 

 

Olá!!!

 

O passeio do Uyuni foi 235 dolares na World White Travel. Em San Pedro, vimos o mesmo passeio por vários preços... Bem mais baratos e bem mais caros. Decidimos fazer com eles por ser uma agência já bem recomendada pelos mochileiros em geral... Não me arrependo de nada!

 

 

 

::otemo::::otemo::

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Dia 07 – A saga do retorno a San Pedro de Atacama.

Acordamos um pouco mais tarde que o normal nesse dia. O planejado era retornar até San Pedro do Atacama por Ollague novamente, já que a outra fronteira continuava fechada devido a neve... Fomos tomar café e diferente dos outros dias, foi servida uma massinha frita que parecia um biscoito de polvilho. As uruguaias falaram que era apenas farinha com ovo e leite. Estava um pouco engordurado e não era tão bom, mas passamos um pouco de marmelada e mandamos ver! ::lol3::

Arrumando as coisas no carro e às 07 horas partimos. O guia que nos conduziu de volta disse que o plano era chegarmos em San Pedro até 13 horas! Então estávamos todos felizes e esperançosos de já organizar o passeio para o outro dia... ::otemo::

Então fomos até a fronteira da Bolívia e estava lotada. Por azar, pegamos um ônibus na nossa frente... Aconteceu uma coisa muito estranha nessa fronteira. Algumas pessoas iam saindo lá de dentro e comentavam que haviam pago uma quantia para passarem. Enquanto estávamos na fila, perguntamos a um guarda que tentava adiantar as coisas do lado de fora. Ele disse que todos deveriam pagar 19 bolivianos. Ok... Entretanto, de algumas pessoas foram cobrados mais e de outras menos. Nós, brasileiros, pagamos 15 bolivianos cada. A chilena do nosso grupo não pagou e o guarda disse para ela que somente europeus pagavam. ::essa::

Em resumo: cobra-se uma propina e não sei ao certo o valor. Depende da sua cara.

Fomos para um ponto entre as duas fronteiras... Aquele mesmo que tomamos café para ir... De lá pegaríamos a van de volta a San Pedro... Eis que a van não chegava! Gentilmente, o guia viu que estávamos com muito frio e nos preparou um café para esquentar... Depois de uns 40 minutos a van chegou.. Nesse momento, a gente soube que havia alguma coisa errada porque o guia da van disse que iria fazer um almoço pra gente mais tarde, pq chegaríamos tarde na cidade.

Quando chegamos na fronteira do Chile, a surpresa: a fronteira estava fechada! Simplesmente fechada e não era por causa de neve, mas por causa de uma manifestação que os policiais estavam fazendo. ::quilpish::

Não tinha como passar! A galera que tinha vôo marcado pro final da tarde daquele dia endoidou! Então, nos pediram para não sair da van e juntaram todos os guias para ir lá conversar com os policiais... Depois de muita conversa, eles deixaram montar uma van com a galera que tinha vôo (desde que mostrasse o bilhete)... O resto (nós) teríamos que esperar por mais 4 horas... ::grr::

A fronteira é algo crítico. O banheiro é complicado, não tem onde comprar alguma coisa para comer... Ainda bem que eu sempre ando com alguma comida! Ahahaha.... Ao término das 4 horas de espera, a turma já estava toda misturada nas vans e nos chamaram para carimbar o passaporte! O guia avisou acho umas 15 vezes para não deixar frutas nas mochilas... que não podia passar... Que que aconteceu???????? Umas das uruguaias do nosso grupo esqueceu que tinha duas maças na mochila... É claro que a infalível aduanda chilena pegou.. Daí foi aquela confusão... Pagar multa de 300 dolares e tals ::ahhhh:: ... Mais um pouco de demora...

A aduanda chilena é terrível, gente... É a segunda vez que presencio essas coisas.. Tomem cuidado com as coisas que vocês entram no país deles...

Ao atravessar a fronteira, o guia nos levou em um restaurante em Ollague mesmo para almoçar. E aí é nessas horas que você vê diferença entre as empresas... Nesse dia, não havia nada disso incluído... Nem almoço, nem café da manhã extra... A empresa assumiu toda a responsabilidade por nós e bancou td ::cool:::'> ... Digo isso porque as outras agências não fizeram isso. As pessoas tinham que pagar pela sua comida e ainda pagar a mais, por estarem voltando por um caminho mais longo ::bad:: ...

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Depois do almoço seguimos estrada e precisamos parar em Calama para abastecer... Chegamos em San Pedro 20 horas da noite... Tomamos um banho mega caprichado e dessa vez, resolvemos sair para comer algo e comemorar o Uyuni. Comemos uma tábua de carne e batata na Caracoles msm... Fomos em busca do nosso passeio para o próximo o dia, que seria o Geysers El Tatio e para nossa decepção: ainda estava fechado por causa da neve.

Voltamos para o Hostel e fomos dormir...

Dia 08 – Valle de La Muerte

Acordamos não muito cedo e tomamos café. Saímos em busca de algum passeio que poderíamos fazer naquele dia... Como eu disse, lagunas altiplânicas, laguna Cejar, Geysers El tatio e Salar de Atacama continuam fechados por causa da neve. As pessoas comentavam que a neve estava com mais de um metro de altura nesses lugares e não tinha como chegar. O mais impressionante é que na cidade mesmo, o sol rachava! :?

Para não perdermos mais tempo, decidimos ir a ao Valle de La Muerte... Acontece que as agências te cobram caro para ir até lá... A outra opção é alugar uma bicicleta e ir... Quando você aluga, eles entregam um mapa para você seguir. O problema é que eu não sei andar muito de bicicleta e uma parte do caminho é em rodovia sem acostamento. Confesso que fiquei com medo... Mas aquela história: já que não tenho rodas, vou a pé, né não? ::tchann::

Fomos caminhando até o final do Valle. É uma caminhada muito tranquila. Dá uns 12 km ida e volta até o final do Valle....19143075_10154592527742409_6469102911418463499_o.jpg.9e83d37ef638a2adc7a2db9773883e22.jpg

 

O Valle de La Muerte é lindo! Eu achei bem mais bonito que o de La Luna. As formações vulcânicas lembram toblerones e aquele coloração é magnífica. Nesse Valle tem a grande duna. As pessoas vão ate lá e ficam brincando de escorregar. Nós subimos e ficamos lá apreciando. Dps nos desafiamos a descer pelo ponto mais íngreme da duna. É preciso ter uma força boa nas pernas para subir e descer... Além disso, lá venta muito e levanta muita areia... Óculos são imprescindíveis.

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Voltamos do Valle e começamos a nos preparar, pois teríamos o tour astronômico às 22 horas com a SPACE. :P Ocorre que, como tudo, o tour foi cancelado :roll: . Mas aproveito e deixo aqui uma opinião: o pessoal da space é pessoal mais sem educação de San Pedro. Você pergunta as coisas e eles nem olham na sua cara. ::bruuu:: Existe uma outra agência, a Apacheta, que fica em frente ao centro de informações ao turista que também faz o tour astronômico e o pessoal é muito mais simpático. Nela também não havia como realizar o passeio, claro, mas pelo menos o moço que nos atendeu foi super simpático e mostrou como estava o céu... Enfim.. Deu mais atenção... ::prestessao::

Voltamos ao hostel e compramos novas empanadas para comer. Nessa hora eu só dava graças a Deus de ter ido ao uyuni. Imaginem só a frustação dos turistas que ficaram todo esse tempo no Atacama sem nenhum passeio aberto...

 

Dia 09 – Lagunas Escondidas.

 

Tomamos café e fomos buscar um novo passeio para fazer. Novamente, continuava fechado... ::putz:: O único passeio que abriu foi o Thermas... Mas confesso que não me interessava muito pelo lugar... Então decidimos ir às Lagunas escondidas... Fomos com a agência Lickan Antay... Essa agência não fica na Caracoles, mas o pessoal dela te aborda na Caracoles msm... O dono da agência é um Atacamenho e nos contou muitas histórias legais quando fomos lá...

O passeio começava as 13 horas, então fomos almoças nas barraquinhas próximas ao campo de futebol... É bem mais barato que qualquer comida na Caracoles e é muito farto... Ficam cheias e são fáceis de encontrar. Comemos na primeira da esquina...

O tour de Lagunas escondidas é bem divertido. Passamos por 7 lagunas de sal. Sendo que quem quiser pode entrar na primeira e na última... Há uma ducha para passar dps antes de ir embora. Vale lembrar que a água é muito salgada e você sai branco de tanto sal... Outra coisa engraçada: ngm afunda nessas lagunas... :lol:

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Nas outras lagunas não é possível nadar, por são muito fundas e tem muitos metais pesados. :o O guia nos disse que em algumas até hoje não sabem bem a profundidade... De todo o jeito é um passeio lindo e rende fotos maravilhosas...

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Na volta, paramos em um mirante e assistimos o pôr do sol, enquanto foi servido um coquetel com pisco sour, batatinhas e biscoitos... Muito legal... 19092791_10154592522252409_4477658329466306365_o.jpg.9f9a41c1dfaf759faa30fb1cf7c7828c.jpg

Ao retornar para o hostel, tentamos mai suma vez fazer o tour astronômico e não foi possível... Olhando de onde estávamos, o céu parecia lindo... Mas todas as agências estavam cancelando. :wink:

Voltamos ao hostel e dessa vez, com o coração partido... No outro dia cedo iríamos embora... Infelizmente, a neve não permitiu ver os lugares mais lindo do Atacama, mas o pouco que conseguimos foi maravilhoso. ::love::::love:: É um lugar místico onde você pode ver beleza nas coisas mínimas... Não deixem que imprevistos como o tempo atrapalhem a viagem de vocês. Saibam aproveitar o que aparecer... ::Ksimno::

Compramos as coisas e fizemos um sanduíche no hostel... No outro dia partiríamos cedo para Santiago.

Arrumamos as mochilas e fomos dormir...

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