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O que o tabuleiro do Recife tem?


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O que o tabuleiro do Recife tem?

Publicado em 18.03.2010

Jornal do Commercio

 

 

O artesanato é o principal produto disponível nas sete feiras administradas pela prefeitura da cidade. Dois outros espaços estão a caminho

 

Bruna Cabral

bruna@jc.com.br

 

Feira de rua é simplesmente irresistível. Barraquinhas enfileiradas repletas de possibilidades coloridas para pendurar no pescoço, usar no cabelo, enfeitar a casa, animar as tardes de ócio da criançada e, no final das contas, fazer girar a roda da fortuna de uma cidade inteira. No Recife, artesanato tem tanta importância, que marca desde a paisagem à vida econômica. É cartão-postal inevitável. E, não por acaso, menina dos olhos da administração pública.

 

Tanto, que já motivou a elaboração de uma lei para regulamentar o ofício, além de figurar, absoluta, entre as ações de fomento ao desenvolvimento econômico planejadas pela Prefeitura do Recife para os próximos meses. Segundo Carlos Rocha, diretor do Núcleo de Promoção às Atividades Econômicas da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, há pelo menos 1,2 mil artesãos na ativa cadastrados pela prefeitura, mais outros quatro mil inativos, que já foram alvo das políticas públicas.

 

Para garantir um palco a tantos artistas, feira não falta Recife afora. As que contam com a supervisão da administração municipal são sete: as de Boa Viagem, Casa Forte, Poço da Panela, Lagoa do Araçá, Rosarinho, Arsenal e do Capibaribe. Isso sem falar nas que estão por vir. “Ainda este ano, pretendemos inaugurar centros fixos de comercialização de artesanato em Casa Amarela e na Ilha do Retiro”, afirma Rocha. Outro plano da gerência de artesanato do núcleo dirigido pelo executivo é a padronização urbanística das feiras e a publicação de um catálogo com informações sobre todas elas.

 

Mas enquanto as novidades não ganham as ruas, a população não perde a oportunidade de conferir o que tem no tabuleiro dos artesãos cidade afora. O calendário de feiras é intenso no Recife. Mas nenhuma delas é tão tradicional quanto a de Boa Viagem. A feira, que funciona de quinta a domingo na baixa estação e diariamente nos meses de férias, teve início no ano de 1967. “Época de vacas gordas”, recorda, saudoso, seu Zé de Olinda, artesão da velha guarda, expositor há 40 anos. “Agora, o movimento caiu.”

 

Pudera. A concorrência só tem aumentado. Um bom exemplo disso é a já tradicionalíssima feirinha do Bom Jesus, iniciativa privada que ocupa – e povoa – o Bairro do Recife todo domingo há pelo menos 10 anos. São dezenas de barraquinhas que vendem de roupa a chocolate. E fazem o maior sucesso. Tanto, que a americana Ilana Stein, 23 anos, e o amigo mineiro Sérgio Bittencourt, 28, não perderam a oportunidade de visitar a feira, mesmo numa passagem relâmpago pela cidade. “Achei muito organizada, tranquila. Um passeio que vale a pena fazer”, diz Sérgio. Quem concorda é Gisela Trenz, 35, ex-turista que adotou o Recife como casa há quatro anos. “Adoro feira. Sou do Rio Grande do Sul, onde elas também são uma tradição. Aí me sinto em casa”, conta Gisela, que sempre que pode, corre para a feira mais próxima com toda a família.

 

Para quem prefere dedicar o domingo ao ócio, não faltam oportunidades para conferir a produção local de artesanato nos outros dias da semana. Todo sábado, das 15h às 21h, há uma simpática feirinha sendo realizada na Praça de Casa Forte, numa semana pela Associação dos Moradores e Amigos do Poço da Panela, e noutra pela Associação dos Artesãos de Pernambuco.

 

Também aos sábados (no primeiro e terceiro do mês), a Lagoa do Araçá serve de cenário, das 15h às 21h, para pelo menos 25 artesãos exporem seus trabalhos. No Rosarinho, dia de feira é sexta. Caçula, a iniciativa ainda nem completou um ano, mas já conta com dezenas de expositores.

 

No Bairro do Recife, sábado também é dia de fazer boas compras. A Feira do Arsenal funciona das 9h às 19h, e vende de bijuteria a comidas típicas. Já no térreo do prédio da prefeitura, também do Bairro do Recife, todo dia é dia de feira. Desde 1988, pelo menos 45 artesãos expõem seus trabalhos na sede da administração pública das 8h às 14h.

 

 

Tem um pouco de tudo na Feira de Caruaru

Publicado em 18.03.2010

Jornal do Commercio

 

 

Feira de artesanato, não há como negar, em todo canto tem. Mas nenhuma é maior, nem mais completa que a de Caruaru. São mais de 40 mil metros quadrados de área, onde se vende de tudo um pouco há pelo menos 200 anos.

De tão majestosa, a feira já arrebatou até o título de Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, em 2004. Além de muitos corações, como o de Luiz Gonzaga, o famoso rei do baião, que ajudou a imortalizar a feira com seu vozerão e sua indefectível sanfona.

 

Realizada no Parque 18 de Maio, a feira, na verdade é muitas: uma feira livre (considerada a maior do mundo), outra de calçados, uma de artesanato, mais uma de confecções e até uma de importados. Isso sem falar na famosa “praça de alimentação”, que oferece as mais diversas guloseimas típicas do Agreste pernambucano, como bode guisado e buchada.

 

Na feira livre, diversidade é regra. Tanto que os comerciantes se organizam em subfeiras. Tem a de frutas e verduras, a de carnes, o mercado de feijão e farinha, a de passarinhos, a de flores, de panelas, de raízes e ervas, de ferro velho e até de troca-troca. Nesses corredores da feira, dinheiro não entra. Os negócios são feitos na base da troca. É relógio por rádio, bicicleta por móvel e assim por diante.

 

Somando tudo, a feira é tão grandiosa, que já chegou até na internet. No site www.feiradecaruaru.com é possível conhecer um pouquinho desse cartão-postal pernambucano tão importante quanto tradicional sem precisar nem sair de casa.

 

Já para os recifenses mais adeptos de tradições longínquas que de longas distâncias, a Feira de Antiguidades, realizada no Museu do Estado no último domingo de cada mês, das 10h às 18h, é uma boa opção de passeio. Com um número de expositores que varia de 25 a 30 a cada edição, a feira oferece desde bijuterias a objetos de decoração os mais diversos.

 

Os antiquários que expõem seus acervos no museu vêm de várias partes do Estado e até de outras cidades do Nordeste. “Tem gente do Recife mesmo, de Gravatá, de João Pessoa, de Natal...”, conta Fernando Villa Chan, um dos organizadores da feira promovida com apoio e logística do Museu do Estado.(B.C.)

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