Membros Elinaldo Gomes Postado Abril 18, 2010 Membros Postado Abril 18, 2010 Turismo coloca trens na linha Publicado em 18.03.2010 Jornal do Commercio Por todo o País, cresce a oferta de passeios em marias-fumaça, que permitem conhecer o Brasil sobre trilhos, preservando a memória ferroviária Renato Machado Agência Estado SÃO PAULO – Uma locomotiva maria-fumaça podia percorrer cerca de 50 quilômetros antes de precisar parar para o abastecimento de água e lenha. Esse era também o momento em que os passageiros aproveitavam para entrar nos trens e iniciar as viagens. Das caixas-d’água ao lado dos trilhos surgiram as estações, e essas foram responsáveis pelo desenvolvimento de muitas cidades no século passado. Só que a imagem de uma pessoa saindo de uma estação para seguir de trem até outro município está apenas na memória. Uma forma de revivê-la é com os trens turísticos, que, apesar das dificuldades, voltam a se proliferar pelo País. Eles sofreram um forte abalo com a privatização das ferrovias, nos anos 1990. O mercado se voltou totalmente para cargas e praticamente não sobrou espaço para os passageiros e para a memória. Em 2004, só cinco linhas turísticas tinham autorização para funcionar da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Contrariando a lógica, há atualmente 22 – além de sete pedidos sob análise. “Não houve cuidado de determinar a manutenção dos trens de passageiros durante a privatização, porque a carga é mais rentável”, diz o chefe de trens da regional paulista da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Anderson Conte. “Mas tentamos ficar com o pouco que sobra para preservar a memória desse mercado.” Um dos pontos impulsionadores foi a ação das entidades de preservação da memória ferroviária. Além disso, o mercado do turismo passou a ver as viagens sobre trilhos como um negócio lucrativo, oferecendo diversidade de pacotes, incluindo trens de luxo combinados com traslados aéreos e estadas em grandes hotéis. Seja em uma maria-fumaça do século passado, seja em um vagão moderno, os especialistas afirmam que todos os passeios são válidos para preservar a memória. “Só o fato de recuperar a experiência de ir até uma estação e entrar no trem ajuda a reconhecer a diversidade do transporte”, diz o professor da Unesp e pesquisador de ferrovias Célio José Losnak. As mesmas características de antigamente são mantidas no passeio Campinas-Jaguariúna, o mais antigo do País. Um guia vai explicando a história da rota, das fazendas ao redor, das cidades e das locomotivas. Violeiros alegram a viagem, que dura três horas, custa R$ 40 e atrai em média mil pessoas por semana. Plínio e Marlene Marson decidiram desvendar essa rota. Eles saíram de Jaú (SP) especialmente para o passeio. A data também foi escolhida a dedo: o aniversário de 37 anos de casamento. “Aproveitamos para comemorar em um trem, para relembrar o que a gente fazia anos atrás”, diz Marson. Passeios repletos de nostalgia Publicado em 18.03.2010 Jornal do Commercio Turismo ferroviário oferece ângulo diferente das cidades visitadas, além de ajudar a preservar locomotivas. Pacotes variam de R$ 5 a R$ 8 mil SÃO PAULO – As viagens nos trens turísticos podem ser feitas em bancos de madeira, sob um forte calor e em uma maria-fumaça que anda em certos trechos a menos de 30 km/h. Para os mais apaixonados, essa é a situação ideal. Ou então os passageiros podem deitar em uma confortável cabine com ar-condicionado, com um sofisticado serviço de bordo. Tudo depende do gosto das pessoas e também do bolso. Os roteiros podem variar de R$ 5 a pacotes de R$ 8 mil. O mais barato, curto e simples também é um dos preferidos de quem gosta do movimento das locomotivas. Na tradicional vila ferroviária de Paranapiacaba, em Santo André, no ABC paulista, os passageiros percorrem cerca de 300 metros, em uma viagem de cerca de 20 minutos. O trajeto é feito em um antigo pátio de manutenção, perto de um museu ferroviário e de outras locomotivas, algumas do século 19. Os passeios que têm como objetivo preservar a memória ferroviária são a maioria no País. Grande parte deles é operada pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que assumiu algumas concessões desprezadas pelo mercado ou então manteve acordos com as concessionárias para utilizar os trilhos nos horários ociosos. “Nosso foco é a cultura e a história e não a paisagem”, diz o gerente da regional Campinas da entidade, Vanderlei da Silva. Ele acrescenta que toda a receita com a venda das passagens é investida na preservação e manutenção das locomotivas históricas e dos trilhos operadores. A ABPF opera trens em Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. No Sul do País, o chamado Trem do Vinho tem o objetivo de preservar as culturas gaúcha e italiana. O trajeto entre Bento Gonçalves e Garibaldi é feito desde 1992 em meio a apresentações de teatro e de música, e diversas paradas são feitas para degustações. “Em cada parada, as pessoas experimentam uma coisa. Tem degustação de vinhos em Bento Gonçalves, de suco de uva em Garibaldi e de filtrado doce em Carlos Barbosa”, diz a coordenadora de Marketing da empresa que opera a rota, Mara Pasquali. A culinária também é um dos fortes das rotas que atravessam Minas Gerais. Mas é somente um. A revitalização das rotas históricas entre São João del Rey e Tiradentes e entre Ouro Preto e Mariana foi alvo de um grande projeto. As estações viraram centros culturais, parques temáticos e museus – onde há locomotivas de diversos modelos, como uma Balden, com mais de 100 anos de uso. Além dos passeios ferroviários tradicionais, o setor turístico mirou as viagens de trens para criar opções sofisticadas, combinadas com estadas em hotéis de luxos e traslados aéreos, que permitem ao turista visitar em um único pacote atrações localizadas a centenas de quilômetros uma da outra. Um exemplo é o trem Great Brazil Express, cujo pacote de oito dias custa R$ 8 mil. Em dois dias, o trem faz a rota entre Ponta Grossa e Cascavel, no Paraná, e os outros seis dias podem ser no Rio, por exemplo. As cabines são confortáveis, luxuosamente decoradas. “São todos recebidos com champanhe”, diz o diretor comercial da Grand Brazil Express, Adonai de Arruda Filho. INCÊNDIO De todos os roteiros autorizados pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), apenas cinco não estão em operação. Falta de verbas e brigas políticas são os principais motivos. Mas há também casos em que o vandalismo impede a preservação da memória. Na virada de 2008 para 2009, três jovens colocaram fogo no trem turístico de Paraguaçu Paulista, um dos atrativos da cidade. Todo um vagão de madeira foi destruído, assim como parte da locomotiva. Foi preciso mais de um ano para restaurar as composições e a reinauguração foi semana passada.(R.M.) Trem de Campos do Jordão na ativa Publicado em 18.03.2010 Jornal do Commercio SÃO PAULO – Depois de 11 meses sem circular, o trenzinho turístico da Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ) voltou à ativa e já tem reservas para todos os fins de semana até junho, para o passeio que liga Pindamonhangaba à cidade serrana, conhecida como Suíça Brasileira. A retomada das atividades ocorreu no Carnaval, mas segundo a diretora de Turismo da EFCJ, Regina Lopes, não foi preciso publicidade para que as viagens lotassem. Havia demanda reprimida, pois o passeio é muito requisitado. “Cerca de 45 mil pessoas eram transportadas por ano, pela estrada, uma das mais antigas do Brasil, tendo sido fundada pelo médico sanitarista Emílio Ribas e inaugurada em 1914, para facilitar o transporte de doentes à serra. O que impedia o tráfego do bondinho era uma barreira que caíra no km 34. O que mais atrai o público são as belezas naturais da Serra da Mantiqueira, que podem ser apreciadas no percurso de 50 minutos entre as duas cidades, ao longo de 47 quilômetros. Em uma das paradas no trem, na estação Eugênio Lefréve, em Santo Antônio do Pinhal, a atração é a vista das cidades do Vale do Paraíba. A estrada também passa pelo ponto ferroviário mais alto do Brasil, a 1.743 metros de altitude. Os trenzinhos circulam de sexta a domingo, com uma saída na sexta, da estação de Pindamonhangaba. A passagem custa R$ 40. PAIXÃO POR TRENS Mas não é só a bonita paisagem natural que faz uma pessoa se interessar por trens. Para alguns, há outros motivos mais fortes. Caso do seu Ivo Arias, um verdadeiro apaixonado por locomotivas. Ele tinha 35 anos quando leu no jornal O Estado de S. Paulo um anúncio de um francês que queria formar um grupo de preservação de material ferroviário. O gosto pelos trilhos já estava no sangue. Seu Ivo, filho e neto de ferroviários, não pensou duas vezes. Decidiu procurar o tal anunciante e se tornou um dos 26 fundadores da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), em setembro de 1976. Não à toa, quando a ABPF conseguiu a concessão da linha Campinas-Jaguariúna, ele se tornou o primeiro funcionário do trem turístico. Desde então, trabalhou como maquinista, na manutenção, como guia e chefe de estação. Hoje, é coordenador da rota. “De vez em quando, pego os trens para matar a saudade.” Os primeiros anos foram os mais difíceis, principalmente com a resistência das famílias que haviam invadido as áreas ao longo da ferrovia. “Em 1985, incendiaram dez carros e tudo foi à estaca zero”. Mesmo com os acertos na linha, o transporte de passageiros entrou em decadência, para sua tristeza. As oportunidades para ferroviários já não existiam mais e nenhum dos quatro filhos seguiu a profissão. “Mas eles são apaixonados pelos trens e estão sempre no passeio. Meus netos brincam com o ferrorama que dei aos meus filhos”, diz com orgulho. (R.M.) Brasil tem poucos trilhos livres para transporte de passageiros Publicado em 18.03.2010 Jornal do Commercio SÃO PAULO – Uma das dificuldades para a expansão dos trens turísticos é justamente que não há mais trilhos para serem utilizados – pelo menos não obsoletos ou destinados ao transporte de passageiros. A malha ferroviária nacional é de 29,8 mil quilômetros, mas 95% está na mão de concessionárias de carga e o restante é da malha metroviária das grandes cidades. A solução então é negociar com os atuais responsáveis pelas vias. E essa situação, em muitos casos, leva ao encarecimento das passagens. Segundo dados da Associação Brasileira de Operadores de Trens de Turismo e Culturais (Abottc), 30,2% dos valores pagos por passageiro são repassados para as concessionárias. Ou seja, além dos preços das passagens serem mais caros, a simples viagem nos trens se torna inviável. “O negócio não consegue sobreviver somente com o valor da passagem. Por isso, tentamos agregar outros produtos, fazendo pacotes que às vezes desvirtuam o passeio tradicional”, diz o vice-presidente da Abottc, Adonai Arruda Filho, também diretor da empresa Serra Verde Express. Mesmo com os valores das passagens maiores, o volume de passageiros de trens turísticos cresceu 9% no ano passado. Somente o trem de luxo que vai de Curitiba a Morretes, e cuja passagem custa R$ 300, transportou no período 150 mil pessoas. Inaugurado no fim do ano passado, o Trem do Pantanal recebeu outros 5 mil turistas, a maioria estrangeira. Os trens turísticos que fazem passeios para preservar a memória das ferrovias não precisam repassar tanto para as concessionárias, mas por outro lado sofrem para conseguir horários obsoletos nas vias para realizarem os passeios. Por isso, muitas associações realizam os passeios em curtos trajetos, normalmente rejeitados pelo mercado de carga. A Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) conseguiu assim a concessão do trecho Campinas-Jaguariúna, nos anos 1980. A entidade havia sido formada três anos antes e obteve o trecho para levar todo material que conseguiu para preservar. Quando veio a privatização, ninguém se interessou pela sua vida. A explicação é que, por volta dos anos 1950, todas as locomotivas eram a vapor e perdiam o ritmo nas subidas. Por isso, os trajetos eram com muitas curvas e mais longos, para contornar de forma mais suave as montanhas. “Com a chegada das locomotivas a diesel, que subiam facilmente os morros, foram construídas as linhas retificadas, ao lado das antigas, que eram menores, pois podiam subir os morros. E essas atraíram as concessionárias”, diz o chefe de trens da regional paulista da ABPF, Anderson Conte. Por isso, a antiga linha ficou abandonada, até ser passada para a entidade, que hoje realiza o passeio turístico. (R.M.)
Membros Elinaldo Gomes Postado Abril 18, 2010 Autor Membros Postado Abril 18, 2010 De Curitiba a Morretes pela serra Publicado em 18.03.2010 Jornal do Commercio Maior área preservada de mata atlântica brasileira serve de pano de fundo para um dos mais bonitos e prazerosos roteiros de trem do País » continuação da página 2 Léo Dantas ldantas@jc.com.br CURITIBA – Para quem está curtindo o clima frio e os parques da capital paranaense, uma ótima opção é descer a Serra do Mar – a maior área preservada de mata atlântica do Brasil – de trem até o município de Morretes, no litoral do Estado. A viagem é feita pela Ferrovia Paranaguá–Curitiba, construída em 1885. O passeio pode ser realizado de segunda a domingo, com partida de Curitiba às 8h15 e chegada a Morretes, às 11h15. O retorno ocorre às 15h, com chegada a Curitiba às 18h. Quem opera a rota é a empresa Serra Verde Express, que administra a ferrovia. A experiência é única. O turista precisa acordar cedo e chegar à estação ferroviária antes das 7h30, já que o trem parte às 8h15, pontualmente. Se o tempo estiver frio, a viagem se torna ainda mais atraente pela cerração que invade a cabine em diversos momentos. A aventura começa ainda no perímetro urbano de Curitiba, mas logo se avista o verde que toma conta de quase todo o percurso de 4h em direção a Morretes. Em seus 110 quilômetros de extensão, a ferrovia guarda centenas de obras de arte da engenharia: são 14 túneis, 30 pontes e inúmeros viadutos de grande vão. Destacam-se a Ponte São João, com 55 metros de altura, e o Viaduto Carvalho, ligado ao Túnel do Rochedo, assentado sobre cinco pilares de alvenaria na encosta da rocha – a passagem por esse trecho provoca a sensação de uma viagem pelo ar, como se o trem estivesse flutuando. Foi a primeira obra com essas características a ser construída no mundo. Mas não são apenas as obras de arte humanas que chamam atenção na viagem. As formações rochosas são as principais protagonistas do espetáculo. No Parque Nacional do Marumbi, o destaque para o Pico do Marumbi, hoje chamado de Olimpo, com cerca de 1.600 metros de altitude. Ele foi escalado pela primeira vez em 21 de agosto de 1879. É o ponto preferido para a prática do montanhismo, com escaladas de todos os graus de dificuldade. Além do Olimpo, o parque é composto pelos picos Abrolhos, Torre dos Sinos, Esfinge, Ponta do Tigre, Boa Vista e Facãozinho. Assim como as montanhas, as quedas- d’água também chamam atenção. A Véu da Noiva aparece em meio à floresta com uma queda de 70 metros do rio Ipiranga. Após quatro horas no trem, é hora de visitar Morretes. A cidade, fundada em 1721, fica no meio da Serra do Mar paranaense, entre a Capital e o litoral. O bucolismo de sua rotina, o clima agradável, as opções de ecoturismo, as atrações gastronômicas e as construções históricas atraem centenas de turistas todos os finais de semana. A Estação Ferroviária de Curitiba fica atrás da estação rodoviária de Curitiba (Av. Pres. Affonso Camargo, 330). As reservas para o passeio podem ser feitas pelo site da companhia (www.serraverdeexpress.com.br). Música e dança típicas na maria-fumaça gaúcha Publicado em 18.03.2010 Jornal do Commercio Belos cenários, boa música, vinho e mesa farta, além de muita nostalgia. Definitivamente, é de trem que os turistas têm acesso mais rápido a todas as tradições do Rio Grande do Sul. Há 15 anos, a agência Giordani Turismo decidiu aproveitar a malha ferroviária que começou a ser construída em 1900 com a finalidade de transportar vinho e outros insumos para oferecer um passeio inesquecível de maria-fumaça, com duas horas de duração e muitos atrativos. Ao todo, são percorridos 23 quilômetros entre as cidades de Bento Gonçalves e Garibaldi, com direito a muita tarantela. Já na saída, na estação de Bento, os turistas são recepcionados com degustação de vinhos promovida pela vinícola Miolo. Durante todo o caminho, grupos folclóricos locais apresentam um pouco da cultura gaúcha aos visitantes. Na chegada à estação de Garibaldi: mais degustação. Desta vez, de filtrado doce, uma espécie de espumante adocicado típico da região, e de suco de uva da vinícola que leva o mesmo nome da estação. O passeio também é oferecido no sentido inverso: saindo de Garibaldi com destino à plataforma de Bento Gonçalves. De lá, os visitantes são encaminhados para o Parque Temático Epopeia Italiana, onde a saga dos italianos na região é contada num megaespetáculo com nove cenários diferentes. Cada maria-fumaça tem seis vagões, com capacidade para 40, 50 ou 60 pessoas cada. Mas é o de número 215 que chama mais atenção, por ser uma réplica perfeita dos trens do início do século 20, com direito a bancos de madeira e muito charme. Mas, além de saudosista, é preciso ser precavido para curtir o passeio. As reservas, avisam os guias turísticos locais, devem ser feitas com a maior antecedência possível. “Tem gente que compra os tíquetes um ano antes de viajar”, conta a agente de reserva da Giordani, Chaiane Moreto. O procedimento é simples: “Encaminhamos por e-mail ou fax um contrato com boleto de pagamento, que deve ser assinado, pago e devolvido para a agência.” Para garantir sua vaga na maria-fumaça, o turista precisa pagar 20% do valor do ingresso, que varia de R$ 55 a R$ 60, dependendo da época do ano. Crianças com menos de 5 anos não pagam. Além disso, há desconto para grupos com mais de 25 pessoas. O telefone da agência é 54 3455-2788. Muita diversão a bordo do Pantanal Express Publicado em 18.03.2010 Jornal do Commercio Carol Botelho cbotelho@jc.com.br Enquanto o governo não investe nos trens como transporte diário, o setor de turismo tem se atracado ao filão. Prova disso é que o mercado de trens turísticos cresce 9% ao ano, e já dispõe de 22 rotas espalhadas pelo País. Uma delas está localizada na região do Pantanal do Mato Grosso do Sul. Após 20 anos parada, a linha que vai de Campo Grande a Miranda, passando por Aquidauana foi reativada há dez meses, e já transportou seis mil passageiros até agora. O Pantanal Express, que percorre 220 quilômetros em oito horas, oferece entretenimento a bordo, como o vagão-bar com música ao vivo, artistas promovendo interação com o público e guias que contam a história da região. O roteiro inclui ainda uma parada na Estação Piraputanga, onde é possível conferir o artesanato da tribo indígena de mesmo nome. Mais adiante, em Aquidauana, o trem passa três horas na estação, e os passageiros têm tempo suficiente para almoçar e conferir o casario preservado. A próxima parada é na Estação Taunay, em homenagem ao escritor Visconde de Taunay, autor do livro A retirada da laguna, sobre a Guerra do Paraguai. Lá também habita tribo indígena de mesmo nome, com produção de artesanato diferente da de Piraputanga. Em Miranda, a maior atração é o ecoturismo, além de pescaria e cavalgada. O passeio custa R$ 77. Além dos sul-matogrossenses, os paulistas são os que mais fazem a viagem de trem pelo Pantanal, representando 30% do movimento. PLANOS Administrado pela Serra Verde Express, que atua há 13 anos operando os trens turísticos do Paraná, o Pantanal Express custou à empresa até agora R$ 2 milhões, para melhorias como recuperação dos vagões, campanhas de divulgação e capacitação dos trabalhadores. “Estamos com um projeto de ampliação de 200 quilômetros até Corumbá, que deve ficar pronto em 2011”, adianta Adonai Arruda, diretor da Serra Verde Express. A revitalização de outras linhas pelo Brasil está nos planos da empresa para breve. “Iremos reativar o trecho entre Angra dos Reis e Rio Claro, no Rio de Janeiro, em 2011”, revela. Para reservar o passeio, basta acessar o site www.pantanalexpress.com.
Posts Recomendados