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Um toque francês no interior do México


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Um toque francês no interior do México

Publicado em 25.03.2010

Jornal do Commercio

 

 

Às margens do Mar de Cortés, na Baixa Califórnia, Santa Rosalia tem como principal monumento igreja que leva assinatura de Gustave Eiffel

 

Gérard Vandenberghe

Agência France Presse

 

SANTA ROSALIA (México) – Todo mundo conhece Paris e sua famosa Torre Eiffel, mas poucos sabem que uma pequena cidade do México tem sua igreja Eiffel: Santa Rosalia, fundada por franceses no final do século 19 na península de Baixa Califórnia, na costa do Mar de Cortés.

 

É ali, onde o deserto de cactus encontra o mar, onde foram descobertos importantes filões de cobre a partir de 1865. “Uma companhia mineira francesa obteve em 7 de julho de 1885 a permissão de exploração com o compromisso de empregar mexicanos e de construir uma cidade, um porto e infraestruturas públicas, e foi assim que nasceu Santa Rosalia, atualmente com 20 mil habitantes”, explicou à reportagem Ricardo Mata Geraldo, diretor do escritório local de Turismo.

 

“A companhia foi chamada de El Boleo, ou jogo com bola, já que o cobre aparecia em uma ganga (matéria mineral rochosa ou terrosa inútil, que surge junto com minério metálico ou outros minérios valiosos de um filão ou jazida) em formato mais ou menos esférico”, explica Rocardo.

 

Cidades pressupõem igrejas, especialmente em um país tão católico como o México.

 

Talvez as mulheres dos engenheiros da companhia El Boleo quisessem um lugar de culto pouco comum, já que foi em Bruxelas que compraram uma igreja de metal desarmada que havia chegado à capital belga proveniente de uma exposição em 1889, ocorrida em Paris. Concebida pelo engenheiro Gustave Eiffel, foi exposta próximo à revolucionária torre parisiense.

 

Esta igreja, transportada de barco, foi reconstruída em 1897 em Santa Rosalia, e se converteu em uma das principais atrações turísticas da cidade, apesar de não ser a única.

 

Santa Rosalia mantém, de fato, o cenário um pouco modificado do que os franceses fizeram e conservaram até 1954, quando fecharam a mina e abandonaram a cidade.

 

COLONIAL

 

A prefeitura e o correio estão instalados em edifícios de época, construídos em madeira com uma arquitetura colonial que lembra a de Guadalupe ou Martinica, com suas galerias cobertas por pequenos telhados.

 

E nas zonas mais altas da cidade, permanecem os edifícios administrativos da antiga companhia francesa, convertidos em museu e em um hotel de estilo francês famoso por sua atmosfera de fim de século 19.

 

Ao redor mantêm-se as antigas casas dos hierarcas de El Boleo, também de época.

 

É ali onde vive atualmente Michel F. Shaw, diretor da nova Boleo, como é conhecida no local a sociedade Mineira Boleo, que propôs relançar a extração local de cobre. Mas a nova Boleo já não tem nada de francesa: trata-se de uma empresa canadense, enquanto Michel F. Shar é americano.

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