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Jangada leva cadeirantes ao mar


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Jangada leva cadeirantes ao mar

Publicado em 25.03.2010

Jornal do Commercio

 

 

As piscinas naturais da Pajuçara agora podem ser visitadas com segurança, de quinta a sábado, por pessoas com problemas de locomoção

 

Luiza Modesto

lmodesto@jc.com.br

 

MACEIÓ – Quem disse que passear de jangada é aventura exclusiva para quem tem os pés firmes na areia? Para provar o contrário, a capital alagoana acaba de lançar ao mar o projeto Jangada Acessível, que torna possível o acesso de pessoas com deficiência de locomoção ou com mobilidade reduzida até as piscinas naturais da Pajuçara, que ficam na capital alagoana.

 

Se antes, os cadeirantes tinham seus equipamentos amarrados a um banco de uma jangada e os movimentos da cadeira de rodas impossibilitados pelo pouco espaço disponível na embarcação, agora eles navegam com segurança e independência. A jangada foi desenvolvida de forma que a cadeira de rodas se encaixe num espaço ladeado por uma estrutura de madeira, que impede qualquer movimento do equipamento.

 

Idealizada pelo arquiteto e ergonomista Jorge Luiza Silva, a jangada é mais larga que o normal, tem 1,98 metro de largura e 6,47 metros de comprimento. A capacidade é para seis lugares, sendo dois deles para pessoas com deficiência de locomoção. Pequi, jaqueira, maçaranduba e igapó foram as madeiras usadas na feitura da jangada, que recebeu o nome de Acessibilidade I. O pescador e jangadeiro Sidney Cícero da Silva, 40 anos, conhecido por Dinho, foi um dos que abraçou a ideia de Jorge, contribuindo com sua larga experiência na construção da jangada. Testemunha das dificuldades dos cadeirantes para chegar até as piscinas da Pajuçara, Dinho diz que está muito contente em ter contribuído com o projeto Jangada Acessível.

 

Outro integrante da comunidade de pescadores e jangadeiros que abraçou a ideia foi o artesão Durval. Ele foi responsável pela confecção do tapete, não vermelho, mas de bambu, que facilita a chegada do cadeirante até o mais perto possível da jangada. A esteira tem 1,60 de largura, o que possibilita o cadeirante fazer o giro completo e permite o tráfego de duas cadeiras. A esteira tem módulos de cinco metros de comprimento.

 

José Batista, 35 anos, paraplégico desde os 9 por causa de erro médico, é mais um dos que se dispuseram a ajudar no empreendimento. “Como cadeirante, fui voluntário do projeto, participando do que fosse necessário”, conta José durante seu segundo passeio às piscinas, sábado último, quando o Jangada Acessível foi apresentado à imprensa.

 

Maria Gabriela Amorim, 13 anos, que visitava as belezas das piscinas pela primeira vez, também aprovou a ideia. “Gostei muito. Já tinha entrado no mar antes, mas nunca tinha ido nas piscinas naturais. Me senti segura.”, elogiou.

 

A estrutura do Jangada Acessível está à disposição dos cadeirantes de quinta a sábado, nos horários previstos no calendário de marés. O passeio custa R$ 20. O projeto tem o apoio da prefeitura, através da Secretaria de Turismo, do Hotel Radisson Maceió e da Braskem.

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