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Classificação de hotéis será revista este ano


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Classificação de hotéis será revista este ano

Publicado em 01.04.2010

Jornal do Commercio

 

 

Carol Botelho

cbotelho@jc.com.br

 

O Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem vai mudar. Sim, a plaquinha do Ministério do Turismo (MTur) legitimando a qualidade do estabelecimento de acordo com o número de estrelas terá novos critérios, previstos para entrarem em vigor no segundo semestre.

 

“O sistema antigo estava desatualizado e tinha pouca credibilidade diante dos turistas. E muitos hotéis estavam se autoclassificando”, justifica o diretor do departamento de estruturação, articulação e ordenamento turístico do MTur, Ricardo Moesch. Para ele, a nova classificação vai melhorar o padrão das hospedagens.

 

Desde fevereiro, o MTur, em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade da Indústria (Inmetro) e a Sociedade Brasileira de Metrologia tem promovido oficinas, em todas as regiões do Brasil, para criar novas matrizes de classificação.

 

Nas oficinas, representantes de órgãos públicos e de universidades e rede hoteleira discutirão os equipamentos disponíveis e os critérios de julgamento. Estão sendo reavaliados oito tipos de estabelecimentos: resorts, pousadas, hotéis urbanos, de selva, históricos, flats, hotéis-fazenda e os chamados cama e café.

 

Os primeiros encontros já aconteceram em Porto Alegre, Salvador e Cuiabá. O próximo, que ocorrerá nos dias 8 e 9 deste mês, será no Rio de Janeiro. O resultado será apresentado em maio, no Salão do Turismo, a ser realizado em São Paulo.

 

Os critérios, segundo Ricardo, foram inspirados em sistemas de classificação de países como França, Portugal, Alemanha, Suíça, Dinamarca, Chile e Peru.

 

“A proposta é de enxugar as matrizes, com requisitos mais específicos, que avaliarão desde a mobília ao serviço de quarto e equipamentos como piscina e quadras esportivas”, explica Ricardo.

 

De acordo com ele, o novo sistema seguirá quatro itens. São eles infraestrutura, serviços, sustentabilidade e legalidade. Este último exigirá, por lei, a inscrição dos hotéis no Cadastur, sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam na cadeia produtiva do turismo.

 

A classificação, no entanto, é voluntária. “Mas aqueles hotéis que não aderirem não poderão ostentar placa com estrelas”, avisa Ricardo.

 

REPERCUSSÃO

 

A ação tem gerado opiniões diversas do trade. Para a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), a nova matriz de classificação hoteleira é fundamental para dar mais credibilidade à hotelaria brasileira. Os 76 associados Braztoa poderão, a partir dessa nova classificação, oferecer com mais segurança aos seus clientes os serviços de hospedagem, incluídos nos pacotes comercializados.

 

Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pernambuco (ABIH-PE), José Otávio Meira Lins, enxerga a medida como um retrocesso. “Não é moderno classificar as coisas. A maior parte dos países não adota esse tipo de conduta”, diz José Otávio.

 

Para ele, a classificação não influi em nada, já que muitas hospedagens possibilitam a visualização de todo o equipamento através da página online. Outro argumento de José Otávio diz respeito à fiscalização. “O Brasil não tem capacidade de fiscalizar. O código do consumidor é muito mais eficiente nesse sentido”, sugere. “O ministério está, sim, querendo uma nova fonte de receita”, polemiza.

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