Membros Elinaldo Gomes Postado Abril 18, 2010 Membros Postado Abril 18, 2010 Pesquise e barateie sua viagem Publicado em 15.04.2010 Jornal do Commercio Fracionar os trechos do trajeto pode deixá-lo mais em conta. Comprar os bilhetes com antecedência também é uma opção de economia Manuella Antunes Especial para o JC Imagine estar num avião e constatar que, ao seu lado, o outro passageiro pagou a metade, ou até menos do que isso, pelo mesmíssimo voo? Isso é o que acontece, frequentemente, com os viajantes brasileiros. A falta de clareza nas escalas tarifárias confunde, chegando até a prejudicar financeiramente o consumidor. O problema é que não há regulamentação sobre tarifas, nem sobre os esclarecimentos que devem ser prestados. Resultado: insatisfação, maior vigilância dos órgãos de defesa do consumidor e agências de turismo ganhando mais espaço na vida de quem busca uma viagem sem estresse. Recentemente o leitor deste JC, Bruno Oliveira, ao tentar comprar uma passagem para Porto Alegre constatou que o valor cobrado pela viagem completa era bem mais caro do que a compra trecho por trecho. “Ao fazer a soma, utilizando os mesmos voos e pagando duas vezes as taxas de embarque, obtive um custo total inferior a metade do que foi taxado anteriormente. Tinha apenas que ter o trabalho extra de pegar a bagagem e fazer outro check-in”, explica o leitor. Mas essa é uma prática legal das companhias? A assessoria de imprensa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que, hoje, não há nenhum tipo de regulamentação sob as tarifas aéreas tanto em voos domésticos, quanto nos internacionais. A tarifa é livre, cabendo, assim, as empresas, baseadas no mercado e na concorrência, tarifar suas passagens. Mas não é porque é legal, que, necessariamente é bacana. Segundo o coordenador-geral do Procon do Estado de Pernambuco, José Rangel, essa é uma prática abusiva que desrespeita o consumidor. “Acredito que se as empresas passassem a tratar melhor o seu cliente, mostrando as opções mais vantajosas, haveria mais fidelização. Afinal, o que precisa ser compreendido é que o passageiro já escolhe”, afirma. Rangel diz, ainda, que casos como o de Bruno acontecem constantemente, pois, a toda hora, muda o preço, entram novas promoções e até o meio pelo qual é feito a venda interfere no valor. “O consumidor precisa estar atento, pois os preços estão desalinhados não só entre as empresas, como também dentro das companhias. Há uma discrepância enorme na escala tarifária”, diz Rangel. O coordenador-geral adiantou que o Procon do Estado está fazendo um levantamento informal sobre as escalas tarifárias. Caso necessário, após concluída essa etapa, as empresas serão notificadas para que possam justificar possíveis disparidades de preço. “Se os motivos alegados não forem convincentes, vamos instalar os devidos processos administrativos”, garante Rangel. Para não cair em ciladas, o funcionário público Rubem Carneiro conta que pesquisa muito e programa suas viagens sempre com antecedência. “Já vi casos do preço variar muito sem ter qualquer razão plausível. Nem horário, nem data, nada”, conta. Recentemente Carneiro tem procurado se certificar ainda mais da compra. Após pesquisar sozinho, ele tem procurado ajuda de profissionais do turismo. Segundo o funcionário público, isso o deixa mais seguro, pois, sabe que há alguém que pode interceder por ele em caso de imprevistos. A gerente da MakTour, Adriana Maia, explica que as agências têm, sim, tarifas menores devido a uma política estabelecida junto às companhias. “Em alguns casos, o passageiro adquire uma passagem sozinho ao preço, por exemplo, de R$1.100, enquanto que se ele fecha o pacote, com esse valor ele poderia conseguir passagem, hospedagem e transfer”, exemplifica. Ela reforça que a grande fórmula para conseguir preços mais baixos é aliar pesquisa, paciência e antecedência. Sobre a compra da passagem trecho por trecho, a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste), Maria Inês Dolci, alerta que apesar de ser, em alguns casos, financeiramente mais vantajoso, pode trazer problemas. “Não desencorajo, mas é preciso estar ciente de que se você compra uma passagem fechada qualquer tipo de imprevisto relacionado a atrasos e perda de conexão é de responsabilidade da companhia. Já nas viagens fracionadas, fica o passageiro responsável por novos check ins e qualquer tipo de contratempo.”
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