Membros eduardo.camardelli Postado Abril 8, 2010 Membros Postado Abril 8, 2010 (editado) Rússia, Transmongoliana e China (com Hong Kong e Macau) com Fotos Esse relato tem por objetivo contar, com certa riqueza de detalhes, a minha experiência nessa viagem um tanto quanto diferente, considerando os destinos turísticos mais comuns do viajante Brasileiro. Vários fatores contribuem para a peculiaridade dessa jornada, quais sejam: 1 – Eramos 4 pessoas viajando. 2 – 3 pessoas saíram da cidade de Brisbane, na Austrália, e a outra de Porto Alegre/RS. 3 – Visitamos a Rússia, Mongólia e China durante o inverno, estação esta que castiga essas regiões tornando-as das mais inóspitas do globo. 4 – Durante nossas visitas manuseamos nada mais nada menos do que 8 moedas diferentes, o suficiente para dar um nó na cabeça de qualquer um. 5 – Passaremos 5 dias e meio dentro de um trem, o famoso Trans-Mongoliano, que liga Moscou a Beijing passando por Ulan-Bator na Mongólia e pelo famoso Deserto de Gobi, um dos desdobramentos da famosa rota Transsiberiana. Enfim, temos o cenário pronto para dar uma noção do que será essa aventura. Espero que o texto a seguir possa lhes propiciar, sobretudo, informação. Mas que ele também possa se tornar uma leitura agradável e descontraída, posto que não será um texto muito curto e se for muito “linear”, pode tornar-se moroso. Boa leitura. No final esta o meu e-mail para contato. Sinta-se a vontade. Desculpem-me por falta de acentuação ou erros de Português. Além das falhas que comumente eu cometeria, estou escrevendo em um teclado em Inglês. Nossa viagem terá duração de 30 dias, desde a saída da Austrália e Brasil até o dia em que deixaremos Hong Kong, destino final. Geograficamente, percorreremos 4 continentes se contarmos a Oceania e, se incluirmos as paradas de aeroportos, pisaremos em mais de 7 paises (Austrália, Cingapura, Turquia, França, Rússia, Mongólia e China, sem contar Hong Kong e Macau). Dia 1 – Brisbane / Cingapura (04-Dez-2009) Esse dia conta apenas como o inicio da nossa jornada, onde pegamos um vôo em Brisbane / Austrália com direção a Cingapura. 8 horas de vôo. De lá pegamos nossa conexão para Moscou, mais 11 horas de vôos. Voamos Singapore Airlines, ótima companhia, sempre bem ranqueada nas classificações de melhores companhias para se voar. Dia 2 – Moscou (05-Dez-2009) Chegamos em Moscou as 08:15 da manha. Na chegada já me surpreendi com a perícia necessária para os pilotos de jatos comerciais. A visibilidade para se fazer uma aterrissagem em qualquer um dos 3 aeroportos da cidade e ínfima. Isso deve-se ao fato de Moscou ser uma cidade extremamente poluída e também por estarmos chegando no inverno, onde grandes massas de ar frio se concentram nos céus da cidade, a uma baixíssima altitude, impedindo uma visualização mais distante. No inverno Russo, Moscou amanhece por volta das 08:30 da manhã e começa a escurecer por volta das 15:30 ou 16:00 da tarde. Muito pouco tempo de claridade. Não vou nem chamar de luz solar, pois o astro-mor de nossa galáxia não deu as caras durante nossa estadia Russa. A grande massa de nuvens, resultante da poluição e do acumulo de massas de ar frio impede que o sol manifeste-se. Cinza seria a melhor classificação para o céu Moscovita. A aventura já começa na nossa chegada. Os Russos são sim muito fechados e burocráticos. Não fazem muita forca para ajudar e nem para tentar entender estrangeiros. Cultura. Não se deve aceitar ou rejeitar esse comportamento, apenas compreender. Passamos o controle de imigração e estávamos oficialmente admitidos no pais. Decidimos tentar chegar no hotel de trem expresso e depois metro, pois nosso outro integrante chegaria somente as 15:30 num vôo vindo de Paris. Pegar táxi em Moscou e muito caro, então sempre que pudrem economizar andando de trem estejam dispostos. Pegamos um trem expresso chamado aeroexpress, do aeroporto de Domodedovo (DME) ate a estação de trem próxima ao centro chamada Paveletskaya. De la teríamos que pegar o metro ate a estação Kitai-Gorod, e então caminhar ate nosso hotel. Decidimos pegar um táxi da estação ate o hotel pois não era muito fácil se comunicar com os Russos, alem disso, não ha placas em Inglês nas estações. Para aqueles que desconhecem o pouco usual alfabeto cirílico, e preciso um pouco de espírito de aventura para encarar o metro de Moscou logo de cara. Meu conselho: se tem um dinheirinho sobrando, pegue um táxi dessa estação ate o hotel. Lembrem-se de negociar com o motorista. Eles começam jogando o preço la em cima. Claro. Se insistir talvez consiga-se reduzir o preço pela metade. Pegamos um hotel budget como se diz em Inglês. Econômico, para viajantes com pouco dinheiro ou para os que estão pensando em gastar menos com hotel. Era o nosso caso. Como estaríamos caminhando e passeando na rua o dia inteiro, não precisávamos de nada luxuoso. Nosso backpacker, chamado Nova House Hostel, estava recomendado no famoso guia de viagem Lonely Planet, como boa opção de acomodação barata. Havia também um site de reserva de backpackers no mundo inteiro com muito boas recomendações de usuários sobre esse backpacker. Sem titubear muito, reservei o backpacker ainda na Austrália, pela internet, manobra essa que recomendo com veemência. Na chegada o primeiro susto. A aparência do prédio e horrível e ate entramos no hostel, que na verdade era o apartamento do dono, estávamos com cara de quem tinha comido e não gostou. A decoração estranha do local associada a presença de um gato na poltrona da sala não contribuem muito para dar uma boa imagem, mas de qualquer forma, já tihamos reservado e decidimos que ficaríamos ali mesmo. Porque não!? Pelo menos, o gerente e dono, Oleg, era bem simpático, falava um bom Inglês e nos deu ótimas dicas sobre a cidade, comidas, cultura local, internet wireless de graça (ele nos deu a senha dele e colocamos no laptop e iPhone) e também nos forneceu dois ótimos mapas coloridos em Russo e Inglês. Nada mal para o inicio de nossa estadia. Demos uma volta na rua, exploramos as quadras adjacentes e fomos ao supermercado, que ficava oposto ao antigo quartel general da KGB, comprar alguns mantimentos para a noite e a manha seguinte. Voltamos para o hotel. Decidimos descansar cedo porque no dia seguinte teríamos uma longa jornada. Faríamos uma viagem de 1 dia para São Petersburgo. Pouco tempo eu sei. Não reclamem. Melhor ir, passar o dia, ver 1 ou 2 atrações principais do que não ir e ficar com a consciência pesada, arrependido. E tem outra, quando que talvez tenha a chance de voltar a Rússia, no inverno, como turista? Julguem por vocês mesmos. Dia 3 – Moscou / São Petersburgo / Moscou (06-Dez-2009) Renovados apos boa noite de sono, acordamos cedo para nos deslocarmos ate o aeroporto de Sherementyevo (SVO). Contamos com a ajuda do Oleg, dono do backpacker, que nos cobrou 1000 Rublos para nos levar ate o aeroporto. 250 Rublos por pessoa foi um ótimo preço, visto que gastaríamos mais ou menos entre metro e trem expresso mais ou menos uns 350 ou 400 cada um, e demoraríamos no mínimo o dobro de tempo. Como nosso vôo era cedo de manha, umas 08:15 mais ou menos, teríamos que pegar o transporte publico por volta das 05:30, quando os serviços de trem começam em Moscou, portanto, o serviço de “táxi” amigável caiu como uma luva. Aproveitamos e combinamos a volta também, ele nos pegaria no aeroporto ou enviaria um amigo taxista. Mesmos 1000 Rublos. Então viajaríamos tranqüilos na questão do transporte para e do aeroporto de Sherementyevo. Por sinal, embarcaríamos num vôo da Aeroflot no terminal D, que e’ novíssimo em folha. Muito bonito e moderno, bem organizado. Avião novinho também, acho que o pessoal da Aeroflot, principal companhia aérea Russa, colocou tudo do bom e do melhor nesse terminal. Ate Inglês falaram conosco (coisa rara na Rússia). Enfim, vôo tranqüilo de 01:10 de duração e desembarcamos no aeroporto de Pulkovo (LED) em São Petersburgo. Temperatura aproximada de menos 2 graus Celsius. Nada mal para o inverno Russso. Eram 09:40 da manha e a principal atração que queríamos visitar era o museu do Hermitage, que contem a segunda maior coleção do mundo, atrás apenas do enorme e pomposo Louvre em Paris. Pegamos o shuttle bus 39, espécie de ônibus que faz a linha fixa do aeroporto ate a principal estação de trem da cidade, Moskovskaya, e de la pegamos o metrô ate a estação de Nevsky Prospekt, principal avenida do centro da cidade. Caminharíamos uns 15 minutos ate chegar ao Hermitage, porem, desviamos no caminho para deparar-nos com a magnífica igreja do Salvador no Sangue Derramado, com arquitetura típica Russa. Que imagem. Uma verdadeira obra prima. Demos azar de pegar a catedral fechada naquele dia mas nem ficamos tristes pois estávamos mesmos focados em visitar o Hermitage. Continuamos nossa caminhada pelas belas ruas de São Petersburgo. Aquele ponto da cidade pareceu bem limpo e bem movimentado, mesmo com o frio que fazia muitas pessoas caminhavam na rua. Chamou a atenção também as obras de arte anexadas aos prédios em estilo arquitetônico clássico, no lado de fora mesmo, expostas para todos verem. A atmosfera para os amantes de arte não poderia ser melhor, ainda mais quando caminhava-se na direção do museu. Enfim, apos algumas quadras de caminhada na beira do rio Neva chegamos ao museu do Hermitage. A própria arquitetura do prédio já chama atenção pelo colorido e imponência. Em estilo clássico e pintado em verde forte e branco, o prédio tem um efeito muito bonito, ainda mais sob a neve que nos presenteava caindo naquele dia, deixado tudo mais charmoso. Entramos no museu. Tínhamos tíquetes pré-comprados pela internet, o que recomendo fortemente, pois evitamos as filas. Trocamos nosso voucher impresso pelos tíquetes, deixamos mochilas e casacos na chapelaria (obrigatório) e entramos no museu. Pessoalmente, uma decepção. Em termos de estrutura turisitca, muito fraco. As obras não tem muita descrição e quando tem ela é em Russo. Dai dificulta e torna a visita um pouco penosa, pois realmente o museu é muito grande. Coleções de arte Russa não são muitas na verdade, mas ha artigos de varias épocas da historia da humanidade e de varias civilizações também. Para quem nunca viu um museu grande antes, vale a visita. Para quem já foi ao Louvre, prepare-se para achar o Hermitage um pouco sem graça. O fato de ter pouquíssimas descrições de pecas em Inglês faz também com que a visita se torne menos prazerosa. Destaque para as obras dos grandes mestres da pintura Francesa e Européia, como Picasso, Van Gogh, Gauguin, Renoir, Cézanne, Matisse, De La Croix e Rousseau. Ate Charles Chaplin era pintor. Eu não sabia, fiquei boquiaberto ao ver um quadro pintado por ele. E muito bem pintado por sinal. Algumas salas também mostravam o luxo das épocas dos Czares Russos, como mobília, jóias e utensílios, alem de salas decoradas e salões de cerimônias. Com certeza, apesar de muito espaço para melhorias, o museu vale a visita. Na saída, depara-se com uma grande praça onde pode-se alugar passeios de carruagens e comprar alguns souvenirs dos simpáticos vendedores Russos, que farao de tudo para tentar vender alguma lembranças – destaque para as famosas Matrioshkas e os Ovos (Fabreges). Apos concluirmos nossa visita voltamos caminhando pela mesma avenida ate a nossa estação de metro. A noite ela fica mais viva e bonita, com lojas de grife e restaurantes bem iluminados e coloridos, com um povo que parece ser vibrante e gostar muito da cidade. Com certeza deixou uma boa impressão. Voltamos ao aeroporto fazendo o mesmo caminho de ida, metro ate a estação Moskovskaya e depois o shuttle bus numero 39 ate o aeroporto. Na entrada para o embarque, uma confusão total, barulho, pandemônio de gente, sujeira, enfim, bem desorganizado. Planeje bem sua viagem se for usar o aeroporto de São Petersburgo. Com certeza uma bela cidade como essa merecia um aeroporto a sua altura. Comparo-o com alguns dos ruins aeroportos do Brasil. Vôo de volta pela companhia Rossyia, concorrente principal da Aeroflot nas rotas domesticas. Vôo tranqüilo num velho e pequeno boeing com duração de 1 hora. Desembarcamos em Moscou no aeroporto Sherementyevo e o Oleg nos esperava para nos levar de volta ao hotel. O caminho era razoavelmente longo, mas assim podemos conversar com ele e pegar mais umas dicas, enquanto conhecíamos um pouco mais de Moscou. Os bairros e subúrbios são pobres e feios. A medida que vamos nos aproximando do centro da cidade, os prédios vão adquirindo um estilo de arquitetura colonial, as Igrejas daquele estilo Bizantino também fazem-se presentes e muitos luminosos e grandes lojas funcionam ate tarde. E com certeza uma cidade bem ativa e vibrante. No centro de Moscou então qualquer turista com certeza vai ficar bem a vontade. Importante notar também que é uma cidade bem segura, pelo menos na nossa curta estadia não precisamos nos preocupar com a segurança. Exerça um grau mínimo de cautela, inerente de qualquer Brasileiro e você estará muito bem obrigado nesse quesito. Chegamos ao hotel e descansamos, o próximo dia seria cheio, para variar. Dia 4 – Moscou (07-Dez-2009) Na agenda para o dia: Café típico Russo, Catedral de São Basílio, Kremlin. 2 dias antes, quando chegamos, notamos a neve timidamente caindo em Moscou e começando a acumular em cima dos carros. Como eu nunca tinha visto neve antes, já me emocionei e tirei algumas fotos. Mal sabia eu o que estava por vir. Acordamos cedo, descansados, e fomos tomar um café típico Russo. Ha diversas e ótimas opções de comidas, sucos e cafés. Inclusive da para deixar essa refeição para o meio da manha e fazer uma espécie de café-almoco, economizando um pouco de tempo e dinheiro. Paes, saladas, carnes, frios, cafés, chas, sucos, sobremesas. Tem de tudo. Como eles não falam absolutamente nada de Inglês, mímica e linguagem de sinais tornam-se grandes artifícios em viagens desse tipo. De barriga cheia começamos nossa caminhada rumo a Praça Vermelha. A catedral de São Basílio, o Kremlin, o Mausoléu de Lênin e o museu de Historia Nacional ficam todos juntos no mesmo complexo. Faltaria tempo para vermos tudo no mesmo dia então decidimos dividir. Atente também para os dias e horários que as atrações ficam abertas. Na segunda-feira, por exemplo, o Mausoléu do Lênin não esta aberto para visitação. Tiramos fotos da Catedral de Sao Basilio, por fora, magnífica por sinal. Uma coisa realmente diferente que eu nunca tinha visto na vida. A arquitetura da Igreja e o formato de suas naves e domos e de tirar o fôlego realmente. Continuamos nossa caminhada pela Praça Vermelha em direção ao outro lado dos muros do Kremlin, onde ficava a entrada principal para turistas. No caminho ate a entrada, ha alguns soldados de plantão em frente a um pequeno monumento, chamado monumento ao soldado desconhecido, que dera sua vida pela mãe Rússia durante a segunda guerra. Seguimos a caminhada e ai a neve começou a cair. E como. Foi o que poderíamos classificar como uma nevasca. Começou fraca mas constante e dai não parou mais. Nevou o dia inteiro, cobrindo o chão, gramados, ruas, carros e tudo mais. Inclusive o topo dos muros do Kremlin, torres e domos das Igrejas. Na entrada do Kremlin se compram os tíquetes e tem-se a opção de comprar apenas para o Kremlin – R350 - (que na verdade da direito a visitar as Igrejas e a casa do Patriarca) ou para a Armoria do Kremlin – R700 - ou ambos obviamente. Compramos para os 2. Atente que para a Armoria ha horários de visitação específicos. Não perderei muito tempo descrevendo as Igrejas, pois não creio que seja o apogeu da visita ao Kremlin. Todas possuem arquitetura típica Russa por fora, são pequenas por dentro e sua decoração é totalmente iconoclasta (pinturas de santos e cenas da Igreja ao longo das eras – com foco nas pessoas). Visitamos todas as Igrejas e também a casa do Patriarca, esta ultima um pouco sem graça pois deixamos para vê-la apos a visitação da Armoria – faca ao contrario se puder, visite antes as Igrejas e a casa do Patriarca para depois visitar a Armoria. Bem, sobre a Armoria, permitir-me-ei o alongamento do relato, mais ainda. Que lugar fantástico. Consiste de umas 10 ou 11 grande salas onde estão expostas as riquezas do Império Russo, suas dinastias e seus períodos Czaristas. Jóias, ouro, pratas, porcelanas, armas e armaduras, carruagens, encontra-se de tudo. Um deleite completo para os que apreciam a riqueza da Europa Medieval, de sua historia e modo de vida. A coleção que ate e vasta para o curto espaço demonstra fidedignamente como eram as vidas da nobreza Russa com toda sua pompa e luxo. Tudo esta com placas em Russo mas dessa vez, incluso no preço do tíquete, esta o guia de áudio, uma espécie de walkie-talkie que você vai carregando junto a orelha e seguindo as explicações enquanto visualiza as pecas da coleção. Pode-se ainda escolher a língua, dentre as opções, Russo, Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano, Mandarim, etc. E preciso deixar os casacos e câmeras na chapelaria. Fotos não são permitidas. Mochilas já são deixadas do lado de fora do Kremlin pois não e permitido entrar la com mochilas grandes. Preço: R40. O tour completo da Armoria dura mais ou menos entre 1 hora e 1 hora e meia e na saída ha as típicas lojinhas vendendo livros, postais e souvenirs retratando épocas da historia Russa bem como artigos sobre Moscou e a Rússia. Concluímos nossa visita caminhando pelas ruas de dentro do Kremlin e fomos nos dirigindo ao caminho de volta pra casa. Eram mais ou menos umas 16:30 ou 17:00 e já estava noite em Moscou. No inverno começa a escurecer por volta das 15:30 da tarde e o sol somente nasce por volta das 09:00 da manha do outro dia, ou mais tarde ainda. Na saída ainda pegamos a catedral de São Basílio aberta e pagamos os R150 para entrar e conhecer por dentro. Todas as paredes são grandes e altas e contem pinturas adornando-as com símbolos e dizeres no alfabeto Cirílico clássico. Não me chamou muito a atenção. Dentro dela, pequenos altares e capelinhas homenageavam e reverenciavam um santo especifico. Uma igreja com diversas igrejinhas dentro assim pode-se dizer. Diferente. Bonito em sua simplicidade também. Saímos da Catedral e fomos ao famoso Gym (lê-se Gum), que fica exatamente do outro lado da rua da Catedral. E um complexo de lojas, parecido com um shopping center bem chique onde pode-se comprar souvenirs finos e também onde estão as grandes lojas de grife internacional como Dior, Hugo Boss, Zara, por ai vai. Voltamos ao hotel para descansar. Ao final do dia a neve cobria as ruas de Moscou num espetáculo de branco com cinza que enchia os olhos. Tínhamos que ter cuidado ao caminhar pois as ruas estavam escorregadias. A temperatura era de -8 graus Celsius. Fomos dormir satisfeitos, agora sim conhecíamos a capital da antiga União Soviética. Dia 5 – Moscou e embarque no Trem Transmongoliano (08-Dez-2009) Na agenda para o dia: Mausoléu do Lenin, Igreja de Cristo Salvador, Velha rua Arbat, teatro Bolshoi e estação de trem Yaroslavski (inicio da épica viagem de trem rumo a Beijing). Começamos o dia tentando trocar algumas notas de dólares e euros. Uma coisa ha de se elogiar em Moscou. E fácil trocar dólares americanos e euros, praticamente qualquer banco aceita e ainda ha vários caixas eletrônicos e pequenas casas de cambio no centro da cidade que trocam o dinheiro facilmente com boas cotações. Resolvido esse pequeno detalhe, dirigimo-nos mais uma vez a Praça Vermelha, onde fica localizado o Mausoléu do Lênin. Mais uma vez deixa-se a mochila numa chapelaria que fica no prédio do Museu de Historia Nacional – R100 – e entra-se na fila para visitar o Mausoléu de um dos maiores vultos da historia mundial. E de graça a visita, pois os Russos querem que as futuras gerações conheçam um de seus ex-lideres mais importantes. Por sinal essa e a única razão pela qual ele ainda não foi enterrado em São Petersburgo, ao lado de sua mãe, pois algumas correntes políticas Russas acham que isso enfraqueceria o turismo e também a já atualmente fraca influencia Soviética no mundo. Dentro do Mausoléu, extremamente bem vigiado por diversos policiais, não e permitido conversar e nem tirar fotos. Apenas entrar, olhar e sair. Num total se visita em 30 segundos e pode-se ver a “múmia” do Lênin de 3 angulos. O corpo dele esta embalsamado desde o final da década de 10 ou inicio da de 20, não lembro ao certo, e muito bem conservado por sinal. Corretamente aclimatado e bem vestido esta la o seu corpo, estendido num caixão de vidro transparente para todos verem. Sinistro, histórico e ate imponente eu diria. Vale a visita na minha opinião. Homens devem tirar toucas e luvas em sinal de respeito ao defunto. Quem não pode com essas coisas, nem entre no mausoléu, pois é somente isso que tem la dentro. Na saída do Mausoléu, que abre as 10 da manha, tínhamos planejado pegar um ônibus da linha turismo que faz os 10 ou 11 principais atrativos turísticos de Moscou e pode-se descer do ônibus num ponto e subir em outro quando quiser. Ficamos quase 1 hora esperando o bendito do ônibus, no endereço marcado em frente ao Kremlin e nada dele aparecer. Decidimos fazer a pe mesmo, pois de onde estávamos conseguíamos visualizar a Igreja de Cristo Salvador, nosso próximo destino. Caminhamos no frio Moscovita de -8 graus Celsius na direção da imponente Igreja. Linda, imensa e totalmente típica. Do outro lado do rio Moscou conseguíamos ver também o grandioso monumento em homenagem a Pedro o grande, que tem proporções exageradamente “grandes”. Não chegamos a entrar na Igreja mas valeram as fotos que tiramos e também perceber de 3 ou 4 angulos diferentes a sua grandiosa arquitetura. Tínhamos que cruza-la para ir em direção a velha rua Arbat, local Boêmio e famoso com os turistas, onde ha diversas lojas de souvenirs e algumas outras lojas e coisas interessantes como o Hard Rock Café Moscou e algumas lojas de esportes. No inverno, época em que visitamos, a movimentação não era nem perto da intensa. Varias lojas estavam abertas e alguns vendedores ainda se arriscavam nas ruas vendendo pinturas e desenhos. E possível também comprar nas ruas Vodca e caviar. Isso mesmo, caviar. O esturjão, peixe de cujas ovas e preparado o caviar, e muito comum nos rios e lagos Russos, portanto, caviar não e tão luxuoso assim la por aquelas bandas. Visitamos o Hard Rock Café e fomos ha varias lojinhas de souvenirs. Apos atravessar o Kremlin mais uma vez, entramos na avenida que terminaria no Bolshoi. O teatro estava em reforma e não estava iluminado. Decepcionante eu diria. Tiramos aquelas 2 ou 3 fotos para dizer que visitamos por fora e pronto. Como não gosto de bale também, achei uma grandessíssima porcaria o tal do Bolshoi. Enfim, tinha que ver para crer. Voltamos ao hotel para nos arrumarmos e tomar o banho que seria o ultimo dos próximos 6 dias. Estávamos prestes a nos dirigir para estação de trem Yaroslavski e embarcar no expresso Transmongoliano, trem que liga Moscou a Beijing via Ulan-Bator na Mongólia. Aqui um parênteses histórico-geografico: Ha 3 trens que são famosos e confundidos sempre. 1 – Transsiberiano – Esse e o original. Liga Moscou a Vladvostok e não sai da Rússia. Mais de 9 mil quilômetros de ferrovia e 7 dias de viagem. 2 – Transmanchuriano – Liga Moscou a Beijing passando pela Manchúria, fronteira da Rússia e da China no Sudeste Russo e Nordeste Chinês, passando pela famosa cidade Chinesa de Harbin onde ha acontece o festival de esculturas de gelo, mundialmente conhecido. 3 – Transmongoliano – Liga Moscou a Beijing via Mongólia, passando pelo famoso deserto de Gobi e pela capital Mongol, Ulan-Bator, a mais fria do mundo, com temperaturas medias no inverno de -30 a -35 graus Celsius. Vejam o que nos esperava! Chegamos a estação, conduzidos gratuitamente pelo simpático Oleg, nosso gerente do backpacker, isso apos termos tomado 2 doses de uma ótima Vodca Russa com pepino cortado. Isso mesmo, Vodca com pepino. O ritual e parecido com a Tequila e o limão. Toma-se a Vodca e depois come-se um pedaço do pepino. Delicioso por sinal. Chegamos a estação e embarcamos no trem as 21:20 mais ou menos. Ele saia pontualmente as 21:35. O trem numero 4 e’ Chinês e todos os condutores também. Ha vários vagões e um deles e o vagão restaurante, que e Russo. Na fronteira com a Mongólia esse vagão restaurante Russo e desligado do trem e assume o posto um vagão restaurante Chinês. A comida servida e de qualidade mediana, gordurosa e com os menus todos em Russo. Como nos comemos? 2 coisas: Guia de conversação em Russo para viagens, sabiamente comprado e levado do Brasil. Segundo, muita mímica. Bebidas são fáceis de comprar, a linha de refrigerantes da Pepsi por exemplo tem os mesmos nomes e mesma pronuncia. Fale Pepsi cola e Mirinda que todo mundo entende. Nosso vagão era na segunda classe, com cabines para 4 pessoas. Ha espaço para acomodar as malas por incrível que pareça e com certeza a gente acaba se acostumando, afinal, sem contar as 3 horas do dia do embarque que ficaríamos dentro do trem, essa seria a nossa casa pelos próximos 5 dias. Dia 6 – Trem (09-Dez-2009) Não ha muito o que descrever nos dias em que estaremos nos trens. Apenas listarei as grandes cidades em que passaremos e um ou outro acontecimento que merece nota. Nesse dia, apos amanhecer, descemos na primeira estação. Não havia nada para comprar e so nos esfriamos. Quando o trem para, ha caminhões nas estações que vão passando de vagão em vagão para abastecer o trem com carvão. E trabalho dos condutores repor o carvão no trem. Eles também cuidam dos banheiros e do trem de um modo geral, limpando com água quente o chão e o vaso a cada parada. Dicas: Para descer do trem, tem que ser imediatamente quando ele para. Quando eles começam a botar o carvão eles não deixam mais descer. As paradas duram na media 20 minutos, exceto de madrugada, quando duram de 2 a 3 minutos. Os banheiros também são fechados durante as paradas, portanto, não deixe para ficar apertado na hora das paradas pois não se pode ficar andando muito longe nas estações. Nesse dia andamos aproximadamente uns 1500 quilometros e passamos pelas cidades de Vladimir, Kirov e Perm, sendo essa ultima o inicio da região dos montes Urais, que dividem a Europa e a Asia. A paisagem e cinematográfica e completamente sensacional, deslumbrante. Essa e uma das vantagens de se fazer essa viagem no inverno. Pinheiros cobertos de neve, bem como vilarejos inteiros com suas casas, carros, ruas, telhados, etc. Tudo absolutamente branco e enfeitado pela neve que não perdoa. Cai e cai bastante. Para quem nunca viu neve na vida, esse com certeza e o momento de tirar o atraso. Dia 7 – Trem (10-Dez-2009) Nesse dia andamos aproximadamente mais 1500 quilometros e passamos pelas cidades de Yekaterinburg (divisa da Europa com a Ásia), Tyumen (inicio da Sibéria do Oeste), Omsk (quem já jogou War?) e Novosibirsk (maior cidade da Sibéria). A paisagem não e muito diferente da percebida anteriormente, porem, nesse trecho, nota-se o inicio da Tundra Siberiana, aquela que estudamos nos longínquos anos do ensino fundamental nas aulas de Geografia que não dávamos muita bola. Na ultima estação do dia, Novosibirsk, descemos para comprar alguns mantimentos, pois os preços das estações de trem eram muito inferiores do que os preços do vagão restaurante. Compramos salgados, refrigerantes, chocolates e voltamos ao trem. Passamos um friozinho normal, estávamos bem agasalhados como quando andávamos na rua em Moscou. Ao voltarmos para o trem, percebemos ao olharmos as fotos de uma pequena torre com relógio e termômetro. A marcação do termômetro era o que chamava a atenção: -20 graus Celsius. Ficamos 5 minutos fora do trem, sem luvas, e nossas mãos já estavam queimando, de tão geladas que estavam. Pessoalmente, tirando o frio das mãos, não senti muita diferença dos -8 graus marcados em Moscou. Dia 8 – Trem (11-Dez-2009) Nesse dia andamos aproximadamente mais 1500 km e passamos pelas cidades de Krasnoyarsk (importante centro industrial da Sibéria), Tayshet e Irkutsk (destino para quem visita o famoso lago Baikal, maior lago do mundo). Chama a atenção o nível altíssimo de poluição em toda Rússia. Percorrendo uma longa jornada pelo pais percebe-se a presença, em toda cidade no trajeto, mesmo as pequenas, de fabricas emitindo poluentes por suas gigantescas chaminés. Dia 9 – Trem / Saída da Rússia / Entrada na Mongólia (12-Dez-2009) Nesse dia andamos aproximadamente mais 600km e passamos pelas cidades de Sliudianka, Ulan-Ude, Naushki (ultima cidade Russa) e Suche-Bator (primeira cidade Mongol). Acordamos já dando de cara com o grandioso lago Baikal. Sozinho ele e responsável por 1/5 de toda a água doce do planeta, alem de ser o mais profudo. 80% da flora e fauna do lago não se encontram em nenhum outro lugar do mundo. A visibilidade em relação a profundidade do lago e de 40%. O trem, que passa no lado leste do lago, fica circundando essa magnífica paisagem por mais ou menos 3 horas, então ha tempo suficiente para fotos de todos os tipos. A visão que tem-se do lago, especialmente com as montanhas cobertas de neve como “background”, é simplesmente deslumbrante. Ele não congela devido a sua profundidade, garantindo um espetáculo visual de encher os olhos de qualquer pessoa. Apos mais algumas horas viajando nos aproximamos do final da parte Russa de nossa jornada, chegando a cidade de Naushki. Nada de especial aqui, apenas os preparativos para a saída oficial da Rússia. O trem para por varias horas aqui, no mínimo 2:30 ou 3:00, de acordo com o numero de passageiros. O tempo de espera com certeza e’ menor no inverno. Oficiais Russos entram no trem, verificam os documentos (passaporte, visto e cartão de saída do pais), recolhem a declaração da receita federal deles e levam o passaporte embora temporariamente. Depois de uma hora ou um pouco mais que isso eles retornam com o passaporte carimbado. Compre comida ou coma antes do trem parar para a saída da Rússia. Nesse período que dura entre 4 e 6 horas, de saída da Rússia e entrada na Mongólia, o restaurante do trem e desmembrado e fica na Rússia. Depois, já na Mongólia, o vagão restaurante Mongol e ligado ao trem. Os banheiros são fechados também pelos atendentes. Resumindo, não fique com fome ou com vontade de ir ao banheiro, senão a coisa complica. Apos sairmos de Naushki, o trem segue viagem por mais uns 5 minutos e passa por um posto aduaneiro, sem parada, com cercas de arame farpado, que e’ onde esta a divisão entre os dois paises oficialmente. Já em solo Mongol, chegamos a cidade de Suche-Bator, não tão pequena assim e os procedimentos aduaneiro-alfandegarios repetem-se. Oficiais mongóis do departamento de saúde entram e entregam-te um formulário, depois o pessoal da receita federal com seus formulários em língua Mongol (alfabeto cirílico como o Russo porem com 2 caracteres/letras a mais) e depois os oficiais da policia federal para verificar os vistos e recolher os passaportes. Mais ou menos 1 hora de espera. Contamos com a gentileza e simpatia de uma oficial da receita federal Mongol, que nos ajudou traduzindo o formulário, de forma meio rústica, mas eficaz, mantendo o sorriso. Ela também achou interessante o fato de estarmos de posse de dinheiro mongol, que tínhamos trocado no trem mesmo com um cambista. Queríamos nos livrar dos Rublos. Preenchemos a declaração e ela mesma carimbou e assinou. Alias, achamos o maximo aquilo pois estávamos ha 7 dias na Rússia e não sabíamos o que era muita gentileza ou sorriso, com exceção do Oleg, manager do backpacker. Apos recebermos nossos passaportes ficamos aliviados e já tínhamos aprendido a lição. Não passe fome ou vontade de ir ao banheiro em zona de fronteiras, pois eles são muito restritos em relação as regras e gostam delas cumpridas. Oficialmente admitidos na Mongólia, dirigimo-nos quase que desesperadamente para o novo vagão restaurante, com decoração meio típica mongol, um tanto brega por sinal com seus penduricalhos carnavalescos ao lado de cabeças de veado empalhados, e pedimos uma sopa de noodles Mongol, com carne e cebola. Ate porque sopa era a única opção do restaurante naquele momento e poderíamos escolher 3 tipos: 2 Russas (Borsch e Salianka) ou a única sopa Mongol. Gostosa a sopa, massa caseira, bem temperada aliada a fome dantesca que nos assolava...a combinação foi ótima. Havia gente da Inglaterra, Irlanda, Suécia e Alemanha no trem, alem de nos Brasileiros. Fui identificado como Brasileiro-Australiano, então tínhamos um mix de nacionalidades ate que diversificado no restaurante naquele momento. Jantamos logo e não ficamos muito para conversar. Fomos dormir para poder apreciar a paisagem Mongol no dia seguinte. Dia 10 – Trem / Saída da Mongólia / Entrada na China (13-Dez-2009) Nesse dia andamos aproximadamente mais 1000km e passamos pelas cidades de Darhan, Ulan-Bator, Choir e Dzamynude (ultima cidade Mongol). Chegamos por volta das 7 da manha em Ulan-Bator, capital da Mongólia e também a mais fria de todas as capitais do mundo. Não conseguimos obter uma marcação oficial dos termômetros mas os meus cálculos aproximados me levam a crer que estávamos na casa dos -25 graus Celsius. Sem problemas pois não saímos do trem e este e’ extremamente bem aquecido. Escrevo esse relato de camiseta por exemplo. Ainda sobre a capital a cidade e’ grande e parece ser bem movimentada. Tem 1 milhao de habitantes e fica num vale entre pequenas montanhas. Apos sairmos de Ulan-Bator, o trem percorre esse vale onde a linda paisagem das estepes e’ realmente marcante. Demos sorte ainda de pegar o sol nascendo e o colorido e’ praticamente indescritível. Mais interessante ainda e observar coisas típicas da Mongólia. Cavalos selvagens pastando livres pelas pequenas colinas da estepe, procurando algo comestível por baixo da camada de neve, veados esbranquiçados também repetem o movimento e se agrupam nas colinas. Raposas também são comumente avistadas e com sorte fotografadas do trem mesmo. Observa-se também, com facilidade, os gehrs, cabanas típicas dos nômades mongóis, que são feitas de uma espécie de couro e abrigam turistas no verão que pagam para passar 1 noite com as famílias nômades no estilo típico. Dizem em outros relatos que são extremamente bem tratados e que vale a experiência. Não temos como atestar. Mas vale a visão do estilo de vida ainda bucólico que toma conta da Mongólia. Fora isso, apos Choir, começa o famoso deserto de Gobi, que se extende ate o extremo norte da China, direção pela qual entraremos no pais. A partir do inicio do deserto de Gobi a paisagem muda drasticamente. De campos abertos e nevados, características principais do inverno nas estepes, a coloração bege típica do deserto toma conta e presenteia os viajantes com belos panoramas. Pouquíssima gente habita o deserto, apos vários e vários minutos no trem e’ que se enxergam, de vez em quando, algumas casinhas ou gehrs formando um vilarejo. Por sinal a Mongólia e’ o pais com menor densidade populacional do mundo (1 habitante por km2). E o que dizem, e ate acredito julgando pelo que vi por la. Chegando a ultima cidade Mongol, preparamo-nos para o costumeiro procedimento de fronteira. Uma verdadeira tropa sobe no trem e confere documentos. 1 para formulário do departamento de saúde, outro da receita federal, outro da policia federal que e’ o pessoal que checa os passaportes. Bem tranqüilo na Mongólia por sinal. Entrando na China, em Erlian, no extremo Norte do pais, tudo repete-se, mas agora são os oficiais de fronteira da China. Uma coisa interessante acontece nessa parada na primeira cidade Chinesa da jornada. Os trilhos dos trens na Rússia e na Mongólia tem tamanho diferente dos trilhos Chineses. E preciso trocar as bitolas das rodas dos trens para que ele possa transitar em território Chinês. Para isso o trem e deslocado para uma espécie de galpão-oficina, onde acontece a troca vagão por vagão. O processo todo dura quase 2 horas, sem contar as burocracias de fronteira de saída da Mongólia e entrada na China, mais outra hora e meia ou duas, totalizando algo entre 3 horas e meia ou 4 horas. Haja paciência. Mas depois de ficar 5 dias dentro do trem, tudo e mais tranqüilo pois já esta quase na hora de chegar no destino final – Beijing. Mais ou menos 16 horas nos separavam do final da épica viagem. Hora de atualizar relatos de viagem, ler, dormir, jogar cartas, qualquer coisa para passar o tempo. Dia 11 – Trem e chegada em Beijing (14-Dez-2009) Acordei as 5 da manha, propositalmente, para tentar vislumbrar a muralha. O guia Lonely planet que eu tinha comigo dizia que a primeira visualização da muralha era ha mais ou menos uns 450 km de distancia de Beijing. Doce ilusão. A paisagem ainda era desértica, estávamos saindo do final do deserto de Gobi e entrado na paisagem típica do interior Chinês – cidades grandes no meio do nada em vales situados entre montanhas, uma pobreza marcante, lembrando muito as favelas Brasileiras, e poluição, muita poluição do ar devido as industrias. A área que atravessamos e predominantemente carbonífera, então, alem da poluição de uma industria normal, tem a sujeira gerada por esse tipo de atividade. Dica: No trem use roupa velha e confortável. Aquela camiseta guerreira. Aquele moleton de estimação que você guarda desde a sexta serie do ensino fundamental, aquela calça que já anda sozinha de tão surrada e que você se nega a doar. As roupas sujam com facilidade e amassam muito. Ninguém quer ficar se preocupando com lavanderia numa viagem dessas, ainda mais onde a comunicação e sempre um fator que traz mais complexidade. Chegando mais próximo de Beijing, a poluição se intensifica e as favelas aumentam de tamanho e me pareceu também que em nível de pobreza. Depois de alguns anos morando fora eu fiquei bastante impressionado com a pobreza de la, talvez quem saia direto do Brasil não sinta tanto o impacto. Chegando na capital Chinesa propriamente dita, percebe-se rapidamente a loucura do transito e o impressionante tamanho da cidade. O que não deixa de saltar aos olhos também e o quão ocidental a cidade e. Nem parecia que eu estava na China, me senti andando em São Paulo. Muito iluminada mas com poucos prédios arranha-ceu, prédios grandes sim, mas nada absurdo. Muitos bancos e hotéis. Muitos mesmo e todos os bancos muito opulentes em seus prédios. Muitos táxis na rua, a todo minuto passa um táxi. Dica: Ande de táxi. E barato, eles usam o taxímetro, dão recibo e alguns ainda ajudam a carregar malas. Não espere que eles entendam Inglês. A única palavra que funcionou pra mim era “go” e de vez em quando “bye”. Mas valeu a pena. Um ou outro taxista vai tentar cobrar mais para levar de A para B. Não aceite. Caminhe na rua e pegue outro táxi. Passa um a todo momento. Mas não se assuste com a forma como eles dirigem. Buzina e mais usada do que o pisca ou sinal de conversão direita/esquerda. A todo momento eles trocam de faixa, se atravessam, passam sinal vermelho. E muito doido, bagunçado e confuso o transito. Mas por incrível que pareça eu não vi um acidente sequer. Outra coisa que existe em abundancia em Beijing e policial. Por todo lugar, o que e bom demais. Centro de informação ao turista também. Fiquei positivamente impressionado com Beijing nesse sentido. Depois de vir de Moscou então, que nesse sentido deixa muito a desejar, Beijing e outro nível. O Inglês falado nesses locais não e muito bom. Nem tente conjugar verbos. Fale Inglês de índio e devagar, senão eles não te entendem. Mas no final das contas, sempre se consegue a informação, precisa e com um sorriso grande estampado de felicidade de ter ajudado. Acho que os jogos Olímpicos fizeram muito bem para o desenvolvimento da industria turística Chinesa, principalmente em Beijing. Estávamos perto das principais atrações mas começaríamos nosso itinerário turístico no dia seguinte, descansados e apos tomar um banho, coisa que não sabíamos mais o que era, depois de 6 dias enfiados num trem que passou por 3 paises. Os gentis atendentes nos informaram onde tirar dinheiro, onde comer, onde caminhar, o que ver, tudo próximo ao hotel. Descobrimos que o Roasted Duck (pato laqueado assado) típico de Beijing, do restaurante mais famoso, era perto e nos dirigimos para la. Sem querer, no caminho para a rua famosa de Wang Fu Jing, onde acharíamos o famoso restaurante Quan Ju De, passamos pela famosa rua dos snacks, onde vendem os espetinhos de comida. Ou quase isso. Vou tentar listar algumas coisas que eu lembro que eles vendiam, no espetinho, para comer, alem dos tradicionais frango, carne, porco e peixe: Escorpião, cobra, bicho da seda, besouro, estrela do mar, ouriço do mar, centopéia, tartaruga, abelha, pênis de ovelha, barata, dentre outros insetos e artropodos. Impressionante. Engraçado. Poucos turistas se arriscam e os vendedores, que gritam o tempo inteiro, oferecem os bichos mais estranhos logo de cara. Não comi nada fora do convencional, não tive coragem. Eles garantem que os bichinhos são deliciosos e crocantes. Vai saber ne!? Chegando ao famoso restaurante onde comeríamos o pato laqueado, subimos no elevador ate o 4 andar e acomodamo-nos num bonito e grande salão com decoração típica. Pedimos o famoso pato e esperaríamos o ritual. O chef vem ate perto da mesa com o pato assado para corta-lo na tua frente. Dia 12 –Beijing – Forbidden City, Tianmen Square, Jingshan Park (15-Dez-2009) Iniciamos o dia caminhando ate a cidade proibida, famosíssima atração de Beijing. Com seus palácios em estilo típico e arquitetura singular, com certeza vale a visita e ainda pode-se aprender algumas coisas muito interessantes sobre a historia da China e como os governos das dinastias mais recentes funcionavam. Caminhando e escutando o guia de áudio, completa-se o passeio em mais ou menos umas 2 horas. Recomendo a entrada pelo portão norte, pois ao final, na saída que e o portão sul, esta o Tianmen Square, ou praça da paz celestial, outra atração badalada de Beijing. La, alem de uma larga avenida e uma praça grande com um museu de um lado e um prédio do governo do outro, esta o grande portão sul da cidade proibida. Famosa também por ter uma fotografia gigante de Mao Tse Tung, líder comunista ate hoje idolatrado pelos Chineses mais antigos e, mais por herança cultural do que simpatia, pelos mais jovens. Ao norte da cidade proibida fica o bonito Jingshan park, com um templo em arquitetura típica chinesa em cima de uma montanha, com uma bela vista para a cidade probida e outros pontos da cidade. Custa somente 2 Yuans para entrar e os jardins também são típicos chineses. E possível ver os mais velhinos fazendo Tai Chi, alias, pratica muito comum nos parques em toda China. Alguns levam seu próprio radio com CD instrutivo e tudo. Dia 13 –Beijing – Muralha da China – Mythiuanyu section (16-Dez-2009) Provavelmente um dos lugares mais famosos do mundo inteiro, essa incrível construção e realmente impressionante. Fiquei de queixo caído, muito mais pela forma como foi construída e sua historia do que pelo cenário em si. Não estou dizendo que não achei bonita, mas entender um pouco sobre ela faz a admiração aumentar. Vou abreviar o relato contando um pouquinho sobre a muralha, especialmente essa seção que visitamos. Onde visitamos, Mythyanu, ha 23 torres de vigia e alguns trechos precisam ser praticamente escalados, pois são um bastante íngremes. Para subir ate ela, anda-se naqueles carrinhos abertos de estações de esqui, pegando um ventinho do rigoroso inverno Chinês na cara. Ai chega-se na torre numero 6 e então, começa-se a apreciar a linda vista dos vales da região e também, claro, a massiva estrutura da muralha. Impressionante ver a sua extensão, desaparecendo imponente no horizonte. No total, foram mais de 2000 anos para construir a muralha e algumas seções foram restauradas em parte para poderem virar atração turisica. Muitos e muitos operários morreram na longa e desgastante tarefa de construí-la, com objetivo de proteger a China das invasões vindas do norte, do, na época, poderoso e temido exercito nômade Mongol. Conseguiram suceder nessa tarefa os Chineses e a muralha esta la ate hoje para quem quiser apreciar. Apos algumas horas por la, descemos num tobogã os mais ou menos 400 metros, muito interessante a experiência. Almoçamos por volta das 14 horas da tarde junto com o pessoal da excursão organizada pelo hotel e seguimos viagem de 1 hora e meia de volta para Beijing. Estava conhecida uma das maravilhas do mundo. Dia 14 –Beijing – Summer Palace, Bird’s Nest, Water Cube (17-Dez-2009) Acordamos cedo e embarcamos em mais um táxi rumo ao Summer Palace, que não fica muito próximo do centro não. Chegando la, um imenso parque que era destino das famílias imperiais chinesas das ultimas dinastias (séculos 19 e 20). A imperatriz Cixi, uma Chinesa mais feia que cão chupando manga, foi a excêntrica que mandou construir o palácio de verão e um teatro particular, para que ela assistisse as operas sem ter que sair do palácio. Em cima do topo do único monte existente no complexo ha 2 palacios, ambos com Budas que não podem ser fotografados. Do topo do monte do Summer Palace, tem-se uma vista muito boa da cidade. Saindo do palácio, mais um táxi ate o complexo Olímpico de Beijing, passando pela vila olímpica, centro de tênis e chegando aos famosos ninho de pássaro e cubo d’agua. Tanto o estádio quando o centro aquático são muito bonitos, impressionantes mesmo. Chegamos a tarde, entramos no estádio onde estava havendo o snow festival, com musica e atrações como trenós, tobogãs de gelo e etc. Conhecemos toda a estrutura do moderno local e fomos para as lojas de souvenir. Esperamos ate o anoitecer para tirar fotos noturnas do cubo d’agua e do ninho do pássaro. Se você tem que escolher entre visitar os dois durante o dia ou a noite, eu recomendo totalmente a noite, as fotos ficam muito melhores. Dia 15 –Beijing – Mao Memorial, Temple of Heaven, Beijing Zoo (18-Dez-2009) Mais uma vez levantamos cedo pois o memorial em homenagem a Mao Tse abria as 8 da manha e fechava logo ao meio-dia. Nosso hotel era perto do Tianmen Square, uns 10 minutos caminhando mais ou menos. O que matava era o frio de alguns graus negativos. Chegamos ao memorial, na praça da paz celestial e entramos. Não pode entrar com mochila, tem detector de metais, tem que tirar chapéu e luvas em sinal de respeito. Entrando la, no meio de uma sala grande guardada por uns 8 soldados, esta um caixão aberto com o corpo embalsamado do Mao. Mais parece um boneco de cera para ser sincero. No total, a visitação toda deve ter durado uns 5 minutos. Concluímos assim as visitas as múmias de 2 dos grandes lideres comunistas (Mao e Lênin). De la pegamos um táxi para o Temple of Heaven. Confesso que achei sem graça apos visitar todos os outros templos e palácios de Beijing. Mas não estou dizendo que o local e feio ou que não tenha valido a pena a visita. Patrimônio Histórico da humanidade pela Unesco, o templo tem como principal atração uma torre chamada torre das orações pela boa colheita e vale a pena visitar uma das salas adjacentes onde e contada toda a historia do ritual de adoração aos deuses, que os imperadores participavam para pedir e agradecer boas colheitas. A arquitetura do local e totalmente dominada pelo estilo chinês antigo e o prédio já sofreu varias restaurações devido a ação do tempo. Para finalizar o dia, pegamos mais um táxi (eu disse que era barato e que existiam em abundancia), dessa vez ate o zoológico de Beijing, para vermos os Pandas. Chegando la, apos monstruoso engarrafamento, fomos logo procurar pelos Pandas. Tem de tudo la no zoológico, que e velho e mal cuidado, mas, tava valendo a diversão pois afinal de contas, ver os pandas na China e quase que como uma obrigação. Visitamos os pandas bebes e depois uns adultos. Como e inverno, eles são menos ativos. Mas conseguimos ver alguns sentados ou deitados comendo bambu ou ate brincando. Muito legal. Vimos também o maravilhoso tigre de bengala da Índia, branco, lindo demais. Leões, panteras, linces, pumas, jaguares, uma grande variedade de felinos. Ha também uns macacos típicos da China, que não conseguimos ver direito pois estavam dormindo. Com certeza esse tipo de passeio deve ser muito mais legal no verão. Dia 16 –Beijing e embarque no trem Beijing / Xi’An (19-Dez-2009) Reservamos esse dia para compras finais e preparativos para embarcar em mais uma jornada de trem, dessa vez, quase nada para nos, apenas umas 11 horas mais ou menos, durante a noite, então dormimos e nem sentimos o percurso. Dia 17 – Xi’An – Xian History Museum e Grande Pagoda do Ganso Selvagem (20-Dez-2009) Chegamos em Xian pela manha e já demos de cara com o muro da cidade, parte norte. Nossa carona estava de prontidão com uma placa que tinha meu nome e fomos levados ate o hostel, no lado sul da muralha. O hostel, por sinal, era o melhor da viagem. Típico em decoração e arquitetura, com quartos espaçosos, ótimos banheiros e serviço de primeira linha mais uma vez. Demos uma caminhada para fora da muralha, na cidade nova e pegamos um táxi ate o museu de historia de Xanxii, província cuja capital e Xian. Para quem não visitou muitos museus na China eu recomendo esse, que conta um pouco da historia da descoberta do exercito terracota. Interessante também a abrangência do museu, desde épocas pré-historicas ate o período contemporâneo. De la a gente caminhou ate o parque onde fica a grande pagoda do ganso selvagem. Não achei nada de especial. Paguei para entrar no parque mas não para subir na pagoda. Tiradas algumas fotos e voltamos ao hostel, que alem de ser ótimo, tinha um restaurante bom e barato. Próximo destino: Local de descoberta do exercito terracota. Dia 18 – Xi’An – Terracota Army, Muslim Quarter, Drum Tower, Bell Tower (21-Dez-2009) Compramos um tour que sairia do nosso hostel, passaria em um outro para pegar mais alguns turistas e todos iriamos para o local das excavacoes do exercito Terracota, considerado um dos grandes achados arqueologicos do seculo XX. Conhecemos um casal de Mexicanos, 2 britanicos e fomos todos numa van ate o atelier onde sao feitas as miniaturas e ate as estatuas maiores dos guerreiros terracota e tambem moveis de madeira laqueada. Depois dessa primeira parada fomos direto ao local onde foram encontradas as mais de 8 mil estatuas enterradas. Poupa-los-ei tambem da parte historica de Xian. Sugiro uma procura no Google ou Wikipedia, para terem uma nocao mais exata da grandeza cultural e importancia historica desse local. Chegamos ao local das excavacoes e visitamos os 3 “poços” como eles chamam. Dos 3, um deles contem mais ou menos uns 6 mil guerreiros terracota, que sao estatuas de argila em tamanho real que foram enterrados com roupas de seda de verdade e armas da epoca (uns 2 mil e 200 anos atras) tambem em maos. Haviam tambem cavalos e carruagens, reproduzindo os animais e objetos reais. Para quem gosta de historia e arquitetura esse local e imperdivel. Patrimonio historico e cultural da humanidade tombado pela Unesco, assim como varios outros locais na China. Na volta para a cidade de Xian (1 hora na estrada) fomos visitar a quadra muculmana, tipo um bairro onde moram os Chineses muculmanos e vendem coisas na rua. Fica mais interessante a noite, quando aumenta o movimento, a gritaria, a negociacao e o choro nosso por descontos. Muita comida tipica e interessante e tambem muita comida nao tao interessante assim. Vale a pena com certeza uma visita, pois e’ ainda umas das poucas coisas tipicas da China que acontece por la. No caminho para o bairro muculmano passamos pelas imponentes Drum Tower e Bell Tower. Toda cidade Chinesa que “presta” tem as duas torres, uma contendo um sino para anunciar o inicio do dia e outra contendo um tambor para anunciar o final do dia, ritual seguido com assiduidade na China imperial. Hoje sao apenas locais de arquitetura tipica Chinesa e de visitacao turistica. Dia 19 – Xi’An – City Walls e embarque no trem Xi’An / Shanghai (22-Dez-2009) A muralha possui, no total, 14 km de extensao em um formato de quadrado perfeito. Paga-se para subir nela e, se quiser percorre-la, tambem paga-se extra. Pode ser feito de bicicleta simples, bicicleta dulpa, a pe ou de carrinho de golfe. Preguicosos e cansados que estavamos, pagamos o carrinho de golfe, com motorista e tudo, e andamos os 14 km da muralha para ver a cidade. Nao conseguimos vislumbrar muita coisa, pois a neblina estava intensa. Demoramos uma hora, com pequenas e rapidas paradas de 5 minutos para fotos e coisa e tal, e finalizamos o passeio. Voltamos ao hotel e fizemos check-out para poder dar mais uma volta na cidade e entao rumar para a estacao de trem. Mais uma jornada de umas 18 horas de trem nos aguardava, rumo a Shanghai. Dia 20 – Shanghai – Nanjing St, World Financial Centre, Oriental Pearl Tower (23-Dez-2009) Chegada tranquila em Shanghai pela manha, taxi da estacao de trem ate o hostel e, depois do almoco, que foi feito pela redondeza mesmo pois nao podiamos fazer o check-in antes do meio-dia, fomos caminhar na Nanjing Road, uma rua meio turistica onde tem um calcadao com varias lojas de roupas, sapatos, joalherias e eletronicos. Ha os vendedores de rua tentando empurrar bolsas, sapatos, roupas e relogios falsificados. E eles estao por toda parte. Nada de mais na rua. Ha tambem um mini-trem que eles tem a cara de pau de chamar de Sightseeing, que simplesmente atravessa a rua, cheia de edificios e hoteis, onde nao se consegue ver absolutamente nada senao lojas, hoteis, restaurantes e shopping centres. Caminhamos pela rua e voltamos ao hostel. A noite, pegamos um taxi e fomos ao Shanghai World Financial Centre. Inaugurado em Agosto de 2008, tem o status de terceiro maior predio do mundo. Possui o maior deck de observacao turistica do mundo. Pelo menos ate lancarem o maior predio do mundo (novo) em Dubai, em Janeiro de 2010. Subimos ate o centesimo andar e a vista era simplesmente fenomenal. Os outros predios impressionantes de Shanghai, como a Oriental Pearl TV tower e a Jin Mao tower pareciam pequenos. Tiramos milhares de fotos e fomos de volta pro backpacker, de taxi claro, incrivelmente barato e amplamente disponivel. Dia 21 – Shanghai – French Concession, Old City, People Square, Xintiang St (24-Dez-2009) Pela manha saimos caminhando e fomos procurando o bairro chamado French Concession, que leva esse nome devido a influencia arquitetonica e cultural da epoca em que Shanghai pertencia ao dominio Franco. No caminho passamos pelo People Square, famoso ponto turistico da cidade, tipo uma praca central. Sem graca nenhuma na minha opiniao. Uma vez la, encontramos a rua Xintiang, que contem varios restaurantes com comida e bebidas europeias e, por possuir a arquiterura tipica da Europa em formato renovado, atrai muitos turistas, em sua maioria ocidentais. Achamos la o restaurante Latina, que estaria servindo o banquete de Natal. Sem duvida optamos por ficar por la, compramos os tickets e voltariamos a noite, para saborear um belo churrasco e uma comida tipica Brasileira. De Xintiang caminhamos ate a cidade velha, com ruas bem tipicas chinesas, pessoas cozinhando no meio da rua sem nenhuma higiene, e’ claro, e uns “mercadinhos de pulgas”. Muito interessante foi ver as pessoas pendurando as roupas nas janelas, nas calcadas no meio da rua, nas motos, nas bicicletas, qualquer lugar virava varal. Muito engracado. A noite voltamos para o restaurante e sentamos para comer um saboroso churrasco. Passamos o natal satisfeitos. Dia 22 – Shanghai – Shanghai Stadium, Zhujiajiao Water Village (25-Dez-2009) Cedo pela manha pegamos um taxi ate o estadio de Shanghai. Bem grande por sinal, de arquitetura interessante. De la partem os onibus que fazem os passeios turisticos nos arredores de Shanghai. Ha tambem lojas e shoppings duty free com precos interessantissimos, vale a pena conferir. La embaixo do estadio existe essa mini estacao rodoviaria e la podem-se comprar os tickets na hora mesmo. Visitariamos um vilarejo de agua chamado Zhujiajiao. O preco do onibus ja incluia o ticket de entrada no vilarejo, que tem um portico grande para orientar os turistas e cobrar os tickets. Se alguem estivesse sentindo falta da China tradicional, la seria o lugar para mergulhar no passado e conviver um pouco com a cultura original. O lugar e’ muito bonito e vale muito a pena ser visitado. No meio da vila, diversos canais separam as ruas e as casas, que sao os lugares onde as pessoas moram mesmo, mas a maioria virou loja de artes e souvenirs. Apos uma breve caminhada e algumas fotos com a bonita paisagem local, chegam as ruas mais movimentadas e ai o comercio de rua Chines toma conta, bem como se ve em filmes e historias a respeito da China classica. O destaque foi para a compra de uma galinha viva, que presenciamos. Apos muita pechincha, a familia bem apresentada, bem vestida, conseguiu convencer a idosa criadora de galinhas a comprar a galinha viva. Pelo que compreendemos, ela estava garantindo que o peso era bom e ate mostrou alguns ovos. No desfecho do negocio a galinha foi ensacada em uma sacola de supermercado e a familia foi embora feliz, com a galinha viva dentro do saco. Destaque tambem para os restaurantes locais, que expunham suas atipicas iguarias em aquarios transparentes. O variado e exotico menu tinha de tudo: sapo, cobra, tartaruga, peixe, porco, frango, enguia, lagarto, dentre outros. Se alguem quer provar algo diferente, la e’ o lugar. Fiquei feliz em saber que poderia comer sanduiches ou comida ocidental em outros restaurantes e cafes na mesma vila. Apesar do frio intenso, valeu a visita, que durou o dia inteiro, das 10 da manha ate as 5 da tarde. Dia 23 – Shanghai – Tomorrow Square, The Bund (26-Dez-2009) Descobrimos que o tal do tomorrow square era simplesmente a esquina da Nanjing Road com a rua do hotel Marriot. O predio do hotel fica com a ponta iluminada a noite, entao os Chineses, acho que para aumentar o numero de atracoes turisticas, chamam isso de Tomorrow Square. Absolutamente nada de interessante. Caminhamos em direcao ao The Bund. Em 2010 acontecera a Shanghai Expo e as obras estao intensas na cidade. Como resultado, nao podemos admirar o the Bund direito, pois trata-se de uma rua de frente pro rio com predios tradicionais europeus, consulados, lojas de grife, etc, com uma linda vista e de onde avistam-se os maiores predios de Shanghai, com destaque para a Oriental Pearl TV Tower, que acabou virando o simbolo da cidade, e para as torres Jin Mao e do Shanghai World Financial Centre. Dia 24 – Shanghai / Hong Kong (27-Dez-2009) Cedo embarcamos rumo a Hong Kong. O aeroporto de Shangai fica bem afastado da cidade, quase 1 hora de taxi. 2 horas e 15 minutos depois chegamos ao aeroporto de Hong Kong. Muitas opcoes de transporte e todas com facil acesso nos levariam do aeroporto ate o hotel. Dia 25 – Hong Kong – Hong Kong Island, Victoria Bay, Victoria Peak (28-Dez-2009) Estavamos ficando em Kowloon, na famosa Nathan Road. Era bem pertinho da baia e de la podiamos pegar barcos para diversas localidades nas ilhas de Hong Kong. Atravessando a baia de barco, numa viagem de 5 minutos, chega-se na parte central das ilhas, chamada de Central e Admiralty. La fica uma das atracoes mais famosas de Hong Kong, o Victoria Peak. Pega-se um bondinho para chegar la em cima e tem-se uma vista privilegiada da cidade, quando as nuvens e a neblina permitem obviamente. Ha tambem restaurantes e um shopping center, dentre outras opcoes de entretenimento e lojas de souvenir de varios tipos. Na caminhada de volta da saida do bondinho ate a baia passa-se pelos predios mais altos das cidades, que sao todos “torres” como eles chamam de grandes bancos como HSBC, Citibank, Bank of China, etc. Dia 26 – Hong Kong – Lantau Island, Giant Buddha and Po Lin Monastery (29-Dez-2009) De Koowloon pegamos o ferry para a jornada de 30 minutos ate a Lantau Island, onde ficam o Buda Gigante, Disneyworld e o Aeroporto tambem. Fomos para o lado da ilha onde fica o Buda e o Monasterio Po Lin. O Giant Buddha e’ uma estatua gigante de um buda sorridente sentando, que fica no topo do lado oeste da ilha de Lantau, com uma vista para as montanhas ao redor. La de cima da estatua se enxerga o monasterio, onde os monges moram e passam o dia em oracao. Depois de algumas fotos na escadaria de subida ate o buda e de cima do morro onde fica a estatua, descemos ate o monasterio onde estava acontecendo na hora uma das secoes de oracoes budistas. E’ comum na religiao budista, que e’ muito forte em toda China, a queima de incensos e oferendas de frutas para os Budas. Na entrada do monasterio ha queimadores de incenso gigantes onde os turistas, monges e fieis podem queimar os seus incensos e fazer as suas preces. Dia 27 – Macau - (30-Dez-2009) A curiosa ilha e’ um destino comum para visitantes Portugueses. Colonizada antigamente por Portugal, essa regiao da China conserva ate hoje os tracos da antiga coroa Lusitana em suas ruas e avenidas, todas com nomes Portugueses, na comida e tambem na arquitetura. Facilmente acessivel a partir de Hong Kong, com barcos saindo a cada 15 ou 30 minutos, a viagem demora dentro de 1 hora cada trecho. Os barcos sao catamarans motorizados gigantes. Faz-se procedimento de alfandega e tudo mais para sair de Hong Kong e de novo para entrar em Macau. Na volta, tudo de novo. Em 1 dia ganhamos 4 carimbos no passaporte. Macau e’ hoje conhecida pelos seus opulentes cassinos e hoteis de luxo. Esta tentando transformar-se na metropole dos jogos e do entretenimento do mundo, pois ja e’ a do Oriente. Nao conheco Las Vegas mas duvido que Macau tire o titulo tao cedo, pois pelo que li antes de conhecer Macau, achei que encontraria mais luxo e luzes. Nao que nao tenha isso por la, bem pelo contratrio, mas acredito que Las Vegas ainda seja infinitamente mais iluminada e cheia de luzes do que Macau. Entretanto, Macau hoje arrecada mais dinheiro com o jogo do que Las Vegas. Interessante. A regiao especial administrativa de Macau consiste de 2 ilhas, uma chamada Macau e a outra Cotai. Em Macau a atracao mais famosa e’ a Ruina de Sao Miguel, que e’ a fachada de uma Igreja toda em estilo Portugues, em cima de uma colina com lojas e edificios tambem construidos com a arquitetura tipica de nossos antepassados. E’ muito interessante caminhar no meio da China e ter a sensacao de que se esta na verdade no Brasil. Me lembrou muito as cidades do Nordeste Brasileiro. O famoso Largo do Senado compreende uma praca e algumas lojas escondidas, nada de mais pra falar a verdade. Em Cotai fica a atracao mais interessante de Macau na minha opiniao. O cassino Venetian. Inspirado na romantica cidade Italiana, o Venetian e’ um hotel-cassino luxuosissimo e eles construiram dentro do complexo todo uns canais artificiais, imitando os de Veneza, com gondolas e tudo. O teto e’ fechado e pode-se fazer o passeio de gondola. Os gondoleiros, por sinal, todos jovens e com bom Ingles, nao so manobram a gondola mas tambem cantam enquanto fazem isso. E como cantam bem, todos com vozes de opera ou liricas. Muito legal. Uma infinidade de lojas de marcas famosissimas se extende por todo o complexo do shopping e dos canais. Uma verdadeira e impressionante obra de engenharia. Na saida, ja a noite, percebe-se as luzes iluminando as fachadas de todos os hoteis e cassinos, deixando a visao ainda mais agradavel. Destaque tambem para o Hard Rock hotel e cassino, onde ate fomos dar uma jogadinha! No final do dia cheio, voltamos para Hong Kong e pra realidade tambem. Meus momentos de magnata passeando e gastando em Macau duraram menos de 12 horas. Dia 28 – Hong Kong – Koowloon (31-Dez-2009) Passamos o dia no shopping center principal comprando algumas coisinhas e tambem conhecendo alguns lugares que nao tinhamos visitado ainda. No final da tarde a policia e alguns lojistas comecaram a fechar algumas ruas principais que davam acesso a baia, pois so poderia assistir o show de fogos de artificio da virada do ano quem tivesse ingresso. Quem nao tinha ingresso ou nao quis pagar uma fortuna nos restaurantes com vista da baia, se dirigiu para um ou dois lugares possiveis de se enxergar de longe os fogos serem queimados do maior predio da cidade, o International Financial Centre. Uma verdadeira multidao se aglomerou no lugar que estavamos indo, fomos quase “arrastados” pela onda de gente, caminhando junto com o fluxo, ate chegarmos ao ponto que poderiamos visualizar os fogos. A expectativa para a chegada de 2010 era grande. Com nossas garrafas de champagne de 330ml recem compradas, acompanhamos a contagem regressiva e o show de fogos comecou. Que porcaria. Durou 3 minutos e foi totalmente sem graca. Ate os fogos de artificio que vi em Cidreira, praia sem beleza natural do litoral norte do Rio Grande do Sul foram infinitamente melhores. Por todo o fiasco que foi feito pela policia, donos de lojas e restaurantes, eu esperava uma experiencia bem mais intensa e marcante. De qualquer forma, passamos o ano novo bem, felizes com toda a viagem e por estarmos juntos e inteiros, depois de todas as aventuras vividas em quase 30 dias de viagem. Mas os dois primeiros dias de 2010 ainda eram de viagem e poderiamos aproveitar ainda mais nosso tempo conhecendo um pouco mais de Hong Kong. Dia 29 – Hong Kong – Koowloon (01-Jan-2010) Basicamente passamos esse dia conhecendo alguns pontos do lado de Kowloon que nao tinhamos conhecido, caminhamos bastante e fomos fazer algumas compras. Os precos la sao muito bons e da pra aproveitar ainda mais com a boa pechinchada, habito comum para nos Brasileiros. Roupas e eletronicos sao os destaques, com precos bem bons e, em muitos casos, melhores que os da Australia, que ja sao melhores que os do Brasil. Recomendo levar um dinheiro extra para quem for visitar Hong Kong um dia, pois vale a pena e a tentacao vai ser grande. Dia 30 – Hong Kong – (02-Jan-2010) Esse dia resumiu-se em 2 grandes partes: 1 – Descobrir o jeito mais rapido e barato de se chegar ao aeroporto cheio de malas. 2 – Chegar cedo no aeroporto e voltar pra casa. 3 de nos voltariam para a Australia enquanto 1 voltaria ao Brasil. Fomos ao aeroporto de onibus mesmo, pois era barato, conveniente e passava do outro lado da rua de onde estavamos hospedados. Meu relato termina por aqui. Tem um cunho um pouco mais pessoal mas espero que sirva para dar um breve “insight” sobre alguns dos lugares que visitamos, e que isso ajude voces a tomar a decisao sobre essa exotica, diferente e muitissimo agradavel viagem. Meu e-mail de contato e’ eduardo.camardelli@gmail.com. Sinta-se a vontade para me contatar sobre esse relato ou algum dos lugares visitados. Abracos e boa viagem. Editado Fevereiro 25, 2011 por Visitante 2 Citar
Membros Bruno wildner Postado Agosto 23, 2010 Membros Postado Agosto 23, 2010 Oi Eduardo... Essa é uma viagem que me atrai muito e estou pensando seriamente em fazê-la esse ano, mas confesso que estou cheio de dúvidas. Estou pensando em fazer a transmongoliana após um "mochilão" pela europa, seria tipo pra fechar com chave de ouro entende? tu acha que vale fazer isso ou fica muito puxado?? Tenho um amigo que mora em Moscou, acho que minha estada por lá pode ser um pouco mais facil que a de vocês. Como vocês fizeram com a passagem do trem, comprou pela internet? Os vistos, a pessoa que saiu do Brasil saiu com eles daqui? Tem alguma dica/sugestão sobre o que eu deveria fazer ou não sobre essa viagem? será que fazer isso sozinho é perigoso? Citar
Membros eduardo.camardelli Postado Agosto 23, 2010 Autor Membros Postado Agosto 23, 2010 Oi Bruno. Acho que vale muito a pena fazer essa viagem, dependendo do teu tempo depois que terminares o teu mochilao pela Europa. Pra ser mais sincero ainda, acho que nao ha forma melhor de terminar com chave de ouro do que essa. Sobre ficar puxado ou nao, vai depender do teu tempo disponivel. A transsiberiana tem 3 rotas e como tu sabes fiz a transmongoliana que e' a mais curta. Sao 5 dias e meio no trem ate chegar em Beijing, partindo de Moscou. Podes sair de Sao Petersburgo tambem, dai a jornada aumenta em umas 8 horas mais ou menos. Cara, se tu tens um amigo la, melhor ainda. Eu adorei Moscou, uma cidade muito legal de conhecer. Um pouco cara, mas com gente conhecida la tudo fica mais facil. Sobre a passagem de trem, comprei pela internet e pedi que eles entregassem no meu backpacker. Eles fazem isso. Procura o site WAY TO RUSSIA, la', tem todas as informacoes em Ingles sobre precos, datas, horarios, etc…foi la que fiz toda minha pesquisa e por onde comprei o ticket. Eles nao sao agencia de viagem, mas ganham uma pequena comissao da empresa que vende o bilhete. E eles tem tipo um ranking sobre essa ou aquela agencia, se e' seguro comprar com eles ou nao, enfim, otima fonte. Comprei, paguei com cartao de credito numa boa e nao tive absolutamente nenhum problema. Se tiveres duvidas depois de visitar o site me escreve, entro la, relembro e te ajudo. A pessoa que saiu do Brasil foi a minha mae e ela ja pegou o visto em Porto Alegre, atraves da empresa top vistos que comunicou-se com a embaixada da Russia em Brasilia ou consulado em SP, nao me lembro agora. Mas pelo que sei, Brasileiros nao precisam mais de visto de turismo pra Russia. Da uma pesquisada melhor, porque essa historia de visto pra la e' bem burocratica. Pelo menos foi pra mim. Minhas dicas e sugestoes sao as seguintes: a) E' seguro fazer sozinho, totalmente. So' tomas as precaucoes basicas se tu fores viajar sozinho, tipo, chavear a mala ou mochilao quando sai da cabine, etc… b) O trem tem cabines para 4 pessoas na segunda classe e 2 pessoas na primeira. Dependendo da epoca do ano, o trem vai bem vazio. Foi o meu caso, no inverno, nosso vagao tinha muitas cabines vagas, entao tu tens chance de ficar sozinho ate. c) Se puderes fazer no inverno, apesar do frio, as paisagens sao absurdamente incriveis. d) Leve um livrinho basico, pequeno, de frases em russo ou chines. O trem e' de uma empresa Chinesa. e) tu tens que ter os vistos pra China e pra Mongolia organizados. Minha mae fez tudo ai do Brasil mesmo e eu tirei tudo aqui na Australia antes da viagem. f) O trem para muitas vezes mas em alguns casos tu nao consegues descer do vagao, entao, tem que ter sempre algo pra comer na mochila. g) Na cabine tem uma chaleira pra agua quente, pra tomar cha. Entao sede tu nao passa. h) Se puderes, pare 1 dia pelo menos em Ulan Bator, capital da Mongolia. No trem mesmo, tu vais conhecer gente e a maioria dos backpackers fica la 1 ou 2 dias pra conhecer e fazer um lance tipico que e' visitar uma familia mongol, nas tendas nomades que eles vivem e acho que passam a noite juntos, comendo a comida tipica preparada por eles. Todos dizem que e' otimo, porem um pouco mais complicado no inverno. Infelizmente nao fiz porque eramos 4, com mae, sogra e tudo nao dava ne!!! i) Restaurantes-vagoes sao caros e nao tao bons. Usa so' pra quebrar o galho e pra tomar uma cerveja e conhecer outros viajantes. Fizemos amizade com um grupo de viajantes em menos de 10 minutos enquanto tomavamos uma sopa! j) Fui de segunda classe e achei bem tranquilo pra dormir, nao e' tao desconfortavel. k) Acho que e' o teu caso ja, mas vou relembrar…se puder, viaje de mochilao ao inves de mala. Fomos nos 4 de malas e foi um sofrimento pra arranjar espaco na cabine. Enfim cara, por enquanto era isso. Se tiveres tempo, grana e vontade, vai. Essa e' minha principal dica. Vai fechar tua viagem que ja vai ser top com chave de ouro mesmo. Eu faria tudo de novo. Abraco, Eduardo. Citar
Membros clapin Postado Outubro 4, 2010 Membros Postado Outubro 4, 2010 Oi Edu, gostei muito das informações que vc postou. Eu e meu namorado estamos pensando em fazer essa viagem na mesma época (entre dezembro e janeiro) e a minha maior preocupação é com o tempo. Tudo continua funcionando normalmente apesar das nevascas? É perigoso? Citar
Membros eduardo.camardelli Postado Outubro 11, 2010 Autor Membros Postado Outubro 11, 2010 Obrigado. Sim, tudo funcionou normalmente. Metro, atracoes turisticas abriram normalmente, restaurantes. Pelo menos nao percebi nada sendo interrompido. O perigo mesmo e' de escorregar na rua enquanto se caminha na neve. Tem que olhar pro chao a todo momento e de preferencia usar um calcado com solado especial, pois o pessoal cai mesmo a todo instante. E ai numa viagem dessa nao da' pra arriscar torcer um tornozelo ou descolar um braco, coisa parecida. Fora isso a viagem e' tranquila e a Russia tem muitas coisas interessantes. As paisagens da Siberia entao, no inverno, sao de tirar o folego. Espero que possam fazer a viagem! Citar
Membros SashaS Postado Outubro 23, 2010 Membros Postado Outubro 23, 2010 Ola Eduardo, obrigada por contar sua historia. Gostei muito do seu relato. Geralmente eu nao aconselho aos meus alunos de russo viajar para Russia no inverno. Mas sua viajem mostrou que tudo é possível. Vou indicar essa pagina para todos meus alunos! Citar
Membros eduardo.camardelli Postado Outubro 24, 2010 Autor Membros Postado Outubro 24, 2010 SashaS, Obrigado pelas palavras. Acho que fazer essa viagem no inverno tem um sentido especial e as paisagens que presenciamos foram simplesmente exuberantes, gracas a neve e ao clima frio. Com os cuidados e precaucoes necessarias, nao vejo problema nenhum em optar pra visitar esse lindo pais na estacao fria mesmo! Espero que o relato seja util para teus alunos! Abracos, Eduardo. Citar
Membros de Honra MariaEmilia Postado Fevereiro 7, 2011 Membros de Honra Postado Fevereiro 7, 2011 Eduardo, O seu relato esta muito bom e as fotos são simplesmente maravilhosas. Maria Emilia Citar
Membros de Honra Frida_ssa Postado Abril 28, 2011 Membros de Honra Postado Abril 28, 2011 Eita Eduardo viajei junto !!! muito legal seu relato!! showw!!! Engraçado que eu assisti o filme Expresso Transiberiano ontem... rsrsr Muito inspirador!! as fotos estão fantástica!!! parabéns!! abraços!!! Citar
Membros eduardo.camardelli Postado Abril 29, 2011 Autor Membros Postado Abril 29, 2011 Obrigado Maria Emilia e Frida. Recomendo muito essa viagem, mesmo no inverno. As paisagens do trem sao fantasticas! Citar
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