Membros nestorfreire Postado Março 18, 2017 Membros Compartilhar Postado Março 18, 2017 (Passa Quatro – Itamonte – Alagoa – Aiuruoca – Baependi – Caxambu – São Lourenço) Estava ensaiando para fazer o Circuito dos Anjos há meses. Como sempre, colho todas as informações possíveis e uma delas era unânime, a elevação acumulada durante todo o trajeto. Entretanto, quando iniciei o circuito em agosto de 2016, outros obstáculos surgem como toda a cicloviagem, e uma que me deparei durante boa parte do trajeto foi o terreno. Para você que curte pedalar na terra, aqui você encontrará de tudo – poeira, pedras soltas, lajotas sextavadas, calçamento pé de moleque e asfalto. Acostumado a cicloviagens mais longas, um circuito de 240 km não me parecia tão desafiador, mas hoje após passar pela experiência estou certo que não somente a preparação física é essencial para a conclusão do circuito, mas o fator psicológico fundamental. Sim, você vai pensar em desistir quando subir 21 km de serra contínua logo no primeiro dia ou quando tiver que empurrar você, sua bicicleta e equipamento ladeira acima numa subida de calçamento pé de moleque ou ainda quando a fadiga chegar e lhe dizer: Pare! Não quero lhe assustar, se é que já o assustei cicloturista, mas sempre acredito que quanto mais informação, mais preparado você estará para encarar este desafio. Por fim, a dica que eu sempre dou a ciocloturistas que, nesse caso, deve que ser levada à risca: “carregue o menor peso possível. O seu medo é proporcional ao peso que você carrega, medo de passar frio – mais roupas, medo de ficar doente – estojo de primeiros socorros maior. Aqui o necessário é o básico que você precisará para suas necessidades e ser feliz”. O lado bom de tudo isso é que completar o Caminho dos Anjos é, sem dúvida, uma experiência única. Saindo da simpática cidade de Passa Quatro, o cicloturista é levado ao Parque Estadual da Serra do Papagaio localizado na Serra da Mantiqueira englobando importantes conjuntos montanhosos como as Serras do Garrafão e do Papagaio. Essa se interliga geograficamente com a porção norte do Parque Nacional do Itatiaia. O ponto mais alto do trajeto fica a 1.850 m, 19 km depois da cidade de Aiuruoca e de beleza sui generis. Diversas cachoeiras, com destaque à Cachoeira do Garcia, também fazem parte do circuito. O povo mineiro é sempre muito acolhedor e lhe recebe com aquela culinária típica e muita hospitalidade. Enfim, esse é o Caminho dos Anjos, feito em quatro dias de pedalada com início e fim em Passa Quatro passando por vilarejos e as cidades de Alagoa, Itamonte, Aiuruoca, Baependi, Caxambu e São Lourenço. Dia 1: Passa Quatro – Alagoa A saída do circuito se dá em frente à Pousada Pedra da Mina. A partir de lá já se pode observar as setas amarelas que lhe indicarão o trajeto até o fim. A partir do km 4, você já enfrentará uma subida para apenas aquecer suas pernas e seu espírito de aventura. No km12 você encontra a Cachoeira do Delfim (há uma placa indicando o local). Ótimo local para tomar um banho de rio. No km 15 você alcança o Bairro Jardim e há uma seta amarela a direita que lhe levará a Itamonte. Os próximos 9 km são fáceis de percorrer, porém bem empoeirados. Embora esteja numa estrada de terra batida, fique atento ao fluxo de veículos e de caminhões. Chegando a Itamonte, você percorrerá um trecho de asfalto até o km 31 onde há uma entrada para a Represa dos Braga e no km38 há um último mercado para abastecimento antes da temida subida da Serra. A partir do km 38 serão 21 km de subida em terreno de lajota de concreto sextavada. Você passará pelo meio Serra do Garrafão e no final haverá uma seta amarela à esquerda que lhe levará a Alagoa. A chegada à cidade de Alagoa é tranquila com algumas opções de hospedagem. Dia 2: Alagoa – Cachoeira do Garcia De Alagoa a Aiuruoca são 32 km. O trajeto é fácil com subidas e descidas leves. No km28 há um estabelecimento denominado Pocinho. Neste local o rio da Cachoeira do Garcia é represado e forma uma linda piscina natural. A partir de Aiuruoca suas pernas serão muito exigidas. Você percorrerá 1 km de asfalto até chegar num trecho da estrada que você entrará a esquerda indicando a Cachoeira do Garcia. Deste ponto até a cachoeira você só subirá. A partir de certo momento, haverá um entroncamento indicando a cachoeira e o piso será em calçamento pé de moleque. Tome cuidado, há pedras soltas, a estrada é íngreme. A partir daí serão 9 km de subida. Chegando a porteira da Cachoeira do Garcia há uma indicação: entrada para humanos/entrada para duendes. Como você não é humano e nem duende, é cicloturista, continue reto por mais 1 km e encontrará uma placa escrita “Casal Garcia”. Aleluia, você pernoitará aqui. O Juninho e a Renilda formam o casal mais simpático que já conheci. Sua casa fica acima da cachoeira com trilha de fácil acesso. De lá você conseguirá reverenciar o nascer do sol e degustar a espetacular culinária caseira de Juninho. Não há luz elétrica, a iluminação é com velas. O banho é quente e aquecido pelo forno a lenha. Tudo isso dá à cabana o maior charme. Conheça a cachoeira e suas jacuzzis e pernoite aqui que não se arrependerá. Se encha de energia, pois a maratona continuará pesada no próximo dia e você pedalará muito. Dia 3: Cachoeira do Garcia – São Lourenço Saindo da Pousada do Casal Garcia você subirá pro mais 3 km até o ponto mais alto da viagem. Aqui você estará a 1.850 m de altitude e poderá avistar boa parte do Parque Estadual. Embora o percurso seja de descenso, há ainda algumas subidas íngremes, principalmente uma que antecede a Casa Rosa. Na Casa Rosa é possível almoçar e tomar algo. O calçamento do descenso também é no estilo pé de moleque, então tome muito cuidado, pois também há pedras soltas. Verifique o freio da sua bike, pois aqui ele será muitíssimo exigido. A partir do final dessa primeira descida, há uma subida e uma bifurcação que ambos os lados levarão a Baependi. Há uma seta amarela indicando a direita que margeará o rio e lhe levará até o Espraiado do Gamarra. Há duas cachoeiras no caminho, a do Inferninho e do Caixão Branco, km 17 e km 25, respectivamente. No espraiado, há uma pequena praia e cachoeira. O acesso à área de areia da praia é feita a 500 metros à frente, pelo lado direito. Até Baependi a estrada é de terra batida e você passará por diversas fazendas. De Baependi a Caxambu você pegará um trecho da Estrada Real, relativamente fácil, assim como até São Lourenço que lhe recepcionará com a última subida do dia. Chegando a São Lourenço, vá conhecer a Igreja Matriz São Francisco de Assis, bela e imponente. Dia 4: São Lourenço – Passa Quatro Começando o dia com uma subida em lajota sextavada até chegar ao topo da montanha onde você poderá avistar a cidade de São Lourenço e seguir viagem pela estrada de terra por um longo trecho plano de terra batida onde após 26 km você entrará no asfalto. Com cuidado redobrado na estrada, você seguirá até a entrada do Vilarejo do Porto/Passa Quatro. O percurso de 10 km até o vilarejo é tranquilo e a paisagem será de montanhas e fazendas. Chegando a Vilarejo do Porto, abasteça-se, pois você enfrentará a última serra antes de Passa Quatro. Serão 311 m de elevação e quando chegar no topo da serra você adentrará a uma floresta mais densa. Agora falta pouco! A 5 km do final, uma última cascata. Pare, tome um banho, agradeça a Deus pela oportunidade de percorrer o Caminho dos Anjos e continue até Passa Quatro onde começou o percurso. Acesse meu blog para mais detalhes dessa viagem como distância e altimetria e curta outras cicloviagens Blog: http://www.giraventura.com.br Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros MVAzevedo90 Postado Setembro 6, 2020 Membros Compartilhar Postado Setembro 6, 2020 Boa tarde, que aventura incrível. Estou planejando fazer essa viagem em Janeiro, sabe me informar se dar para percorrer esse caminho de scooter? Obrigado! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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