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[ESCLARECIMENTO] Este guia contém experiência acumulada em quase 5 anos viajando de Kombi pelo Brasil e América do Sul, não é um MotorHome ou Trayler, mas como comemos, viajamos e dormimos, ou seja, VIVEMOS na kombi quando estamos viajando, é como se fosse um Motor-Home ou Trayler, logo se encaixa perfeitamente como fonte de informações. NOSSO OBJETIVO É APENAS DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO, SOMOS UM GRUPO INDEPENDENTE QUE NÃO VISA LUCRO EM NENHUMA DE SUAS ATIVIDADES.

ADMIN: CASO ESTEJA DESRESPEITANDO ALGUMA REGRA, FAVOR BUSCAR DIALOGAR ANTES DE DELETAR O TÓPICO.

 

É com muita alegria, humildade e empolgação que o DiFériasNaCombi está liberando esta querida, linda e bela criação ^^

 

Feita com muito amor, ternura e dedicação, para incentivar todos aqueles que tem este sonho e desejam buscá-lo, todos aqueles que não desistem, que enfrentam as adversidades e seguem indo atrás daquilo que acreditam de verdade, do fundo de suas essências.

 

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Este GUIA contém toda nossa experiência adquirida em cinco anos de lida Kombilística, rodando muitos quilômetros, passando por muitos lugares e compartilhando infinitas experiências com muitas pessoas.

 

 

Conhecemos muitos grupos que viajam ou moram em Kombis, mas nenhum que faça isto com 9 tripulantes (lotação máxima).

 

 

O que mais fizemos foi aprender, experimentar a bela e incrível vida e então aprender com ela.

 

 

Já pensaram em poder conhecer mais de 13 estados Brasileiros (RS, SC, PR, MS, MT, GO, DF, TO, BA, ES, MG, RJ e SP), mais de 6 países da América do Sul (Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile) e gastar o mínimo possível?

 

Já estivemos em todas as Chapadas Brasileiras, Pantanal e diversos outros lugares. Assim como Salar do Uyuni e Deserto do Atacama.

 

Afinal, QUEM NÃO QUER EMBARCAR EM UMA VIAGEM COM OS AMIGOS E CONHECER O MUNDO ?!?!?!

 

RODANDO EM UMA KOMBI ENTÃO ?!?!?!

 

GASTANDO MENOS DE R$900,00 EM 30 DIAS ?!?!?!

 

 

Se alguém deseja começar uma aventura assim, fica aqui nossa humilde contribuição para ajudar e incentivar a busca por esta incrível experiência.

 

 

FAÇA aquilo que ACREDITA e ACREDITE naquilo que FIZER!!

 

Link para acessar o GUIA:

https://drive.google.com/open?id=0B8yjSVOhAOUWQnJCSEJMd3FSZ1U

 

Link com o relato da primeira expedição:

viagem-de-kombi-pelo-brasil-7500-km-do-rs-a-ba-t93182.html

 

 

ABAIXO SEGUE O CONTEÚDO DO GUIA TRANSCRITO NA ÍNTEGRA (APENAS NÃO POSSUI AS FORMATAÇÕES E IMAGENS)

 

--| GUIA |-- COMO VIAJAR DE KOMBI COM 9 PESSOAS, PELO BRASIL E AMÉRICA DO SUL, GASTANTO O MÍNIMO.

 

Viajar está entre os maiores desejos e aspirações das pessoas hoje em dia, e em grande parte deve-se a farta transformação pessoal que ocorre através da vivência de experiências e realidades distintas extremamente enriquecedoras, esta, que vem sendo cada vez mais divulgada e vivida por aqueles que se dão ao “luxo” de experimentar modelos alternativos e fora do padrão elitizado de viajar da indústria do turismo. Um destes movimentos, por exemplo, é o dos “mochileirxs”. Ocorre que existem outras maneiras alternativas tanto práticas quanto e de baixo custo também. SIMMMM ^^

Um dos objetivos do DiFériasNaCombi, além de ajudar a estimular você, que sonha em viajar de Kombi, mostrando que este sonho pode sim ser realizado e só vai depender da sua fé e força de vontade para fazer isto acontecer! DE VERDADE ;) É derrubar os paradigmas e modelos de turismo criados por esta indústria. Viajar não é coisa de rico, conhecer diferentes lugares não é oportunidade apenas de gente abonada, viver experiências enriquecedoras e transformadoras não é privilégio de “filhinhx de papai/mamãe”. Agora “turistar” de fato é, viajar de avião, ficar em hotéis/resorts, comer em restaurantes sofisticados e estimular a cultura da servência é uma atividade praticamente exclusiva da elite, com exceção de quando se junta uma grana preta.

Hoje em dia viajar por aí de Kombi não é mais uma novidade/atividade insana somente para malucos inconsequentes, existem muitas pessoas no mundo e no Brasil usufruindo deste modelo com diferentes variações. Tem desde “solos”, casais e até

grupos fazendo desde comida, artigos de arte, apresentações artísticas, surfando, viajando apenas e até tatuagem. Somente na América Latina são mais de 50 páginas no Facebook com Kombis rodando por aí afora. NOOOSSA!! Pensando bem realmente não parece tão louco assim né?

Agora, Kombis fazendo viagens longas com lotação máxima (9 tripulantes), NÃO SABEMOS DE NENHUMA OUTRA! Por enquanto! Esta realidade está prestes a mudar e começa com você lendo estas dicas e disseminando elas ^^

 

Iremos descrever detalhes nos seguintes tópicos (Escolhendo a Kombi | Bagagens | Dormindo | Banho/Banheiro | Comendo | Rota | Rodando | Ferramentas/Reparos | Diário de Bordo | Estimando Custos | Modificações | Buscando Parceirxs | Dividindo | Vantagens | Pensamento Positivo) sobre as três principais grandes expedições já realizadas por esta “Combi”, sendo:

 

1 – EXPEDIÇÃO UNIVERSO PARALELO (2013/2014):

IDA: Saída de Porto Alegre, RS, passando por SC, PR, SP, RJ e ES até Ituberá, BA. (A maioria falava que nem chegaria, engraçado não?!?!)

VOLTA: Saída de Ituberá, BA, passando por MG, RJ, SP, PR e SC até Porto Alegre, RS.

DURAÇÃO/PERCURSO: 24 dias/7500km;

CUSTO APROXIMADO POR PESSOA: Não apurado.

 

2 – EXPEDIÇÃO BRASIL CENTRO-LITORAL (2015):

IDA: Saída de Porto Alegre, RS, passando por SC, PR, MS, MT, GO, TO até Lençóis, BA.

VOLTA: Saída de Lençóis, BA, passando por ES, MG, RJ, SP, PR e SC até Porto Alegre, RS. (12 Estados em 30 dias?? Tem certeza disso?? SIMMM)

DURAÇÃO/PERCURSO: 30 dias/10800km;

CUSTO APROXIMADO POR PESSOA: R$850,00

 

3 – EXPEDIÇÃO AMÉRICA DO SUL (2016):

IDA: Saída de Porto Alegre, RS, Brasil passando por Argentina, Paraguai e Argentina novamente até Uyuni, Bolívia.

VOLTA: Saída de Uyuni, Bolívia, passando por Chile e Argentina até Porto Alegre, RS, Brasil. (5 países em 30 dias?? SIMMM e tínhamos programado 6...)

DURAÇÃO/PERCURSO: 30 dias/7000km;

CUSTO APROXIMADO POR PESSOA: R$800,00

 

Em todos os lugares que passamos, paramos e conhecemos locais incríveis e indescritíveis que jamais sairão de nossas memórias, mas seria impossível descrever todos neste guia, de qualquer forma, maiores detalhes podem ser vistos na página...

Para começar, o mais difícil, MAS que não é tanto assim: Ter/comprar/alugar/arranjar uma Kombi. Sem uma vai ser impossível viajar desta maneira, logo é imprescindível e não adianta querer planejar e arrumar parceirxs sem antes ter também um plano para descolar o meio de transporte/casa NÉ ;)

 

 

ESCOLHENDO A KOMBI: Uma dica que podemos dar para a escolha da Kombi é: Teste! Teste quantas e todas que puder. Aceleração, frenagem, amortecedores, suspensão. Ande em todas que puder e então faça um comparativo entre as que mais lhe agradarem. Se possível leve um mecânico junto para ajudar nesta avaliação.

No ano de 2013 nós pagamos cerca de R$8000,00 em nossa Kombi Clipper ano 1993/1994 e gastamos cerca de 3 a 4 mil em manutenção, com o foco de fazer viagens longas. No Brasil existem muitas peças para reposição, a preços acessíveis, por se tratar de um veículo muito popular. Pode ser mais em conta comprar uma mais barata, mas que vai precisar ser quase toda refeita em lata e mecânica, ou pagar um pouco mais caro e não precisar gastar tanto. Vai depender de procurar bastante e escolher a melhor opção de custo/benefício.

 

 

BAGAGENS: Alocamos as bagagens em um bagageiro de teto do tamanho da Kombi, fechado com lonas e cordas, no porta-malas, em baixo e atrás dos bancos e outros cantos que forem surgindo.

As bagagens coletivas vão no bagageiro de teto, divididas em caixas (papelão ou plástico) por segmentos: Comidas, Itens de cozinha, acampamento, ferramentas e utensílios diversos. Tudo bem preso e posicionado da forma mais prática de acessar.

As bagagens individuais são uma mala com roupas e acessórios, alocada no bagageiro em cima da Kombi (será acessada uma vez por dia) e uma mochila/bolsa para ficar no porta-malas da Kombi com documentos, dinheiro e demais itens necessários do dia-a-dia. LEMBRE-SE: Menos é mais, somente o necessário, nada além do necessário.

 

 

DORMINDO: Para dormir utilizamos duas barracas de quatro lugares, mais uma reserva caso alguma quebre ou rasgue (isso já ocorreu) e a Kombi. Também fazemos rodízio para que todos durmam em todas barracas com todos e na Kombi. Normalmente são quatro em cada barraca e um na Kombi ou quatro em uma barraca, três na outra e dois na Kombi. Nada de sair colocando uma barraca em cada canto, sempre montamos tudo junto por questões de segurança e praticidade.

Travesseiro é um luxo, ocupa muito espaço devido ao volume, imaginem o espaço necessário para armazenar 9 travesseiros? Levamos uma almofadinha ou usamos algum casaco fofinho ^^ Cada um tem apenas um cobertor pessoal, demais cobertores são coletivos e usamos na Kombi quando estamos viajando para forrar os bancos ou nos cobrir e forrar o chão quando dormimos.

Colchões infláveis não são bem vindos, ocupam espaço demais e poucos podem dormir. Lembram das barracas de quatro lugares? É porque realmente dormimos entre quatro pessoas ;) Isolante térmico é uma boa pedida e quando viajamos para locais frios, como o Salar do Uyuni e Deserto do Atacama, cada um levou um saco de dormir bonzinho, os quais forrávamos com um cobertor e dormíamos com nossas roupas. Houveram duas noites em que a água congelou, sendo que numa dessas nem o óleo de cozinha escapou, então não é brincadeira. Aconselhamos muito chá com folha de coca e especiarias para suportar os efeitos do frio e da altitude ;)

Tratando-se de custos para dormir, temos a máxima de sempre que possível, não gastar dinheiro, logo, acampamos em praças públicas, parques, postos de gasolina ou qualquer lugar que estivermos com vontade (No meio do Salar de Uyuni por exemplo ^^), o segredo é chegar nos lugares e ir olhando, procurando e perguntando. Como normalmente passamos somente uma noite nesta modalidade, chegando durante a noite e saindo pela manhã, mesmo que seja em uma praça pública movimentada, não haverão problemas. Então quer dizer que todo dia tem que montar e desmontar tudo? Quase todos os dias SIM, mas rapidinho pega-se a prática ;)

Na viagem de 2015, dos 30 dias de viagem, dormimos em 27 lugares diferentes, então podem ter uma ideia de como é possível manter um ritmo pesado, lembrando que foi no Brasil e mesmo sendo no inverno, como passamos a maior parte fora do sul, era como se fosse verão. No frio é mais difícil manter este ritmo forte, mas o grupo que vai escolher quão longe quer ir e quanto tempo irá ficar em cada lugar. Não esqueçam de deixar a preguiça em casa antes de embarcarem ;)

Se vamos ficar mais tempo em algum lugar, 2 ou 3 dias, podemos nos estabelecer em algum camping e pagar, mas pensando na praticidade de manter o acampamento montado e aproveitar a estrutura de banheiros e chuveiros.

Apenas algumas vezes dormimos “ao relento”. Para isso esticamos uma lona no chão e bora nanar ^^ Mas fazemos apenas quando chegamos muito tarde em algum local (durante a madrugada, por exemplo) e não vale a pena montar as barracas, pois sairíamos logo pelo amanhecer. A única vez que dormimos uma noite completa mesmo foi em uma rua, numa praia ao sul de Ilhéus-BA, na frente de um resort. Tudo isso porque a praia não possuía acesso à beira-mar (particular) e não haviam outros lugares na localidade.

Nós temos o costume de divulgar nossa rota base antes da viagem e perguntar se alguém deseja oferecer pouso, dicas e etc.. Em 2015 fomos recebidos em Goiânia por um grande amigo e sua incrível família ^^

 

 

BANHO/BANHEIRO: Tomar banho as vezes pode ser um luxo, mas normalmente não existem problemas. No Brasil e na Argentina, devido ao formato de transporte majoritariamente rodoviário (caminhoneiros), a maioria dos postos, tirando os localizados nos centros da cidade, tem banheiros excelentes e completos com preços bem baixos como R$2,00. Muitos não cobram para mulheres, e outros oferecem algumas “fichas” quando se abastece um valor específico. Na Argentina, existe uma estrutura admirável nos parques Nacionais, sendo todos gratuitos, com área de camping e banheiros de livre acesso, muitos ainda com água quente nos chuveiros.

MAS rio, cachoeira, lago, lagoa e sanga tem pra que? Se não estiver frio, vamos aproveitar e lavar a alma e se purificar com as águas da grande mãe natureza ^^ Lembrando que para tomar banho assim usamos sabonete biodegradável, nada de poluir os cursos de água. Só não tomamos banho quando fazemos uma “mini-excursão” (2~4 dias) dentro da viagem para algum lugar inóspito (Pantanal, Deserto do Atacama, Salar do Uyuni...). Logo, uma excelente dica é sempre ter um kit-limpeza com lenço umedecido para utilizar nestas horas ;)

 

 

COMENDO: Normalmente comer demanda uma quantia significativa de “dindin” para quem não pode preparar a sua refeição, com exceção de lugares onde é muito barato pagar para comer (Bolívia por exemplo). Quando estamos em viagem, levamos fogareiro de duas bocas e “liquinho” de 5kg (dura tranquilo por 30 dias). É ideal que seja de duas bocas, pois preparar comida para várias pessoas com apenas uma boca fica bem limitante. Compra-se mantimentos pensando nas refeições e lanches a serem feitos e quando estiverem acabando os estoques vamos em um mercado e reabastecemos.

Somos o que comemos, então que tal buscar formas mais naturais e saudáveis de alimentação? MENOS industrializações, alimentos processados e embalados, açúcares, agrotóxicos e proteína animal, MAIS orgânicos, frutas, legumes, verduras,

alimentos in natura (crus), grãos e proteína vegetal. A natureza, os animais, o planeta Terra e o seu corpo agradecem ;)

Fazemos normalmente duas refeições por dia, um café da manhã reforçado quando acordamos para poder rodar durante o dia, lanches e frutas para se manter e uma janta de noite onde formos acampar, a não ser que estejamos em algum local ou rodando direto e paremos para fazer um almoço.

É importante que cada um tenha seu prato, talheres e caneca, sendo que demais itens de cozinha como panelas, facas, colheres, tábua de corte e temperos devem compor um kit básico que deve estar alocado em uma caixa.

Pode parecer meio óbvio falar sobre água, mas hidratar-se evita muitas complicações, então vale sempre ter várias garrafas de água. Nos postos de gasolina é comum ter água para repor, então além de lembrar de ter as garrafas é bom lembrar de enchê-las sempre também. Lugares da região desértica da Bolívia e do Chile são muito secas, além da sede, a pele e lábios estão sempre rachando devido a baixíssima umidade, usar hidratantes é essencial. Óleo de coco funciona muito bem tanto para hidratar quanto proteger do sol e é natural.

 

 

ROTA: É muito importante definir uma “rota-base” antes da viagem. Definir alguns destinos principais e fazer com que todos busquem atrações de comum interesse no caminho que os interliga, pesquisar muito fará toda a diferença. Não adianta criar um roteiro e querer respeitá-lo a todo custo. Muitas informações, dicas e imprevistos irão surgir ao longo do caminho, é sempre bom perguntar aos locais sobre atrações gratuitas ou baratas que não constam na internet ou guias turísticos (podem acreditar que existem muitas coisas e provavelmente serão as mais marcantes). TODOS devem pesquisar e decidir em conjunto os destinos na medida que a viagem for se desenvolvendo.

Costumamos utilizar o Google Maps, pois tem fácil navegabilidade, visão de satélite e a maioria das estradas cadastradas, inclusive com pontos turísticos, fotos e o recurso de Street View.

GPS com mapas atualizados é essencial para destinos fora do Brasil onde não haverá cobertura de internet. Para a viagem na América do Sul utilizamos um com as últimas atualizações disponíveis na internet. Nos facilitou muito a vida com informações de postos de gasolina ou mercados e não tivemos praticamente nenhum problema com estradas não cadastradas.

Também é importante buscar mapas físicos. Durante a viagem no Brasil utilizamos um Guia Rodoviário Brasileiro que facilitava muito definir rotas, trechos e locais para irmos de forma dinâmica. Todos contribuíam e buscavam rotas interessantes e diferentes possibilidades, então falávamos com pessoas das regiões que conheciam as rotas e nos indicavam os melhores caminhos, que normalmente não são os que o GPS irão mostrar. Realmente foi um item de grande diferencial e muito utilizados por todos.

Outra situação onde mapas físicos irão fazer toda a diferença é em locais mais inóspitos, que não possuem sinalização para rodar e onde é comum haver contratação de guias. Dependendo do local, obter informações turísticas não é tão fácil a$$im. São Pedro do Atacama é extremamente turístico e cheio de agências querendo ganhar dinheiro, então muitos nem queriam falar nada, somente contratando os pacotes. Como havíamos pesquisado bastante antes e trazido mapas com as atrações e suas localizações, era mais fácil obter informações de como chegar perguntando para os locais. Em compensação, no Salar do Uyuni, como os guias são mais humildes e menos gananciosos, todos nos ajudavam sem nem pestanejar e ainda sorrindo devido nossa presença anormal naquele lugar dominado pelos veículos 4x4. Sem a ajuda deles em conjunto com os mapas que levamos, não conseguiríamos rodar através daquela planície infinita de sal e fazer a rota de lá até o Chile pelo vulcão Ollagüe.

Também não esqueçam de reservar um ou dois dias ao final da viagem para fazer uma limpeza geral na Kombi, agradecendo devidamente por todo esforço que ela fez carregando todos por lugares tão incríveis e realizarem o fechamento da contabilidade.

 

 

RODANDO: Não tem como fazer uma viagem dessas com somente uma pessoa dirigindo, dessa forma é bom garantir que o grupo possua algumas pessoas habilitadas legalmente para esta tarefa. Então além do rodízio de motoristas, também fazemos dos

passageiros nos lugares. Velocidade máxima de 80Km/h para não forçar demais o motor e garantir a segurança do grupo e demais pessoas que cruzem pela Kombi.

Costumamos rodar mais de dia, porque de noite se perdem todas as paisagens exuberantes e é um pouco menos seguro (visibilidade limitada). Apenas o fazemos quando necessitamos ganhar tempo. Para voltar de San Pedro do Atacama, no Chile, até Porto Alegre, no RS, rodamos direto por três dias, revezando os motoristas e dormindo na Kombi em movimento, parando apenas para fazer as refeições.

Verificar as legislações dos locais onde a caravana passará é importante para evitar complicações com os órgãos competentes de fiscalização. No Brasil a lei é a mesma em todos os estados, mas quando falamos de diferentes países, cada um tem suas diferentes exigências. Informação é poder, saber o que realmente é necessário irá evitar complicações com policias corruptos ou mesmo pessoas má intencionadas.

Felizmente não enfrentamos nenhum problema com agentes corruptos, mas na fronteira entre o Paraguai e a Argentina fomos abordados por pessoas solicitando nossos documentos pessoais e do veículo, como se fossem trabalhadores da aduana, mas não estavam uniformizados nem nada. Uma companheira já havia passado por situação semelhante e nos alertou se tratar de um golpe, então fomos em direção ao posto aduaneiro, deixando os outros cuidando da Kombi. Depois descobrimos que estas pessoas pegam os documentos e somem com eles, exigindo quantias em dinheiro para devolvê-los. Por isto é importante que todos estejam sempre juntos e atentos para situações como esta. Somente forneça documentos para os oficiais de aduana oficialmente uniformizados e nos locais indicados, sempre perguntando e questionando a respeito dos procedimentos e onde realiza-los.

A Bolívia é um dos países mais chatinhos referente a documentação, a própria embaixada Brasileira não recomenda realizar viagem com veículos estrangeiros no país. Inclusive obter gasolina é um desafio, pois poucos postos podem vender para estrangeiros e o preço é três vezes o pago por quem vive lá (na Bolívia entradas de parques também sofrem essa diferenciação de precificação). Procurávamos encontrar moradores locais dispostos a levar galões de gasolina para encher, mas cada posto abastece somente um galão no máximo por pessoa e solicita o documento de identificação que fica armazenado em um sistema, também é necessário dar entrada e saída do veículo em cada província (equivalente aos estados brasileiros), através de carimbos que são obtidos nas cidades e não nas fronteiras entre províncias. De qualquer maneira, nada impede que seja feito, tanto que estivemos lá sem problemas e a moeda deles é desvalorizada, então tudo é MUITO barato. A parte principal é se informar bem antes (estamos apenas passando uns detalhes por cima, pesquisar a fundo é crucial antes de se aventurar, quaisquer dúvidas estamos sempre dispostos a ajudar ^^) e realizar todos os procedimentos necessários, pois assim não vão ocorrer problemas.

Aqui estão dois sites com informações bem completas sobre as legislações de cada país referente a tráfego de veículos e um dedicado para a Bolívia: http://viajandodecarro.com.br/como-planejar-sua-viagem/documentacao/ | http://www.penaestrada.blog.br/bolivia-de-carro/

Para evitar problemas durante a viagem, sempre busque calibrar os pneus regularmente, assim como o estepe. Outro ponto importante é também verificar os parafusos das rodas, se estão bem apertados e nenhum está soltando. Dependendo do que ocorrer, pode acabar danificando a estrutura de fixação da roda, em especial os pinos e não vai ser possível trocar de pneu ou continuar rodando, criando grandes transtornos. Verificar o nível do óleo regularmente também evita problemas graves, qualquer redução anormal do nível pode indicar algum vazamento e deve ser investigado.

 

 

FERRAMENTAS/REPAROS: As Kombis tem mecânica e eletrônica extremamente simples, não precisa ser um especialista para fazer pequenos reparos e concertos, mas para isto ferramentas são indispensáveis. Além de um kit bom com ferramentas variadas, buscamos pesquisar na internet sobre como realizar reparos, perguntamos para os mecânicos como arrumar alguns problemas e, sempre que podemos, fazemos nós mesmos os concertos e modificações para aprender mais. Somente problemas internos no motor e na caixa de marchas que poderão exigir indispensavelmente um mecânico com melhor estrutura.

Levar um kit com partes que podem dar problemas também poderá salvar a viagem, principalmente quando estiverem viajando em locais onde a Kombi não é um veículo comum. Todos os cabos (acelerador, freio e embreagem), pedais, lâmpadas extras para todas as sinaleiras, luzes e faróis, bobina, enfim, pesquisar quais itens costumam dar mais problema e ter uma peça extra de cada poderá salvar a viagem caso algo ocorra.

Quando a Kombi apresentar algum problema no meio do nada, mesmo sendo difícil, sempre pode e provavelmente, uma hora ou outra, vai acontecer. Serão somente vocês e ela, terão de parar para observar, analisar e tentar entender o que está de errado para então buscar concertar, mas como falamos, ela é simples, então, se tiver alguém com conhecimento médio e bom preparo, irão sair triunfantes deste desafio ^^

Nas fotos acima, a primeira é na base do vulcão Láscar, em San Pedro do Atacama no Chile, cerca de 4600 metros acima do mar. Muito vento, muito frio e cerca de uma hora para regular os dois carburadores corretamente devido ao ar rarefeito da altitude. A segunda é na divisa entre Tocantins e Bahia, quando o cabo da embreagem arrebentou e tivemos que emendar uma corda para poder fazer os movimentos do pedal com as mãos.

Um dos itens imprescindíveis são galões de combustível, são úteis tanto para poder rodar em lugares inóspitos, quanto para aproveitar preços baixos de gasolina. Na última expedição levamos três galões de vinte litros e dois de cinco litros. Alguns lugares não tem gasolina ou é muito cara. No pantanal por exemplo, utilizam muito nos barcos e geradores, mas o preço é de cerca de R$9,00 o litro, lá acabamos usando a gasolina extra que tínhamos para abastecer um barco e deixamos o resto de presente para uma família muito querida que nos recebeu.

Como a viagem tende a superar a marca dos 5000 km rodados, vai haver necessidade de realizar troca do óleo antes e durante a viagem. É melhor comprar aqui no Brasil e levar junto a quantidade de litros necessária e mais um pouco extra para ir completando em possíveis vazamentos. Se a viagem estiver planejada para regiões muito frias, também é válido pensar em ter um óleo que suporte estas temperaturas. Na viagem pela América do Sul, sabíamos que encontraríamos temperaturas abaixo de 0°C, se até o óleo de cozinha congelou, quem dirá que um óleo comum não pode ficar “mais duro” e causar problemas durante a partida do motor? Por isto optamos por utilizar um óleo com amplitude térmica maior que os comuns, visando evitar esta situação. Inclusive adaptamos um aquecedor portátil (utilizado em galinheiros) em uma mangueira para ligar no “liquinho” de gás caso fosse necessário para aquecer o motor antes da partida ou mesmo nos aquecer em situações de frio extremo. Felizmente não foi necessário, pois nenhuma vez tivemos que partir o motor “frio” durante a madruga, onde ocorriam as menores temperaturas. No deserto o sol que dita o ritmo, quando está aparecendo é bem quente, quando não está é congelante.

Kombis e fogo tem uma longa história juntos, ter no mínimo um extintor de incêndio pode salvá-la de queimar inteira. Muita atenção com o superaquecimento do motor, ele é feito para refrigerar-se com o ar, mas se a Kombi não estiver rodando vai esquentar, cuidado ao deixá-la ligada parada ou quando estiver em congestionamentos. As mangueiras de combustível e conexões elétricas devem receber um cuidado especial para que não ocorram contatos com partes quentes ou curto-circuitos.

Antes de fazer qualquer uma das expedições, sempre levamos a Kombi em mecânicos de confiança, explicamos o que vamos fazer, por onde vamos passar e pedimos para que realizem um check-up geral nela. Então se avalia o que vale a pena ser trocado ou concertado. Sair viajando sem ter conhecimento de como está o veículo certamente vai acarretar em alguma problema e pode terminar gerando muitos gastos, frustrações e estresses desnecessários.

Ferramentas para realizar reparos não são necessárias apenas para a Combi, mas também para seus passageiros. Em viagens longas como essas, tanto no Brasil, mas principalmente fora, onde não temos o SUS para eventuais problemas médicos, é imprescindível ter um Kit de Primeiros Socorros (na Argentina e Bolívia são itens obrigatórios). Problemas como enjoos, diarreia, dores, desidratação, febre, infecções, cortes, contusões e até fraturas podem ocorrer, então não podemos deixar de garantir os mínimos materiais necessários para tratar estas possíveis. A saúde e segurança dos tripulantes deve ser sempre a principal prioridade durante a viagem.

 

 

DIÁRIO DE BORDO: Controlar despesas é importante, utilizamos um diário de bordo (qualquer coisa onde se possa escrever: Agenda, caderneta, bloquinho e etc.) que serve, dentre diversas coisas, para anotar os gastos coletivos (gasolina, supermercado, etc...) de cada um. Quando alguém paga algo coletivo, coloca seu nome, a quantia (se for em outra moeda é bom já colocar a cotação) e uma descrição do gasto. Assim vamos fazendo ao longo da viagem, cada vez alguém paga algo. No final, sentamos todos e fazemos o fechamento, quem tiver que receber, recebe e quem tiver que pagar, paga. Claro que pode ser feito no Excel ou qualquer outra plataforma, mas é importante garantir que sempre seja anotado para não sair do controle.

Também utilizamos para anotar informações e dicas variadas que surjam durante a viagem e para controlar o rendimento da “Combi” pelos litros abastecidos e quilômetros rodados. Se o rendimento estiver muito abaixo do normal, ou a gasolina é muito ruim, ou a Kombi está com algum problema e deve ser levada ao mecânico, evitando surpresas desagradáveis no meio do nada.

 

 

ESTIMANDO CUSTOS: Estimar custos serve para saber quanto cada um vai precisar ter aproximadamente, no mínimo, para realizar a viagem. Infelizmente vivemos em um mundo onde o dinheiro manda, MAS NÃO SERÁ ASSIM PARA SEMPRE, então mesmo que gastemos o mínimo possível, ainda vamos precisar dele, ao menos para comprar gasolina e comida.

Sendo os principais gastos o combustível para mover a Kombi e o combustível para mover nossos corpos, a estimativa de custos está baseada, principalmente, nestas duas variáveis.

Com a rota base em mãos, é possível ter ideia de quantos quilômetros serão rodados, aconselhamos sempre colocar um fator a mais que vai considerar idas e vindas de lugares, desvios e mudanças de rota. Então pesquisamos o preço médio da gasolina nos estados brasileiros ou países, fazemos uma média e obtemos mais ou menos um valor aproximado que será gasto em combustível para a Kombi. Apenas para comparação, sempre consideramos o rendimento de 9 quilômetros por litro. Podem fazer a estimativa por trechos também para serem mais exatos. O site (http://www.mapeia.com.br/) ajuda neste cálculo de rota e pedágios.

Para a comida definimos alguns modelos de refeições diárias e vamos ao mercado ver quanto custa comprar os mantimentos necessários para prepara-las, novamente fazemos uma média e consideramos aquele valor pelos trinta dias.

Juntamos então estes dois valores e acrescentamos mais um fator de segurança (cagaço), multiplicando por 1,1 até 1,3 (para contemplar problemas mecânicos, custo de estadia em campings, entradas de parques e etc.). É assim que chegamos no valor mínimo necessário para realizar as viagens. Nas duas últimas expedições, trabalhamos com a quantia mínima de R$1000,00 e em ambas as vezes finalizamos com folga no orçamento. Lembrando que este valor não considera quaisquer gastos individuais para adquirir presentes, lembranças e etc. Nossas viagens não são para realizar compras, somos apaixonados pela natureza e suas infinitas apresentações, então focamos em conhecer as indescritíveis formações naturais deste belo e incrível planeta.

Aconselhamos, no mínimo, fazer estas estimativas, pois é um fator preponderante para que possam buscar parceirxs e se preparar. Claro que não existe

limite para o nível de complexidade e fatores considerados na estimativa, tornando-a a mais correta possível.

Se tratando de dinheiro, no Brasil é fácil sacar em qualquer lugar nos caixas eletrônicos, mas se tratando de outros países não é tão simples assim, então é mais garantido ter o dinheiro consigo guardado. Outra questão é realizar câmbio, só haverá câmbio de Real, em outros países, nas regiões muito turísticas ou que fazem fronteira com o Brasil, se não, é praticamente certo que não haverá e se houver estará com valores absurdos. Aconselhamos ter alguns dólares guardados para estas situações e também levar um pouco da moeda de cada país, quanto menos trocas fizerem, menos dinheiro irão perder.

Tivemos uma situação complicada no norte da Argentina, próximo da fronteira com a Bolívia, na cidade de San Ramón de La Nueva Orán, pois não havia câmbio de Real e por muita sorte conseguimos realizar saque em um caixa eletrônico com cartão de crédito internacional desbloqueado, pois já haviam nos avisado que na Bolívia também não haveria câmbio de Real, apenas de Pesos Argentinos. Então sempre é válido ter algumas quantias da moeda de cada país, mais um bocado de dólares e quem tiver cartão, lembrar de desbloqueá-lo para os países do roteiro.

Simplesmente nem pensem que irão pagar coisas com cartão de crédito, é apenas uma segurança extra para possíveis emergências. Muitos lugares do Brasil e nos outros países que ficam fora das grandes metrópoles e destinos turísticos badalados não trabalham com as maquininhas ;)

 

 

MODIFICAÇÕES: Conforme a necessidade e intenção de uso, muitas pessoas realizam diferentes modificações em suas Kombis. Transformar em uma “KombiHome” é uma delas, mas isto serve apenas quando se viaja entre poucas pessoas. No nosso caso, nós focamos em transportar o máximo de tripulantes (nove) com um mínimo de conforto e capacidade de suportar situações severas, e como quase mais ninguém faz isso (ao menos que temos conhecimento), praticamente não existe material informativo ou exemplos a respeito.

Uma das alterações que realizamos na Kombi e melhora muito rodar entre várias pessoas é inverter o banco frontal do salão, fazendo com que fiquem um de frente para o outro. Aumenta o espaço interno e é possível ficar com as pernas esticadas. Nós mesmos recortamos a lata do estepe (foto acima) para encaixar o banco bem colado, aproveitamos metade das furações e refizemos as outras, colocamos parafusos com

“borboletas” para prender os bancos, assim podemos retirá-los quando queremos, seja para carregar coisas ou aproveitar como bancos externos quando a Kombi está parada e também para limpeza. As furações dos cintos de segurança tiveram que ser refeitas, lembrando que por se tratarem de dispositivos indispensáveis e que garantem a vida dos passageiros, sua fixação deve utilizar parafusos, arruelas e roscas de qualidade. Os buracos que sobraram fechamos soldando umas chapinhas metálicas, porque entra muito vento, apesar de no verão ser bom, no inverno não é nem um pouco, além de entrar água também.

Colocamos capas nos bancos feitas com tecido mais resistente a água, facilita na limpeza, preserva os bancos e aumenta a resistência dos mesmos para usar de forma mais rústica (barro, areia, terra, etc.). A legislação da Argentina solicita que todos os bancos, inclusive os traseiros, tenham encostos. Já havíamos colocado encostos em alguns assentos porque havíamos achado em carros abandonados e é mais confortável, mas fomos em um ferro velho e nos deram de graça todos que faltavam. Simplesmente furamos os bancos e enfiamos os encostos.

Pensar na iluminação interna também faz bastante diferença, colocamos uma fita LED RGB (SIM, tem que ter COR!) baratinha percorrendo as laterais do teto do salão. Ilumina extremamente bem, se colocar na cor branca fica como dia e as outras cores são agradáveis para viajar durante a noite e dormir sem se incomodar com claridade excessiva. Sem luz interna, durante a noite, fica muito escuro e acaba dando sono nos passageiros e no motorista. Já utilizamos luzes LED de natal e funcionam bem também, mas precisam ser ligadas em 127 ou 220Vca. Instalamos um conversor de 12Vcc/127Vca com tomada na cabine do motorista e uma extensão para o salão, assim é possível carregar celulares, GPS, câmeras, notebooks e demais acessórios que necessitam de energia elétrica. Naturalmente isto aumenta o consumo da bateria, então, para a última viagem, instalamos uma segunda bateria em paralelo, mas deixamos ligada apenas uma e vamos revezando sempre que paramos, somente ligamos as duas se formos ter um consumo prolongado. Nossa Kombi é carburada, então empurrando ou lomba abaixo ela sempre pega, é bom ir se acostumando a empurrá-la, algo que fazemos muito durante as viagens ;)

Já que falamos de iluminação, para completar a festinha móvel, pensar em ter um rádio com entrada USB ou P2 e algumas caixinhas de som também aumenta muito o conforto dos passageiros durante a viagem, só não adianta querer ter um super kit automotivo e não sobrar espaço para as malas e passageiros, claro que quanto mais melhor. Uma dica excelente é que TODOS levem um pen drive com MUITAS músicas, afinal são MUITAS horas rodando e ficar escutando as mesmas músicas é enjoativo. Também porque assim todos os gostos poderão ser atendidos ;)

A Kombi não tem a melhor isolação térmica do mundo, parece um pão de forma enlatado, no calor é quente e no frio é gelada. Viajar grandes distâncias exige um conforto térmico mínimo, nós forramos o teto com isopor e fizemos o acabamento com

“forrinho” de PVC, bem barato e eficiente, se colocarem caixas de leite junto só irá melhorar. O mesmo vale para as laterais. Nós não colocamos isopor, mas colocamos esponjas acústicas por causa do barulho, o isopor é melhor porque vai servir tanto de isolamento térmico quanto acústico. As laterais tiveram acabamento em chapas finas de madeira forradas com tecido, retiramos as originais e usamos como moldes. Outra parte onde é bem válido realizar forração é no compartimento do motor, tanto por dentro (se um dia retirarem ele), quanto por fora (no salão), o motor esquenta muito e faz bastante barulho, quanto mais forrarem e colocarem malas e coisas no porta-malas, menor será o ruído (que é bem suportável). Outra boa dica é buscar em ferro-velhos janelas do tipo que abrem e substituir pelas de vidro único sem abertura, quanto mais ventilação melhor. Na viagem pelo Brasil em 2015, depois que saímos da região sul, começou a ficar muito quente, então removemos totalmente algumas janelas de vidro para suportar o calor...

No teto colocamos um rack que vai do começo ao final da Kombi. Não tem como carregar muitas coisas sem esse acessório. O bom é que não é difícil encontrar usados com preços bem acessíveis. Mesmo que não estejam nas melhores condições, podem pegar e reformar lixando, passando convertedor de ferrugem e pintando. Aliás, essa é uma prática válida de se fazer em todos os pontos críticos da lataria da Kombi ^^

Para viajar grandes distâncias e acessar locais inóspitos, ter pneus mais resistentes irá garantir menos incômodos e maior durabilidade. Sempre colocamos na Kombi os popularmente chamados de pneus 8 lonas. Realmente valem a pena e se pagam pela qualidade, durabilidade e resistência. Tivemos raros casos de pneus furados, sendo que aconteceram com objetos perfurantes grandes, logo qualquer pneu acabaria furando também, mas nunca em estradas de chão, pedra ou coisas similares.

Apenas para esclarecimento, se forem olhar as fotos, verão várias Combis “diferentes”, mas é sempre a mesma, mudando apenas a pintura. Desde que estamos viajando com esta incrível máquina, ela já está na sua quinta “roupagem”, contando com a que tinha quando a adquirimos. Costumamos fazer as pinturas em eventos ou festivais underground, seja livre para qualquer um ou com amigos artistas.

Lembramos que estas modificações não foram feitas da noite para o dia, nós temos a Kombi desde 2013 e fomos fazendo cada uma de uma vez, em grupo, na medida que íamos vendo estas necessidades, planejando as modificações e as executando.

 

 

BUSCANDO PARCEIRXS: Estamos falando em uma viagem longa, em uma Kombi, passando por muitos lugares loucos. Naturalmente vamos precisar de verdadeiros parceirxs para realiza-la e torná-la ainda mais divertida e inesquecível. Para começar o movimento, será necessário ter ao menos duas pessoas comprometidas, que depois irão buscar xs demais passageirxs.

Geralmente começamos a idealizar, mentalizar e divulgar as viagens cerca de um ano antes e entramos fortemente no planejamento 6 meses antes. Acertar detalhes como férias de trabalho, estudos e demais atividades demanda uma boa organização neste sentido.

NOVE PESSOA NÃO É DEMAIS? Não fica apertado? Bom, não é desconfortável não viajar em um número grande desses, tanto que nós já fizemos três vezes por trinta dias, sendo que já tivemos diversas outras situações de pequenas viagens com maior número ainda. Acontece que a questão principal da lotação máxima é que quanto mais pessoas forem, mais barato vai sair, e neste caso, cada integrante a mais faz BASTANTE diferença.

Dinheiro não é tudo, não adianta querer colocar uma pessoa apenas para dividir custos, a sintonia e sincronia dos participantes é bem importante para manter a viagem saudável e feliz. Então é indispensável explicar bem qual a ideia da viagem, como vão fazer, como vai ser, por onde pretendem passar, quanto dinheiro precisa ter e por aí se vai, todos estes detalhes devem estar completamente esclarecidos.

Nas três viagens, chegando perto da data não havíamos fechado os nove tripulantes e anunciamos as vagas em nossa página do Facebook, abrindo para qualquer interessado. Em nenhuma das vezes estas pessoas “desconhecidas” que surgiram trouxeram prejuízos para a viagem, bem pelo contrário, o universo fez seu trabalho e trouxe grandes amigxs para uma vida inteira. Logo, fica a dica caso estejam com dificuldade de fechar o grupo. Estar aberto para o universo e permitir estas oportunidades aos outros e para si sempre é enriquecedor.

 

 

DIVIDINDO: Como se trata de um grupo, que vai passar cerca de 30 dias juntos acordando, rodando, conhecendo lugares, comendo, indo dormir e acordando de novo, tudo será dividido por todos. Quanto mais essa prática puder ser exercitada, menos itens necessitarão ser levados, é como se fosse uma família.

Esta experiência funciona como uma espécie de Big Brother sem câmeras, onde todos terão de buscar conviver pacificamente praticamente 24 horas por dia. Não tem como manter máscaras ou disfarces, ao final todos vão estar conhecendo a verdadeira essência de cada um e caberá ao grupo buscar a harmonia na solução dos conflitos e atendimento das individualidades e características de cada um.

Como tudo é dividido, os problemas também são de todos e fará toda diferença se o grupo for unido para enfrentar qualquer adversidade que possa surgir. Seja a falta de um lugar para dormir, não achar um posto aberto, FOOOMEE, trocar um pneu, resolver algum problema mecânico ou o problema exclusivo de alguém do grupo. UNIÃO É TUDO!

 

 

VANTAGENS: Viajar de Kombi, comparado aos modelos tradicionais tem algumas vantagens BEM interessantes, então achamos legal listar algumas das principais:

- LIBERDADE. Vocês decidem aonde e quando ir, principalmente se tiverem pesquisado bastante antes e levantado informações. Os lugares mais difíceis e inóspitos são os mais legais, mas sempre devemos pensar nos imprevistos e em como sair deles;

- AMIZADES SINCERAS E VERDADEIRAS. Vocês vão desenvolver fortes amizades, afinal vão ser muitas horas de conversas, descobertas e experiências incríveis vividas e compartilhadas em grupo;

- PASSE-LIVRE KOMBILÍSTICO. A maioria das pessoas vai recebê-los super bem e sorrir quando vê-los rodando por aí. Então aproveitem esta espécie de “passe–livre” e disseminem muita alegria e amor por onde passarem, afinal, colhemos o que plantamos. Lembrem-se, sempre serão os mais humildes que irão lhes tratar melhor, ajudar mais e discriminar menos;

- SEGURANÇA. De certa forma É MUITO mais seguro viajar em um grupo de nove pessoas do que sozinho, então vamos aproveitar sem medo!

- INFINITAS POSSIBILIDADES. Vocês poderão visitar uma quantidade muito maior de lugares do que se estivessem a pé ou de bicicleta. A rota base e o comprometimento do grupo em não se enrolar demais para acordar e arrumar as coisas serão os fatores definitivos neste quesito;

- É MUITO ECONÔMICO. Não sabemos de que outra forma é possível rodar 10800km, visitar doze estados brasileiros durante trinta dias e gastar somente R$850,00, ou rodar 7000km, visitando cinco países da América do Sul e lugares inóspitos de turismo elitizado (Deserto do Atacama e Salar do Uyuni) e gastar somente R$800,00. Não parece real correto? Muitas pessoas gastam bem mais do que isto somente em passagens de avião ou hospedagem num período bem menor de tempo;

- VAI MUDAR A VIDA DE VOCÊS. Experiências sempre nos transformam e esta é uma que definitivamente os fará pessoas melhores. Aqueles seres que embarcaram não são, nem de perto, os mesmos que desembarcam. Será um período tão intenso que costumamos dizer que este um mês de viagem (no nosso caso) equivale, no mínimo, a um ano de vida normal. Inclusive processar, compreender e absorver tudo o que foi vivido será um processo que exigirá tempo e reflexão ;)

 

 

PENSAMENTO POSITIVO: Este é o item mais importante de todos, DE VERDADE! Se tem algo que é real, trata-se do poder de nossos pensamentos, emissão e

atração são a lei da correspondência vibratória que rege todo o universo, sua energia e matéria.

Além destas viagens, já fizemos muitas outras e várias loucuras de todos os tipos em muitos lugares, e se tem algo que aprendemos através deste incrível portal que é a “Combi”, foi o poder de nossos pensamentos. Estamos aqui hoje sãos (provavelmente não) e salvos graças a isto. Cansamos de ouvir pessoas falando que a Kombi não passaria nem da metade do caminho, que não chegaria jamais aonde chegou. Este não é um veículo normal, é uma Kombi e elas tem poder, MUITO PODER \o/

Não podemos nos abalar nunca, ficar de birra, reclamando, reinando, brigando, JAMAIS! Se o grupo mantiver uma alta vibração NADA, NADA MESMO vai acontecer de ruim e todos os problemas serão solucionados sem prejuízos. Lembrem-se: TUDO É COMO TEM QUE SER, NÃO ADIANTA LUTAR CONTRA, MAS NÃO PODEMOS DESISTIR ATÉ QUE TENHAMOS EXPLORADO TODAS AS POSSIBILIDADES.

Esperamos sinceramente e de coração que com essas dicas possamos ajuda-los a superarem qualquer auto-restrição para irem de vez atrás de seus sonhos e aventuras. Esta é somente uma vida passageira neste pequeno planeta azul, recebemos a dádiva da vida para aprender e evoluir. Então não é ficando parados no mesmo lugar a vida inteira que vamos nos descobrir certo?

 

ESTÃO ESPERANDO O QUE?!?!?!

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Gostaríamos de relembrar que este guia contém as informações básicas para sanar dúvidas, ajudar a planejar e estimular a realização destas viagens. Sendo baseado na experiência que adquirimos através das três expedições citadas e demais incursões que já realizamos nestes cinco anos de experiência na lida Kombilística.

Já se passaram muitos quilômetros, muitas cidades, estados e países, muitas pessoas, muitas histórias, muitas realidades, muitos perrengues, muitas alegrias, muitos momentos que ficarão eternizados apenas em nossas mentes e, principalmente, muitas experiências que se transformaram em aprendizados.

Não somos donos da verdade, nem estamos definindo como as coisas devem ser feitas. Para cada tópico elencado, podem existir muitas outras formas de fazer, nenhuma mais certa ou errada do que a outra. Nosso foco é economia e aprendizado.

Humildade é uma virtude louvável e apesar de não nos tornar pessoas “importantes” ou “famosas”, sempre nos abrirá muitas portas e caminhos de sabedoria. O ignorante é aquele que acha que não tem mais nada para aprender. O universo é praticamente infinito, assim como a experiência a ser obtida através de nossa interação com ele.

Nós não nos responsabilizamos de forma alguma por quaisquer problemas que possam ocorrer advindos da utilização deste guia. Viver se resume em assumir riscos, cabe a nós decidir se estamos dispostos a corrê-los ou não. O que é fácil e garantido qualquer um poder fazer, enquanto o que é difícil e incerto, somente os poucos que estão dispostos e decididos poderão fazê-lo.

Este material não possui nenhuma proteção de direitos autorais. Propriedades privadas ou particulares são invenções da elite que busca apenas o mantenimento de seus privilégios. Acreditamos na essência de cada um, no respeito, no amor, na consciência e no carma. Ao final do guia está um SELO de REPRODUÇÃO LIVRE, ou seja, tanto a cópia completa, como parcial deste material, além de não ter direitos autorais (como já citamos), é incentivada por nós para que estas informações possam ser disseminadas e difundidas entre aqueles que desejarem ir em busca de seus sonhos. Apenas gostaríamos que, se possível, citassem a fonte. Somente abominamos e condenamos a utilização deste material para benefício e promoção própria.

Estamos e estaremos sempre disponíveis para sanar qualquer dúvida e fornecer qualquer ajuda através da nossa página no Facebook.

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