Membros Murilo Nogueira Postado Março 25, 2010 Membros Postado Março 25, 2010 (editado) Meu nome é Murilo Nogueira Coelho, sou Acadêmico de Direito na PUC-GO, Violeiro (da Viola Caipira mesmo rsrssr) e sapeco um violão para acompanhar uma geladinha. Sou uma mistura de Aventureiro, Ambientalista e Aficionado por Cultura, Política e História. Minha viagem havia sido programada a menos de dois meses da data de hoje. No primeiro momento pensei em fazer uma viagem pelo nordeste de avião, então entrei no site da Gol para verificar as promoções, pois em 2007 fui à Recife visitar parentes e ficamos aproximadamente 25 dias à beira Mar. De imediato pensei que as promoções eram mais vantajosas apenas pela Gol, sem considerar a TAM, que ao final de minhas pesquisas cheguei a conclusão de que a Tam apresentava promoções mais vantajosas, com diferença de até 400 reais em um vôo na mesma data de ida e retorno. Indignado com tal diferença, como sempre achei que a Gol fosse mais Povão hehehe, e como sou quebrado, como a maioria dos Acadêmicos, resolvi procurar no site da Gol alguns destinos alternativos. Encontrei Aruba, pesquisei alguns preços, tanto de estadia como de transporte aéreo. Não encontrei dias de vôos disponíveis, este fato não me abalou, pois os preços dos hotéis me aterrorizaram antes mesmo de sair da frente do PC. Logo desisti. Próximo destino a ser pesquisado Venezuela. Uau, Venezuela, todo esse processo para o ingresso no Mercosul, quanta cultura e informação pode ser inseridas à minha formação intelectual. Mas quando cheque o valor da passagem logo desisti. Não era absurdamente cara, mas extremamente fora de meu orçamento inicial. Neste momento tinha em minhas mãos disponível para viagem aproximadamente 500 reais rsrssr. Piada não é!!!. Mas foi verdade sim. Galera, desculpe pelas pontuações, estou com um teclado em Inglês configurado em ABNT2, então a Interrogação fica excluída. Mas tentarei narrar os fatos com emoção, o que suavizará o déficit de pontuação. Quando olhei o Destino: Santa Cruz de La Sierra. Me animei, pois sempre fui um entusiasta e pesquisador sobre a vida de Ernesto Guevara. Sabia que ele teve seus últimos dias de vida em uma região nas proximidades da cidade. A passagem custava o equivalente à 550 reais. Levei em consideração que poderia ser divida em 6 vezes sem juros. Passei uns dois dias pesquisando acerca dos atrativos nas proximidades. Chequei então que a região dispões de vários parques, estaduais, nacionais e municipais. Como sou um apaixonado pela Natureza e já trabalho com Direito Ambiental busquei fotos da localidade. Me impressionei pela riqueza natural que encontrei em fotos. Havia cachoeiras que pareciam ter mais de 140 metros de queda d’água. Aquilo me fascinou de tal maneira que liguei para o meu primo Gustavo para que comprasse a passagem no cartão dele. A partir de então escolhi um destino para começar meu ano, iniciar uma nova aventura que marcaria para sempre minha visão de vida. No dia seguinte meus objetivos destinavam-se á pesquisar profundamente á história da Bolívia, não fixando meus olhares apenas à Santa Cruz de La Sierra. Em três dias já havia feito um levantamento completo do país, com os passeios e evolução histórica e política. Me fascinei com a força das manifestações populares, que quando bloqueavam as estrada poderia durar dias, semanas e em casos esparsos até meses. Passou-me pela cabeça então toda a luta que Guevara assumiu na Bolívia, abdicando de sua vida para libertar à Bolívia de governantes corruptos e autoritários. Comecei a refletir, se esses manifestantes vivessem na época em que Guevara dedicou suas lutas á liberdade daquele povo, se seria diferente. Em minha opinião seria diferente sim. A globalização não trouxe apenas ás premissas consumistas mas também á liberdade de pensamento e expressão. A exteriorização das vontades agora é possível. Passado todo esse Frenesi histórico-político em minha mente voltei-me a elencar os pontos turísticos do País. Em princípio pude destacar a Amazônia Boliviana, La Paz, Salar de Uyuni e alguns outros que não me lembro no momento. O Fascínio deu-se pelo maior deserto de Sal do Planeta (Salar de Uyuni). Decidi que este seria meu destino na Bolívia e assim voltaria para casa. Mas quem disse que um jovem aventureiro voltaria para casa viajando apenas para um País da América do Sul. Não mesmo. O Salar termina quase que no Início do Deserto mais árido do Mundo. Deserto do Atacama, no Chile. Comecei a pesquisar mais e mais. Quase uma semana depois encontrei relatos de três amigos que fizeram esse roteiro, passando depois do Chile em La Paz, fazendo o famoso Downhill em La paz. Decidi que faria esse trajeto. Agora voltei ao mundo real. Com que dinheiro eu faria isto. Comecei então à trabalhar mais e mais, cortando todos os meus gastos, cortando até os lanches que fazia na faculdade e às cervejinhas que tomava em dias esparsos da semana. Enfim, comecei a agir como um Mochileiro que não recebe dinheiro de familiares. Liguei para o meu primo e comprei a passagem aérea, já era o primeiro passo, sem ao menos ter o dinheiro suficiente para fazer metade do que estava programado. Fui dormir sonhando com aquilo, alias, nem dormi, apenas sonhei acordado com aquilo que havia acabado de fazer. Não havia contado nem aos meus pais, fui tomado por minha alma a fazer o que meu espírito aventureiro me indicava. Quando se passou um mês eu já havia juntado quase mil reais, então animei e comecei a pesquisar o quanto gastaria parar chegar á Machu Picchu, que é o sonho de todo estudante que presta a atenção ás aulas de história rsrsrsrs. Putz, sou acadêmico de Direito, tenho projetos sociais, dou aula de Educação Ambiental de maneira voluntária, estudo sociologia e antropologia de maneira autônoma, era a chance de realizar meu sonho de conhecer a capital dos Incas. Fui á biblioteca da PUC-GO, e peguei um livro do seguinte Título: Os Incas. O livro tinha menos de cem páginas, o li em alguns minutos, alimentando meu fascínio e desejo de ir até Cuzco e seguir pela trilha que tivesse dinheiro. A partir de dezembro, mesmo com as provas finais de semestre, mesmo faltando apenas 1 ano para me formar, estudava com dedicação á história dos Incas, da Bolívia, do Chile (principalmente a época ditatorial) e as atualidades peruanas, além de Claro o Diário de El Che na Bolívia, que li em Espanhol, pois não havia exemplares em português na biblioteca e eu não tinha dinheiro suficiente para comprá-lo, deveria gastar meu pouco dinheiro com livros que fossem primordiais em minha viagem. Comprei então um Guia do Viajante Independente na América do Sul e uma Biografia completa de Guevara, com aproximadamente 800 páginas. O valor dos dois chegou à 130 reais, massacrando ainda mais meu orçamento apertado, mas como poderia viajar sem estes dois que seriam meus livros de cabeceira. Não me arrependi e adotei como suporte o site dos Mochileiros.com. Montei então um primeiro Roteiro com Bolívia Chile e Peru, que seria a base de toda minha viagem. Busquei fotos, informações, preços e informações climáticas. Fiquei mais tranqüilo, porém preocupado em arrumar o resto do dinheiro. Consegui fazer o primeiro levantamento sólido de todo o meu período de pesquisas. Agora devem se perguntar e o nordeste. Hehehe. Esse não foi dispensado. Passaria então por uma experiência que jamais imaginaria fazer. Minha família resolveu ir para a praia e eu fui escolhido como um dos motoristas, pois iríamos em dois carros, meu pai dirigindo um Siena e eu um Stilo Dualogic de minha avó. Modéstia parte sempre fui um ótimo motorista, nunca me escusei de ir a lugar algum dirigindo e iniciei meu processo para a obtenção da mesma o dia em que completei dezoito anos. Sempre fiz minhas viagens (e não foram poucas) com meu carrinho 1.0, mas é novo e nunca tive problemas. Já rodei o Estado de Goiás de ponta a Ponta, sou apaixonado por meu Estado e mais do que isso de meu país e um curioso para o Mundo. Resolveram que passariam 1 mês á beira mar. Gastaria pouco, mesmo tendo que contribuir com o combustível do carro da minha avó (dá para acreditar rrs) então tive a idéia de fazer um mochilão pelo nordeste, tão rico em cultura e belezas naturais. Teoricamente meus destinos possíveis seriam Chapada diamantina na Bahia, Estados de Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Não havia feito planos, então os destinos correriam soltos, sem compromisso com datas ou horários. Depois de Toda essa introdução Vamos ao Relato de Viagem que durará aproximadamente dois meses e irei separar a parte Nacional da Internacional. Dia 20 de Dezembro de 2009. No dia anterior trabalhei até aproximadamente 2 horas da manhã. Acordei ás 4 horas, ansiosíssimo para dirigir por quase 13 horas sem descanso. Sou o tipo de motorista que não consegue ficar parando para ir ao banheiro de hora em hora. Gosto de dirigir o máximo de tempo possível. 5 horas em ponto estava entrando na BR 153, a qual iria de Goiânia a Brasília e então seguiria pela Br 060. O meu grande trunfo para dirigir bastante foi ter saído em um dia de Domingo, quase não perdendo tempo em Brasília, que em dias úteis gastaria quase 3 horas para percorrer o equivalente á 100 km. Minha primeira parada foi para o almoço, quando conversei com meu pai para que seguíssemos ao invés de parar para almoçar e perder bastante tempo. Minha avó havia preparado várias quitandas para evitar paradas e gastos desnecessários, além de evitar alguma contaminação alimentar. Quando cruzamos a divisa entre Goiás e Bahia a paisagem muda quase que instantaneamente, com o agreste acentuando-se sinto-me mais leve, com o raro trânsito de caminhões pesados e as famosas pistas retas me senti à vontade para empregar velocidades excitantes. Como um apaixonado por carro, como todo brasileiro resolvi testar toda a potência de um Motor 1.8 dualogic da FIAT e lhes confesso, me impressionei muito com o tempo de resposta e retomada de marchas. Se não estivesse acompanhado de meu pai, que vinha com um carro de menor potência teria dormido bem mais distante que este primeiro dia. Seguimos durante todo o dia, o estado da Bahia parece interminável. Uma consideração importante é que as rodovias que ligam Brasília ao Nordeste estão em ótimo estado, devido um projeto do governo federal que está fazendo suas reformas. Essas reformas exigem paciência do Motorista entre os Estados da Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O sistema utilizado para o controle do tráfego é Siga e Pare, o qual se libera apenas uma pista, fazendo o rodízio dos sentidos de acordo com a quantidade de veículos em cada trecho. Se vocês derem sorte e já estiver liberado em seu sentido será rápido, caso contrário pode levar alguns minutos. O trecho mais crítico é localizado no estado de Pernambuco, na BR 101 exatamente nas proximidades de Recife, onde o trânsito é intenso. Desde que saímos de Goiânia ouvi relatos de minha avó que já teria dormido em Ibotirama e Barreiras, mas nunca havia dormido em Seabra-BA, que distancia-se aproximadamente a 1250 km de Goiânia. Pronto! Mal saí de minha cidade natal já estava estipulado um novo desafio, dirigir até Seabra e por lá dormir a primeira noite. Dirigi alucinadamente, atingindo velocidades seguras, claro, e ultrapassando bastante. Até o dia amanhecer ainda estava testando o carro, conhecendo a fundo para que fundíssemos em uma só máquina e foi o que aconteceu. Quando o sol nasceu já sentia-me à vontade para realizar qualquer ultrapassagem, calcular o tempo necessário para realizar a ultrapassagem e a velocidade aproximada do veículo que se desloca em sentido contrário. Neste momento comecei a desenvolver uma linha de raciocínio interessante, em rodovias metropolitanas, as quais o fluxo de veículos é intenso os motoristas sentem segurança ao ultrapassar quando não vêem carros em sentido contrário. Já nessas rodovias da Bahia, com fluxo intenso de caminhões e grandes retas, as ultrapassagens são mais seguras quando conseguimos avistar o caminhão no sentido contrário. Bom, depois destes detalhes que podem ajudar quem ainda irá fazer uma viagem semelhante de carro prossigamos. Chegamos em Seabra ás 4 horas da tarde, fiquei impressionado e mesmo tendo dormido tão pouco na noite anterior me sentia cheio de energia para dirigir uns 200 km e chegar a outra cidade. Meu pai de imediato tirou esta idéia de mente e começamos a procurar uma pousada para passarmos à noite. Estávamos em 2 carros e 7 pessoas, necessitávamos de um hotel com garagem e com um preço acessível. Paramos no primeiro da cidade, desculpem-me mas não me lembro o nome neste momento, tem estilo praieiro, com quiosques cobertos de palha. O recepcionista nos recebeu bem, porém queria nos cobrar 120 reais por cada apartamento, seriam 2 no caso. 240 reais achei caro, pois eram quartos simples, apenas com ar condicionado, tv e frigobar. Meu pai queria ficar neste, pois ficou no mesmo na última viagem pelo nordeste. Eu o convenci a procurar mais pois o sol ainda ardia e não tínhamos compromisso aquela noite. Todos estavam famintos e queriam jantar, mas era domingo e quase todos os restaurantes da cidade já estavam fechados, havia muitos bares, badalados e até uma boate. Pela primeira vez me senti realmente em solo baiano, todos animados, ouvindo axé em carros de som, mulheres com camisas curtas oferecendo ingressos para uma domingueira que aconteceria com uma banda de nome pejorativo (também não me lembro o nome). Encontrei um Hotel, como se designava, com o recepcionista na porta, convidando para entrar, havia mais 3 recepcionistas à frente convidando para entrar e conhecer seus estabelecimentos. Conversei bastante com o gerente e ele me cobrou 120 reais com café da manhã incluso. Achei o preço convidativo e fechei com ele. O Hotel fica ás margens da BR e tem cor alaranjada, não tem erro. O preço deve ser incessantemente debatido, pois há muitos hotéis e todos querem oferecer melhores condições. Depois de guardadas as malas estava aflito para tomar um banho e logo fui surpreendido pelos familiares chamando para sair e comer algo antes de tomar banho e dormir. Bom, eu estava totalmente ligado, ainda impressionado com a quantidade de ultrapassagens e a velocidade que viajava, então fomos. O pessoal queria comer onde tivesse arroz, só que esqueceram que a maior parte do arroz comido no nordeste é o arroz integral, e quando não é deste tipo seu processo de preparo é diferente, apresentando-se de maneira diferenciada ao paladar, nem sempre agradando os mais exigentes (frescos mesmo). Fomos a um restaurante nas margens da BR, quando entrei e vi a comida preferi não me arriscar, pois a comida com certeza era do almoço e como servem o almoço cedo já estava ali há bastante tempo. Aproximei minhas mãos para estimar a temperatura e não me pareceu confiável então disse que não iria comer, mas que quem quisesse eu esperaria. Todos decidiram procurar outro local. Chegamos á rua principal da cidade, a rua dos bares, que margeia a BR. Lá havia uma churrascaria que servia pratos á la carte por 25 reais os mais baratos. Me pareceu apetitoso, mas o preço amargou rsrs. Não tenho frescuras para comer ou para dormir, vimos um rapaz assando espetinhos em uma churrascaria e nos aproximamos. Primeira diferença gastronômica da Bahia – Farinha. De acompanhamento para o espetinho havia apenas farinha. Não sei se a fome estava tão grande, mas foi um dos melhores espetinhos que comi em toda a viagem até hoje (26 de dezembro). O valor especial de 1,50 e o espetinho era surpreendentemente grande. Havia de carne e frango com bacon. Falamos que éramos de Goiás e ele nos falou que goianos não comem sem salada hehehehe, mas também com tanta farinha, quem não tem costume se entala. Ele nos trouxe uma salada de tomates com cebola. Colocamos farinha também na salada e ficou ótimo também. Pedimos uma cerveja, havia Bavária Premium e Nova Schin. Como não sou fã de schin tomamos apenas duas bavárias, para relaxar. 21 de Dezembro de 2009. Dormimos umas 8 da noite e acordamos 4 da manhã. Havia me esquecido completamente que na Bahia não há horário de verão e como não havia modificado o horário do celular ele despertou 1 hora antes e faltavam 2 horas para o café da manhã. Kkkkkkk. Como poderíamos esperar o café da manhã por duas horas. Pé na estrada. Com os primeiros raios de sol passamos pela majestosa Chapada Diamantina. Como um apaixonado pela natureza poderia passar por ela sem parar para admirar o local e tirar belas fotos. Mas minhas contas com a Chapada não terminariam ali, na volta ainda quero fazer um treking na região, conhecer algumas cachoeiras e ver quedas. Quando chegamos em Feira de Santana meu Gps indicava um local para virar e meu pai estava na frente e se perdeu. Neste momento os nervos afloraram-se, mas nada que não pudesse ser resolvido. Aproveitamos a situação para definir que passaríamos em Aracajú, para eles conhecerem a praia que ainda não conheciam. Eu havia ido a Praia de Atalaia em 2007. Depois de um trânsito muito mais pesado do que estávamos acostumados chegamos em Sergipe, me entreguei ao GPS, que ainda oscilava sua posição. Quando entrei em Aracajú o GPS apresentou precisão total e me levou diretamente á Praia de Atalaia. Estacionei bem de frente à praia, mas não à beira mar. Havia um flanelinha que se apresentou como pitomba. Minha primeira impressão foi daqueles caras que te enchem a paciência para ganhar uma graninha, mas ele não falou nada de início. Fomos entrando na praia e como vale ressaltar minha família é bem sedentária, se cansam com qualquer caminhada. A praia de Atalaia é uma das mais conservadas em regiões metropolitanas em todo o Nordeste. Desde deixar o asfalto até o mar deve-se andar muito. Era uma segunda feira e a praia estava relativamente vazia. Mesmo estando em alta temporada não se tem turistas em grupo durante todo o tempo. Fui o primeiro a banhar meus pés nas águas do Mar. Achei que dormiríamos ali então os deixei no mar e voltei para procurar uma Pousada. Pitomba me levou até duas pousadas. A primeira fica em uma rua paralela à beira mar, local onde almocei e tomei banho na primeira vez que fui em atalaia. Não havia vagas e Pitomba me levou á um hotel, desde já falei que seria caro e ele me disse que eu poderia ficar tranqüilo pois conhecia os donos do Hotel. No Hotel Atalaia fizeram 200 reais, para que as 7 pessoas passassem à noite, pela primeira vez na viagem iria ficar em um hotel de verdade. Quando voltei ao carro estavam todos emburrados, pois queriam ir embora, pois haviam achado o longe para se chegar ao mar. Descontrolei-me, pois o combinado seria de dormir em Aracajú e seguiríamos para Recife na terça, mas não foi o que ocorreu. Me despedi de Pitomba e lhe dei dois reais, merecia mais pela receptividade, mas não tinha mais rsrsrs. Da primeira vez que estive nessa cidade foi muito rápido e eu estava em um ônibus de turismo, então não tive oportunidade de tirar conclusões sobre a cidade, apenas sobre a praia, mas desta pude observar que o trânsito da cidade é bastante organizado, com vários radares de 60km/h, policiais de moto da agência de trânsito e várias placas indicativas, o que facilitam a vida dos turistas que não tem GPS. Voltamos à BR 101 e seguimos até cruzar a divisa com Alagoas, e dormimos em alguns dormitórios que ficam em um posto. Nem me lembro o nome da cidade. Chegamos neste posto aproximadamente 5 horas da tarde, faltavam apenas 180 km para chegar em Recife, mas diziam que seria muito perigoso dirigir à noite. No térreo me apresentaram um quarto que não tinha janela, como tenho asma fui entrando no quarto e já desencadeando uma crise que me acompanhou nos dois dias seguintes. Fui à um quarto no andar de cima, e por lá abri as janelas e liguei o condicionador de ar. Fui dormir contrariado. Ha, já iria me esquecendo, os dois quartos ficaram em 120 reais, sem café da manhã. 22 de Dezembro de 2009 Neste dia mais uma luta com os horários, os celulares despertando antes do que deveriam e saímos ás 5 horas da manhã (horário local). Ainda era escuro, muitos caminhões na pista, mas como gosto de adrenalina me senti confortável. Foram algumas horas de viagem até faltar 50 km para chegar em Recife. Esses poucos quilômetros demoraram o equivalente à uma hora e meia, devido ás obras na pista, desvios e divisão de trafego. Chegamos em Recife com o sol ardendo, achamos a casa de nossos parentes de imediato, meu pai ainda se lembrava pois havia ido há dois anos (eu também, mas como cheguei de avião kkkkkkkkkkkkk, desculpinha esfarrapada não é). Cumprimentamos à todos e pegamos a chave do sobrado que alugamos em uma praia chamada Maria Farinha, no litoral norte de Pernambuco. Quando chegamos o primeiro instinto não foi de ir ao mar, como todo Calango do Cerrado hehehhe, mas de organizar absolutamente tudo antes de nos divertirmos. Assim foi feito. Ficamos em um condomínio fechado, com nome de Prive Villagio Itália. É o mesmo que alugamos da outra vez, os sobrados tem 3 quartos, sala, cozinha e há um parque de recreação com piscina. Algumas pessoas devem se perguntar, mas porque piscina se queremos mesmo é ver o mar. Acredite, quando se fica muitos dias nas proximidades do mar a última coisa que se quer ver é o sol queimando seu corpo por inteiro, o mar salgando seu corpo e a areia entrando em partes estranhas hehehe. Alguém pode querer ver gente sem água salgada. Pagamos o equivalente à 1100 reais, fora a água e energia, os quais são pagos de acordo com o consumo. Esse valor equivale ao período de 1 mês, podendo ser prorrogado em períodos iguais. Aqui dificilmente se consegue locar uma casa por períodos inferiores. Mesmo que sejamos obrigados a voltar antes devemos pagar pelo mês. Bom, fica a dica, este condomínio é bem tranqüilo, com mais moradores do que pessoas que alugam por temporada, o que garante a tranqüilidade do local. Quase todos os moradores têm filhos, então não se preocupem com níveis sonoros acima do que se pode agüentar. Agora, como nem tudo é perfeito, vocês ouvirão músicas que nunca imaginariam existir, com letras que constrangeriam um funkeiro carioca hehhehee. Acham que é brincadeira não é, quem vier verá. Dadas as dicas de hospedagem passemos á praia de Maria Faria. Para quem não sabe, Maria Farinha é um crustáceo, parecido com o caranguejo, só que sua coloração é amarelo-claro, de maneira que se confunde com a areia da praia. Sua moradia é fixada em buracos na areia, ao contrário dos caranguejos, que se estabelecem nos manguezais. O nome da praia é este pois suas areias são extremamente claras e povoadas destes dóceis crustáceos. As marias-farinhas são bem brincalhonas, gostam de espetar os pés dos desavisados, mas tem bastante medo de nós para se divertirem tanto. Esta praia não fica em Recife, mas bem próximo. A cidade dela é Paulista, uma cidade que faz divisa com a famosa Olinda, esta faz divisa com Recife. De Maria Farinha a Recife são apenas 30 km, fazendo parte da Região Metropolitana. 23 de Dezembro de 2009. Fomos á praia e nos esbaldamos nos quitutes marinhos. Eu sou apaixonado por Caranguejos, Camarões, Ostras, Lagostas e tudo o que venha do Mar. Esta praia não é especificamente turística, é uma praia que recebe em sua maioria os nativos. A praia é dividida em vários setores, os quais vou dispor para facilitar o tour de quem possa vir a conhecê-lo, recomendo bastante. Sua Parte Sul é composta de inúmeros trapiches (aqueles pequenos bares). Os preços variam muito de barraca para barraca. Ao contrário do Centro-Oeste, a cerveja de maior consumo é a Nova-Schim, a única que não sofre variação, sendo comercializada à beira mar por 2,80. Já a Skol sofre variação, podendo ser encontrada de 3 reais a 3,50, dependendo da barraquinha. Vejam bem, a diferença entre a Schin e a Skol é de apenas 0,20 centavos. Agora vale o comentário de um bom bebedor: Em todos os locais do Brasil o que modifica o sabor da cerveja não é a fórmula (que é a mesma), mas sim a água da região. Aqui Schin é a mais consumida, mas não significa que é a melhor. Realmente a Schin daqui é um pouco melhor que a do Centro-Oeste, mas não me apeteceu, ainda fica aquele preceito de cerveja aguada, em Goiás apelidam de Mijo de égua hehehe. A Skol não é tão boa quanto a nossa, mas das marcas populares é a melhor. Comprei uma caixa de Antarctica e percebi que aqui ela é mais amarga que a nossa. Enfim, recomendo Skol para beber e Schin à nível de experiência hehehe. Verão na parte sul da Praia inúmeras barracas. As centrais são as mais caras, as das extremidades são mais baratas. Depois da primeira seqüência de barracas há o Veneza Water Park, que é uma espécie de Beach Park de Fortaleza, porém com bem menos recursos. Em seguida há uma colônia de pescadores, com suas casas de palha, muito humildes. Depois existem algumas barracas e na extremidade da praia um rio que encontra o mar. Apesar de que tudo nesta praia é muito barato se comparado á praia de Boa Viagem por exemplo. Neste dia 23 de Dezembro pedi 2 Caranguejos e 2 Agulhinhas (peixe do mar que tem em sua cabeça uma estrutura parecida com uma agulha) e uma Skol. A cerveja estava estupidamente gelada e me agradou bastante. Os caranguejos não foram cozidos em água e sal como de costume, foi cozido em uma água temperada com Tomate, Cebola, Cheiro Verde, entre outros temperos que fizeram deste o mais apreciado por mim em toda a viagem até o momento (26 de Dezembro). As agulhinhas são deliciosas, sua carne apresenta um sabor mais concentrado, com aroma mais suaves que os demais peixes. Apesar do seu pequeno tamanho há muita carne e seus espinhos saem inteirinhos com sua coluna dorsal, facilitando sua degustação. Paguei 2 reais por cada caranguejo e cada agulhinha, a Skol foi 3 reais. Extremamente barato, em relação à satisfação que me proporcionou. Essa foi a Barraca do Nildo, depois do Veneza Water Park a segunda barraca. Bom, pausa para a festa de Natal com a Família, que foi bem tranqüila. Então dias 24 de repouso quase que absoluto, pois como ainda não havia me acostumado com esse sol nascendo antes das 6 da manhã complica-se ficar acordado até depois da meia noite. 25 de Dezembro de 2009. Madruguei depois de ter dormido tão tarde hehe, aqui me acostumei a dormir no máximo 10 horas da noite e acordar antes das 6, este último obrigatoriamente. Logo cedo acordei bem disposto e fui à praia de Boa Viagem, não seria a primeira vez que iria na tão famosa praia de Boa Viagem, mas seria diferente, de alguma maneira ela estaria pré-disposta a me colaborar em um relato mais bem elaborado do que uma história para dois ou três amigos. Das outras vezes havia ido de carro com meu primo que mora em Recife ou de ônibus. Não fazia nem idéia de como eu deveria fazer para chegar na praia, então peguei o carro e ajustei o GPS até o centro da Av. Boa Viagem. Assim feito o meu companheiro eletrônico me levou sem problemas, nisto havia uma rua bloqueada mas tudo bem. Chegando na Praia, que estava linda, a não ser pela quantidade excessiva de sargaço que tomava as areias. Havia pontos que este não era problema, mas outros bem mais atacados. Enfim, me assentei em uma cadeira no meio da praia, os preços eram equilibrados, as cervejas, vendidas em latões de 473ml por 3 reais, os refrigerantes, assim como a água por 2 reais. Os petiscos, neste ponto, ficavam por conta dos ambulantes, que não são poucos. Pode-se comer de tudo, desde camarões “ao natural”, amendoins, castanhas de caju, peixes fritos (a uma semana) hehehe, entre outros, dispostos a agradar os mais variados gostos. Consegui estacionar na Avenida Beira Mar, e na frente de policiais, o que me evitou gastar uma grana com flanelinhas. Um fato interessante é que os flanelinhas padronizam o valor a ser cobrado, 5 reais, o que considero um absurdo. Em minha cidade Natal, Goiânia, os Shoppings cobram o equivalente a 3 reais, com toda a segurança e ainda acham o valor excessivo, imaginem 5 reais para deixar na rua. Dizem que eles anotam a placa, se o valor não for pago, e passam para os amigos, para que risquem o carro o quanto antes. Fiquei pouco tempo, nem cheguei a almoçar pois minha tia nos esperava para almoçar em sua casa pois havia ficado bastante comida da ceia de Natal. Então fomos embora, gastando pouco e sentido a magia da Praia de Boa Viagem em nossas almas. Como poderia esquecer: “Eu lembro da Moça Bonita da Praia de Boa Viagem...”. Dia 26 de Dezembro Bom, esse dia vai ficar na História pois achei que não viveria muito mais kkkkkkkkk. Acordei bem cedo e fui para a praia de Maria Farinha, a qual locamos o sobrado. Como de Costume fiz uma caminhada matinal, tomei um café da manhã normal e resolvi que não iria ficar na praia na parte da manhã, pois queria ler um pouco e escrever aos poucos o relato. Estava em casa, quando em torno de meio dia meu pai passou aqui e chamou para ir a praia almoçar, pois não fariam almoço em casa. Então passei o protetor solar e logo apareci por lá. Chegando tomamos algumas cervejinhas, como só tinha Schin foram algumas mesmo. Então começamos a olhar o cardápio, então antes do desastre fica a dica. Há pratos para almoço completo de 2 pessoas por 12 reais, o arrumadinho de carne seca ou de charque, que acompanha a carne escolhida, feijão verde e arroz, além da farota, é claro. Para quem aprecia peixes, como eu, há moqueca de peixe e peixe assado, por 30 reais cada um. A porção serve até 5 pessoas satisfatoriamente. O peixe frito é acompanhado de salada de tomate, feijão verde, arroz e batata frita. O peixe de molho acompanhado por arroz e pirão. A barraca é a Barraca do China. Enfim, tudo seria muito gostoso, mas eu sonhava em comer uma ostra desde que cheguei ao litoral novamente. Sempre consumi todo o tipo de frutos do mar e nunca havia apresentado nenhum tipo de rejeição. Neste dia seria diferente. Passou um vendedor de ostras e eu o chamei desesperadamente. Ele logo atendeu e falou que faria 4 ostras por 4 reais. Então como já sou moreno utilizei o Nordestes e lhe perguntei se ele achava que eu era turista kkkkkkkkkkkk. Saiu 4 ostras por 2 reais. Quem disse que seria lucro para mim. Não!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Comi as ostras e tudo bem. Almocei tranquilamente, uma delícia. Voltei para casa, jantei e fui dormir. Quando o relógio marcou 10 da noite marcava minhas 24 horas de desespero. 27 de Dezembro de 2009. O primeiro sinal foi a ânsia de vômito, então tomei meu Omeprazol, recomendado 1 mês antes, quando fui parar no hospital pela minha gastrite nervosa, que descobri de madrugada também e no pronto socorro. Heheheh Que sorte, Asma, Rinite, Sinusite e agora Gastrite, estou feito, e o melhor é que a bombinha de asma ataca a bronquite kkkkkkkkkkkkkk tem base. Contabilizei 12 visitas ao banheiro para vomitar, fora as da diarréia, nas seguintes 24 horas. Tomei todos os remédios que poderiam imaginar e nem os da gastrite atenuaram os sintomas incômodos. Meu pai comprou um tal de Epocler, que é um Antioxidante Hepático (que pelas aulas de biologia entendo que deve ajudar na recuperação do fígado). Tomei 2 desse Ecopler. Até o momento, 1 hora do dia 27 não parava nem água no meu estômago. Então dado o efeito desse remédio começou a segurar água de coco. Fiquei nessa dieta até ás 6 da tarde, quando minha mãe fez uma sopa que me ajudou a recuperar. Gente do céu, que “aperreio”, como dizem por aqui. Vocês se lembram daquele integrante de uma banda de axé que morreu de uma infecção alimentar quando consumiu ostra. Só me passava isso na cabeça, fui ficando meio doido com isso. Eu estava só dormindo, mas quando acordava pensava nisso. Mas como no final tudo acaba bem terminei o dia com uma caminhada na praia. Tomei um bom banho e dormi como um bebê, e mal sabia o que o dia seguinte tinha a me oferecer, seria o melhor dia de Toda a Viagem (até hoje, 28 de dezembro, heheh, todo dia escrevo algo do tipo não é, mas está tão emocionante). Eu viveria minha Primeira Aventura de Mochileiro nesta Viagem. 28 de Dezembro No dia anterior havia combinado com minha irmã que se eu amanhecesse melhor gostaria de ir até Mangue Seco (Praia que fica há uns 4 km de Maria Farinha, se atravessada pela balsa ou por canoeiros) ou Ilha de Itamaracá. Foi uma graça de Deus, acordei sentindo pouquíssimos incômodos, resguardados a pequenas pontadas estomacais, porém sem excreções. Eu a acordei e saímos em torno de 6:20 da manhã à pé, sem um destino até então definido. Eu levava apenas uma mochila nas costas, coloquei todos os pertences dela na minha e a deixei sem carga. Andamos cerca de 1,5 km e chegamos na travessia de Balsa. Pagamos 1 real por pessoa e rapidamente o canoeiro nos atravessou, super gente boa ainda nos levou até o ponto que a kombi (aqui esse tipo de transporte alternativo é muito utilizado. Foi proibido em Recife, mas liberado na região metropolitana). Lá conhecemos o motorista, muito humilde, que conversou sobre a realidade de Mangue Seco, a falta de incentivo ao turismo. Vou separar um dia para passar em Mangue seco então farei um relato completo. Ele nos Cobrou 1,75 de cada uma para nos levar até Igarassu, que é uma cidade ás margens da BR 101, onde pegaríamos outra kombi até a Ilha de Itamaracá. Desde Recife minha tia já me alertava sobre a periculosidade da Ilha, pois há dois presídios instalados na ilha e um deles funciona no regime semi-aberto. Não cheguei a precisar estas informações com outras pessoas mas senti que o clima era meio tenso e o turismo havia reduzido drasticamente na Ilha, mantendo seu forte na Coroa do Avião. Nesta kombi que pegamos depois da travessia da balsa, o local se chama Nova Cruz. Passamos por uma região de muitas mangueiras. Muitas pessoas vivem de pegar frutos caídos no chão e vender em estradas (eu até comprei 20 cajus por 2 dois reais). Havia um menino no porta malas com duas caixas abarrotadas de mangas. Eu estava tranquilamente lendo meu livro do Che, quando olho para trás e vejo uma aranha armadeira com uns 6 centímetros. Putz, eu assisto Discovery Channel, e me lembro que uma picada dessas mata em menos de 8 horas kkkkkkkk, mostrei para minha irmã, pois ela estava quase na nuca dela. Ela deu um pulo que acho que até o motorista ouviu. Mostrei ao menino que havia a aranha e ele nem se moveu, fez como se não estivesse entendendo o que eu estava falando. Quando mostrei à mulher que estava sentada ao lado da minha irmã ela nem se mexeu, então perguntei se ela não se assustara, ela disse que não tinha medo kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Putz, para minha pessoa era uma aranha armadeira, mas tudo bem né!!!! Paguei de Bobão kkkkkkkkkkkkkkk Assim que pegamos a kombi para Itamaracá o valor estipulado foi de 2,5 por pessoa até o ponto final, que fica á 150 metros da principal praia do centro da cidade. Só para deixar a situação mais cômica vale lembrar como funcionam as kombis. Eles passam gritando e buzinando para colocar quantas pessoas couberem em um espaço minúsculo. Houve um momento em que eu contei 18 pessoas dentro da kombi. Kkkkkkkkkkk Sério tirei uma foto meio escondido pois as pessoas poderiam se ofender com minhas fotografias. Antes que atravessássemos a ponte que chega a Ilha de Itamaracá passavam 3 camionetes da Agência Prisional, aprontando a maior algazarra com suas sirenes escandalosas e então me senti como o programa do Multishow, Não Conta Lá em Casa. Me senti que estava em uma área de conflito, putz, estava caindo na real, 2 presídios e eu e minha irmã sem um canivete (nem saberíamos usar, mas é aquele plus para a mente não é). Quando fomos adentrando a Ilha percebi que todas as casas e comércios da cidade eram cercados por grades. Então nos demos conta do problema que estávamos nos inserindo. Como já estávamos dentro da Ilha, como voltar, agora vamos até o fim. Não sei se eram coisas de nossas cabeças mas só havia homens na cidade, todos sem camisa, a maioria descalços e muitos deles mal encarados (isso bem no centro da cidade). Quando chegamos na praia do centro, que não me lembro o nome agora, mas quando postar a foto da placa é o da primeira placa. Quando pisamos na areia deixamos toda a nossa desconfiança de lado e nos entregamos as claras areias e a água de cor verde claro. Incrível, o lugar é mais paradisíaco do que os sonhos que ainda vagavam minha cabeça, frutos de uma visita que fiz á ilha quando tinha apenas 3 anos de idade. Andamos bastante, ainda deslumbrados com a beleza, mas não abrindo mão da desconfiança a cada pessoa mal encarada que passava por nós. Andamos uns 3 km aproximadamente. Quando minha irmã sentiu sede paramos em uma barraca bem no centro da praia, ela bebeu uma fanta garrafa e pagou 2 reais. Eu nada bebi, por causa da gastrite preferi me resguardar, e como já havia bebido uma água de coco antes de sair de casa estava bem hidratado, mesmo depois do desastre do dia anterior. Havíamos levados vários pacotes de bolacha Club Social, o que foi nosso café da manhã. Ficamos um bom tempo curtindo a praia, então resolvi que deveríamos conhecer o projeto peixe boi, que havia visto em um programa da rede globo, e havia me comprometido a ir conhecer. Minha irmã sempre desanimada e já cansada de andar falava que estava muito longe e pediu para que eu desistisse da idéia. Na hora liguei a Coroa de Avião ao Forte Orange, que havia estudado bastante em fotos no google e relatos do Mochileiros.com. Então decidido começamos a andar, e vão ver no final deste dia o quanto andamos, ela quase me bate. Andamos para procurar uma kombi, que nos deixaria no trevo, o qual nos levaria a uma estrada que acabaria no Forte Orange. Andamos 1 km, pegamos a kombi e pagamos 1 reais cada um. Chegando ao trevo não encontramos kombi então decidimos que andaríamos para ocupar nossas mentes com aquela velha história de violência. Andamos 2 km até uma kombi chegar kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Pagamos 1 real cada e chegamos ao Forte Orange. O forte é extremamente lindo. Construído há centenas de anos, dominado por Holandeses e Português, vou complementar a história com fotos. Pagamos 2 reais para ingressar no forte, que é como uma retrospectiva, eu me senti como nesses desenhos animados, onde os personagens brincam com bolas de canhão. Neste forte há mais de 12 Canhões e no museu ainda há uma amostra de Bola de Canhão. Andamos por suas 4 pontas, das quais 3 pontas são direcionadas ao mar e 1 direcionada à terra firma. Há guaritas interessantes. No museu há uma diversidade de peças de época, feitas manualmente e as peças de madeira são talhadas, interessantes. A vista é incrível e vemos a beleza da famosa coroa do Avião, que iríamos mais tarde. Sentamos em cadeiras pertencentes á um restaurante e o cardápio indicava o almoço mais barato por 40 reais, com os acompanhamentos de sempre e desta vez servindo à 2 pessoas. Eu logo afastei a idéia de mente, porém minha irmã (mais quebrada que eu hehehe) bateu o pé e disse que queria almoçar ali. Bom sugeri então almoçarmos em um restaurante que foi indicado por um Segurança do Projeto Peixe Boi (que estava fechado dá pra acreditar, só abre de Terça a Domingo). A comida neste restaurante que é exatamente em frente ao projeto custou 6 reais para comer á vontade. Eu usufrui deste recurso e lotei meu prato, ainda com medo se conseguiria comer tranquilamente, depois do dia anterior. A comida era variada, tinha Arroz, Feijão Preto, Farinha, Salada de Alface e Tomate, e Três tipos de Carne (todas bovinas) cozida, bife e isca (com cebola e alho). Minha irmã se disse satisfeita mas logo me reclamaria de fome. Fomos ás barracas a beira da praia e por ali nos instalamos, o dono do bar veio perguntar o que queríamos e lhe explicamos que havíamos acabado de almoçar e que poderia trazer uma cerveja em 15 minutos (olha eu já arriscando), mas como poderia ser diferente a água de coco custava 3 reais e a cerveja 3,5 kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Dá quase 300ml de diferença. Mas já havia tomado uma água de coco quando cheguei (duas no dia). Em tese as bebidas seguem a mesma base dos outros lugares mas na coroa do avião as comidas são um pouco mais caras. A Coroa do Avião é uma Ilha, então paga-se 7 reais para os “Lancheiros” lhe atravessar, esse valor já inclui ida e volta. Eles lhe levam e quando você acena eles vão até a margem lhe buscar. O interessante deste lugar é que a água é muito linda e clara, além de quando a maré baixar você poder percorrer grandes distâncias sob um espelho d’água que se forma, junto com os bancos de areia quando a maré abaixa. Nos divertimos muito e tiramos muitas fotos, quando chegou a dolorosa volta. A distância da Coroa até o trevo é de aproximadamente 5 km. Como não havia kombi ou ônibus decidimos ir andando, como na chegada. Péssima idéia, a kombi logo lotou e não parou para nos levar. Havia um trenzinho que carrega turistas e como já havíamos andado bastante achei caro 1,5 ( kkkkkkkkkkkkkkkk, Sou quebrado, minha irmã me chamou de Pirangueiro, acho que é pão duro na língua nativa kkkkkkkkkkkkkkk). Até que paramos em um ponto de ônibus, esperamos uns 5 minutos e o ônibus não parou. O cobrador gritou algo, mas como já falam muito rápido e quase não entendemos quando dentro da kombi, quanto mais gritado. Resolvemos então seguir andando pois já havíamos andado muito. Aqui então já estávamos tranqüilizados com a chamada “violência”, até que deu uma vontade de ir ao banheiro, dos dois kkkkkkkkkkkk. Eu poderia ir numa árvore, mas minha irmã queria ir no mar kkkkkkkk. Andamos apenas 70 metros e já estávamos no lindo mar verde claro. Ela fez suas necessidades e quando fui fazer a maré estava enchendo e bateu nas pedras e tomei uma onda na cara que quase me derrubou kkkkkkkkkkkkk, foi tenso!!!!!!! Voltamos para estrada e terminamos nossa caminhada até o trevo, vejam pelo lado bom, economizamos 1,5 cada um kkkkkkkkkkkkkkkk, com essa grana dá pra comprar 15 cajus, eu compre 20 de uma senhora na beira da estrada. Pegamos então uma kombi para Igarassu e atravessamos a BR 101, pagamos 2 reais desta vez. Quando atravessamos a BR não havia mais vagas na kombi (e vejam que sempre colocam o triplo de pessoas permitidas. Então vejam só, fui parar no porta malas kkkkkkkkkkk Imaginem a cena, eu no porta malas de uma kombi com um monte de nativos indo pra praia 4 horas da tarde (aqui o sol já está quase se pondo) cômico. Minha irmã foi na frente, do lado do motorista, com mais 3 pessoas, imaginem a cena, 5 pessoas na frente de uma kombi. Ela pagou 1,75 e eu 1,5, ai achei que o cara me zoou, disse-me que na mala é mais barato 25 centavos kkkkkkkkkkkkk. Agora vejam só, peguei a kombi de Mangue Seco e pedi para ficar no Ponto Final, onde havia pego esta mesma kombi na ida, mas o cara disse que não, o ponto final era na praia, putzzzzzzzz, dava quase 2 km até a balsa e dessa vez 2 km de ladeiras e lá fomos nós. Imaginem o tamanho do bico da maninha. Chegamos na balsa e atravessamos com um canoeiro por 1 real cada. Chegando em Maria Farinha não tinha kombi e sugeri que como havíamos andado tanto o que seria 1,5 ou 2 km de caminhada kkkkkkkkkkkkk. Lá fomos nós e chegamos em casa. Quando chegamos todos já estavam se aprontando para ir a Olinda comer Tapioca. Putz. Estava cansado,mas com fome também, tomei meu banho e peguei o carro para chegar em Olinda, uns 20 km, mas desta vez de Carro kkkkkkk. Mas como nem tudo são rosas em Olinda são ladeiras atrás de ladeiras, então deixamos os carros em baixo, ao nível do mar pois algumas das ruas estão de reformas para o carnaval e fomos á pé ladeira á cima, para a rua das tapioqueiras hehehe. Eu mesmo só consegui comer uma de queijo com coco, 3 reais e belisquei uma Cartola (Banana, Canela e Queijo, 4 reais) da minha irmã. Uma delícia rara, que só se encontra com esta qualidade e sabor em Olinda. Depois de Todos Satisfeitos passamos em uma loja de artesanatos onde as meninas compraram alguns chapéus de praia por 12 reais cada e algumas sacolas de lembranças, por 6 reais, nisso fiquei entretido tirando fotos incríveis, que vocês acompanharão abaixo. Para descer ainda tive que forçar o joelho, heeh, para não descer rolando ladeira a baixo. Estava exausto, foi o meu dia mais cheio, acho que eu não caminhava tanto desde a Chapada dos Veadeiros, mas foi muito interessante, em todos os sentidos, desde o ponto de vista turístico ao cultural e além da saúde é claro. Bom acho que deixei especificado os valores, de maneira que auxilie possíveis mochileiros, este é um roteiro indispensável. Bom, vou dormir que amanhã o dia é cheio, vou fazer uma viagem pelo litoral sul, hoje foi a fez do norte e já passa das 2 da manhã. Grande Abraço!!!. 29 de Dezembro de 2009. Depois de um dia extremamente cansativo e depois de ter me enfraquecido pela infecção alimentar achei que o dia seria leve. Ledo engano. A noite foi longa, com ânsia de vômito, mas não queria mais vomitar, eu já estava bastante desidratado, mesmo tendo tomado bastante líquido. Meu primeiro encontro do dia foi com o trono e a desinteria voltou. Perdi todo grande parte de líquido e já enjoado resolvi tomar uma água de coco e as dores estomacais voltaram fortes. Tomei um comprimido de Omeprazol junto á água de coco. Gostei bastante daquele antioxidante hepático, mas não tinha em mãos, como acordo muito cedo por aqui ainda faltava o equivalente á 2 horas para abrir a primeira farmácia. Seguimos para Recife, onde encontraríamos minha prima, que nos guiaria no dia de hoje. Já viram quando ficamos doente e todos lhe ensinam remédios milagrosos. Foi este dia, todos tinham uma receita infalível, mas eu até gosto, o que não mata engorda não é hehehe. Quando chegamos na casa do pai dela esperamos cerca de meia hora, enquanto isso meu pai foi comprar o Epocler, tomei junto a uma garrafada de Caruaru. Enfim, foram tantos remédios que nem sei qual me deixou melhor. Minha avó pegou 3 maças para que eu comesse, pois não conseguiria comer nada mais encorpado ou até mesmo gorduroso. Quando minha prima chegou seguimos para uma lavanderia, a qual ela deixaria suas roupas para lavar. Fui abastecer. Completei o tanque por 1,64 o litro do álcool, relativamente o menor valor em toda a minha viagem. Aqui em Recife o combustível não é um absurdo, como acontece na maior parte da Bahia, principalmente em sua região central. Decidimos que iríamos em apenas 2 carros e não em 3 como estávamos seguindo. Minha prima deixou o carro dela em sua sogra e seguimos 5 em cada carro. Nosso destino foi o Cabo de Santo Agostinho, pois estava ansioso para conhecê-lo depois de ter visto tantas fotos me aguçava aquele lugar tão paradisíaco. Chegamos na praia de Gaibu, guarde esse nome pois foi uma das melhores praias que encontrei em todo o litoral pernambucano. Quando estacionei o carro já veio um garoto super gente boa, oferecendo-se para vigiar o carro e ainda me ajudou a manobrar. Conversou um pouco sobre futebol, pois eu estava utilizando a camisa do Goiás (minha paixão). Ele me explicou os melhores pontos da praia e os preços. Sem dúvida Gaibu é uma das praias mais baratas de Pernambuco. Sua principal fonte de renda não cerceia os turistas de outros estados, mais sim o turismo interno, as pessoas do próprio estado, mais especificamente da região que cerca a praia. Um fato interessante é que a praia é dividida em 2 pontos que agradam todos os gostos. O primeiro ponto é o das piscinas naturais, como em porto de galinhas porém muito mais próximo á areia, diga-se de passagem na areia já se encontra as pedras. A praia é gigante, sua extensão é incrível. Daí fica a dica, olhar nos jornais locais do dia. Ficamos em uma barraquinha mais longe da badalação. O pessoal gosta mais de tranqüilidade, ao contrário de minha pessoa, que gosta de conversar e trocar conhecimentos. Aqui em Pernambuco isso é maravilhoso, pois todos são muito prestativos e alegres, até quando eles ficam aperreados hehehe, ficam engraçadinhos, principalmente as mulheres. Até agora não vi nenhum homem muito nervoso, mas já me recomendaram não querer isso. Meu primo me disse que aqui é terra de cabra macho hehehe, e que se você pisar no pé de algum deve se desculpar e se pisarem no seu pé também é altamente recomendável se desculpar kkkkkkkk. Tudo bem, tudo é festa mesmo então... A parte de ondas da praia é sempre cheia de surfistas, dos mais variados tipos, desde os mais experientes, com patrocinadores e roupas de borracha, com pranchas caríssimas até garotinhos com tampas de caixa de isopor. Há um grupo de pessoas que alugam pranchas, mas os preços são bem salgados, a partir de 8 reais a hora. Não sou conhecedor de pranchas, sou um Surfista do Cerrado, mas deu para perceber que seu material é de qualidade, mas com o preço de 8 reais ele passou a tarde inteira e não conseguiu alugar nenhuma prancha. O motivo de eu não ter alugado nem foi financeiro, pois sou um apaixonado por surf, porém o local. Putz, da praia de Gaibú vemos Piedade e A Praia de Boa Viagem quase que inteira, locais que foram fruto de mais de 50 ataques de tubarão. Não conseguia me conscientizar de que ali seria seguro, sendo que tão próximo e o pior, não há nem barreira de corais para proteger a área que se surfava. Dizem que a chance de você ser atacado por um tubarão é a mesma de ser atingido por um raio, que é a mesma de se comer uma ostra infectada. Eu comi a ostra infectada, e com essa sorte não quis tentar a sorte com os tubarões kkkkkkkkkkkk. Sou apaixonado em documentários de tubarão e assisti vários especiais Pernambuco hehe, mostrando os surfistas do estado atacados e as cicatrizes deixadas, ai fico imaginando a violência e dor de um ataque, mesmo que remoto então preferi deixar o Surf lá pro Chile kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Mesmo com todo o medo eu e minha irmã nos aventuramos muito, chegando bem próximos aos surfistas e aproveitando as ondas, fazendo o corpo de prancha de surf. Se lembram daqueles estudos dos biólogos que dão entrevistas pro Discovery, que uma pessoa em cima da prancha se parece com uma tartaruga hehehe, acho que foi meio instinto e passei mais de 1 hora tomando este banho preocupante e não me arrependi, foi uma das praias mais se divertidas que fui no Pernambuco, pois gosto mesmo é de Onda e quanto maiores melhores. Há muito ouvia falar de Calhetas, eita praia cara e recompensa os mais abonados com uma das vistas mais bonitas de todo o Estado. Para se chegar basta voltar á avenida principal nas proximidades de Gaibú e seguir as placas com o destino Calhetas. Agora não pensem que será fácil chegar até lá. É uma subida impressionante, assim como a paisagem que se observa quando chegar ao topo. Teoricamente só passa um carro por vez, porém sempre vem outro e os carros se espremem a milímetros do precipício. Chegando ao topo irão encontrar o Bar do Artur, o bar dos Famosos. Lá tem uma galeria afixada na parece com as maiores celebridades nacionais e internacionais que visitaram o local. A maioria das fotos é bem antiga, mas mostra a elite, principalmente da música naquele local. De João Gilberto com seu violão até jogadores de futebol e coloquem asas na imaginação pois são muitos famosos. Quando estamos ainda no meio da estrada para chegar a Calhetas temos a visão aérea de toda a praia de Gaibú, Itapuama, Piedade e Boa Viagem, é tão incrível como o local, enquadra-se como se fosse uma preparação para se chegar a Calhetas. Não é espantoso ver fotos de tantos famosos, aquela praia é maravilhosa, a vista é tão paradisíaca que parece um sonho. Lá encontramos uma mistura do verde da serra, o marrom das gigantes pedras e a areia da praia. Isto sem contar na estrutura que o Artur Construiu. Tudo é muito caro, mas fiquei sabendo que a galera vai de farofa. Outra informação interessante que me passaram é que esta é a praia dos “doidões”, mas acho que é aquele estereótipo apresentado por pessoas que não são muito fãs daquele local. Quanto ao estacionamento tem um flanelinha que cobra 2 reais para você deixar o carro em qualquer lugar. Como ficamos pouco ele nem veio atrás e nem pagamos. Eu fiquei tão abismado com a beleza do local e vocês devem me perdoar por não ter olhado o cardápio, mas acho que ouvi alguém dizer que o quilo do peixe completo sai a 46 reais. Posso estar enganado, mas dá pra ter uma idéia. Não é uma exploração pela beleza do local e pelo investimento que o Artur teve para fazer seu bar de um dos mais bonitos do estado. Se eu estivesse bem com certeza gastaria minhas economias para tomar umas 3 cervejas quase que em transe devido a beleza do lugar. Fantástico. Vale muitas visitas. Eu ainda quero voltar lá antes de deixar o Estado. E meu dia terminou com essas belas vistas, depois de uma viagem tranqüila até a Praia de Maria Farinha. 30 de Dezembro de 2009. Antes de finalizar o dia anterior chamei meu pai e falei que iria para o Centro de Recife no dia seguinte, perguntei se ele iria, então ele falou que iria comigo, que iríamos de carro até a casa de meu primo em Recife e lá pegaríamos um ônibus até o centro. Como estava com o GPS e ele queria comprar algumas coisas sugeri que fôssemos de carro e estacionássemos em algum ponto mais afastado, assim terminaríamos de chegar à pé. Assim foi combinado e o GPS nos levou tranquilamente até o Centro de Recife, mas não especificamente onde queríamos ir, que era o Mercado São José, só que ainda não sabíamos o nome do Santo hehhe. Quando programei o GPS ao Mercado, Havia mais de 5 mercados, cada um com um nome de santo diferente. Havia um Mercado que não tinha nenhum nome de santo, apenas Mercado Municipal, então logo pensei, é este. Foi programado e chegamos nesse mercado, que nada mais era do que um Mercado de Bairro. Kkkkkkkkkkkkkk. Todos espantados entramos no mercado, mas como ainda era muito cedo (eita sol que nos acorda cedo) 7 da manhã a maioria das lojas estavam fechadas. Eu e meu pai fomos ao banheiro para não perder a viagem. Quando voltávamos ao carro perguntei a um lavador de carros, super gente boa, que me explicou como se chegava ao Mercado e falou que o nome dele é Mercado São José, agora pronto, coloquei no Gps o nome do santo e deu tudo certo. Preferimos estacionar em frente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, que fica a aproximadamente 800 metros do mercado. Como bom estudante de direito me fascinei pelo majestoso prédio do Tribunal de Justiça, fiquei imaginando quanta tradição e quantos desembargadores já passaram por ali, quanta história preservada em tal lugar dão majestoso, deixando clara a opulência e imposição da Justiça. Deixamos o carro e seguimos pela rua entre a Secretaria da Fazenda e o Tribunal de Justiça. Parecia a rua dos sem teto. Havia tantas pessoas que faziam da rua sua moradia que me desnorteei, não conseguia tirar os olhos daquelas pessoas, o seu sofrimento, a sua luta diária para sobreviver, para dormir, para comer e para criar os filhos. A sociedade vira as costas para essas pessoas ou elas não querem a ajuda que o governo lhes fornece. Complicada questão social que ocupou meus pensamentos até que eu chegasse ao Mercado. Todas as ruas próximas ao Mercado são lotadas de ambulantes e lojas fixas, vendendo desde produtos industrializados a caranguejos amarrados em cordinhas. Lembro que da primeira vez que fui comprei uma réstia de caranguejos, mas suas patinhas não eram amarradas, voltei de ônibus com aquilo e foi bastante complicado. Agora eles amarram as patinhas e as garras, facilitando o transporte hehe. Ia até esquecendo de dizer, a ostra ainda produzia seus efeitos no meu corpo, então preferi não consumir frutos do mar até me recuperar completamente. Entramos no mercado, fomos direto na parte de peixes, tudo tão fresquinho e tão bonito. Peixes enormes, com um visual tão atrativo, camarões expostos, alguns se dão ao trabalho de cobri-los com gelo, outros nem isso, há para todos os gostos, inclusive os mais excêntricos, lhes garanto. É um passeio ao centro do povão,que os mais “frescos” hehe, não irão querer fazer, mas mochileiros não são meros turistas, são antropólogos natos, não é, então fica outra dica importantíssima, esta visita irá fortalecer muito a visão social de um outro ângulo da cidade, fugindo da areia das praias. Estávamos com fome e eu sou apaixonado em comidas de rua (não é a toa que pago tão caro por esta satisfação não é hehe). Quando chegamos na área de lanchonetes descobri que um lado se dedica á restaurantes e do outro ás lanchonetes. Havia tantos lanches diferentes que dava vontade de comer todos, de uma só vez. Suco de Sapoti em diante atraiam meus olhos, mas meu estômago rejeitava, ainda estava bastante sensível e se embrulhou ao ver um cidadão ás 8 da manhã comer um prato de mais ou menos 15 centímetros de altura de um prato que parecia mocotó ao molho. Superei e continuei kkkk. Logo em seguida havia um senhor com um prato de sopa cheio de cuscuz (feito de flocos de milho) e por cima a cozinheira estava colocando uma fatia de queijo do tamanho do prato, bem espesso, acho que uns 5 cm. Aquilo era incrível, se eu comesse um prato desses pela manhã só sentiria fome a noite. Estava cheirando tanto que quase pedi um, mas não conseguiria comer nem a metade, então fui andando. Estava em dúvida se comeria um pão com queijo do reino ou uma empada. O pão era 2,50 e a empada 1,50, hehehe, não preciso nem dizer qual escolhi não é. Tomei um suco de goiaba que havia esquecido de perguntar o preço e quase pulei quando chegou a conta kkk, o suco custava 2,30. Enfim, apesar do preço kkk, sou pão duro em demasia não é, mas ainda falta mais de um mês de viagem e tenho que guardar dinheiro para a parte internacional da viagem. Havia uma infinidade de tortas e quitandas que nunca havia visto em toda a minha vida. Agora o prato que mais me chamou a atenção na rua foi a salada de frutas feita na hora hehehe, higiênica, é claro, um cidadão pega uma luva de lixeiro hehe, corta todas as frutas em um prato de vidro e você come com um palitinho de madeira. Ele até tira a luva para pegar a grana, o prato é lavado com 4 pingos d’água que é guardada em uma garrafa de dois litros enquanto o próximo cliente aguarda sua vez. Isto faz fila. Gostaria de ter comido, mas estava satisfeito pelo café da manhã e ainda vou provar desta salada. Não sei por qual motivo meu pai decidiu não comprar peixe no mercado, mesmo que os preços não fossem exorbitantes. Saímos do mercado e ele comprou algumas frutas, pinhas (atas), muitas, acho que de umas 3 bancas diferentes, o valor sempre é relacionado à unidade, variando de 30 centavos à 1 real. Havia muitas uvas, as quais o quilo pode ser comprado por apenas 2 reais. Fiquei outra vez fascinado, 2 reais o quilo da uva, e estavam até bonitas. Não compramos pois minha mãe já havia comprado bastante uvas para o natal e ainda estavam na geladeira. Continuamos andando e vi uma dessas bancas que vendem de quase tudo. Havia sardinhas expostas, mas já cozidas e embanhadas em óleo. Não sei lhes dizer o que parecia, mas o cheiro era horrível, nem tirei fotos, mas o quilo custava 5 reais, pareciam animais em decomposição. Na mesma banca minha avó comprou alguns quilos de charque, que ela adora, para fazer em um almoço futuro. Tirei até uma foto do charque, fica até bonitinho, quando se corta, dá um visual legal. O quilo do charque varia de 8 a 20 reais e é feito de todos os tipos de carne. Quando andávamos próximos ao rio Capibaribe encontramos uma peixaria que compramos corvina para o jantar por 8 reais o quilo, estava deliciosa. Nisto minha avó encontrou uma prima que não via há mais de 20 anos, que mora no Pina, próximo a Boa Viagem, ficaram um bom tempo conversando. Na volta voltei fotografando a maravilha arquitetônica da cidade, reparando em cada detalhe que havia,talhado em madeira ou feita no gesso, tirei várias fotos, que vou postar. Para quem gosta do estilo é um “frenesi ocular” hehehe. Quando voltamos ao carro demos 2 reais ao vigia e fomos embora, lembro que meu primo me falou da obrigatoriedade de dar 5 reais, mas nos fizemos de desentendidos e fomos embora. Agora fica a única critica à cidade que fiz até o momento. O trânsito é extremamente desorganizado, muitos lugares não há placas de sentido permitido. Há vias de mão única que não são anunciadas em placas. Então utilizei o Direito Positivo hehehe, o que não é proibido é permitido. Eu havia observado que se eu se eu estou em uma via de sentido duplo e quero fazer uma conversão à esquerda, não há placas proibindo esta conversão, o sinal abre para as duas mãos e os carros que querem converter à esquerda dão seta e empacam o trânsito até que não venha carros em sentido contrário. Hilário não é, fiz isso também, depois ainda quero tirar fotos para mostrar a vocês. Não sei se sou exigente por Goiânia é muito bem sinalizada, mesmo não tendo o trânsito perfeito, quanto á sinalização de sentidos é um exemplo sim. 31 de Dezembro de 2009. Último dia de um ano tão emocionante. Dá saudade deste ano maravilhoso, quantas emoções e viagens majestosas. Mas o que nos resta é esperar um ano ainda melhor. Pena que vou terminar o ano meio doente. Gente, ainda estou com aquele problema da Ostra e completo 5 dias de disenteria, nunca mais como ostra crua na minha vida kkkkkkkkk. Vou ficar de repouso e continuar com a sopinha, que havia parado e caído nas comidas normais, mas final de ano. Acho que vou botar álcool para dentro e ver se mato esse protozoário ou bactéria kkkkkkkkkk. Se o que não mata embebeda não é. Meu plano é de passar o Reveillon na Praia de Boa Viagem, ao som de Erasmo Carlos e Gabriel Pensador. Grande Abraço, Feliz 2010 a todos. 01 de Janeiro ficamos todos mais tranqüilos, almoçamos na casa de nossos parentes e nos resguardamos para o dia seguinte, o qual estávamos planejando conhecer João Pessoa, na Paraíba. 02 de Janeiro Antes de começar a relatar o que ocorreu desejo frisar que este dia e o seguinte foram os dias mais intensos de toda a viagem, tudo fluiu naturalmente, sem planejamento. Tive alguns probleminhas pessoais, fiquei praticamente uma semana sem escrever, por isso talvez meu relato até o dia 8 careça de detalhes, mas nada que desnorteie a viagem ou reduza sua comicidade. Como fiquei sozinho em casa, o pessoa foi para a praia de Mangue Seco, que dá um povão e eu já fui na semana anterior resolvi abrir uma cervejinha, pegar um queijinho do reino e complementar o relato. Acordamos em torno de 5 horas da manhã e as mulheres começaram a arrumar uma infinidade de objetos para levarem, porém o planejado seria seguir até João Pessoa, passar o dia e retornar ainda com sol, sem esperar o horário de pico da cidade, mesmo não sendo um dia útil o trânsito é bem intenso. Coloquei meu Gps para nos guiar, que investimento viu, recomendo a todos, e lembrem-se de mantê-lo sempre atualizado. Tinha uma vontade louca de conhecer o recanto naturista instalado na praia de Tambaba, na Paraíba, aquela mesma praia que as panicats realizaram uma matéria para o Pânico na TV. Desde o dia em que vi a reportagem fiquei obcecado em conhecer a praia, não um desejo de me desnudar mas de conhecer um local paradisíaco, com pessoas de mente aberta, com ideologias diferentes das que estamos acostumados a encontrar nas grandes metrópoles. Coloquei no Gps e ele mandava entrar em um local que havia um desvio, estavam construindo um viaduto, os carros passavam em um local proibido e como meu pai (que é bem sistemático) estava dirigindo seu carro logo atrás preferi seguir viagem até encontrar uma estrada descente, que chegasse a cidade de Conde. Então seguimos e vi uma placa indicando praia de Tambaba a 15 km, então relaxei, achei que seria sempre em linha reta ou teria uma placa indicativa para manter a direita. Seguimos 2 km e havia um veículo muito lento na minha frente, tracionei e ultrapassei, vi a placa de tambaba udsausdfhsaf, entrei a quase 120 km/h kkkkkkkkkkk, o carro começou a rodar dufadhsfa, mas como já tenho experiência com isso tracionei e recuperei a estabilidade. Meu pai passou reto e já consiguia vê-lo xingando kkkkk. Mas ele até que não ficou muito bravo pois tinha um retorno. Seguimos para a cidade de Conde. As placas acabaram e ia perguntando as pessoas, que me indicavam que a praia de Tambaba era sempre em frente, e fui indo. Parecia interminável, não sei lhes precisar se era a ansiedade para chegar ou se era longe mesmo. A rodovia é boa, porém muito estreita e sem acostamento, cheia de curvas, o que faz com que as ultrapassagens sejam praticamente inviáveis. Quando chegamos encontrei na minha memória o exato lugar que eu vira em dezenas de fotos, muito lindo, vocês vão ver. Achei mais prudente deixar o carro estacionado ali e descer a pé. Minha decisão ficou melhor quando li na placa a cobrança de uma taxa de 3 reais por carro, e como eu já sou meio pão duro, hehehe, e ainda estou guardando dinheiro para a parte internacional da viagem fico mais “murrinha” ainda. Fomos descendo e vimos cerca de trinta carros, ai sim pudemos perceber o quão cheia e turística é a praia de Tambaba. Muitas famílias visitam a praia, a maioria passa o dia, alguns são mais estilo farofeiros, levando mesas, cadeiras, comida e bebida de casa, já outras se esbaldam nos caros pratos de dois restaurantes (trapiches) que ficam na parte que ainda se pode entrar com roupas. Nestes restaurantes tudo funciona em duas línguas, desde os atendentes quanto os cardápios. Tudo tem um ar europeu, pronto para receber o turismo, achei interessante e agradável. A maré estava baixa então pudemos observar as maravilhosas falésias paraibanas. A paisagem é impressionante, vou postar algumas fotos, o ar realmente é místico, mesmo que o naturismo não tenha uma ligação direta com o misticismo, mas foi a sensação que tive e agradei. Todos ficaram impressionados com a beleza da praia, como todos já sabem homens não entram desacompanhados na praia e nenhuma das meninas se ofereceram para entrar. Resolvemos ir embora, pois o destino final era João Pessoa, e ainda faltava alguns quilômetros. Quando já estávamos na estrada as meninas começaram a falar que não entraram porque ninguém convidou, então ficou aquela situação de que se alguém entrasse todos entrariam. Fica a dica, a Praia de Tambaba na Paraíba é Imperdível, mesmo que vocês não queiram tirar as vestimentas há uma área aberta à todos. Para chegar de Tambaba à João Pessoa não há necessidade de voltar até a BR 101, basta pegar uma rodovia estadual, que se estende pela costa, linda por sinal, entre mangues, coqueiros e as praias. Eu gostaria de ter parado em cada uma das praias, mas meu pai é bastante inquieto e queria chegar logo em João Pessoa, ele é do tipo de pessoa que marca um objetivo e se não completá-lo no tempo esperado se desespera. Assim seguimos para a capital. Ao Chegar tive uma impressão bastante agradável sobre a cidade. Ao contrário de Recife o trânsito é organizado e bem sinalizado, as rodovias mais movimentadas são distribuídas em mãos únicas paralelas, diminuindo a probabilidade de possíveis congestionamentos. Os sentidos das vias são sempre bem sinalizados, com semáforos com temporizadores e várias faixas de pedestres. Os motoristas são bem educados e a cidade é extremamente verde. Quando chegamos em uma cidade litorânea padrão, em tese, a vegetação se resume em coqueiros, lá são diversos tipos de árvores, não só nas ruas, como há pequenos parques com uma vegetação bastante convidativa, se não me engano resquícios da Mata Atlântica o clima aparenta ser mais agradável que o de Recife. Não bastasse o verde, o ar da cidade também aparenta ser mais puro e mais agradável. A primeira praia que fomos foi a do centro da cidade, a praia de ..... Uma praia bastante limpa, mas com bastante alga em alguns pontos. Ambientalistas discutem a anos essa questão, alguns dizem que não é maléfica a retirada delas das areias, outros já defendem que elas não devem ser tocadas pois retornam ao mar de acordo com as marés. Os preços são praticamente os mesmos das praias que tenho visitado, nada extremamente barato ou acima do preço normal de comercialização. Como já havia comentado o preço base é o da cerveja, que nesta praia varia de 3 a 3,50, o preço mediano. Quando o estômago foi dando sinais de vida procurei um restaurante no Gps, pois eu estava traumatizado com frutos do mar hehee, e minha irmã não come peixe. Achei uma churrascaria a beira mar, mas meu pai não queria churrasco, queria comer buchada de bode, hehehhe, minha bisavó fazia uma ótima, mas faleceu, acho que bateu saudades nele. Fomos andando pela cidade para procurar. Minha avó me disse que o mercado era bastante interessante então coloquei no gps mercado municipal e saímos lá, novamente um mercado diverso do que estávamos esperando então achamos um restaurante, não me lembro bem o nome mas era próximo a Universidade Federal. É estilo bar, situado bem no meio de um entroncamento. Lá o almoço custava 6 reais para se comer à vontade e o cardápio era tão variado que mal sabíamos por onde começar. Coloquei esse arroz parborizado, que não sou um grande fã, uma feijoada de feijão preto (muito bom), salada, vinagrete e um cupim assado no carvão que estava maravilhoso. Foi uma das minhas melhores refeições no nordeste, por um preço justo. Lá eles não especificavam direito o que estava incluso nos 6 reais, minha irmã amargou a falta de informação quando chegou no churrasqueiro e ele ofereceu lingüiça, ela aceitou, ofereceu frango ela aceitou, quando chegou o cupim que ela tanto gosta o churrasqueiro disse que eram apenas dois pedaços de carne kkkkkkk, eu deveria ter tirado foto do rosto dela, foi hilário, coitada, ela ficou com vergonha de mandar tirar um pedacinho mixuruca de frango e colocar o rechonchudo pedaço de cupim de bola hehehe. Minha tia tinha um namorado virtual em Natal, e ela foi para Recife já com planos de viajar a Natal para conhecê-lo, e como eu tinha planos de visitar Natal fazíamos piadinhas com minha avó, que iríamos a natal com o Stilo que eu estava dirigindo, minha tia até completou o tanque de álcool. Quando terminamos o almoço fomos conhecer outras praias, como a Praia do Sol, linda, a Ponta Seixas, que é o Local mais Oriental da América do Sul, e vejam só, vou cruzar o Continente, literalmente, sentido Leste-Oeste, no mesmo mês. Dentre outros locais interessantes. Então as coisas começaram a ficar sérias e minha mãe começou a convencer meu pai de chegar até Natal. Não me lembro ao certo a quilometragem, mas imagino que fosse algo em torno de 230 km, porém na congestionada BR 101 Norte, uma das mais movimentadas do Brasil, como eu me Formei em piloto profissional nela, quando ultrapassei 16 carros de uma só vez me animei em demasia. Meu pai concordou e seguimos para natal, tudo neste dia, imaginem o quanto foi cansativo e gratificante fazer todo esse percurso, conhecer todas essas praias e se divertir a valer, assim foi feito. Saímos de João Pessoa já tarde, em torno de 3 horas da tarde. Depois de um transito tão intenso como possam imaginar, ainda no feriadão de ano novo, todos os nordestinos rodando e os caminhoneiros que nunca param. Chegamos em Natal já à noite, minha tia marcou de encontrar com seu pretendente na praça cívica, mas como nunca havia ido em Natal as coordenadas estavam complicadas de serem interpretadas, pedi que ele me desse o nome da rua. O GPS acertou, porém fui parar a quase 5 km do ponto em que ele estava. Como quem tem boca vai a Roma, perguntei a alguns nativos que me explicaram como chegar corretamente e assim foi feito, particularidades à parte vamos as considerações iniciais em Natal. Os comentários sobre Natal era de que se tratava de uma cidade pequena, mas não foi o que eu encontrei. Uma cidade de médio porte, extremamente preparada para o turismo, com 80% dos Hotéis lotados ainda pelo Reveillon, com preços turísticos e qualidade internacional. O trânsito não é tão organizado como o de João Pessoa porém muito mais organizado que Recife. Porém exprimo meu protesto, nunca vi tantos radares por metro quadrado como em Natal. Incrível, meu Gps me deixava louco, um radar a cada esquina, na avenida beira mar dá a impressão de ter um radar a cada 30 segundos de carro em movimento. O casal tendo se encontrado demos um tempo para que se acostumassem um ao outro e fomos comprar itens de higiene pessoal no supermercado Nordestão, pois havíamos viajado para voltar no mesmo dia e estávamos a quase 350 km de nossa residência temporária. Ninguém tinha roupas, mas como eu, como bom mochileiro, nunca ando sem minha mochila, que está sempre equipada com uma muda de roupas limpas, um bom livro e comida desidratada. O pupilo de minha tia nos levou a 3 hotéis e 2 pensões. Na primeira pensão tive a impressão de que determinadas pessoas não sabem negociar ou trabalhar com turistas, havia 2 quartos vagos, fiz uma determinada proposta, 10 reais a menos que os 180 reais exigidos pela funcionária da pensão. Mas se tratava de um lugar tão sujo e tão fedorento que nem tenho condições de lembrar o nome, só me lembro que fica próximo as lojas americanas. Em um dos quartos tinha um cheiro de mofo terrível, o qual quando entrei não consegui permanecer e já saí espirrando, resultado de minha asma, rinite e sinusite. Resolvemos procurar outro local. No seguinte já fomos recepcionados por um Não há Vagas. Seguimos para um hotel sem estrelas, o qual o apartamento triplo custava 95 reais, gostei do preço e fui conversar com o recepcionista que me tratou muito bem e quando pegou a agenda viu que não havia 2 apartamentos triplos. Tristes dispensamos minha tia e seu pupilo e fomos para a praia de Ponta Negra, a qual abriga um dos principais cartões postais de Natal, o Morro do Careca. Além disso já havia pesquisado Hostels lá, como o Lua Cheia, que aparenta-se com um Castelo e o Albergue da Juventude. Ambos estavam cheios. Seguimos, uma praia linda à noite, com uma vida noturna invejável, pena que não ganhe de Goiânia hehehe, mas muito movimentada e bonita. Estacionei o carro em uma praça, em frente a um restaurante tailandês para procurar um hotel ou uma pousada à pé. Então a primeira pousada que passei o dono me chamou, então começamos a conversar. Me mostrou o quarto, com ar condicionado, tv a cabo e café da manhã, então expliquei que éramos 6 pessoas e ele me disse que só havia 1 quarto. Sugeri que colocasse 2 colchões extras e que nos viraríamos. Ele fez tudo por 150, o que dá 25 reais por pessoa. A pousada é ótima e o café da Manhã é Incrível, recomendo a pousada. Fica ao lado do Bar “O Canto”. Nos instalamos, estacionamos os carros dentro da pousada e rodamos a praia inteira procurando onde jantar. Houve divergências e comemos espetinhos, naquele estilo de Seabra, na Bahia, com farofa kkkkkkk, as meninas além dos espetinhos comeram uma pizza em panela de pressão que não me agradou. Quanto aos preços, os espetinhos custavam 2 reais a unidade, a cerveja 3 reais a garrafa e a Pizza 4 reais a unidade, que serviu insatisfatoriamente 2 pessoas kkkkkkkk. Na praia de Ponta Negra há uma pizzaria que esqueci o nome, mas a pizza mais barata é de Mussarela e custa 30 reais sdufasfsaufdsufsha, desculpa, sou pobre kkkkkkkk. Assim encerrei esse dia que foi o mais longo de todos os dias de toda a viagem. Engraçado não é sempre achamos que o dia foi difícil até chegar o outro dia, mas faz parte da vida, que diga-se de passagem é maravilhosa. Editado Março 25, 2010 por Visitante
Membros Murilo Nogueira Postado Março 25, 2010 Autor Membros Postado Março 25, 2010 Opsss... Esqueci de postar as fotos de Gaibu... 03 de janeiro. Eu ainda dando burradas com o horário local acordei 40 minutos antes do café da manhã, que é servido ás 6:30 então chamei minha irmã para fazermos uma caminhada pela praia e ela topou. Fomos à pé até perto do morro do careca, então achamos que o café já estaria sendo servido e retornamos. Quando chegamos encontramos aquela mesa linda, variando de cereais matinais, de milho ou de chocolate até bolos doces e tortas de presunto com mussarela, estilo pizza, mas preparados com uma deliciosa massa de pão. Havia preparados com massa folhada, aparentando-se com Croassaints. Comemos bastante, depois fomos chamar o restante dos familiares, eles comeram e entregamos ás chaves do quarto. Fomos curtir uma praia. Quando chegamos na praia ainda estava uma bagunça, barraqueiros correndo para montas cadeiras e guarda-sóis. Sentamos em uma barraca a quase meio quilômetro do Morro do Careca, mas fui com meu pai até a ponta, literalmente a ponta negra, que é chamada assim por sua vegetação escura. A praia é ótima para a prática do Surf, e como gosto muito aluguei uma prancha de bodyboard por 4 reais a hora, utilizei meia hora e depois de muitos caldos utilizei a outra meia hora. Me diverti muito, pois foi a primeira praia com ondas que encontrei desde minha chegada nesta viagem ao nordeste. Aprendi a surfar na praia de Ilha Comprida em São Paulo, e desde então fiquei apaixonado, um Perfeito Surfista do Cerrado. Pagamos apenas o que consumimos, sem cobrarem as cadeiras ou algo do tipo, a água de coco e mineral custavam 2 reais, normal para a região. Como havíamos acabado de tomar o café da manhã não consumimos nada, a não ser comprar castanhas de caju de um vendedor ambulante que vendeu dois pacotes por 5 reais. Nisto minha tia disse que viria até a praia e não apareceu. Marcamos então de nos encontrar na Praça Cívica novamente. Quando nos encontramos achei que ela fosse ficar em Natal, mas não foi o que aconteceu. Ela deixou seu pupilo e quis voltar conosco. Mas eu queria fazer um passeio de bugue , que foi oferecido por centenas de bugueiros, por valores que variam de 160 a 200 reais por bugue, cada um pode transportar até 4 pessoas (excluindo o motorista do bugue). Seguimos então para a praia de Jenipabu, a qual se instalava o parque das dunas, o qual se faz esse tão famoso passeio de Natal. Um cara nos ofereceu por 160 reais, mas teríamos que pagar a entrada no parque, de 5 reais por pessoa, topamos e o passeio ficou por 45 reais por pessoa. Pedimos com muita emoção, mas não foi exatamente o que eu estava esperando. Claro que é bem emocionante, mas esperava manobras radicais dignas de rally Paris-Dacar. É legalzinho, mas acho que sou um motorista mais radical que os das dunas. A entrada em Tambaba a 120 por hora foi mais emocionante kkkkkkk. Mesmo eu tendo esperado mais do que foi oferecido ainda recomendo o passeio a todos que visitem Natal. A praia de Jenipabu se encontra a aproximadamente 30 km da Praça Cívica e não é uma praia das mais lindas do Brasil, sua principal característica é o passeio de Bugue pelas dunas. Recomendado. Quando chegamos no final da trilha somos levado ao passeio de Ski-bunda, aquele velho que era realizado na praia de ponta negra, no Morro do Careca, porém a descida custa 5 reais, tanto de Ski Bunda quanto de Sand-board. Um valor absurdo para uma descida tão sem graça. A descida é muito pouco íngrime, não valep 5 reais. Tentei negociar, ofereci 3 descidas por 10 reais, mas o cara prefere ficar sem ganhar nada do que fazer 3 descidas por 10. é lamentável, mas um dia eles aprendem. Quando voltamos do passeio meu pai estava sedento para ir embora, e bastante nervoso, então nem tentei convencê-lo do contrário. Fui na frente para achar um restaurante e passamos em um Shopping que não me lembro o nome, mas me lembro que é colado ao Carrefour. Quando chegamos na praça de alimentação comemos no restaurante Panela Sertaneja, gente foi a Melhor Comida que comi em toda a Viagem. O Arroz era branco, de verdade, nada de parborizado, havia um purê de batata incrível e uma picanha divina. Tinha até arroz carioquinha hehehe. O preço do quilo era salgado, 25 reais o quilo, mas valeu a pena. Assim seguimos viagem sem ao menos termos feito o quilo hehehe. Porém quando chegamos na região metropolitana de Recife, em Igarassu e Abreu e Lima um Congestionamento que nunca havia visto na vida. Acho que havia mais de 50 km de congestionamento. Só me lembro que fiquei quase 1 hora para percorrer 6 km, o qual era a entrada da Cidade de Paulista, onde é nosso sobrado alugado. Quando chegamos foi uma sensação incrível, nunca havíamos vivido uma experiência tão intensa em tão pouco tempo, com tantas aventuras e imprevistos, tantas belezas e adrenalina na veia. Foi adorável e quero repetir por muitas vezes na minha vida. Mas quem disse que na parte internacional não vai ser assim, tudo vai ser muito mais imprevisível e excitante. Fomos dormir. Dias 04 e 05 de Janeiro Eu estava tão exausto que resolvi retirar 2 dias para descansar de tudo, os dias de surf e as peripécias radicais nos mares de natal deixaram meu corpo esgotado, mas minha mente em êxtase. Nesses dois dias acordava relativamente tarde, ás 9:30 da manhã, que era a hora em que o sol se tornava insuportavelmente quente, mesmo com o ar condicionado ligado. Durante o dia me divertia lendo livros, jogando algo no notebook e bebendo hehe, que era a melhor parte. Deixávamos sempre uma caixinha de cerveja no congelador, para emergências hehehe, que praticamente acontecia em dois momentos no dia, no almoço e no jantar. Nesses dois dias não almocei no primeiro dia, fiz um tira gosto com Castanhas de Caju e queijos, que caiu maravilhosamente bem com uma cervejinha bem gelada. Graças a Deus meu estômago não me preocupou mais, porém sempre que iniciava uma pequeno desconforto já tomava meus comprimidos de omeprazol. Dia 06 de Janeiro Resolvemos ir para Porto de Galinhas, todas as outras vezes íamos mais de três vezes, mas dessa vez só iríamos uma vez, infelizmente. Desta vez a chuva nos atacaria ferozmente rrsrs. O GPS foi nos orientando até um desvio de terra, que gerou discórdia. Como havia vários carros seguindo por esta estrada resolvemos seguí-la. Chegamos bem, desde logo eu já comuniquei que gostaria de ficar na parte da praia na entrada, onde há ondas e é apropriada para o surf. Tanto é que nesta área é vedada para o banho, como medida de segurança para os banhistas e comodidade para os surfistas. Como de costume resolveram me contrariar e ficaram na parte extrema, a aproximadamente 1,5 km da área de surf. Peguei 10 reais e fui para a outra banda da praia, mas com um detalhe, pedi para minha irmã passar protetor solar em minhas costas e meu rosto. Ela com má vontade e preguiça passou daquele jeito hehee, resultado, rosto no outro dia era outro, todo descascando. Quando cheguei o cara cobrou 8 reais por uma hora de uma prancha de surf. Paguei meus 10 reais e combinei para ficar 1 hora e meia. No final das contas surfei 3 horas, parando apenas para tomar uma água, que tive que ir lá na barraca buscar. Só nessa brincadeira andei uns 6 km. Me diverti a valer e ainda ganhei umas dicas de surf super legais pois havia muito tempo que não surfava, pois em minha última viagem ao nordeste só fui em praias sem ondas e quando ia em Porto não animava pois ficava longe e estava estudando para montar um esquema de monografia. Final das contas tivemos que pagar um petisco de 30 reais, que não custaria 10 reais em um bar normal. Se não tivéssemos pedido o petisco deveríamos pagar 25 reais pelas cadeiras e guarda sol. Porto é uma exploração sem fiscalização. Meu pai ainda bebeu algumas cervejas, eu não pois não bebo quando dirijo. O resultado do dia foi hiper positivo pois surfei bastante, matando minha vontade e liberando bastante adrenalina. Tomei uns caldos mas faz parte do negócio heheh. Dias 07, 08 e 09 Nesses dias não fiz muitas coisas que valham relatos. Teoricamente repeti programas. Voltei á Ilha de Itamaracá, na coroa do avião e repeti o programa da bebida com petiscos, há, detalhe, sempre ouvindo uns setanejos universitários para lembrar o Estado, quando não havia as músicas que eu queria pegava o violão e cantava. Fui ao cinema assistir LULA, a história é bem bonita mas um pouco sensacionalista e propaganda eleitoral sim, mas deixemos essas observações de lado. Levei um dos carros para a revisão de 15 mil km, pois caso contrário perderia a garantia na volta, comi no shopping e no outro dia fiquei em casa, tomando uma de leve. 10 de Janeiro Nosso destino era a Praia do Francês, em Alagoas, mas antes minha mãe queria conhecer Maragogi. Antes disso me recomendaram conhecer as praias da cidade de São José da Coroa Grande, ainda em Pernambuco. A cidade é aconchegante e as pessoas receptivas, mas não conheci nada que me fizesse passar uma noite por lá, depois de ter conhecido praias tão belas. Como eu já havia conhecido Maragogi já lhes adiantei dos atrativos da cidade. Tecnicamente não há muitos atrativos além do que Porto de Galinhas tem a oferecer, tudo baseado em piscinas naturais. Todos já conheciam as piscinas naturais de porto e resolvemos seguir viagem para Maceió e em seguida para Marechal Deodoro, a Praia do Francês. Chegamos em Maceió e fomos direto na feirinha para comprar algumas lembranças para os familiares e amigos. Havia um transatlântico atracado no porto, extremamente bonito. Seguimos as placas e chegamos na praia do Francês. Chegamos na praia e fomos para a árdua tarefa de procurar pousada. A primeira idéia seria de passarmos 3 dias, tecnicamente saindo dia 12 pela manhã, porém como conheço meus familiares enjoados não ficariam mais de dois dias. Dito e feito. Procuramos vagas nas primeiras pousadas e os valores oscilavam entre 300 e 500 reais a diária. Sugeri que fossemos até a orla e procurei em umas 3 pousadas que não dispunham de vagas. Me mandaram para a Pousada Rua do Sol, o qual nos hospedamos. Conseguimos 2 quartos, um com ar condicionado e banheiro, o outro só com ventilador. O valor ficou em 230 reais, com café da manhã, considerei barato, tratando-se de uma pousada com vista para a praia. Recomendo o local, com pessoas muito bem educadas e graciosas, tudo é muito limpo e bastante aconchegante. Corri para a praia e lá fui surfar, consegui uma prancha de bodyboard por 4 reais a hora. Paguei 1 hora e fiquei quase 2, eles demoram a ir buscar a prancha. Nisso conheci uns espanhóis e vários goianos, local que mais encontrei conterrâneos em toda a viagem. Para jantar andamos pela cidade e encontramos um pequeno bar, com cerveja a 3,5 e os espetinhos a 2 reais, bem tranqüilo e fica na rua paralela a avenida principal. Quando cheguei tomei meu banho na suíte que minha mãe ficou, não fui no coletivo por falta de oportunidade mesmo. Peguei meu notebook e fui acessar a rede wireless disponibilizada pela pousada. Tomei meu banho e voltei ao notebook, onde fiquei até as 2 da manhã conversando com amigos e amigas, fui dormir. 11 de Janeiro No dia seguinte caminhei na praia antes do café da manhã e quando voltei peguei logo a prancha e paguei 10 reais por 2 horas ( lá é 5 reais a hora). Fiquei praticamente 3 horas, mas meu pai foi me chamar pois poderia ficar até mais tempo. Conheci um nativo que se chama Robson, me disse que se perdeu nas drogas e hoje participa de um projeto de recuperação de drogados e que é evangélico praticante. Fiquei muito feliz e conversamos bastante sobre variados assuntos. Ele me emprestou a prancha de surf dele e eu a de Bodyboard, nisso ficamos mais de 1,5 horas. Ele disse que eu survafa bem para um goiano hehehe, e nos despedimos pois ele iria para o projeto que ele faz parte. A Praia do Francês (ALAGOAS), juntamente com a Praia de Ponta Negra (NATAL) são consideradas por mim como as melhores e mais bonitas praias do Nordeste. Meu Pai me Chamou e Fomos direto para Salvador. Como havia pesquisado na internet e conversado com várias pessoas escolhi a linha verde para chegar em Salvador, depois de Estância. Ótima rodovia, muito bem sinalizada e com bom asfalto, desenvolvemos uma velocidade tranqüila e chegamos em Salvador por volta de 7 horas da noite. Como já estava escuro procuramos bastante uma pousada. Uma mulher até nos levou a uma casa que estava alugando mas o cheiro de mofo era tão forte que meus pulmões recusaram de início e comecei a tossir, juntamente com a falta de ar. Voltamos a uma pousada que passamos inicialmente na Praia de Itapuã, praia muito bonita e com bastante movimento, que nem cheguei a usufuir por um bom período, porém andei bastante na areia e no calçadão. Fomos jantar, há um Habib’s nas proximidades e como estávamos cansados tomamos banho e fomos Dormir. A Pousada ficou por 50 reais por pessoa, 350 reais no total. Passamos dois dias em salvador fazendo programinhas típicos de Turistas... Ainda vou voltar à Salvador para fazer programas de mochieliros mesmo... A parte internacional do Relato vou postar na Série América do Sul, por questões de Organização, mas já vou deixar algumas fotos para vocês se animarem a ler... Gente Grande Abraço e obrigado ao Mochileiros.com Abraço... Semana Santa - Chapada dos Veadeiros...
Membros Brunna gyn Postado Março 25, 2010 Membros Postado Março 25, 2010 Uauuuuuuuuuuuuuuu... Que Relato Incrível, parabéns pelos detalhes, preços e a comicidade... Ficamos aguardando o Relato Internacional...
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