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Cachoeiras: Cascatinha e Paiol em Águas da Prata - SP


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Segue um breve relato da viagem que fiz pra Águas de Prata. Fiquei basicamente no Camping do Paiol e redondezas. (Jan 2017)

Nesta viagem eu fui com duas companheiras mais que ilustres e maravilhosas, a Aline e a Zahira Dandara de apenas 3 anos. A ideia inicial era de ir pra acampar, mas como estava faltando muitos itens decidimos ir pro chalé. E com certeza foi a melhor escolha, pois choveu todos os dias. No primeiro dia só chuva. No segundo dia: choveu mais pro fim da tarde. E no terceiro dia fomos embora sob chuva também.

Nosso planejamento não era nada perrengoso. Era basicamente ir pras cachoeiras que ficam perto do camping, conhecer a cidade e algumas fontes de água natural, descansar e curtir o lugar. Concluímos em partes...

Dia 1

Ao desembarcar do ônibus no Km 240 da rodovia Adhemar de Barros (SP-342), fomos direto pro camping após ter enfrentado uma viagem de 4 horas. Víamos no caminho o tempo oscilar, as vezes sol (bem tímido) e as vezes chuva ou garoa, mas sempre torcendo pra que se estabilizasse sem chuvas pelo menos durante o dia. O preço da passagem foi de R$ 67,50 a ida por pessoa (jan2017).

Nesse momento o tempo estava nublado e foi tranquilo. Fizemos o preenchimento da ficha no camping e já fomos conhecer nossa estadia. Eu já muito pilhado queria ir pra cachoeira, mas antes tínhamos que ir atrás da alimentação. Afinal, uma criança de 3 anos não pode esperar muito e nem ter sua alimentação desregulada. Já que no local não serve refeições durante a semana, decidimos ir até o centro da cidade.

Começamos a caminhar sentido centro, mas bastou 10 minutos para que o dilúvio caísse. Tá aí o primeiro desafio ou a primeira grande decisão: prosseguir ou voltar?

O centro fica a 3km do camping, mas mesmo assim prosseguimos na esperança de encontrar um lugar pra se alojar um tempo ou que alguém desse uma carona. Após mais 10 minutos de caminhada conseguimos uma carona que nos deixou numa praça com um centro comercial. A nossa ideia era ir a um mercado, porém com aquela chuva preferimos fazer uma lanche ali mesmo. Enquanto lanchávamos em um dos trailers um macaquinho fazia suas graças de forma bem mágica, e com certeza atraia a atenção das pessoas que ali passavam.

Dali fomos pra um coreto que tem uma fonte no meio e permanecemos por mais algum tempo esperando que a chuva parasse, mas nada. Foi aí que chamamos um táxi pra nos levar de volta ao camping, pagamos R$15,00. Então pra quem estiver a pé é uma boa opção.

A chuva continuou o dia todo e foi aí que demos valor ao chalé, pois pudemos ficar numa boa e pro jantar pedimos uma pizza. O próprio camping indica a pizzaria e eles estregam la no chalé mesmo.

Dia 2

Acordamos entre 08h30 e 09h00, nos arrumamos e fomos tomar o café da manhã. O pacote do chalé inclui o café e é muito bom, bem servido. A diária que pagamos foi de R$ 130,00 pra duas pessoas, e vale a pena pela localização e pela estrutura do camping.

Esse foi o dia de aproveitar as trilhas, rios e cachoeiras, já que a chuva tinha dado um tempo. Primeiro fizemos uma trilha dentro do camping e chegamos num rio. Estava bastante escorregadio e o rio estava mais forte, então tivemos que ir com cuidado, que mesmo assim não nos privou de alguns escorregões. Em seguida, fomos pra cachoeira que fica do lado do camping, fizemos uma trilhinha pelo lado de fora do camping e bem rápido estávamos curtindo a cachoeira. Infelizmente, encontramos alguns lixos jogados na trilha e nas beiradas do rio, mas que não afetou em nada a beleza do lugar, e vale sim o lembrete de retornar com nosso lixo quando vamos trilhar. Devido a chuva a água estava amarronzada e uma correnteza bem forte, não arriscamos entrar pra nadar, só nos molhamos bem pouco. Os pássaros cantavam, as borboletas voavam, enquanto as arvores, as flores e as folhas esbanjavam harmonia, mostraram a nós a beleza e o aconchego pra nossas mentes. Só de respirar aquele ar, mesmo que em poucos dias, já revigora o corpo e a alma.

Ao voltar dessa queda, fomos pro camping. O sol começou a aparecer de forma tímida e já foi motivo pra se aproveitar a piscina até a hora de almoçar! Após o almoço fomos pra Cachoeira Cascatinha. Essa cachoeira tem uma queda bem alta e fica a mais ou menos 1km do camping, pela mesma estrada que vai pro centro. Começamos nossa caminhada ainda com um pouco de receio da chuva aparecer, durante uma parte do trajeto um pingos vieram, mas nada demais e seguimos. Depois de uns vinte minutos eis que chegamos na queda. Muito bela, praticamente não tem trilha, o caminho é asfaltado e tem uma placa que indica "cascatinha" bem na rodovia, então é de fácil acesso. Como estávamos numa quinta-feira curtimos o lugar só entre nós, pra nossa alegria e momento de oração e reflexão. Foi show!!!

De volta ao camping, foi papo de relaxar e já ver os tramites da janta. Na verdade foi lanche que pedidos no mesmo local da pizza, tava mto bom.

Dia 3

Acordamos mais cedo pra ajeitar as coisas, a chuva estava a mil, ainda bem que ficamos com o contato do taxista, pois se fez necessário pra ir até a rodoviária, mas antes tomamos um bom café pra encararmos 4 horas de viagem.

Chegamos na rodoviária mais cedo do que a partida do busão. Era 11h15 e Aline foi ao mercado comprar algumas coisas, nossa partida tava prevista para 12h30. quando ela voltou resolvi ir tirar algumas fotos da antiga estação águas da prata e foi aí que aconteceu algo lamentável, que infelizmente, ainda é corriqueiro com pessoas pretas. Uma abordagem policial (pm). E uma abordagem que se fizermos a leitura foi totalmente desrespeitosa e preconceituosa. Bastou eu sair 5 minutos daquela rodoviária que me tornei suspeito por querer tirar uma foto. Talvez pra aquele fardado eu estava desempenhando um papel social diferente do que ele queria ou do que os olhos dele é acostumado a ver. e olha que eu estava ouvindo um som chamado "pigs",sugestivo, né?... Os caras ainda quiseram creditar essa ação à cidade, disseram que cidade pequena é assim mesmo, quando têm pessoas "estranhas" eles denunciam. Os prestadores serviço de "segurança" quiseram queimar a imagem da cidade, pois naquele intervalo de tempo não daria tempo de denúncia alguma e ainda mais pra abordar daquela maneira, mas enfim, também não duvido dessas cidades que tem cristalizada estruturas da escravidão e que o beneficiários são descendentes de donos de fazenda e escravizadores europeus.

Minha mochila vai tá nas costas!! E segue!

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