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Introdução

 

"Rumbo al culo del mundo", não me pergunte como chegamos a este nome...

 

Iniciamos a busca por informação em Janeiro ou Fevereiro de 2016, para a viagem que só ocorreu entre os dias 25/12/2016 a 28/01/2017, então sim, tivemos quase um ano de planejamento e isso foi fundamental para que tudo desse certo.

 

Decidi fazer esse relato para retribuir ao site Mochileiros, pois as discussões daqui foram fundamentais para todos os momentos de nossa trip: planejamento da rota, escolha e compra dos equipamentos, escolha de pontos de interesse, dicas em relação à caminhos, etc. Digo "nossa" porque fomos em 5 amigos de longa data: Eu (Heder), Dani (minha esposa), Fernando, Aline, e Hugo.

 

Aproveitamos o embalo criativo e criamos um blog para contar essa trip e algumas outras que já fizemos, confere lá! O blog se chama O QUINTO DIÁRIO e para conhecê-lo é só clicar aqui.

 

Tentarei fazer um relato que seja bastante detalhado e que privilegie as informações que nós não encontramos na internet.

 

Vou colocar bastante foto aqui, mas se quiser ver mais a gente está colocando aos poucos nos nossos perfis do instagram, entrá lá!

 

@danifranzoia

@instadoheder

 

 

Começo então por dois detalhes importantes que delimitaram o "estilo" da nossa viagem: O perfil do grupo e o orçamento. Eu penso que isso pode ajudar a você que está lendo esse relato no sentido de continuar a ler ou não... ::lol4:: Eu falo isso porque cada pessoa possui um determinado sentido de conforto e abertura à riscos quando vai fazer uma viagem. No nosso caso, fizemos todo o planejamento e execução no sentido de não depender de agencias de turismo, tentar baratear tudo ao máximo e estar abertos à imprevistos. De um lado, cada ponto de parada e cada lugar visitado foi pensado previamente, mas por outro, não fizemos reservas em hotéis e estávamos abertos à possibilidade de dormir na estrada. Nesse ponto, cabe dizer que a nossa "equipe" era formada por 3 geógrafos, 1 bióloga e 1 farmacêutica.

 

Devo dizer, também, que nós fizemos um esforço gigantesco durante todo o ano de 2016 para guardar dinheiro. Foram muitos meses sem jantar fora, comprando equipamentos parcelados em 1.000.000 de vezes, ao invés de comprar aquele sapato bacana ou aquela blusinha linda, comendo simples e evitando gastar mesmo! A gente pensava duas vezes em todos os gastos, por exemplo, QUE VONTADE DE COMER PIZZA = vamos fazer em casa! Os exemplos são muitos e é incrível como se encontra pontos em que é possível economizar, basta um tanto de esforço e disciplina.

 

O relato estará dividido em algumas partes, mas inicialmente vamos para alguns dados estatísticos e de informação:

 

- 5.000 km rodados em um classic em 5 pessoas.

- ~460 litros de bagagem dividido em 5 mochilas cargueiras

- 18 cidades conhecidas e 10 em que dormimos

- 17 dias de camping

- ~280 litros de gasolina

- condições climáticas vividas: neve, granizo, ventos de 70km/h, sol, chuva, muito frio, muito calor

- geografia: andes, deserto patagônico, bosques patagônicos e andinos, canal beagle, estepes, montanhas, falésias, praias, glaciares, lagos de degelo, campos de gelo, vulcões e derrames de lava, dobramentos, vales de erosão glaciar, estreito, ilhas, península, etc.

E o mais impressionante: ~240 km de trilhas feitos na bota, uma boa parte com uma mochila de 18kg nas costas.

 

O relato está organizado em 4 partes:

 

PARTE 1: EL CALAFATE E TORRES DEL PAINE (La O)

PARTE 2: PUERTO NATALES, PUNTA ARENAS E USHUAIA

PARTE 3: P. N. PALI AIKE, P. N. MONTE LEÓN E LOS ANTÍGUOS.

PARTE 4: CAPILLAS DE MARMÓL (MARBLE CAVES), CHILE CHICO E RESERVA LAGO JEINIMENI

PARTE 5: EL CHALTEN (Cerro Torre e Fitz Roy)

 

Sobre a rota

 

A nossa rota foi essa:

 

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Ela está disponível aqui: https://drive.google.com/open?id=1dAAa-3XBMqDDmtnBNla9IOhFgew&usp=sharing

 

A: El Calafate (2 dias)

B: Parque Nacional Torres del Paine (10 dias)

C: Puerto Natales (2 dias)

D: Punta Arenas (2 dias)

E: Ushuaia (4 dias)

F: Parque Nacional Monte León/Cidade Comandante Piedrabuena (2 dias)

G: Los Antíguos (1 dia)

H: Puerto Río Tranquillo (2 dias)

I: Reserva Nacional Lago Jeinemeni (3 dias)

J: El Chaltén (4 dias)

 

Dos equipamentos:

 

Essa foi a quantidade de equipamento, dividido em duas mochilas cargueiras de 80L:

 

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Os equipamentos levados e que considero essencial são os que estão listados abaixo, obviamente que você pode optar por outras marcas, mas se possível leve como mínimo essa listagem:

 

- 1 mochila de 80L Nautika Rush ( dazantiga!! Foi comprada em 2008, quando estava na graduação e fiz questão de fazer essa viagem com ela) e 1 mochila de 75L da Nord (sim aquela da centauro! ::mmm: ). Assim, elas quebraram o galho, mas se você puder investir em uma Deuter, Quechua, Osprey, vale a pena.

 

- 2 isolantes AZTEQ

 

- 1 Aquaflex Curtlo de 3L (tipo camelback)

 

- 2 bastões de trekking (1 quechua simples e 1 argentino)

 

- 1 barraca Quechua QuickHicker T2. (Fantástica!!!! Aguentou firme os ventos patagudos e as chuvas). Nesse equipamento você precisa investir e gastar um tempo aprendendo a montá-la decentemente, vimos muitas barracas simples quebradas por conta do vento e muitas barracas "de marca" quebradas da mesma forma.

 

- NUNCA esqueça das cordas para amarrar a barrada (todas elas).

 

- 2 conjuntos de roupa 3x1 (parte de baixo e de cima) para trekking (Segunda pele, Fleece, Anorak), um da Quechua e outro da Conquista.

 

- 2 calças de trekking da Hard.

 

- 1 bota Finisterre da Vento (que morreu no torres del paine, mas ressuscitei com Silvertape e foi até o fim da trip) ::lol4::

 

- 2 sacos de dormir, um Trilhas e Rumos Inverno (extremo -5) e um Nexxt (extremo -5). Sério, não brinque com isso, você precisa levar um saco de dormir decente para a patagônia, com pelo menos um nível de conforto em 0º e que aguente -5 ou -10.

 

- 12 saquinhos feitos em casa com castanhas e frutos secos. Em trilhas como a do Torres del Paine isso é fundamental!

 

- 14 refeições de comida liofilizada (Usadas no Torres del paine e em El Chalten). Você pode achar bobagem, mas a quantidade de peso que você alivia utilizando esses alimentos é assustadora! Além de ter uma refeição saudável.

 

- Canivete, fogareiro AZTEQ, gorro, lenço para cobrir a boca e queixo, bússola, capa de mochila, lanterna e pilhas, aquecedores de emergência, etc

 

- 1 Nikon D3100 e duas baterias.

 

Do aluguel do carro, documentos, câmbio e dos gastos gerais

 

Alugamos um carro em El calafate pela empresa DUBROVNIK RENT A CAR. Super recomendamos essa empresa, mas El Calafate foi a cidade mais cara de toda a viagem! É possível alugar em outras cidades, por exemplo, Com. Rivadávia, Puerto Natales, Punta Arenas, Río Gallegos, etc. Basta você reprogramar o ponto de início/fim, porque essa rota é circular.

 

Nós negociamos o preço do carro três meses antes da viagem e saiu muuuuito mais barato do que alugar na hora, até porque estávamos em alta temporada. Tivemos que pagar 20% para garantir a reserva, mas atenção, se o valor for negociado em dólares você terá que pagar o restante em dólares quando chegar pra retirar o carro, caso contrário eles te cobram no cambio do dia e você pode sair perdendo grana!

 

Além do valor do carro as empresas costumam cobrar um valor de franquia que fica bloqueado no cartão de crédito, que neste caso foi o do Hugo e o valor foi de ARS 7.000.

 

Com os documentos fique esperto, você precisa conferir se te entregaram junto com o carro os seguintes documentos:

 

- doc. do carro

- seguro do carro

- ficha de controle para aduanas (em cada paso de fronteira você precisa apresentar esse papel para que eles carimbei sua entrada e saída, no caso de Arg e Chi)

- contrato de aluguel

 

A melhor coisa para a Patagônia é você levar dólares ou trocar seus reais em Buenos Aires se tiver a oportunidade. O cambio por lá é terrível para quem vem do Brasil... Pegamos no máximo 4,50 ARS por cada 1 BRL e somente em El Calafate, porque nas outras cidades as casas de cambio não recebem reais e você precisa ficar procurando algum restaurante que aceite a 4/1 ou 3.50/1... é complicado, já te adianto. E no Chile é a mesma coisa, os bancos só trocam dólares por pesos chilenos.

 

No meu caso eu estava mais tranquilo em relação à isso, pois vivo em Buenos Aires com a Dani.

 

Em relação à parte financeira eu vou colocar nesse relato o que Dani e eu gastamos + os gastos divididos por todos. Os valores são aproximados, ok?

 

Total geral por 32 dias: R$ 8.800 (para dois incluindo aéreo desde BsAs até El calafate)

 

Gastos gerais:

- Passagens aéreas de BsAs - El Calafate: +-R$ 2.300,00 (para dois, ida e volta)

- Aluguel do Classic 2016 por 32 dias: 22.000 ARS ou R$ 4.400,00 (dividido em 5)

- A Dani e eu decidimos que tínhamos AR$ 700,00 por dia e para os dois durante toda a viagem, +- R$150,00 para pagar hotel, alimentação, gasolina e passeios - ficamos dentro do orçamento!!!

 

Pode parecer muito o que gastamos, mas essa região do planeta é cara pra caramba e acredite, essa foi uma viagem econômica! Se você pode baratear!? Claro que sim! Você pode pegar caronas, comer macarrão instantâneo direto e mais um monte de coisa...

 

Os valores de hotel, alimentação, passeios e outras coisas, eu vou informando em cada parte, ok!? :D

 

Como trabalhamos com 4 moedas durante a viagem, as siglas serão essas: USD para Dólar, ARs para Pesos Argentinos, R$ para reais e Ch$ para Pesos Chilenos.

 

Para saber +- quanto vale em reais, divida Ar$ por 5, Ch$ por 200 e o USD estava 3,20.

 

PARTE 1 - EL CALAFATE e TORRES DEL PAINE.

 

De 25/12/2016 até 06/01/2017

 

El Calafate

 

Saímos de casa para o Aeroparque as 8 da manhã e chegamos em El Calafate junto com o fim do dia. Cabe dizer que nessa época do ano o sol nasce as 5am e se põe as 11pm na patagônia, então fim do dia é as 10pm. Era dia 25/12/16, natal e passamos um nervoso desgraçado porque cancelaram o nosso voo que estava programado para sair as 10am, ele foi sair as 6pm... Escolhemos esse dia porque era muito mais barato. ::putz::

 

Enfim chegamos em El Calafate e fomos comer uma pizza com o resto do povo que já estava por lá, aliás, eles pegaram uma promoção da Latam, saindo de Crtba, que deu direito de viajar em 1ª classe!!! Coisa que nunca me aconteceu, mas o que me conforta é que eles comeram por mim, disso tenho certeza! ::hahaha::

 

No dia 26/12/16 ( Dia 1 oficial) fomos fazer cambio e buscar o carro na locadora DUBROVNIK SRL. Passamos aquele nervoso de acertar os valores e os documentos, mas depois de uma meia hora saímos com o guerreiro Classic para o hostel.

 

Ficamos hospedados no "Camping & Hostal El Ovejero" em El Calafate, pagamos AR$ 150,00 por pessoa/por dia. Sinceramente, não fique hospedado aqui. O atendimento é horrível, as camas não são confortáveis e eles fazem umas trapaças nos valores do café da manhã, onde você paga por um café completo mas recebe uma xícara de café com uma fatia de bolo seco. A única coisa que prestou nesse lugar foi o banheiro, porque nem a internet funcionava direito... El Calafate tem outras opções, tão econômicas quanto, por exemplo a "Hospedaje Guerrero", onde ficamos na volta e é uma hospedagem familiar muito mais agradável.

 

Continuando... Pegamos o carro, passamos no hostel e fomos para o Parque Nacional de los Glaciares visitar o famoso Glaciar Perito Moreno.

 

Aqui está o link do parque. Atenção porque a tarifa de entrada é paga em pesos argentinos!

 

No parque fizemos várias trilhas e ficamos deslumbrados com o glaciar e tiramos centenas de fotos (mal sabíamos que veríamos muitos glaciares durante a viagem). Mas de fato, o glaciar Perito Moreno tem a frente de degelo mais imponente dos campos de gelo (acessíveis) da patagônia.

 

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A cidade de El Calafate nos surpreendeu em relação ao alto custo de tudo, é muito caro!! ::ahhhh:: Pior é que tínhamos decido comprar o gás para nossos fogareiros nessa cidade, pois no dia 27 iniciaríamos o Torres del Paine. Resultado: pagamos Ar$ 250 por "botella" grande, enquanto no Torres del Paine estava Ar$150. Pagamos cerca de R$ 60,00 em uma pizza grande, com 1 quilmes de litro e 1 refri pequeno... isso era uma promoção e em um lugar econômico.

 

 

Torres del Paine

 

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13h – Saída de El Calafate

22h – Chegada na área de acampar do Hotel Las Torres no Parque Nacional Torres del Paine

 

Informações gerais:

 

Fizemos o Circuito Macizo Paine ou "La O + W" como também é conhecido, se resume em contornar o macizo Torres del Paine em um circuito que contempla +- 130 km de Trekking. Do acampamento Serón até o acampamento Grey é a parte mais selvagem do parque e do Paine Grande até o Hotel Las Torres é a parte mais turística e frequentada.

 

Nós entramos no parque pela Portaria Laguna Amarga.

 

Aqui você pode entrar no site do parque nacional.

 

Os acampamentos são administrados por duas empresas e pelo CONAF.

 

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ATENÇÃO!!! Para os acampamentos administrados pelo CONAF (autoridade ambiental do chile) você precisa agendar os dias e acampamentos em um sistema de reserva no site deles. Vimos inúmeras pessoas sendo barradas nas guaritas de controle porque não tinham reserva! Os acampamentos do CONAF são gratuitos e essa medida existe por conta da gigantesca procura e para a redução de danos ambientais nas trilhas.

 

As duas empresas são:

 

http://www.fantasticosur.com/pt/

 

http://www.verticepatagonia.com/es

 

Entrada no parque cobrada pelo CONAF nas portarías: Ch$ 21.000,00 ou 36 USD

 

27 de Dez – Chegada no Paine, campamento central FANTASTICO SUR

28 de Dez – Camp Central para Serón, FANTÁSTICO SUR

29 de Dez – Serón para Camp Dickson, VERTICE

30 de Dez – Dickson para Camp Los Perros, VERTICE

31 de Dez – Los Perros para Camp Paso, CONAF

1 de Janeiro – Paso para Camp Grey, VERTICE

2 de Janeiro – Grey para Paine Grande VERTICE

3 de Janeiro – paine grande para Camp Italiano, CONAF

4 de Janeiro – Italiano para MIRADOR BRITANICO e depois campamento frances, FANTÁSTICO SUR

5 de Janeiro – frances para camp central, FANTÁSTICO SUR

6 de Janeiro - Ataque para Las Torres – retorno para camp. central e saída.

 

Esse roteiro você pode trabalhar dentro do que acredita que poderá caminhar por dia com uma cargueira de quase 20kg nas costas... ::lol4::

 

O valor das diárias nos acampamentos do paine começa em torno de Ch$9.500,00 os mais baratos, que são da fantástico sur e vão até Ch$12.500,00 os da Vértice. Sim, é caro. Mas você deve considerar que está no meio do nada e ter um banho +- depois de um dia inteiro de trilha é uma benção divina :D !

 

Esse é o circuito que fizemos:

 

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CAMP. CENTRAL - CAMP. SERÓN (28 de Dez)

 

 

A área de acampar Las Torres, ou camp. Central tem uma ótima estrutura e provavelmente os melhores banheiros... É a porta de entrada do parque e muita gente só conhece este acampamento. Nós saímos as 11 am e chegamos perto das 7 pm, ou seja caminhamos +- 6h, sendo que a distancia indicada no mapa impresso que recebemos era de 13km, com um desnível de 300 m e um tempo de +-4h de trilha, mas isso não batia com as placas que encontrávamos pelo caminho. Em quase todos os trechos do Paine nós fizemos um tempo de 30% a 50% maior que o indicado, então fique atento com isso. Foi o primeiro dia de trekking e ficamos destruídos, a sensação era de que não aguentaríamos... mas com o passar dos dias percebemos que foi um dos dias mais fáceis. :D

 

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O trecho inicia com uma subida destruidora e quando você chega na parte mais alta, já percebe a potencia dos ventos patagônicos... A Aline que o diga, quase levantou voo!! :D Logo depois, quando começa a descer os 300m que subiu, o vento é insuportável! Ele te obriga a parar e esperar, várias e várias vezes... É a parte mais alta do trecho e de onde é possível ver o Rio Paine. Logo depois disso o terreno volta a ficar plano e você caminha em meio as margaridas até chegar ao Serón. Nessa parte, a calmaria e as margaridas vão te deixando desesperado, mas calma que logo logo você chega ::otemo::

 

O acampamento Serón tem uma estrutura muito boa, então aproveite. Outra coisa, escolha bem o lugar que vai armar a barraca, se possível, abrigado por alguma coisa (o refúgio Serón, o Banheiro, uma árvore, etc) porque o vento é bem forte. Eles tem uma pequena loja onde é possível comprar alguns alimentos e itens de limpeza pessoal.

 

 

CAMP. SERÓN para CAMP. DICKSON (29 de Dez)

 

 

ATENÇÃO! Se você não tiver reserva daqui em diante é melhor nem se arriscar, lhe digo isso porque o CONAF tem um posto de controle entre esses dois acampamentos e eles irão te barrar.

 

Nós saímos as 9:30 am nesse dia. A previsão era de 18km, em +-6h, com uma elevação de 200m. Só esquecemos de perceber que essa elevação era um morro destruidor e que era preciso subir e descer os 200m em 5km.

 

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A vista é sensacional!

 

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Logo depois da descida passamos no posto de controle Coirón, apresentamos as reservas, assinamos e seguimos para o Dickson. A chegada ao Dickson é uma das paisagens mais bonitas do circuito, porque nela podemos ver ao fundo o Glaciar Dickson, o lago de degelo, o Rio Paine, seu vale e o acampamento.

 

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Esse dia foi tranquilo no fim das contas. O acampamento Dickson tem uma estrutura bacana, a área de acampar é bastante abrigada do vento porque fica bem na beira do lago. Tem uma pequena loja onde você pode comprar chocolates, macarrão, molho de tomate, pasta de dente, etc. Aqui tem um refúgio com uma estrutura muito bacana, onde eles oferecem cama, refeições decentes e talz. Obviamente não ficamos nele... ::lol4::

 

 

CAMP. DICKSON para CAMP. LOS PERROS (30 de Dez)

 

 

Nesse dia a previsão de caminhada era de 5hrs (11km) com um desnível de 400m. A gente caminha seguindo o Rio Los Perros, na maior parte do tempo em uma trilha super tranquila, bem demarcada e em meio à mata. Na verdade aqui já iniciamos a subido para o temido Paso John Gardner, que será no outro dia. Demoramos quase 8h nesse dia e chegamos bem cansados.

 

Nesse dia o psicológico pegou a Dani porque não estava conseguindo fazer um ritmo rápido e também estava muito cansada. Mas, depois de baixar um pouco o ritmo, comer mais vezes durante a trilha, chegamos!! E de fato esse trecho é complicado, porque é só subida. Quase chegando na Laguna Los Perros o Hugo encontrou uma menina que estava voltando porque desistiu de fazer o circuito, o que era estranho porque o acampamento ficava cerca de 1km da laguna e nesse ponto do circuito, a gente já havia caminhado cerca de 1/3 do "O". Mas como eu disse, esse é um trecho bom para afetar o psicológico da gente.

 

Chegamos na laguna e o Fernando com a Aline estavam esperando a gente. Ficamos lá até o Hugo chegar e seguimos para o camp. Em relação ao acampamento, a única coisa boa foi a área de cozinhar, que tem uma baita estrutura, porque o resto (banheiro e área de acampar) é bem precário! Esse foi o primeiro dia que sentimos forte o frio! ::Cold::

 

E olha que o acampamento fica no meio de uma mata. Ah, nesse dia conhecemos uns indianos muito legais! Demos um pouco de farofa para eles experimentarem e eles adoraram! Um pouco antes, em outra mesa, tinham uns americanos e uns lugares vagos na mesa, eu fui buscar água e a dani foi sentar lá para esperar... Aconteceu que os americanos meio que "expulsaram" ela do lugar, porque "eles haviam reservado". Dá pra acreditar? Fizeram isso com uns chilenos e com uns argentinos também... Acabou que quando eu voltei e a dani me contava o que aconteceu, os indianos livraram uma mesa e nos convidaram para chegar junto. Resumo: a maioria dos gringos (homens) europeus e norte americanos que encontramos eram escrotos, arrogantes e com síndrome de superioridade. Dentre esses gringos, encontramos alguns, poucos, que eram suuuper gente boa, principalmente os italianos.

 

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Fomos dormir perto das 9h com o som do gerador de luz, que ficou ligado a noite toda... ::otemo::

 

 

CAMP. LOS PERROS para CAMP. PASO (31 de Dez)

 

 

ATENÇÃO! No acampamento Los Perros existe um horário limite para sair e esse horário é as 8 am.

 

Acordamos cedo, dia 31 de Dezembro, saímos no horário indicado com destino ao temível Paso John Gardner. Nesse dia a previsão de caminhada era de 6hrs (8km), com um desnível onde você sobe 600m e desce 800m, sim assustador e desumano. Para a nossa surpresa (Dani e eu), a subida foi muito tranquila, na verdade um dos trechos mais tranquilos na nossa experiência. Agora, a descida... ::hein: Foi tenso!

 

Antes de se chegar ao topo do Paso nós tivemos o primeiro contato da vida com a neve e obviamente que brincamos como crianças, com direito à bonecos e guerra de neve. Quando se chega ao topo do Paso, é possível ver o gigantesco Glaciar Grey e todo o vale onde ele está entalhado. É uma das coisas mais bonitas que já pude ver na vida.

 

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Em relação ao psicológico do time, durante a descida dos 800m, ficou bem abalado. Isso porque demoramos muito para chegar e como as mochilas estavam ainda muito pesadas, os joelhos ficaram destruídos por conta dos degraus. As placas de sinalização também não ajudavam, porque não batiam em nada com os mapas. Mas depois de 12h, chegamos! Montamos acampamento, jantamos e fizemos até um amigo secreto!

 

No outro dia percebemos que a moral do time estava altíssima e renovada com a conquista do paso, mas só percebemos isso depois. Nesse dia tivemos a visita de um zorro gris (raposa) perto da nossa barraca e a equipe do CONAF fez uma costelada para comemorar o ano novo.

 

Esse acampamento é gratuito e o mais selvagem de todo o parque, o banheiro era "cabuloso", acho que essa palavra resume bem.

 

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Mas enfim, se está em um lugar como o acampamento Paso, o banheiro é o que menos vai te preocupas... Esqueci de mencionar, esse já era o segundo dia sem chuveiro e consequentemente, sem banho... ::xiu::

 

Até aqui nós encontrávamos pouca gente nas trilhas e rolava sempre uma cumplicidade e respeito entre quem se encontrava, cumprimentávamos, perguntávamos se estavam bem e se precisava de algo. O contrário também ocorria. Nós ficamos um pouco preocupados em relação ao que viria pela frente, pois sabíamos que a partir daqui encontraríamos muito mais gente pelas trilhas.

 

 

CAMP. PASO para CAMP GREY (01 de Jan)

 

 

Muita gente não fica no camp. Paso e faz direto o trecho Los Perros - Grey. Isso ocorre porque a estrutura do Paso não é das melhores, por querer fazer o circuito no menor tempo possível, por um montão de coisas. Nós optamos por ficar em todos os acampamentos para que fosse possível descansar e ter tempo para fazer os trechos no nosso ritmo, e essa foi a melhor coisa que fizemos. Nesse dia chegamos no tempo previsto que era de de 5hrs (6km) em uma trilha relativamente plana, que tem umas pontes suspensas iradas.

 

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Nesse dia conhecemos um brasileiro, o Tiagão. Ele era viciado em café, levou alguns kg de café e uma cafeteira italiana! Acabou que ficamos amigos e trocamos altas ideias. O acampamento Grey é um dos melhores acampamentos de todo o Paine, os banheiros são sensacionais, o mercado é grande e a equipe que trabalha lá é show de bola!

 

Esse dia minha bota vento não aguentou e descolou a parte da frente... Tive que pedir emprestado um "silvertape" do pessoal que trabalha no refúgio e dar um jeito nela. Na hora da janta rolou uma confusão feia com o Tiago e duas canadenses. Como chegamos cedo, fomos jantar cedo também, por perto das 18h, as 21h a gente já estava dormindo. Depois que terminamos a janta o Tiago pediu emprestado o fogareiro do Fernando, porque o dele tinha estragado, enquanto isso a gente lavava a louça e esperava ele do lado de fora pra tomar aquele café esperto! Deu um tempo e lá vem o Tiago e sua esposa para devolver o fogareiro e tomar o tão esperado café... Na mesma hora vieram as canadenses atras dele: - Hey, hey, you take my gas!!! The gas is mine!!!! E o Tiago nervoso: - O gás é meu p*##@!! Se não vai levar meu gás!!! E as canadenses insistindo que ele tinha pego o gás delas e nessa o povo juntando em volta, cercando para ver o brasileiro que certamente tentou roubar o gás das pobres canadenses. Elas, por sua vez, continuavam incisivas na acusação. Quando tínhamos praticamente todos os mochileiros em volta, o Tiago - muito paciente - resolve dar o gás pra ela e acabar com a cena, mas na mesma hora uma outra amiga delas surge e lembra que esqueceram o gás na barraca... ::otemo:: Eu nunca vi alguém passar tanta vergonha na vida, a moça recebeu uma vaia monumental!! ::toma::

 

É preciso dizer que depois de uns 15min ela veio pedir desculpas e ofereceu uma barra de Milka para fazer as pazes, foi bonito e todxs aplaudiram a cena. Ficamos relembrando disso por todo o resto do Paine, principalmente porque encontrávamos a guria pela trilha. Ela morria de vergonha todas as vezes que isso acontecia. Penso que o aprendizado dela foi gigantesco com essa situação toda.

 

Em relação ao movimento das trilhas foi impressionante o aumento na quantidade de gente e consequentemente o impacto nas trilhas.

 

 

CAMP. GREY para CAMP. PAINE GRANDE (02 de Jan)

 

 

A previsão de caminhada nesse dia era de 10km e segundo o folheto do CONAF demoraríamos 3,5h... Fizemos em 4,5h, mas ficamos felizes porque chegamos cedo e daria para almoçar decentemente, tomar um banho longo e ficar de boa durante a maior parte do dia!!!

 

O acampamento e refúgio Paine Grande é um resort se comparado com os outros. Muita gente encerra nesse ponto a trilha, pois a partir dali é possível pegar um catamarã até a "Cafetería Pudeto" e voltar de ônibus para a "Portaría Laguna Amarga" e para o "Hotel Las Torres", ou até mesmo ir embora direto pela administração. É só você se localizar no folheto do conaf que pode ser baixado aqui.

 

Nós tínhamos lido em um tópico do Mochileiros que os ventos castigam as barracas nesse acampamento e tratamos de armar as nossas com todos os cordeletes disponíveis e atrás da caixa d'água - em uma tentativa de se abrigar do vento que deu certo. Não tivemos problemas, mas novamente foi possível ver várias barracas quebrando... ::putz::

 

A trilha desse trecho é relativamente plana - sobe 200m e desce 200m - e não apresenta muita dificuldade, vamos acompanhando o Lago Grey de um lado e o Cerro Paine Grande (3050m), na altura da Laguna de los Patos o vento é fortíssimo! Pegamos chuva nesse dia também!

 

O mercado, o terreno para camping e o refeitório do Paine Grande são excelentes! Acabamos fazendo duas refeições nesse dia, a nossa liofilizada (lentilha, arroz e batatinha) e um macarrão ao sugo que compramos no mercado (macarrão, molho de tomate e queijo ralado). Para beber, acho que esqueci de falar, levamos sucos Tang para todos os dias e consideramos que foi um grande repositor isotônico! (Os médicos do fórum que me corrijam se estiver errado... haha) Enquanto comíamos eu aproveitei e carreguei as baterias da nikon.

 

O acampamento Paine Grande fica ao lado do Lago Pehoé e de onde armamos a barraca tínhamos essa vista do "Cuernos del Paine" e de um pedaço do Cerro Paine Grande:

 

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CAMP. PAINE GRANDE para CAMP. ITALIANO (03 de Jan)

 

 

O acampamento Italiano é do CONAF e quando saímos do Paine Grande já demos de cara com o posto de controle do CONAF, onde é preciso apresentar as reservas do acampamento Italiano (no celular ou em papel).

 

Tínhamos para esse dia 7,5km que pelo mapa seria feito em 2,5h, com uma subida leve de 200m. Acabou que fizemos um ótimo ritmo nesse dia e chegamos no acampamento Italiano em um tempo de trilha bom, armamos as barracas e quando deitamos para descansar um pouco: uma tempestade de granizo! ::sos:: Sim, primeira vez que pego granizo com a barraca, mas por sorte, o acampamento fica em uma área abrigada por mata...

 

A barracas aguentaram bem e dormimos umas 2 ou 3 horas. Lá pelas 20h fomos jantar no refúgio (precário, mas reconfortante) que estava cheio de gente e disputadíssimo. Os banheiros desse acampamento são muito bons, mas não tem chuveiro disponível, ou seja, mais um dia sem banho. Ah, a Dani teve infecção urinária nesse dia... Quando estávamos voltando pra barraca começou a chuva que se estendeu por toda a noite.

 

Depois que saímos para jantar sentimos um ar muito frio!!! ::Cold:: Gelou pra caramba e do nada! Ou melhor, depois do granizo.

 

Essa, definitivamente, foi a noite mais fria de todo o nosso circuito! Chegamos à conclusão de que facilmente a temperatura chegou a graus negativos durante a noite.

 

O acampamento fica ao lado de um rio que está encravado no Vale do Francés e é possível visualizar o Cerro Paine Grande logo na chegada ao acampamento, imponente! E depois da tempestade do dia anterior ele ficou coberto de neve, mais impressionante ainda.

 

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No outro dia, depois da noite congelante, nós acordamos com tudo molhado e tivemos que esperar as barracas secarem... A ideia nesse dia era fazer o Mirador Francés e quem sabe o Mirador Británico, voltar e seguir para o Acampamento Francés. Então, desarmamos tudo e montamos as mochilas que ficaram junto ao posto do CONAF (aqui a maior parte das pessoas que fazem a trilha para o mirador Francés deixam as mochilas largadas no chão mesmo, para não ter que subir com o peso) enquanto a gente subia para o Mirador.

 

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As mochilas ficam na frente dessa casa e os guarda-parques tomam conta delas.

 

A trilha para o Mirador Británico carece de informações, portanto eu deixo aqui o mapa que está no posto do CONAF:

 

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A gente não chegou até o Mirador Británico, fomos somente até o mirador Francés (Mirador Francés e Acampamento Francés são pontos diferentes) e pra gente valeu super a pena! É um trecho de subida forte e nesse momento já estávamos tão cansados que na conta que fizemos não daríamos conta de chegar no Británico. Outra questão é que nesse momento já começávamos a nos irritar com a quantidade de gente nas trilhas, pois essa é uma das "pernas" do circuito W e consequentemente, mais povoado de gente.

 

No Mirador FRANCÉS nevou!!! Foi super legal e a primeira vez que vimos neve em nossas vidas!!! Ficamos um tempo ali, admirando as costas das Torres del Paine, do Cerro Mascara, dos Cuernos del Paine e do Paine Grande. Mas a infecção urinária da Dani pegou forte e descemos correndo todo o trecho!! Foi divertido fazer esse downhill a pé! Chegamos no Italiano e seguimos para o Acampamento Francés em um trecho que demorou cerca de 2h +-, com uma trilha bem agradável. A Aline sentiu as costas nesse dia e teve de descer bem tranquila a trilha. Ainda bem que não seguimos para o Británico! ::cool:::'>

 

 

CAMP. ITALIANO para CAMP. FRANCÉS (04 de Jan)

 

 

Muita gente vai direto do Italiano para o Acampamento Chileno, na outra perna do W ou mesmo para o Acampamento do Hotel Las Torres. Entre eles ainda existe o Refúgio Los Cuernos, mas nele você precisa comprar todo o serviço de refeição para poder acampar... Nós seguimos para o Francés cuja distância era de 2km realizados em 30min conforme a placa de sinalização no Italiano. Penso que essa placa estaca coerente, porque chegamos em 40min, armamos a barraca e fomos logo para o banho! Siiiim tem chuveiro e, definitivamente, foi eleito o melhor banho de todo o parque!

 

Nesse acampamento existem plataformas de madeira para se armar as barracas. Foi minha sorte, pois meu isolante havia furado... Jantamos e fomos dormir cedo de volta para repor as energias, porque no outro dia a caminhada seria muuuito longa.

 

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CAMP. FRANCÉS para CAMP. HOTEL LAS TORRES/CENTRAL (05 de Jan)

 

 

Daqui nós tínhamos duas opções: seguir para o Chileno ou para o Central. Optamos pelo segundo para que no outro dia pudéssemos subir leve para o ataque para as Torres del Paine, ou seja, sem as cargueiras que nessa altura do campeonato já era tipo um suplício! Saímos as 8h da manhã para encarar a trilha de 17km, que pelo folheto seria feita em quase 8h. Acho que nós demoramos umas 10h... Mas isso porque quando estávamos na beira do Lago Nordernskjöld decidimos parar um tempo em uma praia fantástica e ficar apreciando a vista do lago.

 

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A Dani e eu chegamos na frente e vimos um casal de gringos chegar, tirar toda a roupa e nadar pelados no lago! ::essa:: A água estava trincando de gelada!! Mas tem louco pra tudo nesse mundo! Bom, ficamos quase 2h ali e fizemos um campeonato de arremesso de pedras, de quicadas de pedras na água, de acertar pedras no ar, etc.

 

Depois percebemos que essa não foi uma boa estratégia, acabamos perdendo muito tempo no lago e no fim, o Hotel Las Torres e a área de acampar não chegavam nunca. Esse trecho da trilha é um sobe e desce desesperador, o desnível máximo é de 200m, mas o que mata é a extensão da trilha... Essa foto da Dani traduz bem o que sentimos esse dia:

 

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Chegamos no acampamento central depois do Fernando e da Aline, que já estavam se preparando para ir pro banho. Procuramos um lugar abrigado e erguemos as barracas, logo depois chegou o Hugo e junto com ele uma chuva com muuuuito vento. Deu uma trégua na chuva e decidimos sair para tomar banho e jantar, mas isso já era perto das 21h e o que vimos de barracas (MSR, NatureHike, Hannah, Doite) quebradas no caminho foi de assustar, mas novamente, as nossas (e as The North Face) estavam intactas.

 

Nessa noite o Fernando começou a passar mal e teve desidratação.

 

 

CAMP. HOTEL LAS TORRES para TORRES DEL PAINE (06 de Jan)

 

 

Pelo mapa esse trecho teria 18km, sendo 9 de ida e 9 de volta, que seriam realizados em 4,5h cada trecho. Como estávamos leves pensamos que era possível encarar o trecho e o desnível de quase 800m para subir e depois para descer!!!

 

Decidimos sair mais tarde nesse dia, as 10h da manhã. Acabou que o Fernando e a Aline decidiram não ir por conta da desidratação do dia anterior e o Hugo também não foi por conta do seu joelho, que estava pegando. Bom, deixamos as coisas no carro que já estava ali no acampamento e subimos - já era quase meio dia!

 

Chegamos exatamente no tempo indicado no folheto: 4,5h. São duas partes complicadas nesse trecho, a primeira subida, logo de cara e no fim, a subida fortíssima que dá acesso as Torres, depois do acampamento Torres do CONAF de +- 1Km. Mas quando chegamos nas torres podemos contemplar isso:

 

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A volta nós fizemos em 3,5h, mas porque decidimos descer correndo - onde considerávamos que fosse seguro. Esse dia estava muito quente e um sol lindo, eu suei feito um cavalo!! Tomamos os 3l do Aquaflex por duas vezes! É possível abastecer a água no Refúgio Chileno, como também almoçar, ir no banheiro, etc. É um refúgio muito bonito e com uma estrutura super! Dali é possível contratar cavalgadas, guias, alugar equipamentos, outros passeios, etc.

 

Como nós vinhamos do circuito "O" achamos um pouco esquisita a quantidade de gente nesse setor do parque. Essa perna do "W" é a mais acessível, então, muita gente vai para o Paine apenas para fazer essa parte da trilha e realizar o registro fotográfico com as Torres. Mas para nós que já tínhamos caminhado mais de 100km, passado vários dias sem banho, vários dias andando em trilhas sem encontrar ninguém, vivenciando a fauna local, os elementos rochosos, com as marcas da cargueira nos ombros, processando o frio que passamos ainda, enfim, aquela paisagem toda, entrar em contato com aquele "turismo consumidor" foi uma experiência diferente.

 

Retornamos e os meninos já estavam esperando a gente perto do Hotel com o nosso Corsinha guerreiro. É isso aí! Completamos o Torres del Paine!!! No fim, todos fomos vencedores e cada um teve a sua conquista própria! A Aline, com seus problemas na coluna, o Hugo e eu com os quilinhos a mais, o Fernando com a asma e a Dani com o sedentarismo! Fizemos mais de 100km de trekking em 10 dias!

 

Logo depois seguimos para Puerto Natales, mas essa será a segunda parte do relato.

Editado por Visitante
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Sensacional! Mal espero pelas outras partes!

 

E se por acaso algum de vocês passar pela região de Jundiai/Campinas/São Paulo avisem, para tomarmos um café/cerveja e falarmos da viagem! Quero muito fazer em Janeiro de 2018!

 

Abraço,

 

Caio

  • Membros
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Olá Caio!

 

Fico feliz que tenha gostado do relato, em breve liberamos as outras partes.

 

Que beleza! Já avisei o pessoal, não costumam negar cerveja! haha Eu moro na Argentina, então quando estiver por aqui avisa.

 

Faça mesmo, a patagônia é uma loucura. Se precisar de mais detalhes para o seu planejamento avisa aí!

É como eu disse no relato, se não fosse o Mochileiros.com nós teríamos tido bastante dificuldade na viagem.

 

Abraço

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Belo relato Heder!

 

Esses lugares que possuímos por aqui são de uma beleza incontestável. Sempre quis conhecer a Patagônia em si, e principalmente Ushuaia. Lendo esse relato vai ser um dos perrengues a qual vou procurar hehe ::otemo:: .

 

A pergunta que te faço é, a comunicação nesses lugares fica difícil se não falar muito bem espanhol? Quem sabe um dia não nos encontramos nessas indiadas!

 

Abraços!

 

Maykon Turatti

  • Membros
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Adorei o relato e os detalhes!! Piro muuuito em roteiros detalhados!! rss

Sou louca para conhecer essa região, mas nunca tinha considerado dessa forma.

Seu post me deu uma perspectiva beem diferente!! Obrigada! :)

Estou ansiosa pela continuação...

  • Membros
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Belo relato Heder!

 

Esses lugares que possuímos por aqui são de uma beleza incontestável. Sempre quis conhecer a Patagônia em si, e principalmente Ushuaia. Lendo esse relato vai ser um dos perrengues a qual vou procurar hehe ::otemo:: .

 

A pergunta que te faço é, a comunicação nesses lugares fica difícil se não falar muito bem espanhol? Quem sabe um dia não nos encontramos nessas indiadas!

 

Abraços!

 

Maykon Turatti

 

Olá Maykon, tudo bem?

 

Realmente, as paisagens na patagônia e terra do fogo se destacam! São poucos os lugares no mundo onde você está no deserto e ao fundo pode ver os andes todos nevados, por exemplo, ou mesmo, uma cidade como ushuaia.

 

Sobre o idioma você não terá problemas. É claro que dominar o idioma de seu destino vai lhe ajudar em qualquer viagem, mas no caso da patagônia, especificamente nessas cidades mais turísticas, o português não é uma barreira. Até porque o sotaque argentino do sul não é tão carregado como em Buenos Aires e no Chile, me pareceu até mais fácil de entender... Em ushuaia, inclusive, muitos hotéis possuem atendentes que falam português.

 

Agora se você fugir dessas cidades mais turísticas e nunca ter ouvido alguém falar espanhol, vai ficando mais complicado, realmente.

 

Faça seu planejamento com bastante tempo, estude muito a rota que irá fazer e seja feliz! Passar esses perrengues fazem parte de uma experiência única e te fazem crescer um montão!

 

Abração,

 

Heder

  • Membros
Postado
Adorei o relato e os detalhes!! Piro muuuito em roteiros detalhados!! rss

Sou louca para conhecer essa região, mas nunca tinha considerado dessa forma.

Seu post me deu uma perspectiva beem diferente!! Obrigada! :)

Estou ansiosa pela continuação...

 

Olá Lilia, que bom que você gostou!

 

Fico feliz que o relato te ofereceu outras possibilidades na patagônia. Na verdade essa região oferece uma diversidade bem grande em relação à forma que gente escolhe por conhecê-la. Seja no conforto de um hotel 5 estrelas ou em uma barraca sob um céu com bilhões delas! hahaha

 

Abraço!

  • Membros
Postado

Cara, fiquei impressionado com a riqueza de detalhes, seu relato foi inspirador e muito motivante! Quero realizar o mesmo circuito em outubro desse ano (2017). Vamos eu, minha namorada e mais um brother! Aproveitando a oportunidade: o que acha a respeito da data? (outubro-primavera) e como era o condicionamento físico de vcs, estamos um pouco apreensivos... já fizemos alguns trekkings aqui pelo Brasil, mas queríamos ter uma base a respeito disso! Somos bastante ativos mas nunca caminhamos fora do país! Um forte abraço e agradeço muito pelas informações. Avante guerreiros !

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