Membros andre.frota Postado Fevereiro 19, 2017 Membros Postado Fevereiro 19, 2017 Chapada das Mesas – MA [23 a 27 de janeiro de 2017] André e Eveline A ideia de se ter alguns dias de férias e pensar como melhor aproveitá-los se encaixou bem com um destino até então desconhecido: a Chapada das Mesas - MA, local que possui belas paisagens, cachoeiras incríveis, trilhas empolgantes e muitas atrações ainda por se descobrir. Ainda na prévia da viagem, fase da prospecção de planos e realização de pesquisas para otimizar o tempo durante a viagem, muitas vezes foram repetidas as reações dos amigos, ao saber que o destino era o Maranhão: “Ah, os Lençóis maranhenses, né?”... Não, os Lençóis podem ter suas belezas, mas o nosso foco estava longe deles e a reação de surpresa se repetia ao respondermos com algumas descrições das belezas que encontraríamos na Chapada das Mesas. Ainda nas pesquisas prévias, um pouco de dificuldades em encontrar informações precisas sobre os locais. Mas... com o que se tinha disponível, foi traçada a rota e lá fomos nós. Saída de Fortaleza: 22/01, às 5h Parada em Picos-PI – 532 km - pra abastecer, esticar as pernas etc.; Parada em Floriano-PI – 731 km – pra almoçar; Parada em São Raimundo das Mangabeiras - MA – 1.045km – pra abastecer; Entre São Raimundo das Mangabeiras e Balsas ainda pudemos contemplar um por do sol lindo, que a câmera não consegue retratar o que os olhos realmente percebia do encanto das luzes. Parada em Balsas - MA – 1.135km – já no início da noite. Aí já era preciso descansar: jantar, um banho e dormir pra no outro dia seguir viagem. Nesta cidade, é possível encontrar pousadas entre 80 e 150 reais para o casal, todas com aquele combo básico: wifi, café da manhã e banho quente, etc. A curiosidade de Balsas foi provar a pizza de cupuaçu. 23/01 [segunda-feira] Partindo de Balsas, a próxima parada já seria no primeiro ponto do roteiro: o Encanto Azul, localizado na cidade do Riachão. Trajeto tranquilo de cerca de 100km entre Balsas e o Encanto, dos quais apenas o últimos 15km é de uma estrada carroçável, mas plenamente possível fazer num carro de passeio 4x2. Chegada no Poço Azul – Riachão -MA, por volta das 10h. Pra entender melhor, o Poço Azul é um complexo de cachoeiras localizado na cidade do Riachão. Neste complexo é cobrada uma taxa de entrada no valor de 40 reais por pessoa, que dá direito ao acesso para todas as cachoeiras do local, das quais se destacam o Poço Azul e a Cachoeira de Santa Bárbara. Quem tiver interesse de se hospedar no local, que também dispõe de chalés – cerca 195 reais a diária pra casal, fica isento da taxa de acesso ao complexo. Foi nosso caso. Entretanto, um detalhe sórdido: a chuva em muito afeta a beleza das cachoeiras, de maneira que as águas que variam do azul para o cristalino ficam bastante turvas. Em outras palavras, o poço azul não estava azul... Coisas do ecoturismo, variações no tempo afetam diretamente os atrativos. Mesmo não sendo o melhor momento pra visita, demos uma volta pelas cachoeiras e depois almoçamos o peixe mais comum da região: tambaqui. Muito gostoso e bem servido. Os pratos para duas pessoas variam de 70 a 90 reais. Mas... nem tudo estava perdido: a 6km do Poco Azul está o Encanto Azul. Trata-se de outra propriedade, que não dispõe da mesma estrutura do Poço – chalé, restaurante, lanchonete etc. – mas que não sofre as influências das chuvas que por lá caem. Para ir do Poço para o Encanto é possível apenas de veículos 4x4 ou andando. Uma caminhada bem suada, haja vista que a trilha é de areias escaldantes, como a placa informativa adverte. Quem chegar no Encanto sem 4x4 e sem disposição para percorrer esses 6km – importante lembrar que tem mais 6km pra voltar – tem um carro que faz o traslado, com a opção de combinar o horário da volta, com o custo de 20 reais por pessoa. No Encanto Azul, paga-se 20 reais por pessoa para entrar. Lá a estrutura de lanche, refeições etc. é muito limitada, mas... tudo é compensado pela beleza com a qual o visitante se depara ao descer alguns vários degraus da escadaria e vislumbrar o azul da água. Depois de se jogar na água e nadar num poço de água azul, com direito a peixinhos nadando ao seu lado e admirando os espectros de cores que as luz do sol forma ao passar pelas fendas de rochas e chegar à água. Não há adjetivo mais adequando: encantador. Como o Poço Azul estava sem graça por causa da chuva, ficamos até o final do dia pelo Encanto. De volta ao Poço, restou fazer um lanche, tomar banho e ficar papeando por lá mesmo até o horário da janta. Detalhe importante: não há nada por perto do Poço Azul, tipo padaria, mercado ou qualquer estabelecimento comercial, acaba ficando muito restrito as opções para passa a noite por lá. Nesse momento já estávamos convencidos que um dos itens mais úteis e necessários durante a viagem era o repelente. Indispensável mesmo. 24/01 [terça-feira] A esperança de sol no dia seguinte foi frustrada. Muita chuva mesmo. Volume de chuva pra assustar qualquer cearense. Não restou muito que fazer, ficamos por lá até umas 11h e seguimos para o próximo ponto: Cachoeiras do Itapecuru, localizado já na cidade de Carolina, antes de se chegar ao centro da cidade, a 100km do Poço Azul. Pela distância, havia esperança que conseguíssemos dar um drible na chuva. Não nos livramos totalmente, mas trocamos uma chuva torrencial por uma leve garoa. A entrada para as cachoeiras tem umas placas informativas e, já com certa fome, vimos bem na entrada um restaurante simples, mas que felizmente acertamos em cheio ao descobrir o tempero da Dona Deusa. Tempero ótimo, papo legal e seguimos para as cachoeiras do Itapecuru já advertidos que não seria o melhor momento. Importante destacar que nessas cachoeiras, onde estão as cachoeiras gêmeas, também é cobrado o acesso, que é possível ser feito por três locais, dos quais o principal que dispõe de uma estrutura de pousadas, bar etc. cobra 20 reais o acesso por pessoa. Demos uma olhada, não vimos muita graça por não estar bom para o banho devido a chuva e seguimos para o centro de Carolina, que dista 30 km de lá, com a esperança que a chuva desse uma trégua nos próximos dias. Além da chuva, a própria disposição da estrutura do Itapecuru perdeu um pouco da graça pelo excesso de concreto colocado para dar mais comodidade aos visitantes. É possível se hospedar em uma das duas pousadas das cachoeiras do Itapecuru. Quem por lá se hospeda também está isento de pagar o acesso, mas não achamos interessante. Por lá uma media de 190 reais a diária pra casal. Em Carolina, já sabíamos que conseguiríamos pousadas boas por cerca de 100 reais e ganharíamos mais opções para ter o que fazer de noite. Como a previsão, achamos pousadas e hotéis em Carolina com uma variação entre 90 e 100 reais dentre os razoáveis, alguns mais baratos, mas... sinceramente julgamos não compensar a economia e algumas pousadas encantadores – leia-se: pousada dos candeeiros – mas com uma diária mais salgada. Carolina é uma cidade pequena, dá pra conhecer o centro todo andando a pé mesmo. Daí descobrimos a Naty Sopas, onde tomamos uma sopa muito boa e depois conhecemos uma sorveteria self-service na qual experimentei uma exótica combinação de sabores de sorvetes: açaí, cupuaçu, bacuri e castanha do Pará. Pra encerrar a noite, contato com o Zeca Tur pra acertar o passeio do dia seguinte: Cachoeiras de São Romão e Prata. Essa atração é realmente necessária que seja feita de 4x4 e com um guia. O Zeca é um guia maravilhoso, muito bom de papo, honesto, decente e bom de preço. 25/01 [quarta-feira] De manhã, fomos agraciados por Deus por um dia ensolarado e embarcamos com Zeca e com a companhia de um casal de paulistas que já estava há alguns meses na estrada, Jefferson e Maíra. Muito papo e histórias legais no longo trecho até as cachoeiras, com direito a parada no caminho pra pegar bacuri. São Romão e Prata O passeio do São Romão e Prata é demorado, coisa de um dia todo, por conta da distância e dos acessos mais complicados. Em alguns locais ficamos limitados à contemplação por conta da força da água e das pedras que ocupam o fundo dos rios, em outra parte é possível tomar um banho maravilhoso e nesse meio tempo dá pra saborear uma galinha caipira excelente por lá mesmo. Para ter acesso ao São Romão e Prata também é cobrada uma taxa de 10 reais em cada, por pessoa. Portal da Chapada Na volta, pra aproveitar que o tempo estava aberto, já demos uma passada no Portal da Chapada, que fica no caminho de volta das cachoeiras para a cidade de Carolina. O acesso ao Portal era gratuito, mas estava ocorrendo furtos e roubos aos turistas. Então resolveram dar uma organizada por lá, agora é cobrada uma taxa de visitação e 10 reais por pessoa, mas você sobe acompanhado com um guia e tem a certeza que o seu carro vai estar lá embaixo quando você voltar, porque fica uma pessoa vigiando. Fomos com o Zeca por uma grata cortesia dele, pois não estava previsto no passeio. Mas quem for de veículo particular é acessível e fácil de achar. No portal da chapada tivemos a grata companhia do Alaor, um dos guias mais antigos da Chapada das Mesas, uma verdadeira enciclopédia ambulante, que faz a visita ficar mais interessante. Uma subida leve, que leva a uma vista panorâmica fantástica e à pedra que possui uma fenda que curiosamente se assemelha o traçado do mapa do Tocantins. Outra cortesia do Zeca, foi nos levar até a cachoeira do Dodô, também no caminho de volta a Carolina. Cortesia tão frutífera que a incluímos em nossa programação. Nela, é cobrada uma taxa de entrada de 10 reais por pessoa, dispensada para quem se hospeda em um de seus chalés. De volta à Carolina, dessa vez resolvemos conhecer a sopa do Mocotozim e depois um restaurante que fica as margens do Rio Tocantins, o Chega +. 26/01 [quinta-feira] Complexo turístico da pedra caída Acesso tranquilo com carro de passeio. O que não é tão tranquilo são os preços. É um grande complexo, muito organizado e bonito, mas... só pra entrar você paga 50 reais por pessoa. Isso, só pra entrar e ter acesso às piscinas artificiais. Detalhe importante: quem tiver carteira de estudante, apresente porque dá direito à meia. Mas... só na entrada. Cada atração que você queira conhecer desse complexo, paga-se a mais. Optamos por conhecer a cachoeira do Santuário. Linda, exuberante e encantadora. Lá também tem um restaurante que costuma servir self service, mas no dia que fomos, como era no meio da semana, só tinha à la carte. Dentre os brindes desse passeio, pude pegar uma arara que por lá estava. Sim, ela estava brincando por lá. Não estava presa não. Um contato breve, mas muito prazeroso com esse animal de tamanha beleza. Na saída da Pedra Caída retornamos para a Cachoeira do Dodô, que o Zeca havia nos apresentado no dia anterior e optamos por dormir por lá, um local bem simples e rústico. É no meio do mato mesmo. Mas tem uns chalés que dá pra dormir de maneira confortável. Quem gostar de camping e estiver com sua barraca, dá pra armar por lá também. 27/01 [sexta-feira] Cachoeira do Dodô Pra começar o dia, fizemos uma trilha tranquila com o Nonato, irmão do Chico do Dodô, atual gestor do local. Muita conversa boa, belas paisagens e uns banhos em águas límpidas e refrescantes. De volta pra cachoeira do Dodô, também com um banho muito agradável e aquela hidromassagem natural proporcionada pela cachoeira. Chegada a hora almoço, a esposa do Chico serve principalmente: tambaqui, galinha caipira e carne do sol. Experimentamos a carne do sol e, em seguida, foi chegada o duro momento da partida. A rusticidade do local faz com que as pessoas tenham um trato mais próximo e cria laços fraternos, fazendo até mais difícil a despedida. Mas... a vida segue e o caminho de volta é longo. A ideia era voltar pelo outro acesso, passando pela cidade de Estreito. Daí surge outro detalhe interessante: deixar pra abastecer no Estreito, pois em Carolina a gasolina é muito cara. Conseguimos seguir até Presidente Dutra – 464 km. Por esse caminho, cruza-se a cidade de Barra do Corda, onde há uma reserva indígena na qual é comum os índios pararem os carros pedindo dinheiro. Ouvimos, por mais de uma pessoa, dizer para evitar esse trecho durante a noite, sob a justificativa de ser perigoso. 28/01 [sábado] Saímos de Presidente Dutra e a ideia era seguir até Tianguá para almoçar por lá. Mas... nosso amigo Google traçou a rota por uma estrada na qual levamos 4h pra percorrer 100km. Daí atrasou bastante a programação. Conseguimos chegar em Tianguá ainda com luz, abastecemos e seguimos até Sobral, onde chegamos já pela noite. Depois de jantar em Sobral, pensamos se valia mais a pena dormir por lá ou esticar esses 230 km finais para no dia seguinte poder dormir a vontade e não precisar mais pegar estrada. Como era um trecho da estrada já conhecido, acabamos indo pra casa e chegando um pouco tarde em decorrência da infeliz estrada que pegamos no Maranhão, mas com a satisfação de quem volta com uma bagagem valiosa das boas viagens: de que nós não fazemos as viagens, são as viagens que nos fazem. Citar
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