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Olá Pessoal;

 

Após diversos relatos de viagens inacabados e não postados, este, em especial, me senti obrigado a compartilhar com vocês, pois ainda esta fresco na memória e após isso retomar e finalizar os anteriores.

 

Este relato é da última viagem que fiz, que foi a famosa travessia Saco do Mamanguá + Volta da Juatinga, entre os dias 28/12/2016 e 09/01/2017. Caminhamos quase todos os 13 dias e optamos por fazer em vários dias para poder aproveitar bem as belezas naturais da região. Dormimos 2 noites em cada praia, exceto praia do Cruzeiro e Ponta Negra, as quais passamos somente 1 noite. A região da Juatinga e Saco do Mamanguá é muito rica em diversidade e beleza e ainda assim em 13 dias faltaram algumas coisas para conhecer.

 

Desde a nossa última viagem para Ilha Grande no ano passado, eu e minha namorada já queríamos fazer essa travessia. Com o projeto em mente, durante o ano fomos convidando os amigos mais aptos a participar da aventura e no final quem topou foi o sempre presente Samuca, que dessa vez levou sua namorada em seu primeiro trekking e meu irmão, também inexperiente nesse tipo de atividade.

 

Tentarei, neste relato, incluir o máximo de informações possíveis que possam ajudar a todos que queiram realizar esta travessia.

 

Saímos de Londrina no dia 26/12/2016 no ônibus das 22:25 hrs sentido São Paulo (R$ 99,00). Como saímos de Londrina, tínhamos como opção para chegar a Parati ir por São Paulo ou Rio de Janeiro, sendo que optamos ir por São Paulo. Passamos o dia em São Paulo na casa de um amigo e no dia 27/12 de noite pegamos o ônibus da viação Reunidas (R$ 77,10 + taxa de conveniência do site) sentido Parati no terminal Tiete. Nessa época do ano as passagens para Parati são bem disputadas, por isso é sempre recomendado comprar antecipadamente. Chegamos em Parati por volta das 06:00 hrs e na mesma rodoviária que desembarcamos pegamos o ônibus para Parati-mirim (R$ 3,60). O trecho até Parati-mirim leva cerca de 1 hora e grande parte é por estrada de terra, passando por paisagens incríveis de Mata Atlântica, um aperitivo do que estava porvir.

 

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1º dia – 28/12 – Parati-mirim – Praia do Cruzeiro

 

Chegamos em Parati-mirim por volta das 07:30 hrs, tomamos café da manhã com misto quente e café preto em uma pequena venda e aproximadamente 08:00 hrs demos início a nossa caminhada.

 

A trilha começa bem próximo de onde o ônibus para, só seguir a estrada sentido o canto direito da praia e antes de chegar na praia entra a direita na mata. A trilha começa com uma subida bem íngreme por uns 40 minutos. Nesse trecho de subida a trilha é dentro da mata com bastante sombra, o que a torna mais agradável e não fica tão pesada. Após esse trecho, começa uma longa descida onde já se começa a avistar o saco do mamanguá. A partir daí o caminho começa a margear a costa e já se vê o Pico do Pão de Acúcar do Mamanguá e a Praia do Cruzeiro, do outro lado. Nesse trecho até a Praia do Curupira há muitas casas de moradores tradicionais e algumas pousadas, portanto arrumar água não é problema. Este trajeto intercala bastante entre subidas e descidas, mas todas suaves e nada muito pesado, sendo um caminho relativamente tranquilo.

 

Chegamos na Praia do Curupira por volta das 13:00 hrs e assim que chegamos já encontramos o Charles, famoso barqueiro que faz a travessia para a Praia do Cruzeiro. Nós não ligamos e nem combinamos nada com ele, ele simplesmente estava la. O preço para atravessar foi R$ 25,00 p/p. O Charles inclusive nos disse que montou um camping na Praia do Curupira e que já estava recebendo alguns mochileiros por lá. A travessia de barco leva uns 30/40 minutos até Curupira e a paisagem é surreal. Em Cruzeiro só tem um camping que é do Seu Orlando, ele cobra R$ 30,00 a diária.

 

Montamos nossas barracas, fizemos um lanche da tarde e demos uma descansada. A Praia do Cruzeiro é bem gostosa, tem uma água bem transparente e sem ondas, muito boa para nadar - deve ser pelo fato de estar cercada pelas montanhas. No final do dia preparamos uma mochila de ataque e subimos o Pico do Pão de Açucar do Mamanguá para assistir ao por do sol lá de cima. Foi um momento incrível, com o Sol se pondo atrás das montanhas e o Saco do Mamanguá embelezando ainda mais aquela paisagem. Voltamos já de noite e usamos as lanternas para a descida. Chegamos no camping, fizemos uma janta e logo fomos para as barracas descansar.

 

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2º dia – 29/12 – Praia do Cruzeiro – Praia Grande da Cajaíba

 

Devido ao cansaço acumulado de duas noites mal dormidas em ônibus, tomamos a pior decisão de não colocar despertador e acordamos por volta das 08:30 hrs neste dia. Mais adiante explicarei o porquê foi a pior atitude.

 

Tomamos o café da manhã e partimos em torno de 09:30 hrs sentido Praia Grande da Cajaíba. Pelos relatos que havia lido este seria o dia mais difícil, e de fato foi. O começo da trilha é o mesmo sentido da subida para o Pico do Pão de Açucar, porém logo bifurca e segue a esquerda. Neste começo de caminhada a trilha é suave, ela segue margeando a costa, mas sabíamos que mais cedo ou mais tarde teríamos que cruzar a montanha para chegar na Praia Grande.

 

Enquanto a trilha vai margeando a costa, o caminho é um pouco confuso. Eu estava seguindo um tracklog de 2013 e muita coisa havia mudado na trilha. Em muitos trajetos que o GPS indicava para seguir havia portões fechados das casinhas humildes dos magnatas brasileiros. A trilha era literalmente bloqueada pelas casas e, ou você tentava abrir o portão e seguir por dentro da casa ou teria que contorná-las, tendo que sempre procurar a trilha.

 

Recomendo prestar bastante atenção neste trecho e se encontrar algum morador ou caseiro ir perguntando o melhor caminho. Não que seja fácil se perder, mas é sempre bom se precaver. Ainda neste trecho dá pra conseguir água, pois até a bifurcação que vai para a Praia do Engenho tem muitas casas. Após umas duas horas de trilha chegamos nessa bifurcação e começamos a subir para cruzar o morro sentido Praia Grande.

 

Lembram que falei sobre a pior atitude de ter dormido até mais tarde? Então, como havíamos começado a trilha mais tarde neste dia, quando começou de fato a subida era quase meio-dia. O sol estava literalmente a pino, desgastante e a subida é praticamente inteira exposta, sem nenhuma sombra e sem ponto de água. Somado a isso, tínhamos o peso das cargueiras, pois ainda estávamos no segundo dia e quase nada tinha sido eliminado de peso. Pois bem, levamos quase 3 horas subindo o morro até atingir a crista e iniciar a descida. Nesse meio tempo a água foi acabando e quase todo o grupo ficou sem água.

 

A descida também é puxada, mas nada comparado à subida. Chegamos na Praia Grande umas 16 hrs sedentos. Andamos até o meio da Praia e encontramos uma bica d`água na casa de um caiçara e ficamos por ali descansando, matando a sede e esperando o Samuca e a Jaque, sua namorada. Eu e a Ju fomos para o camping enquanto o meu irmão, o Samuca e a Jaque ficaram no bar para comer um Prato Feito e tomar alguma coisa gelada! O dia foi puxado.

 

Encontramos o camping do Altamiro, um camping muito bom com uma grande área verde e banheiros limpos, um dos melhores campings de toda a travessia. Montamos nossas barracas, fizemos um almojanta e descemos para a Praia. A Praia é muito linda e resolvemos passar mais um dia e uma noite lá. O camping custou R$ 30,00 p/p e o PF na praia era R$ 25,00.

 

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3º dia – 30/12 – Praia Grande da Cajaíba

Passamos o dia todo curtindo a Praia e as cachoeiras maravilhosamente boas que lá tem. O clima da Praia Grande é muito bom, não deu vontade de sair de lá.

 

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4º dia – 31/12 – Praia Grande da Cajaíba – Pouso da Cajaíba

 

Pouso da Cajaíba era a praia que havíamos decidido passar a virada, pois lá teria mais estrutura e um pouco mais de agito para começar o ano. Sabíamos que a trilha até Pouso seria curta e fácil, mas mesmo assim acordamos cedo para aproveitar mais a praia por lá.

 

Tomamos café, arrumamos nossas coisas e partimos. O trecho é bem tranquilo e bonito, sempre margeando a costa e com bastante pontos de água no caminho. Chegamos em Pouso por volta das 10:30 hrs e ficamos no camping Nativus, um camping recém inaugurado.

 

A estrutura do camping era muito boa, com uma cozinha e um espaço de convivência bastante amplo, até mesa de sinuca tinha. O responsável pelo camping nos pediu R$ 50,00 a diária mas depois de barganhar pagamos R$ 30,00. A virada de ano em Pouso foi bem legal e agitada, se concentrou basicamente em dois bares na beira da praia e o que mais nos agradou foi um que ficou tocando música brasileira a noite toda.

 

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5º dia – 01/01 – Pouso da Cajaíba

 

Esse dia tínhamos reservado para ficar de ressaca em pouso e ficamos o dia todo literalmente sem fazer nada, só curtindo a praia e comendo.

 

Em Pouso tem “bastante” opções de alimentação, como café da manhã com tapioca, porções, pastéis, e por ai vai. A faixa de preço é basicamente a mesma de outros lugares, um prato feito R$ 30,00, pastel R$ 10,00, cerveja R$ 6,00. São os valores que me lembro de cabeça. Nesse dia nós fizemos todas as refeições por lá mesmo, tendo em vista a variedade de opção e que dali pra frente sabíamos que as opções diminuiriam.

 

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6º dia – 02/01 – Pouso da Cajaíba – Martins de Sá - Sumaca

 

Ainda traumatizados com o perrengue do outro dia, levantamos cedo, tomamos um café na lanchonete ao lado do camping, arrumamos nossas coisas e seguimos para Martins de Sá. Saímos por volta das 07:00 hrs. O dia amanheceu com algumas nuvens e sem muito sol, o que nos ajudou bastante durante a caminhada.

 

A trilha é basicamente uma longa subida e uma descida mais rápida, bem tranquila e bonita. Chegamos em Martins de Sá cerca de 09:00 hrs. Em Martins de Sá tem somente um Camping, o do Seu Maneco e sua família. Pagamos R$ 20,00 a diária. O Seu Maneco e família são religiosos e não vendem, nem “permitem” bebidas alcoólicas no camping, mas pelo que vimos todo mundo leva sua bebida. Acho que ele faz isso pra dar uma controlada mesmo na galera. Inclusive na chegada tem uma placa dizendo que é proibido ir em Pouso da Cajaíba comprar bebida.

 

O Seu Maneco é um morador tradicional da região e tem muitas estórias, vale a pena sentar uma tarde com ele e ouvir os causos sobre a região.

 

Quando chegamos, montamos nosso acampamento, olhamos um pouco a praia, comemos e resolvemos partir para Sumaca fazer um bate-volta. Tinha lido algumas coisas sobre Sumaca e queria muito conhecer essa praia. A trilha saindo de Martins de Sá começa dentro do Camping do Seu Maneco, seguindo por trás do camping logo tem uma entrada a esquerda, mas só perguntar pra qualquer um ali do camping que eles informam.

 

Começamos a trilha próximo do meio-dia, mas como o tempo estava um pouco fechado, foi tranquilo. O caminho é um pouco confuso no começo, mas tem algumas sinalizações que ajudam a se localizar, caso não esteja com GPS. Logo no começo da trilha já tem uma longa subida, mas como estava somente com um mochila de ataque foi tranquilo. A trilha tem aproximadamente 3,8 km de extensão com um grau de dificuldade pesado, segundo as informações do Inea e as nossas também, hehe.

 

Achávamos que seria uma trilha mais tranquila e somente eu levei lanterna de cabeça na mochila de ataque. Chegamos em Sumaca no meio tarde e realmente a praia é um paraíso encontrado e, se quiséssemos voltar ainda com luz, teríamos que sair de la no máximo até umas 17 hrs, não aproveitando ao máximo a praia. Decidimos, então, voltar de barco no final do dia e passamos a tarde toda lá. Pagamos R$ 20,00 por pessoa no barco até Martins de Sá.

 

Em Sumaca tem um camping e um barzinho, que serve prato feito, porções, cerveja, refrigerante, entre outras coisas. Vale muitíssimo a pena conhecer Sumaca e passar o dia todo lá!

 

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7º dia - 03/01 – Martins de Sá

 

Olhando o mapa que pegamos da região vimos que próximo de Martins tinha alguns pontos que daria para conhecer, como o Pico do Miranda e o poção, portanto planejamos levantar as 03:00 da manhã pra fazer a trilha até o pico e ver o sol nascer lá de cima e depois passar no poção. Só que antes de dormir o tempo já não estava muito bom e desistimos desse plano logo de cara, hehe.

 

Passamos o dia todo aproveitando a praia de Martins de Sá! A praia de lá é linda, com mais ondas que as outras, o que atrai muitos surfistas. Comemos um PF de almojanta que foi o mais bem servido de toda a travessia, R$ 20,00 e dava para duas pessoas.

 

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8º dia – 04/01 – Martins de Sá – Cairuçu das Pedras

 

Vi muitos relatos de pessoas que fizeram essa travessia com tempo mais apertado e acabaram passando direto por Cairuçu. Só que como queríamos aproveitar bem a região e eu havia lido que Cairuçu era uma praia com parada obrigatória, resolvemos já incluir uma noite em Cairuçu ao invés de ir direto para Ponta Negra, a qual foi a melhor decisão que tomamos.

 

Saímos de Martins de Sá bem cedo, ainda com trauma e medo de pegar sol muito forte e também com o objetivo de aproveitar bem a praia, sendo que era um caminho mais curto. A trilha nesse dia foi bem tranquila, sem muitas subidas, grande parte no meio da vegetação e com pontos de água no caminho. Como disse antes, já havia visto algumas fotos de Cairuçu, mas chegando lá foi encantador.

 

O lugar realmente é incrível! No contexto geral, beleza de praia, simplicidade, poucas pessoas, Cairuçu ganhou pra mim. Lá só tem um camping que cabe poucas barracas, umas 10 no máximo e que nunca vai estar lotado. Quem mora por lá é a família do seu Aprigio, muito simples e hospitaleira.

 

Como se não pudesse ser mais incrível, eles fizeram uma piscina natural bem na beira do mar, tornando a paisagem de lá ainda mais linda. O camping foi R$ 20,00 por pessoa. Como se não bastasse tudo isso, depois de jantarmos descobrimos uma pedra alta e grande, com formato arredondado que tem bem ao lado da casa do Seu Aprigio e que era o lugar perfeito para observarmos a abóboda celeste.

 

Deitamos na pedra e ficamos assistindo a televisão do caboclo por horas, com direito a vários meteoros, tudo muito surreal. Depois desse dia, chegamos a conclusão que somente um dia em Cairuçu seria pouco e que iríamos nos arrepender quando chegássemos nas outras praias mais movimentadas e portanto decidimos passar mais um dia e uma noite em Cairuçu.

 

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9º dia – 05/01 – Cairuçu das Pedras

 

Já que teríamos o dia todo em Cairuçu, planejamos acordar cedo e retornar até o poção, que ficava mais próximo de Martins de Sá. Acordamos cedo, tomamos um café da manha com bolo que a Joelma faz e partimos para o poção. A trilha é a mesma pra Martins de Sá e só bifurca quase chegando em Martins, onde tem as placas indicando o poção.

 

O caminho é tranquilo e bonito, sem peso e sem pressa vai numa boa. Antes de sairmos, a cunhada do Seu Aprigio nos ofereceu uma sardinha pescada no dia anterior e nós combinamos que ela nos faria um almoço. Arroz, feijão, ovos e sardinha. Por isso, quando era umas 14 hrs nós voltamos para o camping e comemos esse banquete. Foi o dia que mais comemos, hehe. Além disso, a decisão de ter voltado neste horário foi muito acertada, pois o tempo fechou e caiu uma tempestade com rajadas de vento muito forte. Nesse dia não teve céu estrelado.

 

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10º dia – 06/01 – Cairuçu das Pedras – Ponta Negra

 

Conforme íamos encontrando as pessoas no caminho durante a travessia, muita gente falava que esse trajeto era o mais puxado, em razão da elevação máxima desse dia. Por conta disso e também por não querer andar muito no sol forte, acordamos bem cedo e as 07:30 hrs já estávamos começando a trilha sentido Ponta Negra. A trilha começa por trás da casa do seu Aprigio e logo já se vê placas indicando o caminho, bem difícil de errar.

 

À medida que íamos caminhando e observando a paisagem e o GPS víamos que esse trajeto é em grande parte dentro da mata, sendo que isso colabora em muito para a caminhada ser mais tranquila. São mais de 6 km e a maioria é subida, só que sempre uma subidinha constante, gostosa até de caminhar, nada demais. Como disse, esse caminho é bem demarcado e eu só errei/ acertei em um momento que o GPS pedia para seguir por uma trilha mais antiga, quase fechada por aquelas unhas de gato que arranham bastante. Errei porque tinha um outro caminho mais aberto e acertei porque a trilha nos levou para o mesmo lugar, só que com mais dificuldade e alguns arranhões. O tracklog que eu segui é de 2013 e por isso algumas coisas estão meio desatualizadas.

 

Chegamos em Ponta Negra antes do meio-dia. Achamos um camping e passamos o resto do dia na praia, descansando. O camping que ficamos era muito ruim e só resolvemos passar uma noite lá porque no dia seguinte iríamos para o saco bravo. Não me lembro o nome do camping e nem sei se tinha nome, mas optamos por ficar la porque tinha vista para o mar, mas era meio que uma passagem para as pessoas e ficava todo mundo passando ao lado da barraca, inclusive presenciamos uma quase briga de uns caiçaras bem ao lado da nossa barraca. Foi R$ 20,00 por pessoa.

 

Por sorte, ao buscarmos um PF barato e bem servido encontramos o restaurante da filho do seu Aprigio, la de Cairuçu das Pedras, e comemos super bem. O nome da mulher é Simone e o PF custava R$ 20,00. Ela, como o restante da sua família, era muito simpática e gentil, tendo nos atendido muito bem. Vale muito a pena comer lá.

 

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11º dia – 07/01 – Ponta Negra – Saco Bravo – Ponta Negra – Praia do Sono

 

Neste dia o plano era somente fazer ida e volta até o Saco Bravo e no dia seguinte seguir para a Praia do Sono, mas mudanças de planos de última hora são essenciais, ou a pior escolha, veremos.

 

Acordamos cedo, tomamos café com um bolo delicioso na Simone e partimos para o Saco Bravo. A trilha é bem fácil de encontrar, possui boa sinalização e todo o trajeto é muito bonito, grande parte é por mata fechada e em alguns momentos algumas clareiras. Possui mais de um ponto de água no caminho, portanto dá para ir tranquilo somente com uma garrafa e, segundo a sinalização são 4,2 km. Quando chegamos na cachoeira já tinha algumas pessoas e logo depois encheu de gente. Achamos a trilha em si mais bonita que a cachoeira, pois tínhamos muitas expectativas e quando chegamos lá foi consenso que não era lá aquelas coisas, só é diferente pelo fato da água desaguar quase no mar, o que a torna especial.

 

Antes de irmos para a cachoeira nós conversamos com um morador de Ponta Negra e ele nos disse que os caiçaras estão para fechar a trilha, pois muitos turistas “roubam”as bananas e abacaxis plantados por eles durante o trajeto. Não sei se isso seria possível até mesmo por ser um ponto turístico da região. Fizemos ida e volta em 3:30 hrs.

 

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Assim que voltamos para Ponta Negra já fomos direto ao restaurante da Simone comer um PF e decidimos que não iríamos passar mais uma noite em Ponta Negra e sim partir para a Praia do Sono, sendo que era um trajeto curto e sem muitas subidas, que se tornou a maior aventura de toda a travessia. Arrumamos nossas coisas e começamos a trilha por volta das 17:30 hrs, com um tempo bem instável e começo de chuva. Pensamos que seria uma chuva tranquila e que seria até bom caminhar com uma chuvinha fresca, ledo engano.

 

Logo no começo já colocamos as capas na mochila e seguimos, com a chuva começando a engrossar. A trilha é bem fácil e sinalizada nesse percurso. Quando passamos a praia das Galhetas a chuva definitivamente caiu e a partir daí foi só emoção. Começou a cair um dilúvio e a trilha se tornou um rio com corredeiras, não dava nem para ver onde pisávamos.

 

Em momentos como esse não tem o que fazer, só andar, e foi o que fizemos até a chuva se tornar uma tempestade de raios. Antes de chegar na praia de Antigos resolvemos parar e ficar esperando a tempestade passar, pois a trilha passa pela praia e não queríamos andar por um espaço aberto, pois os riscos seriam muito maiores. Nesse tempo que ficamos esperando, a tempestade piorou e começamos a ouvir e ver os raios caindo muito próximo de nós e entramos em desespero, pois não sabíamos o que fazer. Logo apareceram mais pessoas e alguém disse que lembrava que tinha que lido que o certo nessa situação era ficar agachado e foi o que fizemos, ficamos todos agachados por quase 1 hora cagando de medo e vendo os raios caírem muito próximo de nós, foi assustador!

 

Quando vimos que a chuva já havia passado e os trovões estavam mais longe resolvemos seguir em frente e tínhamos outra surpresa pela frente. Antes de chegar na praia do Sono tem um riozinho para cruzar e chegar na praia e foi aí que começou o outro problema, pois esse riozinho tinha se tornado um rio de verdade e com correntezas, em razão do volume de chuva que havia caído e que descia da montanha. Ficamos ilhados antes de chegar na praia e do outro lado do rio havia um grupo de pessoas tentando encontrar uma solução para passarmos e dando apoio moral, foi uma cena engraçada. Sabíamos que ia demorar muito para abaixar o volume de água e tínhamos que tentar passar. Eis que um dos trilheiros que estavam vindo de Ponta Negra e que era uma rocha humana resolve tentar passar sem a mochila.

 

Ele foi e conseguiu, mas não foi fácil nem para ele, então eu pensei que mesmo sem a mochila não conseguiria, pois a correnteza estava bem forte. Já que não tinha outro jeito mesmo, mais pessoas começaram a tentar e passaram e nesse tempo o homem rocha ficava indo e voltando com as mochilas do pessoal do grupo que estava com ele. Eu passei com a cargueira nas costas e o bastão, que me ajudou muito nessa hora, pois eu ia fincando ele no fundo do rio e ele dava mais apoio para as pernas, mas mesmo assim foi difícil, principalmente bem no meio onde a correnteza estava mais forte. Quando todos passaram e todas as mochilas foi uma comemoração coletiva, bem engraçado. Que dia!

 

Só queríamos achar um camping coberto, tomar um banho e dormir. Achamos um camping com essas condições, só não tinha água, pois a chuva tinha feito um estrago nos canos que trazem a água para a praia. Nessa altura isso já nem era um problema, nos secamos, montamos um mega varal no meio do camping para estender nossas coisas e dormimos sem jantar.

 

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12º dia – 08/01 – Praia do Sono

 

Acordamos com um sol daqueles, a praia linda, bem vazia e tínhamos combinado de ir embora nesse dia. Porém ainda tínhamos alguns dias de férias pela frente e resolvemos aproveitar o dia de sol na praia após todo o perrengue que foi para chegar até lá.

 

Somente o Samuca foi embora depois do almoço esse dia e eu, a ju e meu irmão ficamos mais um dia aproveitando a praia. Fomos até o Poço do Jacaré, que é uma cachoeira bem bonita e bem próximo da vila e subimos no mirante para ver a praia toda de cima, bem bonito. Pagamos R$ 20,00 no primeiro dia de camping porque não tinha água e R$ 25,00 no segundo, pois a água já tinha voltado. Os preços não fogem muito das outras praias e um PF era em torno de R$ 25,00. A praia do Sono é muito linda também, mas durante a virada de ano disseram que estava muito cheia e não foi muito legal, enfim, vai do gosto de cada um. Não lembro o nome do camping que ficamos.

 

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13º dia – 09/01 – Praia do Sono – Vila Oratório - Parati

Como a trilha até a Vila Oratório era curta e tranquila, resolvemos aproveitar a manhã na praia e sair depois do almoço. Foi o que fizemos. Acordamos cedo, tomamos um café e passamos a manhã lagarteando na praia, estava um dia lindo para ir embora. Infelizmente tínhamos que ir. A trilha até a Vila Oratório é bem fácil e estruturada, tem até corrimão em algumas partes pois ela é bastante usada pelos moradores da praia do Sono.

 

Chegamos na Vila Oratório umas 15:00 hrs e a trilha basicamente acaba no ponto de ônibus, onde se pega o ônibus para Parati. Ficamos esperando em torno de meia hora e o ônibus (R$ 3,60) levou uns 40 minutos até Parati. Não tínhamos comprado passagem para São Paulo e nem resevado algum hostel ou pousada em Parati, pois queríamos passar uma noite lá. Aí começou mais um problema. As pousadas e hostels estavam todas cheias e as que tinham vagas estavam cobrando valores absurdos, em razão da alta temporada. Procuramos passagens de ônibus para São Paulo e não tinha nenhuma disponível para o mesmo dia e nem 3 dias adiante, pronto, ficamos desesperados. Achamos um Hostel que era acessível e pegamos um quarto coletivo, o rapaz nos cobrou R$ 60,00 com café da manhã. Nesse meio tempo tínhamos que arrumar um jeito de ir para São Paulo e por sorte encontramos uma menina pelo BlaBlaCar (aplicativo de caronas) que estava indo no dia seguinte para São Paulo e oferecia 2 vagas, mas estávamos em 3. Fiz a reserva das 2 vagas logo de cara e liguei pra ela pra ver se era possível ir os 3, ela aceitou numa boa e tínhamos conseguido a carona na madrugada seguinte, ufa. Falei com o rapaz do hostel e ele fez um desconto pois não íamos mais tomar o café da manhã. No final do dia saímos para conhecer Parati e comer alguma coisa.

 

A cidade nessa época é muito, mas muito cheia de turistas e acaba perdendo um pouco o encanto. Quero voltar lá numa época mais tranquila. Jantamos um hambúrguer como comemoração de travessia bem sucedida e logo voltamos para o hostel, pois estávamos muito cansados.

 

No dia seguinte, conforme combinado, a Mariana, que nos deu carona, nos pegou na rodoviária e fomos para São Paulo!

 

E aqui se encerra o relato dessa viagem incrível que já deixa saudades.

 

Espero que esse relato possa ajudar àqueles que têm vontade de fazer essa travessia e estimular aqueles que não conheciam a se aventurar em uma das regiões mais linda desse país. Uma coisa que sempre me perguntava durante a travessia é como muita gente não conhece nada das belezas do nosso país vive sonhando em conhecer as praias de outros cantos do mundo, vai entender!

 

Deixo abaixo o link dos tracklogs:

 

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=16060430

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=16060456

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=16060387

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Irado esse relato e recente, sabe dizer se conseguiria ficar em casa pra não levar barraca? A ideia era caminhar sem levar peso e ficar pratico. Teria ideia de preços por isso? Vi que ficou em camping que já ajudou e essa informação teria? De antigos a Praia do Sono conheço e sei que no sono tem. Obrigado

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Fala Janderson, que bom que curtiu o relato.

 

Sobre ficar em casa, eu vi que algumas praias tem como alugar casa ou pousada sim, mas ai você iria ter que passar direto por algumas das mais belas praias.

Acho que é tranquilo alugar um quarto no Saco do mamanguá antes de cruzar para a Praia do Cruzeiro, depois em Pouso da Cajaíba, Ponta Negra e Sono.

Você perguntou se eu teria informação sobre os campings? No relato está falando de todos os campings com os valores atualizados.

 

Abraços

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Em 24/01/2017 em 19:49, Gustavo Sanches disse:

13º dia – 09/01 – Praia do Sono – Vila Oratório - Parati

Como a trilha até a Vila Oratório era curta e tranquila, resolvemos aproveitar a manhã na praia e sair depois do almoço. Foi o que fizemos. Acordamos cedo, tomamos um café e passamos a manhã lagarteando na praia, estava um dia lindo para ir embora. Infelizmente tínhamos que ir. A trilha até a Vila Oratório é bem fácil e estruturada, tem até corrimão em algumas partes pois ela é bastante usada pelos moradores da praia do Sono.

 

Chegamos na Vila Oratório umas 15:00 hrs e a trilha basicamente acaba no ponto de ônibus, onde se pega o ônibus para Parati. Ficamos esperando em torno de meia hora e o ônibus (R$ 3,60) levou uns 40 minutos até Parati. Não tínhamos comprado passagem para São Paulo e nem resevado algum hostel ou pousada em Parati, pois queríamos passar uma noite lá. Aí começou mais um problema. As pousadas e hostels estavam todas cheias e as que tinham vagas estavam cobrando valores absurdos, em razão da alta temporada. Procuramos passagens de ônibus para São Paulo e não tinha nenhuma disponível para o mesmo dia e nem 3 dias adiante, pronto, ficamos desesperados. Achamos um Hostel que era acessível e pegamos um quarto coletivo, o rapaz nos cobrou R$ 60,00 com café da manhã. Nesse meio tempo tínhamos que arrumar um jeito de ir para São Paulo e por sorte encontramos uma menina pelo BlaBlaCar (aplicativo de caronas) que estava indo no dia seguinte para São Paulo e oferecia 2 vagas, mas estávamos em 3. Fiz a reserva das 2 vagas logo de cara e liguei pra ela pra ver se era possível ir os 3, ela aceitou numa boa e tínhamos conseguido a carona na madrugada seguinte, ufa. Falei com o rapaz do hostel e ele fez um desconto pois não íamos mais tomar o café da manhã. No final do dia saímos para conhecer Parati e comer alguma coisa.

 

A cidade nessa época é muito, mas muito cheia de turistas e acaba perdendo um pouco o encanto. Quero voltar lá numa época mais tranquila. Jantamos um hambúrguer como comemoração de travessia bem sucedida e logo voltamos para o hostel, pois estávamos muito cansados.

 

No dia seguinte, conforme combinado, a Mariana, que nos deu carona, nos pegou na rodoviária e fomos para São Paulo!

 

E aqui se encerra o relato dessa viagem incrível que já deixa saudades.

 

Espero que esse relato possa ajudar àqueles que têm vontade de fazer essa travessia e estimular aqueles que não conheciam a se aventurar em uma das regiões mais linda desse país. Uma coisa que sempre me perguntava durante a travessia é como muita gente não conhece nada das belezas do nosso país vive sonhando em conhecer as praias de outros cantos do mundo, vai entender!

 

Deixo abaixo o link dos tracklogs:

 

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=16060430

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=16060456

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=16060387

Parabéns pelo relato e pela viagem. Conheci uma praia do Saco, estava de passagem, e fiquei maravilhada, encantada... se encontrar alguém que tope essa aventura, quero dazer um dia.

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