Membros diogo.pelegrini Postado Janeiro 27, 2017 Membros Postado Janeiro 27, 2017 Cara, coragem nada mais é que sair da zona de conforto. Começa a viajar pelo Brasil mesmo, quando ver já estará do outro lado do mundo !!! Falei em "coragem" em razão de saber como a moto é tratada pelos carros, ônibus e caminhões em países como o Brasil, Peru e Bolívia. Sempre tive vontade de comprar uma moto, não para deslocamento diário, mas sim para viagens regionais, nacionais e até mesmo internacionais! O que me desmotiva é a falta de segurança, seja das estradas, seja da relação moto x outros veículos ou até mesmo da violência urbana (que, reconheço, é maior no Brasil do que nos países que conheço na América Latina). Viagens como a desse tópico e aquelas travessias até Santiago me motivam a criar coragem para, quem sabe um dia, sair da zona de conforto! Isso que vc disse é uma rrealidade, mas o que nos motiva a andar de moto é justamente a liberdade que ela nos dá. Se vc gosta e tem vontade de saber como é só falta comprar uma mesmo. Em relação a segurança, não tem como fugir, mas existem mecanismos para minimizar prejuízos de todas as formas!!! Citar
Membros spygtba Postado Janeiro 27, 2017 Autor Membros Postado Janeiro 27, 2017 9º dia de Mallcu a Uyuni 180 km 9º dia 14 de dezembro de 2016 Trajeto do dia. Choveu fininho a noite inteira e amanheceu chovendo, ficamos na barraca até 9 da manhã, quando o Edson saiu pra desmontar a dele mesmo na garoa, continuei na barraca esperando ele arrumar as coisas e quando fui desmontar a minha a chuva tinha parado. Estacionamento do "hotel". Rua em frente ao "hotel". Começamos andar era quase 10 horas, voltamos pra estrada e perto do meio dia estávamos nos Vale das Rochas, outra formação rochosa parecida com a Itália Perdida, porém menor. Estacionamos as motos bem no centro perto de uma pedra que tinha uma sombra, tiramos as roupa e outras coisas que estavam úmidas e colocamos pra secar nas pedras, o sol estava ardendo. Aproveitamos pra almoçar umas sardinhas também. Eu fui dar uma volta pra tirar umas fotos e andando entre rochas e moitas de capim, ao me virar e dar o primeiro passo tropeço em uma moita e como minha mãe direita segurava a câmera eu caí com todo peso sobre a mão direita que usei pra amortecer o impacto, não cortou mas a dor era muito forte, tinha magoado um nervo e logo inchou, não conseguia mexer o dedão sem que doesse muito. Abaixo uma sequência de fotos do Vale das Rochas, perto de Mallcu. No meio do nosso almoço chegou uma van com turistas que também escolheram o locar pra isso e nós com nossa favela ali montada no lugar que dava as melhores fotos. Logo saímos, tínhamos 30 km ainda até Allota, eu pilotando com praticamente uma mão apenas, a machucada eu apenas deixava apoiada no guidão pro caso de uma emergência. Foram 30 km difíceis de fazer, pelo terreno e pela dor, chegamos em Allota e lá começava um estradão, chão bem batido que parecia um asfalto, mas que tinha uns buracos perdidos pela estrada que nos fazia ficar bem ligados. Dali até Uyuni eram cento e poucos quilômetros que fizemos sem sofrimento e chegamos em Uyuni era umas 17:30, a tempo ainda de se dirigir para a Ilha del Pescado e acampar lá. Paramos no primeiro posto de Uyuni, pagamos o preço pra estrangeiro, tínhamos pressa e não quisemos negociar. Enquanto o Edson abastecia a moto dele percebi que os suporte de um baú estavam quebrados, não daria pra seguir assim, teria uma estrada difícil no dia seguinte. Fomos até um "taller de soldadura" onde o mecânico fez uma boa solda por 30 bolivianos, 15 reais, dei 50 pra ele, pois o serviço feito ficou melhor do que me fariam no Brasil e aqui eu não pagaria menos que 25 reais e também o cara era muito simples, morava ali mesmo em um barraco com esposa e filhos. Abaixo fotos do caminho entre Alota e Uyuni. Abaixo fotos do Cemitério de trêns de Uyuni Quando terminei de montar a moto novamente já era tarde pra seguir até a ilha, chegaríamos lá no escuro e acampar no meio do salar não ia rolar, tinha um tempestade nas montanhas e se ela cai no salar ia ter uma lamina de água sobre o sal que iria alagar as barracas, optamos então por ficar em um hotel. Soldando o suporte quebrado. Janta típica e pessoas típicas Será que eu estava com saudade de uma comida quentinha? Mercado de rua em Uyuni. Procuramos por hotéis que tivessem garagem e wifi, estávamos a quase 3 dias sem dar noticias. Achamos um por 45 bolivianos, quase 25 reais. Deixamos as motos lá e fomos atrás de uma comida de verdade, já tinha uma semana que não almoçávamos comida quente. As ruas estavam movimentadas, mais de pessoas locais que turistas, achamos uma lanchonete que seria um tal de "combo" era frango, arroz, macarrão e um refri, tudo isso por 18 bolivianos, 9 reais. Estava boa a comida, a lanchonete era frequentada só por pessoas locais, do jeito que procuro quando quero almoçar em viagens. No retorno para o hotel vimos a saída da igreja de um casa de recém casados, o povo todo se reúne pra ver e joga confetes nos noivos e em que estiver assistindo. Tinha na nossa frente uma mulher com um cabelo bem volumoso que encheu de confete, esta mulher deve ter tido um trabalhão pra tirar tudo de dentro. De volta ao hotel fomos tentar dormir, o quarto tinha um cheiro estranho, na cabeceira da minha cama estava escrito "Ojo no piolho" e na outra parede "aqui já ficou o 3 pernas", fiquei com saudades da barraca. Quilometragem do dia: 180 km Quilometragem acumuladada: 3650 km Citar
Membros spygtba Postado Janeiro 27, 2017 Autor Membros Postado Janeiro 27, 2017 Bixo. Tá muito fera o relato! Mas me diga uma coisa. Sempre ouvi falar da dificuldade de trafegar pelo deserto.. que não tem mapas direito etc. diga aê como vc planejou tudo isso. Tem algum mapa específico na região do atacama que tu pegou. ou o gps deu conta... A maioria esta roteado nos mapas do Mapas do Windows 10 do meu celular, que que não estava, tbm não estava no google maps, base do meu projeto, então eu pegava prints com boa aproximação do googlemaps e traçava as rotas manualmente e usava estes prints pra me basear no relevo quando eu estava no deserto, ai seguia mais pelo relevo que pela rota do mapa. Citar
Membros diogo.pelegrini Postado Janeiro 27, 2017 Membros Postado Janeiro 27, 2017 Em relação a comunicação, vcs falam espanhol ou foi no portunhol mesmo?? Citar
Membros Gugansf Postado Janeiro 28, 2017 Membros Postado Janeiro 28, 2017 Parabéns pela trip amigo! Estou seguindo e mandando boas vibrações pra que você chegue em todos os destinos bem! Abraço! Citar
Membros spygtba Postado Janeiro 28, 2017 Autor Membros Postado Janeiro 28, 2017 Em relação a comunicação, vcs falam espanhol ou foi no portunhol mesmo?? Esta foi minha quarta viagem, na anterior a esta fiquei 13 dias na casa de um Argentino, deu pra aprender bastante, nas outras viagens era um portunhol bem ruim, nem sempre entendiam, agora dificilmente não entendem o que quero falar. Citar
Membros spygtba Postado Janeiro 28, 2017 Autor Membros Postado Janeiro 28, 2017 Parabéns pela trip amigo! Estou seguindo e mandando boas vibrações pra que você chegue em todos os destinos bem!Abraço! A viagem já terminou e terminou tudo bem. Estas postagens tem um delay de 42 dias. Citar
Colaboradores thiago gentil Postado Janeiro 28, 2017 Colaboradores Postado Janeiro 28, 2017 Bixo. Tá muito fera o relato! Mas me diga uma coisa. Sempre ouvi falar da dificuldade de trafegar pelo deserto.. que não tem mapas direito etc. diga aê como vc planejou tudo isso. Tem algum mapa específico na região do atacama que tu pegou. ou o gps deu conta... A maioria esta roteado nos mapas do Mapas do Windows 10 do meu celular, que que não estava, tbm não estava no google maps, base do meu projeto, então eu pegava prints com boa aproximação do googlemaps e traçava as rotas manualmente e usava estes prints pra me basear no relevo quando eu estava no deserto, ai seguia mais pelo relevo que pela rota do mapa. Entendi! Acompanhando! Citar
Membros spygtba Postado Janeiro 28, 2017 Autor Membros Postado Janeiro 28, 2017 10º dia 15 de dezembro de 2016 Trajeto do dia Acordamos cedo, o dia seria puxado, a ideia era cruzar os dois salares, Salar de Uyuni e Salar de Coipasa, e chegar no Chile. Acima do Edson fica o quarto do 3 pernas. Caldo de llhama no café da manhã. Fomos até Colchane por um asfalto novinho e que em breve começa a cobrar pedágio, onde entramos no salar. Na estrada que tinha entre o salar e Colchane paramos pra tirar fotos de umas esculturas de sal e veio um cara correndo dizendo que tinha que pagar pra tirar fotos, o Edson pagou 5 bolivianos, R$2,50, e teve o direito de pilotar algumas das esculturas e eu que não paguei fui o fotografo. Quadriciclo de sal. Esculturas de sal e museu. Na entrada do salar paramos no monumento que homenageia um grupo que morreu no salar alguns anos atrás e seguimos para o monumento do Dakar. Era cedo ainda tinham poucos turistas e foi fácil tirar as fotos que queríamos. Fomos também visitar o Hotel de sal, esta desativado apenas vendem lembrancinhas lá hoje, que é muito legal, pois tem esculturas de sal e o teto transparente cria uma iluminação muito legal lá dentro. Monumento do Dakar Praça das nações. Abaixo sequência de fotos do hotel de sal. De lá fomos para a Ilha del Pescado ou Isla Incahuasi. No caminho paramos para ver 5 cruzes que não estavam lá no ano anterior, era de um acidente ocorrido em 30 de julho de 2016, tinham ainda as marcas dos pneus e os restos de óleo e vidros no sal era um lembrete de que não dá pra brincar por ali e se manter atento. Pouco depois paramos para ver um buraco que tinha no salar, caberia uma roda inteira dentro, mais um motivo pra ficar de olhos bem abertos naquela planície. Eu já conhecia a ilha e como o Edson ainda não estava 100% por conta da altitude ele preferiu não subir, tirou fotos com uns cactus milenares ali mesmo sem pagar nada nem subir na ilha. Lembrete de que devemos cuidar da velocidade no salar. Vista do salar a partir de uma caverna na ilha Também tem buracos por lá, passar ai em alta velocidade pode ser fatal. Ficamos lá por um tempo decidindo que rumo o Edson tomaria, pois ele queria chegar em casa para o natal, estudamos algumas possibilidades, como a volta por Tupiza ou então seguir mais um dia comigo e voltar pelo passo San Francisco, ele acabou decidindo por seguir mais um dia e fazer o passo San Francisco que era desejo dele a tempos. Pra mim foi ótimo, teríamos pela frente alguns terrenos ruins com muito areão e mais uns 150 km de salar pra rodar, até a ilha del Pescado tinham sido 80 km. Neste meio tempo vimos uma choupana ali na borda da ilha e pensamos em ir pra lá decidir o que fazer na sombra, pois o sol não perdoava ninguém, aí vimos uma plaquinha que fez a gente desistir de ir pra sombra, dizia: "Sombra 10 Bs". Pode isso? Cobrar por sombra!!! A choupana que precisa pagar pra ficar debaixo. Vista do salar de Uyuni de uma caverna perto Llica Rumamos para o outro lado do salar a 80 km/h constantes e depois de pouco mais de uma hora chegamos na outra borda do salar de Uyuni, saímos dele e pegamos de cara uma estradinha cheia de costelas de vaca que nos levava para Llica, uma pequena cidade que fica entre os dois salares por onde todo ano passa o Dakar. O que me chamou atenção lá foi um pequeno forte do exército, pequeno mesmo, parece coisa de criança, de brinquedo, mas tinha um soldado em uma cancela na rua de acesso à cidade. Passamos esta cidade e começou o terreno mais difícil, areão e costelas de vaca, recebemos várias propostas de terreno por lá, mas não curtimos muito e seguimos até a borda do salar de Coipasa, identifiquei a ilha que seria nosso referencial e tocamos para ela. Vulcão entre Llica e o Salar de Coipasa Por qual das duas ir? Passamos por várias dessas. Chegando no Coipasa Diferentemente do salar de Uyuni que é seco o salar de Coipasa é bem úmido e em algumas partes molhado, o que fez as motos juntarem uma crosta de sal que em algumas partes passou de 3 cm de espessura. Chegamos na cidade de Coipasa, do outro lado do salar, pedimos informação sobre a melhor rota a seguir para sair na carretera que leva pra fronteira com o Chile, já na saída por conta de uma informação um pouco confusa pegamos uma estradinha que acabou dentro de uma lavoura. Voltamos pedimos informação novamente e então pegamos a estrada correta, não tinha nada no GPS pra ajudar. Esta estrada já não tinha areão, agora o que eu tinha que cuidar era das pedras e costelas de vaca, estradinha bem ruim, passamos por um braço do salar e então pegamos a estrada que estava mapeada e que eu tinha programado passar. Já era perto de o sol se por e tínhamos que achar um lugar pra acampar, visualizei uma vila abandonada ao pé de um cerro, uns 1000 metros da estrada principal, fomos até lá e encontramos uma casa com teto ainda, provavelmente um antiga escola, montamos as barracas lá dentro protegidos do vento que soprava lá fora. Citar
Membros spygtba Postado Janeiro 29, 2017 Autor Membros Postado Janeiro 29, 2017 11º dia 16 de dezembro de 2016 Trajeto do dia O amanhecer naquela vila abandonada foi gelado, após arrumarmos as coisas na moto ficamos no sol nos aquecendo um pouco e aproveitamos também para comer umas sardinhas com pão. Tinham várias lhamas algumas com filhotes pastando por lá também. Saímos já passava das 9 da manhã. O restante de estrada que tínhamos até o asfalto eram apenas trilas pelo deserto, muito areão, levamos quase duas horas pra cumprir uns 30 km, mas enfim chegamos no asfalto depois de 2 dias de salar e muitas estradas ruins, foi muito bom rodar novamente sem preocupações e solavancos. Seguimos até Pisiga, fronteira com o Chile, paramos em um posto, perguntamos se teriam postos na cidade chilena de Colchane e disseram que teria, como a gasolina no Chile é mais barata que a boliviana pra estrangeiros deixamos pra abastecer no Chile. Também não fizemos cambio por pensar que teriam cambistas do outro lado. Abaixo uma sequência de fotos do caminho entre o local do camping e a carretera que leva ao Chile. Era meio dia e estava muito quente, compramos 2 litros de suco de laranja e seguimos para a aduana que tinha vários ônibus em uma fila para sair da Bolívia. Ficamos umas 2 horas na fila até podermos seguir para o Chile. Em Colchane fomos procurar posto e cambistas, não tinha nenhum dos dois. Parei na Comissaria e perguntei para o policial se alguém na cidade venderia gasolina, ele me indicou 2 lugares, fomos até lá e como não tínhamos pesos suficientes e dólares não eram aceitos o Edson teve que voltar clandestinamente para a Bolívia para cambiar uns pesos para podermos comprar a gasolina, eu tinha pesos para a gasolina que precisava, mas era vendido apenas em quantidade de 20 litros, o que seria suficiente para as duas motos. Depois de uma meia hora o Edson voltou e então abastecemos as motos e seguimos pela ruta 15 para o Geiser Puchuldiza, é um geiser localizado a 4000 metros de altitude e tem uma fonte que jorra água fervente a quase 10 metros de altitude ininterruptamente. Abastecimento no galão. Ruta 15 no Chile Cidadezinha as margens da ruta 15. Saímos da ruta 15 depois de uns 40 km e seguimos por estrada de chão por mais uns 15 km até o geiser. Tiramos algumas fotos e ali nos despedimos. Já estava perto do por do sol e o Edson queria tocar até Poso Almonte, eu seguiria por estradas de chão até perto de Arica, passando pelo salar de Surire. Geiser Puchuldiza Carretera para o salar de Surire ,Hotel Andei por quase uma hora, quando o sol já estava se escondendo atrás das montanhas avistei uma casa tipica andina abandonada e ainda com teto, segui pra lá e era perfeito, tinham duas peles de alpaca, montei minha barraca sobre elas. Jantei sentado em uma pedra em frente a casa contemplando a beleza do entardecer nos andes. Entrei, fechei a porta e fui dormir, não demorou a aparecer companhias, eram os passarinhos que ali habitavam, vários, e deixaram alguns recados no teto da barraca. Quilometragem do dia: 150 km Quilometragem acumulada: 4100 km Citar
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