Membros spygtba Postado Março 31, 2017 Autor Membros Postado Março 31, 2017 37º dia Dia 12 de janeiro de 2017 Quando acordei ainda chovia, continuei deitado, estava quentinho. Fiquei por mais de uma hora lá esperando a chuva passar, enquanto isso ia comendo e olhando no GPS o caminho que faria nos próximos dias. Quando voltei para a estrada já passava das 9 horas, uns 500 metros de onde acampei tinha uma choupana e nela um ciclista tinha acampado, passei por ele e continuei descendo a temida Estrada da Morte que eu não via nada de demais, quanto a perigo. A estrada é bonita, corta um paredão de montanha quase vertical e em alguns pontos o precipício passa dos 400 metros. Por ser cedo eu não passei por ninguém na estrada até chegar a cancela onde é feita a cobrança de 25 bolivianos, fica aproximadamente no km 25, para poder chegar até Coroico. Analisei comigo se compensava descer e resolvi que voltaria para não precisar pagar a passagem e também porque economizaria umas 2 horas de viagem. Na volta agora subindo pelo lado do morro fui parando para fazer umas filmagens das cachoeiras e ja desciam alguns grupos de ciclistas que insistiam em desrespeitar a mão inglesa e algumas vezes quase bati em alguns deles. Chegando novamente na choupana, parei para tirar uma foto e o ciclista vendo que eu vinha do Brasil veio conversar comigo, era um mineiro estudante de engenharia civil que tinha largado os estudo e saiu andando pelo Brasil, tinha percorrido MG, RJ, SP e MS. Quando entrou na Bolívia comprou uma bicicleta e já tinha ido até o Peru na companhia de um cachorrinho que ele acho perto da divisa do Brasil com a Bolívia. Era uma bike simples e ele ficava em uma barraca para 4 pessoas, era a terceira vez que estava andando pela estrada da morte. Ele é mais um daqueles que se revoltaram com o sistema e se jogaram no mundo, tem delírios sobre um mundo sem dinheiro e sobre viver apenas do que a terra dá, mas ainda gasta o dinheiro que a família manda do Brasil. Abaixo uma sequência de fotos das estrada da morte A Estrada da Morte não me impressionou em nada, nem em beleza nem em perigos, era só mais uma estrada de montanha sem asfalto. Voltei então para a rodovia, fui em direção a Coroico para ver um túnel 5 km a frente e depois voltei para seguir para La Paz. Na entrada de La Paz a estrada vira uma viela em meio a construções que no Brasil seriam favelas e vai descendo, quando cheguei no "fundo do poço" o centro de La Paz eu perguntei para um policial como fazia para ir em direção a Oruro e ele me apontou uma avenida próxima, segui sempre por ela. Esta avenida sobe o buraco e chega em El Alto e de lá vai direto para Oruro, uma estada muito boa e duplicada onde dava pra fazer render, pois era uma reta só. Parei em uma daquelas barraquinhas de beira de estrada e comprei um saco de pipoca que na verdade é um macarrão frito e parece pipoca e umas frutas para a noite e café da manhã. Segui até Caracollo onde peguei a I4 que me levaria até o Brasil. Esta rodovia esta sendo duplicada e em vários trecho há desvios, segui até antes de subir a cordilheira e em um pequena vila parei para abastecer, já estava na reserva daquela gasolina que eu trazia do Peru, após abastecer o frentista me cobrou o valor bomba, dava 39 bolivianos, dei 50 e mandei ficar com o troco, ele perguntou porque estava dando, ai falei pra ele que em outros locais era cobrado 3 vezes o valor da bomba para estrangeiros e ele não sabia disso. Ele ficou muito contente com a gorjeta. De volta a estrada passei por um campanário não terminado de uma igreja do ano de 1600 em uma vila a 4.000 metros de altitude, depois dessa vila ainda subi mais na cordilheira e o frio do fim de tarde na cordilheira já começava a castigar, vi que não conseguiria descer a montanha antes de anoitecer e mesmo estando a 4.300 metros resolvi acampar lá na altitude pela última vez na viagem. Acampei ao lado da rodovia, atrás de uma área onde era depositadas pedras que seriam utilizadas na duplicação. Quilometragem do dia: 380 km Quilometragem acumulada: 12.760 km 2 Citar
Membros LucasT Postado Março 31, 2017 Membros Postado Março 31, 2017 Um dos relatos mais legais que já li por aqui. Parabéns pela coragem e determinação. Citar
Membros Alemão Louco Postado Dezembro 28, 2017 Membros Postado Dezembro 28, 2017 Cara, simplesmente espetacular os seus relatos. Juro que tinha horas que eu saia do ar e ficava imaginando como foram os seus dias, o que tu sentia, a liberdade de estar de moto, a neve caindo e você cortando ela. Bom, parabéns e espero que você nos presentei com o restante da sua viagem. Citar
Membros carlos.alberto1 Postado Dezembro 28, 2017 Membros Postado Dezembro 28, 2017 Caraca, que viagem mais incrível. Comecei a ler seu relato e só parei quando li tudo. E como vc ainda não postou tudo aqui no mochileiros eu sai doido procurando seu blog. Parabéns cara pela coragem. Citar
Colaboradores Dan Wollker Postado Dezembro 28, 2017 Colaboradores Postado Dezembro 28, 2017 nousssssaaaaaaaa .... cara, cê teve problema mecanico ? e os pneus, furavam muito? Citar
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