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Aí vai o relato de uma viagem que acabei de fazer com duas amigas pela américa do Sul. Passamos por Bolívia, Peru, Venezuela e Colômbia. Incluí alguma dicas também e estou anexando fotos.

 

AMÉRICA DO SUL: BOLÍVIA, PERU, VENEZUELA E COLÔMBIA

 

BOLÍVIA

 

La Paz

 

Chegamos por Santa Cruz de La Sierra e já no aeroporto se tem uma idéia da "negociação" que estará presente durante todo o período na Bolívia. Não foi possível comprar a passagem para La Paz com "tarjeta" de crédito, pela maior empresa do país (LAB), porque "a maquina estava quebrada". O próprio funcionário se ofereceu para fazer o câmbio de dólares, o que achamos muito estranho... Resultado: US$100,00 a menos em cash e rumo a La Paz!!!

Chegando no aeroporto, já sentimos um pouco da altitude e fomos para o Hotel Sagarnaga, uma indicação que já tínhamos e que depois vimos que era a propaganda sobre todos os táxis. US$6,00 a diária.

Passamos um dia em La Paz e deu pra ter uma boa idéia do que é a cidade. Começamos com o café da manhã no hotel, que apesar de bem simples, serve um pão de batata que tem pra todo lado e é uma delícia. Melhor comer no hotel e em cafés mais confiáveis. Uma dica é o Banais, quase em frente ao hotel. Fomos primeiro para a Praça de Los Estudiantes e pegamos um ônibus que vai até o Vale de La Luna. Vale a pena, apesar de ser bem turístico (US$6,00). Dá uma volta numa "bolha" da cidade, que não tem nada a ver com o centro histórico, bares e restaurantes modernos, e até supermercados, por incrível que pareça, raridade em La Paz. Voltamos para La Paz e fomos andando pela Plaza Isabel, la católica, Plaza Murillo - principal praça, com a catedral e órgãos públicos, Iglesia San Francisco, Mercado das Bruxas - Este mercado é uma loucura, onde se encontra de tudo, até feto de lhamas empalhado e gordura de lhamas, usada para cultos místicos. Além disso, milhões de souvenirs da Pacha Mamma, a mãe terra.

No final da tarde, hora de tomar uma Paceña, a cerveza boliviana, na Sagarnaga, principal rua do centro histórico de La Paz.

Importante pechinchar para tudo em La Paz e andar bastante a pé para se ter uma idéia do clima da cidade. A cidade é uma loucura, gente gritando pra todo lado, vendedores por toda a parte e trânsito caótico e sem regras... Os carros são muito antigos e o transporte público é feito por vans, em que o próprio "cobrador" é quem grita na janela o próximo itinerário - Nada impede que eles mudem a rota, caso consigam um novo passageiro...

Isso tudo faz com que La Paz se torne interessante e única.

 

Copacabana

 

No próprio hotel Sagarnaga em La Paz tem uma agência - Diana, que vende passagens para Copacabana. Saímos logo pela manhã e a viagem dura umas 3 Horas.

A estrada é um horror, toda esburacada e mão dupla. Toda ultrapassagem é seguida de uma buzinada interminável. O motorista parou para abastecer e se não fosse a gritaria no ônibus, teria deixado metade dos passageiros, que desceram para ir ao banheiro.

Chega-se num lugar chamado Tikina, onde o ônibus atravessa numa balsa e os passageiros separados num barco. Do outro lado, retornamos pro ônibus e tem mais 1 hora até Copacabana.

Ficamos no Hotel El Mirador, que é bem legal, não é caro e tem vista para o Titicaca. Como chegamos na parte da tarde e só íamos ficar por um dia, tivemos que entrar pelo lado sul da Isla del Sol (Dizem que a entrada pelo lado norte é muito mais bonita). De qualquer forma a vista é irada e a sensação de navegar no titicaca é muito boa, apesar do frio. A viagem dura umas 2hs.

A cidade tem uma rua principal, e a noite vale a pena sair para comer a famosa truta do titicaca e trocar idéias com outros viajantes sobre a Bolívia, caminhos percorridos e a percorrer...

 

PERU

 

Puno

 

No dia seguinte, fronteira Bolívia-Peru, rumo a Puno, mais uma cidade a caminho de Cusco e que tem como principal atração as ilhas flutuantes. Vale muito a pena conhecer as ilhas artificiais de Uros, feitas de tutora, com população local, escolas e até hotéis móveis. Realmente interessantes. Pode-se andar nos barquinhos feitos de tutora também entre uma ilha e outra.

 

Pausa para a "noite interminável" - Comprando gato por lebre

 

Em Copacabana mesmo compramos a passagem Puno-Cusco. Depois de três preços diferentes, o discurso foi o seguinte: "Vocês viajarão por toda a noite em ônibus de dois andares, com poltrona semi cama, ar condicionado e banheiro"... Acreditamos!!! Na rodoviária, a coisa já mudou de figura... Não tinha nada de poltronas semi camas, a quantidade de bilhetes vendidos era muito superior à quantidade de poltronas e as pessoas iam deitadas no corredor. Por aí vai... Entrou um "perro", não tinha ar condicionado e por causa do frio e chuva, não se podia abrir as janelas... de vez em quando o motorista parava para entrar mais gente e durante toda a noite se ouvia buzinadas em ultrapassagens na estrada de mão dupla.

 

Cusco

 

Graças a Deus, chegamos em Cusco às 04:30 da manhã e fomos direto pro Hotel Qorikancha. Apesar da hora, fomos muito bem recebidos com mate de coca, que já engatamos com o café da manhã. Devido ao horário de chegada, nos isentaram desta diária e pudemos finalmente tomar um banho de água quente e descansar um pouco da "noite interminável".

O dia foi pra dar uma volta pela Plaza das Armas, comprar o restante das coisas da trilha e cair na balada do Mamma África, que, diga-se de passagem, foi a melhor da viagem. Além de ser muito boa, ainda tem uns "welcome drink", que podem durar por toda a noite..

Cusco é uma cidade incrível, a plaza das armas é linda e dá uma idéia de muita grandeza. Apesar de ter muitos museus, igrejas e histórias pra contar, o legal mesmo foi andar, andar e andar pela cidade pra se ter idéia do clima local. Seguindo as dicas do guia "o viajante independente" dá pra conhecer os pontos principais da cidade. A pedra dos 12 ângulos bomba de gente tirando foto e a catedral é mais bonita à noite. Uma dica é almoçar em um dos restaurantes que circundam a praça. A vista do 2º andar é ótima.

Passamos o revellon em Cusco. A praça vira uma loucura, com umas pessoas dando mil voltas à meia noite e muitos fogos pra todo lado. Três horas de diferença para o Brasil, os brasileiros já começaram a comemoração às 21:00... e pra variar, passamos todos juntos a virada. Feliz 2006 pra todos nós!!!

 

Machu Picchu

 

Dia 01/01/2006 - Caminho Inca - Esse fica pra história

Chegamos ao Km 82, de onde parte a trilha, lá pelas 11:00 e deixamos pra almoçar no caminho. Tivemos que passar pelo 1º posto de controle, começamos a caminhar e logo paramos para almoçar. Fechamos a trilha em São Paulo mesmo pela www.mundoaventura.com.br. Deu tudo certo. No pacote já estava incluso a ida até o km 82, todas as refeições, a entrada pro caminho e o trem de Águas Calientes até Cusco. À parte tivemos o ônibus de Machu Picchu à Águas Calientes e a opção de um "porteador" carregar a mochila pessoal (uns US$10,00 o dia - paguei pro 2º e pro 3º). Uma opção é falar direto com a Nathaly, que foi nossa guia e que pode acertar tudo com uma agência direto de lá e ser a guia, o que eu indico com certeza. O e-mail dela é: mosqueiranachi@hotmail.com.

Os guias sempre dizem que o 1º dia é muito fácil, mas eu já achei difícil. Durante a noite acordei com falta de ar e desespero por estar no meio do nada. Passou. O 2º dia é o mais difícil. O 1º objetivo é chegar à metade da montanha. Na metade da metade parei e pensei em desistir. A guia me deu a opção de pagar um "porteador" para carregar minha mochila, o que foi a solução. Depois disso, as dificuldades continuaram, mas consegui chegar a 4200 mtos de altitude. Só dá pra ficar uns 10 min lá em cima por causa do frio. A outra parte do dia seria a descida, que a principio parecia mais fácil, mas por estar chovendo, e ser um caminho só de escadas de pedras, acaba sendo tão difícil quanto às subidas. O 3º dia é interminável, mas sem grandes subidas e descidas. O caminho inca é original e a sensação de chegar ao acampamento é única. Tem água quente e restaurante onde todos (tem gente do mundo inteiro) se encontram. Tem também o último jantar feito pelo "porteadores" e uma cerimônia de despedida, onde é de praxe entregar uma "propina" (gorjeta). O 4º dia começa às 03:45 da manhã e é o mais incrível de todos. A vontade de chegar é maior que qualquer dificuldade. Quando se chega à "Porta del Sol" e se avista Machu Picchu, achamos que tudo valeu a pena. Entramos por uma entrada diferente dos turistas que vão de trem e chegamos antes de qualquer ônibus, o que torna o gosto da chegada ainda melhor. Passamos pelo último posto de controle e ficamos por umas 3 hs com a guia da trilha nos explicando sobre a cultura inca, conhecendo Machu Picchu e pensando sobre um monte de coisas que acho que só vem à cabeça lá. Enfim, apesar de toda a dificuldade que passei no caminho, não pensaria em outro jeito de chegar à Machu Picchu, que não fosse através da trilha inca.

VENEZUELA

 

Isla de Margarita

 

Chegando em Caracas, já pegamos um vôo pela Aeropostal para isla de margarita. Irada. Ficamos no hotel Imperador (US$30,00 a diária de um quarto pra três) O melhor é alugar um carro (dá pra encher um tanque com R$3,00 - tirei até foto da bomba) pra conhecer as praias e sair à noite. As praias que conheci: Playa El Água (a mais conhecida, mas não curti tanto, muito turística), Playa Manzanillo, esta é muito boa, com um vilarejo de pescadores e bem mais escondida, Playa del Caribe, do outro lado da ilha, bem mais sossegada e com um visual incrível e a melhor de todas El Yaque, tem muito vento (ótima para Windsurf e kite), a água mais clara que já vi na vida e ponto de encontro de todas as tribos. Vale a pena ficar pra ver o pôr do sol de um dos barzinhos, tomando caipirinha, que na Venezuela é com rum... À noite o que não falta é balada boa... e tem casino tb, que no meu caso foi só pra perder uns poucos dólares.

 

COLÔMBIA

 

Cartagena de Indias

 

Maravilhoso caminhar por suas ruas e observar a arquitetura. Procurei a casa do Gabriel Garcia Marques, mas a explicação que tive de um taxista, não sei se é real foi que o Julio Iglesias comprou pra uma namorada que teve em Cartagena e que ninguém pode entrar. Fomos até lá e realmente está toda murada. Acho que é verdade. Um cara que tava passando contou a mesma história.

O que vale muito a pena fazer é ir pras ilhas, tem barcos de manhã saindo do porto todos os dias. Custa em torno de R$50,00 e já incluem ida/volta e almoço. Uma ilha mais paradisíaca que a outra. Fui num dia pra isla del pirata (rosário) e no outro pra playa blanca. Sensacional!! À noite, o melhor é caminhar pela cidade iluminada, sentar na praça Santo Domingo e tomar o tão famoso café colombiano. Tem umas baladinhas que só tocam salsa também pra mais tarde. Fiquei no Hostal 3 banderas, indicado pelo guia, e que apesar de ser hostal, foi mais caro que qualquer hotel da viagem (US$75,00, um quarto pra três, em um quarto sem água quente, o que em Cartagena não é problema porque o calor é muito forte).

Bogotá

 

Na verdade Bogotá seria só pra voltar pro Brasil, mas como tivemos um dia por lá, acabou sendo uma boa surpresa. Chegamos num domingo e passamos o dia conhecendo o "museo del oro" (grátis), a "quinta do bolívar" (grátis) - Na Colômbia, tudo faz referência ao libertador Simon Bolívar, e caminhando pelo centro histórico. Valeu a pena. À noite rumo ao aeroporto e de volta para São Paulo.

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