Membros ZinhoVSS Postado Janeiro 10, 2017 Membros Postado Janeiro 10, 2017 Olá galera, tudo bom? Registro aqui um relato breve da viagem que fiz com minha esposa Stéphanie pela Argentina e o Uruguai, como retribuição a todos os mochileiros que facilitam minhas viagens. Como uma casal, priorizamos hotéis com quartos duplos em vez de quartos compartilhados em hostels. Também optamos por comer em lugares um pouco melhores, ao contrário de viagens anteriores, quando a meta principal era economizar. Tentarei ser o mais sucinto possível, incluindo ao final de um relato de dia o gasto total com alimentação, diária, transportes e outros. 28/12 – O INÍCIO Compramos duas passagens só de ida para Buenos Aires por R$1624,00 pela Turkish Airlines. Para conseguir comprar as passagens e parcelá-las no cartão de crédito, tive que recorrer à CVC, que me cobrou um extra de R$98 para emissão da passagem. A ideia original era voar até a capital argentina e retornar a São Paulo por terra, passando pelo Uruguai e pelo Paraguai. Não reservamos uma estadia sequer, fomos arrumando tudo no susto. Mais adiante veremos que houve uma mudança significativa nos planos. O avião saiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos às 20:30hs e chegou três horas depois no Aeroporto de Ezeiza, na Argentina. Ajustados os relógios, desembarcamos às 22hs. Foi minha primeira viagem em um desses aviões transcontinentais gigantes e foi bem tranquila. Logo que recolhemos nossa bagagem, a primeira tarefa foi procurar o Banco de La Nación do próprio aeroporto, para o primeiro câmbio. Levamos todo o valor previsto para ser gasto em dinheiro – 8 pacotes com R$750 cada, espalhados por tudo quanto é canto de nossa bagagem. O primeiro desses pacotes foi cambiado a uma taxa de AR$5,00 (pesos argentinos) por real, o que eu achei que foi bem proveitoso. Mais baratos do que os táxis oficiais do aeroporto, optamos por dar uma chance aos insistentes taxistas que ficam logo na saída do saguão de desembarque. Pelo valor de AR$600 ele nos deixou em um hotel por ele mesmo indicado. Localizado na Avenida de Mayo próximo com a 9 de Julio (dois importantes eixos viários de Buenos Aires), o Hotel Marbella fica ao lado do famoso Hostel Milhouse e em cima do Bar dos 36 Billares, muito próximo à Estação Sáenz Peña da Linha A do metrô. A diária do quarto duplo nos custou AR$780, mas quando fizemos o check-out, dias depois, vimos que o valor estava para subir uns cinquenta pesos. O hotel é ok. Melhor que qualquer outro em que estive no mochilão anterior pela Bolívia. Como eu estava mais na vibe de relaxar do que de fazer festa, também foi melhor do que hostels como o Milhouse, por exemplo, que estava bombando com uma festa quando passamos em frente. Cansado e com dor de cabeça da viagem, fomos direto dormir. GASTOS TOTAIS DO DIA: AR$1380, ou R$276. 29/12 – BUENOS AIRES (CENTRO) O Hotel Marbella tem um café da manhã bom. Depois de comer e nos arrumarmos, saímos para bater perna por Buenos Aires. A Plaza de Mayo foi nosso primeiro destino, a cerca de um quilômetro de nossa estadia. Ali contemplamos grandes prédios da República Argentina, como a Catedral Metropolitana, a sede do Banco de La Nación e, claro, a Casa Rosada. Circulamos pelas ruas e gastamos, no período da manhã, apenas AR$10 com uma água. Rumamos dali para o Puerto Madero para ver qual é que era e, como chegamos pelo norte, já aproveitamos para adiantar a compra da passagem de Buquebus para Colónia, no Uruguai. Na agência onde é realizado o embarque, duas passagens rápidas para o dia 01 de janeiro nos custaram, ao todo, AR$2.200. Me parece que nas proximidades há agências das empresas alternativas, que são mais baratas que a Buquebus, mas não tenho certeza. Antes de chegar à parte turística do Puerto Madero demos, ainda, uma volta no Parque Ecológico Costanero Sur. O antigo porto de Buenos Aires é, hoje, uma área tipicamente turística. Almoçamos um rango à vontade em um restaurante ali localizado, o Brasas Argentinas Buffet e Grill. Com direito à sobremesa e incluindo as bebidas e a gorjeta obrigatória, nos custou AR$560. De pança cheia, fomos matar o tempo no Buque Museo Fragata Sarmiento, um museu em um barco-escola do século XIX que já deu várias voltas ao mundo com alunos da Marinha argentina. Muito legal e só custou AR$10 a entrada de cada um. No Microcentro, a Calle Florida está entre as principais e nela fizemos o câmbio de mais um pacotinho de reais, pela mesma cotação que a anterior. Paramos no hotel para tomar um banho (o calor estava de matar) e tirar um cochilo de fim de tarde. Jantamos cerca de 21hs em uma pizzaria da esquina, onde AR$260 foram suficientes para comer bem. À noite andamos pela Avenida de Mayo no sentido contrário, em direção ao Congresso e, depois, aos Tribunales. Mas o ares não estavam muito buenos, hahaha. À noite, a capital argentina se parece com qualquer outra metrópole latino-americana e não dá lá muita sensação de segurança. Acabou que nessa hora descobrimos o 36 Billares bem embaixo de nosso hotel, onde fechamos o rolê. Gastamos AR$248 om quatros chopps Quilmes e uma hora de mesa de sinuca. GASTOS TOTAIS DO DIA: AR$4080, ou R$816. 30/12 – BUENOS AIRES (RECOLETA) Dia de conhecer o aristocrata bairro da Recoleta. A uma distância um pouco maior do centro portenho, para chegar lá tivemos que comprar o cartão SUBE para utilizar o transporte público. Como ele pode ser usado por mais de uma pessoas, adquirimos só um em uma lotérica por AR$40, mais AR$50 de carga na própria estação. Cada passagem de metrô custava, à época, AR$7,50; de ônibus, AR$6,50. Acessamos a Linha A na Avenida de Mayo mesmo e dela nos integramos à Linha H até a Estação Las Heras. Como entusiasta do transporte público, me interessa muito a análise desses sistemas em outras cidades, mas não vou entrar no mérito desse assunto aqui. Desembarcamos a duas quadras do Cemitério da Recoleta, nossa primeira parada. Me interessaram os túmulos de personagens históricos argentinos, mas não muito. Só demos uma volta e logo fomos almoçar. Comemos uma massa e bebemos um chopp na Cantina Italiana A Nonna Angiulina, bem em frente ao cemitério, por AR$560 ao todo. À tarde focamos em não fazer nada nos parques do bairro. Vagarosamente circulamos por eles e, na Plaza de las Naciones Unidas – onde está a Floralis Genérica – encontramos umas espreguiçadeiras livres, sob árvores. Ficamos deitados ali por horas morgando, pensando na vida. Há uma feirinha ali perto. Lá também está o Hard Rock Café, que acabamos nem conhecendo (íamos no de Assunção, mas não rolou). De metrô, regressamos ao hotel – não sem antes tomar um sorvete (AR$120) e comprar uma dessas bombinhas de chimarrão para o meu tio (AR$80). Depois do banho é que fomos conhecer o famoso Café Tortoni. Não havia filas, mas eu achei que não valeu a pena. O motivo principal: não havia churros. A Stéphanie estava doida por um desses e a garçonete disse que não era época (???). Me lembrou aquele episódio em que o Pica-Pau pede a um taxidermista uns camarões, achando que está em um restaurante, e ele lhe responde que os mesmo estão de folga. Para não perder a viagens, tomamos uns cappuccinos e comemos uns alfajores, o que nos custou AR$200. Saindo de lá, ainda tivemos tempo de acompanhar uma missa na catedral. Ela acontecia em memória das vítimas do desastre da República de Cromañon, que há 12 anos matou muitas pessoas de modo muito similar ao caso da Boate Kiss, aqui no Brasil. Na Plaza de Mayo um protesto também ocorria, pelo mesmo motivo. Jantamos no Mc Donald’s da Calle Florida por AR$230. Voltamos ao hotel com snacks (AR$80) e uma cerveja Patagónia (AR$100), que é muito boa. Altas horas da noite e nos pegamos em uma análise sociológica sobre os programas da TV aberta argentina. GASTOS TOTAIS DO DIA: AR$2246, ou R$450. 31/12 – BUENOS AIRES (LA BOCA E REVELLION) Acordamos um pouco mais tarde e o máximo que conseguimos foi fazer o câmbio de mais uma grana na Calle Florida. No último dia do ano e em um sábado, estava uma fila gigante na casa de câmbio em que a cotação era de apenas AR$4,80 por real. Esse com certeza foi o dia em que mais caminhamos. Talvez uns 10km. Até San Telmo andamos com tranquilidade. Tiramos fotinhas com a Mafalda e nos aventuramos em um restaurante indiano, um tal de Delhi Masala. Dois ótimos curries de cordeiro e bebidas saíram por AR$480. No mesmo bairro também bebemos umas Quilmes em um simpático bar, El Hipopotamo (AR$55 cada chopp). Quando chegamos a La Boca, era de se esperar que o estádio não estaria aberto à visitação, pela data. Uma pena não poder visitar um lugar tão mítico para o futebol, mas a vida segue. O Caminito é bem próximo dali e, logo que chegamos, já nos aconchegamos para descansar tomando uns gorós. O total saiu AR$250, incluindo os míseros AR$10 de gorjeta para o dançarinos de tango do bar. Antes de irmos embora, uma camiseta paraguation do River Plate para meu pai (AR$220) e uns imãs de geladeira para nós e para minha mãe (AR$85). Voltamos de ônibus com o dinheiro que ainda tínhamos no cartão SUBE e a linha 64 foi bem rápida e prática. Conseguimos jantar em um dos poucos lugares abertos um pouco antes da virada de ano, o restaurante Garuna, perto do hotel. AR$390 umas parmegianas com refrigerante. A festa de réveillon foi, com certeza, a mais barata da minha vida. Havia opções de comprar aquelas viradas de ano em restaurantes de Puerto Madero por valores bem altos, mas essa não é muito a minha praia e a da Stéphanie. Fomos para o meio da galera e só vimos uns fogos, mas não bebemos nada porque não havia ambulantes vendendo bebidas alcóolicas nas ruas. A galera entendida do assunto levou seus próprios comes e bebes e nós só ficamos passando muito calor. Mas o espetáculo em si foi bem joia. GASTO TOTAL DO DIA: AR$ 2340, ou R$487. 01/01 – COLÓNIA 2017 já começou firmeza no check-out, quando descobrimos um desconto de 10% no hotel por pagamento em dinheiro (efectivo). Dos AR$310 que deixamos de gastar, metade usamos para pegar um táxi até o porto do Buquebus. Despacho, migração e às 12:30 já partíamos para cruzar o Rio da Prata. A viagem é mais calma do que li por aí, não senti um desconforto sequer e desfrutei da paisagem barrosa desse rio-mar que divide a Argentina do Uruguai. Havia um tax-free no barco, mas esse tipo de coisa não me interessa nem um pouco. Em Colónia tivemos que rodar uns seis lugares até achar um hotel com vagas em quarto duplo – no Hotel Perla del Plata, a diária saiu por UR$2074 (pesos uruguaios) e valeu muito a pena, pois o quarto era bacana e o recepcionista, muito atencioso. Deixamos as coisas lá e voltamos andando à parada do Buquebus para cambiar o quarto pacotinho de reais à taxa de UR$7,80 por real. Sendo feriado, demos sorte de pegar o plantão da rodoviária aberto para comprar as passagens de ônibus para Montevidéu para o dia seguinte. Em todo o Uruguai utilizamos apenas a empresa COT. O trajeto mencionado saiu por UR$708 (as duas). Nosso “almojanta” foi às 16hs: um lanche frio com Coca, por UR$200. Chegamos a cogitar o aluguel de carrinhos de golfe ou de bicicletas em Colónia, mas é tudo tão perto. Achei os carrinhos uma frescura desnecessária e as bikes um pouquinho caras (US$17 – dólares – a diária de cada). Quase tudo fechado no feriado, demos apenas uns rolês a pé pela cidade histórica de Colónia del Sacramento, Patrimônio da Humanidade e principal ponto de conflito entre portugueses e espanhóis no período colonial. Jantamos umas costelas no restaurante Punta de Piedra por UR$840 e ainda rolou ver o primeiro pôr-do-sol sobre o Prata. Um sorvete e uma água à noite, mais UR$160, depois fomos dormir. GASTOS TOTAIS DO DIA: AR$150 e UR$4000, ou R$543 02/01 – COLÓNIA (FARO) E MONTEVIDÉU (CIUDAD VIEJA) O café da manhã do hotel não foi do melhores, mas serviu. Como nosso ônibus só partiria às 13hs, tivemos a oportunidade de visitar o Farol de Colónia aberto. A entrada custa UR$25 cada e dá direito a uma vista bem bacana lá de cima. Almoçamos uma paella sensacional em um tal de Viejo Tunel, por UR$1000 o total. Às 16 já estávamos na rodoviária de Montevidéu. Primeira missão: trocar nosso quinto saco de dinheiro, agora a UR$8,00 o real. Segunda missão: garantir a passagem de ônibus para Punta del Este para a quarta-feira, por UR$570 as duas. Terceira missão: de táxi (UR$150), fomos ao Hostel El Viajero. Foi a primeira vez que utilizamos uma das opções que tínhamos selecionado previamente e também foi a primeira vez que ficamos em um hostel. Infelizmente, só na primeira noite conseguimos um quarto duplo (UR$1500). Como não tínhamos reservado nada, a segunda noite tivemos que migrar para o quarto compartilhado, que custou UR$500 por pessoa. Apesar do estilo despojado que eu acho um pouco forçado (mesmo sendo da Área de Humanas), o hostel é bem legal e tem um bom espaço de convivência. No final das contas, indico a todos. Entre o final da tarde e a noite, desfrutamos da Ciudad Vieja e do pôr-do-sol em Montevidéu. O Prata, aqui, parece menos rio e mais mar, pois perde seu tom barroso. Comemos outro Mc Donald’s no jantar (UR$500) e conhecemos os arredores da Plaza de la Independencia e da Avenida 18 de Julio. Uns snacks e uma cerveja Patrícia (UR$300) no mercadinho e voltamos para ficar de boa na área coletiva do hostel. GASTOS TOTAIS DO DIA: UR$5060, ou R$632. 03/01 – MONTEVIDÉU A programação deste dia incluía um longo rolê de bike por vários pontos da capital uruguaia. Além do café da manhã excelente, o hostel disponibiliza alguel de bicicletas por US$13 a diária – ou UR$780, as duas. Inicialmente foi uma boa ideia. Pela manhã andamos por toda a rambla até a Playa de los Pocitos. No entanto, antes de dar um mergulho ou de visistarmos o farol da Punta Brava, CHUVA! Muita chuva, absurdamente! Já muito molhados, nos escondemos do temporal por mais de uma hora. Vislumbrando que não passaria tão cedo, nos arriscamos mais um pouco até o Shopping Punta Carretas, ali do lado de onde estávamos. Estacionamos as bicicletas no subsolo (de graça) e ficamos ali quase toda a tarde, esperando o mau tempo acabar. Cheio de brasileiros, não achei que o shopping vale a visita. As opções de almoço limitadas nos forçaram a rangar um sushi (UR$655), depois um bauru para mim e uma torta de limão com café para a Stéphanie (UR$180 cada). Depois que o sol reapareceu, continuamos nossa pedalada e constatamos que a cidade estava um caos, com árvores caídas por todo o lugar. Subimos a Avenida General Artigas por um longo percurso até o obelisco e o Estádio Centenário. Achamos que o perrengue tinha acabado, só que não. Todo empolgado para ver o Museu do Futebol dentro do estádio, chegamos quinze minutos antes de fechar. Só deu pra entrar rapidinho e caminhar pela arquibancada. Saindo dele, constatamos que um dos pneus de minha esposa havia furado. Fomos nós doidos, então, atrás de uma borracharia, que felizmente achamos, a duas quadras do estádio. Lá se foram mais UR$150 para consertá-lo. A despeito disso, acho que o saldo foi positivo – melhor do que ficar todo depressivo no quarto, afinal de contas. O ponto alto do dia, no entanto, foi a parrillada que mandamos para dentro no restaurante Los Leños. Uma delícia! Incluída a garrafa de vinho e a sobremesa, o valor total foi de UR$1300. Mais águas, snacks e cervejas no mercado (UR$407) e voltamos para o El Viajero, onde rolou ainda uma música ao vivo de qualidade com o próprio povo do hostel. GASTOS TOTAIS DO DIA: UR$3650, ou R$456. 04/01 – PUNTA DEL ESTE Antes da saída de nosso ônibus para Punta del Este, às 10:30hs, passamos por uma loja da Avenida 18 de Julio para comprar uma camiseta da seleção uruguaia que eu queria muito. O valor de UR$2.200 foi o único que passamos no cartão de crédito a viagem toda, pois não curto postergar contas. Pra quem gosta, muitas coisas no Uruguai dão 18% de desconto para quem usa cartões de crédito internacionais – foi o caso da própria camiseta, inclusive. Também fizemos o sexto câmbio em uma semana de viagem, R$750 a UR$8,44 por real. O táxi para a rodoviária ficou mais UR$150. Achei que Montevidéu já tinha me testado bastante, mas ainda deu um jeito de arrebentar meu chinelo antes de sairmos. Tive que ficar de tênis todo o rolê em diante, logo a parte de praia haha. A primeira impressão de Punta é que é muitíssimo badalada pela classe média latino-americana stricto sensu, aquela que ama Miami e odeias seus próprios países. Muito movimento, carrões, muitas lojas, nada que me interessasse. Por causa disso, foi difícil achar um hotel com um preço decente. O menos promíscuo foi o Hotel Marbella (outro com esse nome!), com uma boa localização, mas absurdos UR$4060 a diária do quarto duplo. Horário avançando, mais uma vez “almojantamos”. Duas pizzas individuais e refrigerantes saíramos por UR$700 em um lugar próximo ao centro da cidade. Passamos ainda em uma farmácia (UR$180) e na sétima casa de câmbio da viagem, agora com taxa de UR$8,60 por real. Com o que restou de luz solar, houve tempo de dar um mergulho e tomar um sol na Playa Brava e, depois, caminhar sob o pôr-do-sol na Playa Mansa. Os nomes são sugestivos, sendo que a primeira fica de um lado da península de Punta del Este, no Oceano Atlântico, enquanto a segunda fica do outro lado, onde ainda é Rio da Prata. Apesar da definição mais política do que fisiográfica, parece que o lado do rio tem uma água menos salgada. Pode ser só impressão minha né... Perdemos um tempinho relaxando no hotel e planejando o próximo passo da viagem. Esse foi um momento crucial. Nosso plano original era retornar na sexta-feira a Montevidéu e de lá seguir por terra até o Paraguai, via Artigas (URY), Uruguaiana (BRA – onde sacaríamos mais grana), Paso de Los Libres e Posadas (ARG) e, por fim, Encarnación e Asunción (PRY) – de onde voltaríamos para São Paulo por ônibus. Mas duas coisas mudaram nosso destino. Primeiramente, recebi a convocação de um concurso público e teria que regressar antes para casa. Em segundo lugar, estávamos exaustos de viajar e com saudades de nosso gato haha. Em suma, mudamos nosso roteiro e compramos uma passagem de Punta para Chuy (UR$272 as duas), na fronteira com o Brasilzão. À noite ainda visitamos o famoso Cassino Conrad e ficamos impressionados com o jogo de luzes, mas preferi nem tentar jogar aquelas paradas. Em frente ao cassino tem um bar beira-mar com um bom DJ e um povo fritando, enquanto eu e a Stéphanie filosofávamos acerca daquela dimensão do comportamento humano. Na rua comercial, comemos uns chivitos caríssimos (sanduíches típicos uruguaios) por UR$1110 e conseguimos comprar apenas mais um imã de geladeira como lembrança (UR$85). GASTOS TOTAIS DO DIA: UR$ 8762, ou R$1020. 05/01 – PUNTA DEL ESTE (PUNTA BALLENA) Depois do café da manhã, fizemos check-out e deixamos nossas bagagens com a galera do hotel. Também pagamos as Coronas que bebemos no dia anterior no quarto (UR$300). Demos uma nova chance às bicicletas, alugando-as em uma loja ao lado por UR$1060 a diária (valor total para as duas). Apesar de serem bicicletas de passeio leve, tínhamos intenção de usá-las para percorrer os 12 quilômetros entre Punta del Este e Punta Ballena antes de nosso ônibus partir, às 17hs. Eu e a Stéphanie gostamos muito de andar de bicicleta e o rolê foi bem legal, a despeito do solzão estalando na moleira e de uma subida razoável no último quilômetro de passeio. Em Punta Ballena, deixamos nossos veículos não motorizados com os guardinhas na entrada do Club Hotel Casapueblos, mas não entramos no museu (cuja entrada custa UR$240 por cabeça). Em vez disso, somente almoçamos no restaurante Las Terrazas que fica dentro do hotel. Foi muito melhor! Integrado ao hotel, o restaurante permite que você conheça toda a construção/obra de arte por dentro. Há um elevador sinistro e as mesas ficam à beira do mar e da piscina. Com gorjeta e tudo mais, um rango firmeza saiu por UR$1500. Só um tempinho para a digestão e retornamos para a estrada, encarando os outros 12 quilômetros da volta, um pouco mais suaves. No caminho, uma água de UR$90. Quando devolvemos as bikes, sobrou um tempinho para dar mais um mergulho no mar antes de pegar o ônibus. Só me lasquei porque não dê tempo de secar, nem de trocar a sunga hahaha. O ônibus era do tipo parador e fomos chegar em Chuy só às 21:30hs, eu ainda levemente molhado e com sal no corpo. Mais tarde notamos algo: ninguém carimbou nossa saída do Uruguai. Pelo visto, o motorista do ônibus não notou que havia brasileiros na viagem e não parou na imigração, que fica pouco antes da cidade fronteiriça. Saímos ilegalmente do país haha. A fronteira seca entre os dois países é uma linha reta onde construíram uma avenida binacional, com o busto do diplomata Barão de Rio Branco, que traçou muitos de nossos limites políticos. Atravessamos para o lado brasileiro, mas ele é igualmente dominado por uruguaios. Compramos um jantar improvisado em um pastel (um lanche frio e uma coca que ainda paguei com pesos, UR$90). Creio que meu retorno para o Brasil foi abençoado por Deus. Tudo começou a dar muito certo. Chegamos na rodoviária do nosso lado de Chuí e duas pessoas tinham desistido das suas passagens para Porto Alegre, cujo ônibus, da empresa Planalto, sairia em cerca de vinte minutos. Não hesitamos em compra-las por um total de R$272 e sair daquele lugar, que me deixou significativamente intimidado. Havia uma galera oferecendo drogas na rua, tudo era escuro e sujo, a rodoviária parecia um albergue de refugiados e a única hospedagem que avistamos tinha um tio muito doido nos mandando beijinhos. Felizmente, zarpamos para a capital gaúcha e, de quebra, economizamos com uma estadia. GASTOS TOTAIS DO DIA: UR$3040, ou R$625. 06/01 – PORTO ALEGRE E SÃO PAULO Até era possível seguir nossos planos originais a partir de Porto Alegre. Dali, rumaríamos às missões brasileiras, depois às argentinas e às paraguaias, em uma viagem de quase um dia inteiro. Outro dia ficaria reservado à Assunção, para depois regressarmos a São Paulo. Mas já apresentei meus motivos, portanto começamos a pensar em como voltara para casa direto de PoA assim que chegamos, às 7h da manhã. Com a possibilidade de usar novamente 4G, vasculhei o SkyScanner como quem não quer nada e encontramos um voo da Avianca para Guarulhos por R$508 cada, direto e com saída para duas horas depois. Que sorte! Da própria rodoviária porto-alegrense tomamos o trem (R$1,70 cada) até o aeroporto, compramos a passagem, tomamos café (R$40) e embarcamos. Que sorte! Acabou que gastamos menos tempo e dinheiro que o previsto originalmente, mas também deixamos de conhecer nossos vizinhos paraguaios. Para tanto, planejamos que em julho iremos de carro até lá e aproveitaremos para conhecer Bonito, no Mato Grosso do Sul. Esperamos que dê tudo certo! GASTOS TOTAIS DO DIA: R$ 1060. GASTOS TOTAIS DA VIAGEM, DUAS PESSOAS, EM R$: R$8087, incluindo todas as passagens aéreas. Citar
Membros ZinhoVSS Postado Janeiro 10, 2017 Autor Membros Postado Janeiro 10, 2017 Em tempo: me perdoem pelos erros de concordância, fui escrevendo tudo de uma vez só e nem fiz uma revisão. E nem pretendo fazer, pois estou com preguiça e dá pra entender quase tudo . Quaisquer dúvidas, estou à disposição para ajudar. Citar
Membros Carol Marques Postado Janeiro 18, 2017 Membros Postado Janeiro 18, 2017 Olá! Muito legal o seu relato e gostei das dicas. Como irei viajar com um amigo e ficaremos em hostel, acredito que iremos economizar bem mais. Não? Ainda não comprei as passagens, estou pesquisando se vale mais a pena comprar ida e volta pela Argentina ou Uruguai. O que você acha? Citar
Membros ZinhoVSS Postado Março 19, 2017 Autor Membros Postado Março 19, 2017 Oi Carol, que bom que gostou. Eu tenho certeza que você economizará muito mais indo com um amigo. Dá pra poupar dinheiro comendo pratos econômicos nas áreas mais centrais (nós íamos sempre em restaurantes um pouco mais caros); ficando em quartos compartilhados em hostéis (os quartos duplos de hotel pesam no orçamento); e adiantando a compra da passagem (compramos um mês antes, o que encareceu razoavelmente). Pelo que havia pesquisado antes, eu acho que vale mais a pena ter a Argentina como QG e comprar a passagem a partir de Buenos Aires. O fluxo maior torna as passagens mais baratas e a Argentina tem um custo de vida muito menor que o do Uruguai, por isso é melhor fica menos dias neste último país. Abraços e boa viagem. Citar
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