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Ao contrário do Haiti, Chile estava preparado para terremoto


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:arrow: FONTE: Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u700113.shtml

 

 

[align=Justify]O terremoto de 8,8 graus que atingiu o Chile na madrugada deste sábado, matando ao menos 214, foi 900 vezes mais forte que o tremor que atingiu o Haiti no mês passado, que matou mais de 200 mil. Para especialistas, a diferença no número de vítimas é simples.

 

O Chile é mais rico e infinitamente mais preparado, com regras rígidas para a construção, resposta de emergência eficiente e um longo histórico de catástrofes sísmicas. Já no Haiti, nenhum habitante tinha vivido um desastre desse porte antes do tremor de janeiro, que destrui muitas habitações precárias. E desta vez, o Chile foi relativamente sortudo.

 

O terremoto deste sábado teve seu epicentro localizado a 34 quilômetros de profundidade, em uma área relativamente pouco populosa. No Haiti, o epicentro estava a apenas 13 quilômetros da capital Porto Príncipe, intensificando sua capacidade de destruição.

 

"Terremotos não matam e não causam danos se não há nada para ser atingido", disse Eric Calais, geofísico da Universidade de Purdue, que estuda o tremor ocorrido no Haiti.

 

O Centro de Pesquisas Geológicas dos EUA informou que oito cidades haitianas --incluindo ca capital de 3 milhões de habitantes-- foram extremamente atingidas pelo terremoto de janeiro.

 

O governo haitiano estima que cerca de 220 mil pessoas morreram e outros 1,2 milhão ficaram sem casa. No Chile, os mortos até o momento são estimados em centenas.

 

Potência

 

Em relação à energia emitida pelo epicentro, segundo Calais, o tremor do Chile foi 900 vezes mais forte. No entanto, a energia se dissipa rapidamente conforme as distância do epicentro cresce. Além disso, o solo de Porto Príncipe é menos estável e "treme feito gelatina", de acordo com o geólogo Tim Dixon, da Universidade de Miami.

 

Além disso, ao contrário do Haiti, o Chile possui construções preparadas para os tremores, com estrutura de aço para suportar o impacto e locais para que a população se refugie.

 

"Quando você olha para a arquitetura chilena agora, você vê prédios danificados, mas você não vê uma destruição total, como no Haiti", disse Cameron Sinclair, diretor-executivo do grupo Arquitetura para a Humanidade, organização sem fins lucrativos que há dez anos ajudou 36 países a se recuperarem de tragédias naturais.

 

Haiti

 

Neste sábado, nas ruas de Porto Príncipe, muitas pessoas não sabiam do tremor no Chile.

 

Os cerca de 500 mil desabrigados, que ainda sofrem com a falta de eletricidade e comida, têm assuntos mais importantes para se preocupar.

 

Fanfan Bozot, 32, cantor de reggae que almoçava ao lado de um amigo, disse não confiar no governo para a distribuição de ajuda internacional, como alimentos e comida.

 

"O Chile tem um governo responsável. Nosso governo é incompetente", disse ele.[/align]

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