Colaboradores Viajante Inveterado Postado Dezembro 30, 2016 Colaboradores Postado Dezembro 30, 2016 Mais uma vez o dia acabara de amanhecer em Viena (Áustria) e eu já estava na estação de trem. Comprei um croissant e um chocolate quente para o café da manhã e embarquei para a capital tcheca. Naquele ano (2008), o leste europeu estava caindo no gosto dos brasileiros e Praga era a cidade da moda. Como eu estava acelerando o meu roteiro viajando de noite, passaria o dia todo por lá e depois seguiria viagem. Logo que cheguei saquei um pouco de dinheiro, deixei a bagagem no locker da estação e fui apreciar a tão bem falada cidade. Primeiro me encantei pelas ruelas e becos mas logo encontrei a Praga de avenidas largas e amplo comércio. Aliás, em termos de lojas de suvenir, que eu adoro fuçar, a capital é nota dez – ou melhor, nove, mas o motivo conto mais adiante. Caminhei até encontrar a Karluv Most (Ponte Carlos), uma das atrações mais conhecidas – senão a mais – da capital. Todos os dias a ponte fica repleta de turistas seduzidos pela vista espetacular que se tem do castelo e também pelos artistas de rua, músicos, pintores e ambulantes que se instalam ao longo dos seus 515 metros para conseguir algum dinheiro. Entre as 30 estátuas que figuram sobre a famosa ponte, a mais disputada (e antiga) é de São João – muitos acreditam que tocá-la traz boa sorte, e por que não tentar, não é mesmo? Após cruzar a ponte e chegar à outra margem do rio Vltava (Moldava, em português), subi até a região Hradcany, o Distrito do Castelo. O local é um grande complexo de prédios históricos. O Starý Královský Palác (Antigo Palácio Real) como o nome sugere, foi o endereço da família real da Boêmia até o século 16 e seu grande destaque é o Hall Vladislav onde ocorriam as coroações. A Bazilika Sv. Jíri (Basílica de São Jorge) do ano 920 se destaca por seu bom estado de conservação. Ladeada por pequenas casas coloridas do século 16, hoje a Zlatá Ulicka (Viela Dourada) é uma ruazinha espremida repleta de lojinhas de suvenir (e de turistas!); outrora habitada pelos que trabalhavam no castelo, a casa mais famosa é a de número 22 que onde viveu Franz Kafka, o escritor mundialmente conhecido pela obra A Metamorfose. Ao final da Viela fica a Daliborka věž (Torre Daliborka), uma prisão medieval onde ficavam os nobres condenados. Por último, deixei pra falar sobre a Katedrála Sv. Víta (Catedral de São Vito), pois foi a que mais gostei. A catedral levou nada menos que 600 anos para ficar pronta, tempo suficiente para deixá-la incrível. Suas torres góticas parecem espetar o céu com seus quase 100 metros de altura e podem ser vistas de longe, seus vitrais são enormes e, em sua lateral, ainda tem a torre do relógio ao lado do Portal Dourado com o magnífico mosaico veneziano ilustrando o Juízo Final. Descendo para a Malá Strana (Cidade Baixa) pela rua Nerudova me diverti observando o antigo e curioso sistema de identificação das casas que era por imagens, ao invés de números. O nome da rua remete ao sobrenome de Jan Neruda, famoso escritor tcheco. Atravessei de volta a Karluv Most para ir até o Josefov (Bairro Judeu), quando uma leve garoa começou a cair insistentemente sobre a cidade. Eu, que não tinha muito tempo, tentei ignorá-la e continuei caminhando. Conheci então o triste Starý židovský hřbitov (Antigo Cemitério Judaico) com cerca de 12 mil sepulturas e lápides sobrepostas devido à falta de espaço. Parti então para a Staronová Synagoga (Velha Nova-Sinagoga). Sim, o nome é estranho mas faz sentido. Quando foi construída seu nome era apenas Nova-Sinagoga, com o passar do tempo e a aparição de novos locais para o culto judaico acrescentaram Velha ao seu nome oficial. E é velha mesmo, datada do século 13, é a sinagoga mais antiga do continente europeu que ainda está em funcionamento. Por fim, fui explorar o coração da Staré Mesto (Cidade Velha). Essa é a região mais famosa da cidade e, consequentemente, a mais disputada pelos turistas. Na porção mais central está localizada a Staroměstské náměstí (Praça da Cidade Velha) rodeada por bares, igrejas e construções antigas. Kostel Týnem é a igreja de duas torres representando Adão e Eva. O prédio mais importante da praça é a gótica Staroměstské Radnice (Antiga Prefeitura), construída em 1338. Em sua torre fica o Relógio Astronômico, instalado quase 70 depois de sua construção. Descole um local em meio à multidão e assista à apresentação dos bonequinhos que representam os 12 apóstolos de hora em hora cheia (entre 9h-21h); há também a aparição de um esqueleto que anuncia a morte badalando o sino e de um galo que canta, anunciando um novo início, e dá um chega-pra-lá na morte. Sinistro. Depois de ver tanta coisa era chegada a hora de descansar. Sentei-me confortavelmente em um dos bares que rodeiam a praça e apreciei uma legítima cerveja tcheca, a Budweiser Budvar. Saindo de lá, rodei pelo comércio da Nové Mesto (Cidade Nova) em busca de alguma lembrança da cidade. Além de um miniatura da Karluv Most, me apaixonei por uma camiseta com a bandeira do país mas só havia tamanhos muito grandes, rodei insistentemente por trocentas lojas e, já com os pés e as pernas doloridas, consegui encontrá-la (por essa busca exaustiva, tirei um ponto da nota que dei ao comércio no início do texto!). O dia estava chegando ao fim e minha visita à Praga também. De volta à estação de trem, enquanto aguardava a confirmação da minha plataforma de embarque, conheci duas meninas de Salvador. Conversamos um pouco e embarquei mais uma vez num trem noturno, desta vez o meu destino era a Cracóvia, no sul da Polônia, meu ponto de partida para visitar os campos de concentração de Auschwitz. Leia o post original com fotos: http://viajanteinveterado.com.br/praga-conheca-a-fascinante-capital-da-republica-tcheca/ Este é o 45º post da série Mochilão na Europa I (28 países). Leia os outros posts da série: http://www.viajanteinveterado.com.br/category/grandes-viagens/mochilao-na-europa-i-28-paises/ Citar
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