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Surge no Piauí o maior parque de caatinga do Brasil


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:arrow: FONTE: O Globo

http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/02/24/surge-no-piaui-maior-parque-de-caatinga-do-brasil-915925825.asp

 

 

[align=Justify]SÃO PAULO - O Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí, vai anexar 300 mil hectares de terra a partir de março, tornando-se a maior área de preservação de caatinga no Brasil. No total, serão mais de 802 mil hectares de um bioma único no mundo, onde a terra, seca na maior parte do ano, faz surgir plantas de raízes fortes e profundas e animais resistentes.

Veja imagens do Parque Nacional da Serra da Confusão

 

A área a ser incorporada é a da Serra Vermelha, uma grande chapada de 4.900 km quadrados que abriga água que não se vê. Estão nela as nascentes do Rio Piauí, onde a água só corre nos períodos de chuva, e do Rio Itaueira, onde a calha, sempre seca, forma um corredor de absorção de toda a chuva que cai na região.

 

Sem que se aviste a olho nu, este rio sem água abastece aquele que é um dos maiores lençóis freáticos do país, o do Vale do Gurgueia, e grandes lagoas piauienses, como a Lagoa do Rio Grande.

 

- O chapadão funciona como uma enorme esponja. Absorve a água e abastece rios e lagoas da região - explica José Wilmington Paes Landim Ribeiro, agrônomo que dirige o Parque das Confusões desde 1999.

 

Para se ter uma idéia, o Vale do Gurgueia inclui poços que jorram água a 60 metros de altura. Conhecidos como 'poços jorrantes', eles foram abertos na década de 70, quando exploradores perfuraram a região atrás de petróleo e descobriram ali o líquido bem mais precioso.

 

Sem valor imediato para a descoberta, a água jorrou a céu aberto por 30 anos no meio do semiárido, conhecido justamente pela carência dela. Só recentemente foram providenciados registros para conter o desperdício.

 

Dois municípios vão doar terras

 

Criado em 1998, o Parque Nacional da Serra das Confusões abrange atualmente, com seus 502.411 hectares, terras de sete municípios - Jurema, Tamburil do Piaui, Canto do Buriti, Alvorada do Gurgueia, Cristino Castro, Bom Jesus e Guaribas - este último considerado exemplo da pobreza no país, por ter o menor PIB per capita, e, por isso mesmo, escolhido para o lançamento do Programa Fome Zero.

 

Com a nova área a ser anexada, serão incorporadas partes dos municípios de Bom Jesus - o maior doador de terra para a ampliação - e Santa Luz.

 

A delimitação da área, já negociada entre os governos federal e do Piauí, deve ficar pronta até o início de março, a tempo de aproveitar uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao estado para que o decreto seja assinado.

 

A idéia é que o novo perímetro do parque contorne os bolsões comunitários, evitando desapropriações desnecessárias e pendências por ocupações a serem indenizadas.

 

Em todo o Nordeste, apenas um parque hoje é maior do que o da Serra das Confusões. Trata-se do Parque das Nascentes do Rio Parnaíba, com sede no Piauí e que abrange parte dos estados da Bahia, Maranhão e Tocantins. São 733 hectares. O bioma, porém, é o cerrado.

Surge no Piauí o maior parque de caatinga do Brasil. goto: Divulgação

 

Outros parques de caatinga são o da Serra da Capivara (Piauí), Catimbau (Pernambuco), Chapada Diamantina (Bahia) e Cavernas Peruaçu (Minas Gerais). Juntos, porém, eles somam cerca de 400 hectares, apenas metade da nova área do Parque Nacional das Confusões

 

- O país está devendo muito para a proteção da caatinga. É o bioma mais alterado pela ação do homem e nunca se deu muita importância a ele. Achavam que era um bioma pobre, sem muito a desvendar - diz Ribeiro.

 

Com a importância crescente dos temas ligados ao meio ambiente no planeta, os pesquisadores começaram a perceber que a caatinga, única no mundo, abriga espécies que nenhum outro lugar é capaz de acolher.

 

Castigada pelo clima, a flora é rica. São cerca de 930 espécies lenhosas, herbáceas, de cactos ou bromélias. Nos períodos de seca, as folhas de muitas delas caem justamente para evitar transpiração e perda de água. As raízes são profundas e exuberantes, capazes de captar umidade na maior profundidade possível.

 

A fauna é de bichos fortes. O Carcará, ave de rapina, é uma delas. Os lagartos que seguem a cor da vegetação para se camuflar durante o inverno e a seca são, pelo menos, de 47 espécies - sete deles sem pés. A mais recente encontrada está sendo descrita por pesquisadores da USP e chama-se Calyptommatus confusionibus. Só de serpentes, são 45 espécies.

 

Das 18 espécies de aves endêmicas da caatinga, 13 estão presentes do Parque da Serra das Confusões. Há ainda o veado catingueiro, a onça parda, o tamanduá e o tatu-bola, muitos na lista de ameaçados de extinção.

 

- A caatinga, depois de anos de esquecimento, tem agora prioridade máxima de preservação para que sua biodiversidade seja protegida - diz o diretor do parque.

 

A pressão da soja

 

Rodeado pela agricultura familiar e de subsistência, o Parque Nacional da Serra das Confusões vai crescer para não diminuir. Esta é a tese das autoridades e ambientalistas envolvidos no projeto.

 

A paisagem cinematográfica, repleta de cânions, vales, formações rochosas, grutas e sítios arqueológicos sofreu, ao longo do tempo, a ação das carvoarias clandestinas.

 

A vegetação da caatinga, à primeira vista escassa, sempre abasteceu fornos industriais no Nordeste, onde o carvão ainda hoje é importante matriz energética. O corte, porém, era com machados, feitos por gente que nasceu e sempre morou ali e tem no carvão e na lenha única fonte de renda.

 

A ameaça, agora, vem da soja. Dono de plantações mais recentes e consideradas das mais produtivas de todo o país, o Piauí corre o risco de ver a expansão da soja passar das áreas de cerrado para as de caatinga por causa da especulação em torno do preço da terra.

 

" O país está devendo muito para a proteção da caatinga. É o bioma mais alterado pela ação do homem e nunca se deu muita importância a ele "

 

As chamadas terras de altitude, não exploradas pela agricultura familiar, para os grandes produtores de soja se tornam uma nova fronteira de ocupação. Com plantio e colheita mecanizados e uso de adubo em larga escala, fazendeiros de outros estados lançam olhos sobre o chão árido que, até agora, parecia ser só dos lagartos.

 

O preço compensa: a diferença entre o cerrado e a caatinga é de R$ 1.000 para R$ 50 por hectare.

 

O desmatamento e a interferência no bioma é a principal questão.

 

- Na medida em que desmata e o solo deixa de absorver, a água vai correr em superfície e a esponja deixa de existir - explica Ribeiro, referindo-se ao chapadão da Serra Vermelha.

 

Turismo ecológico

 

No projeto do parque ampliado, a compensação financeira parece mais distante, mas pode incluir mais gente. No lugar de grandes fazendas mecanizadas, com uso restrito de mão-de-obra, o projeto propõe a criação de infraestrutura para o turismo ecológico, atraindo inicialmente os estrangeiros, já interessados na área da Serra da Capivara, diante apenas 80 km da Serra das Confusões na medida portão a portão.

 

Estruturas para turismo em grutas, trilhas e até museus a céu aberto nas áreas de sítios arqueológicos e pinturas rupestres estão em fase licitação.

 

- A preocupação maior é conter o avanço da soja em direção ao parque. Nossa obrigação é proteger a unidade - afirma Ribeiro.

 

O bioma

 

Segundo informações do Ibama, a caatinga corresponde a 6,83% do território nacional e se estende por 10 estados. A caatinga ocupa 100% do Ceará, 95% do Rio Grande do Norte, 92% da Paraíba, 83% de Pernambuco e 63% do Piauí. Na Bahia (54%), Alagoas (48%) e Sergipe (49%) corresponde a cerca de metade do território. Áreas menores estão em Minas Gerais (2%) e Maranhão (1%).

 

O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata branca. Na seca, as folhas caem. No período de chuvas, ficam verdes. Os rio[/align]s também são intermitentes e ficam secos durante parte do ano.

  • 1 ano depois...
  • Membros de Honra
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Absolutamente NADA. O parque praticamente só existe no papel, nem portaria direito este possui. Infelizmente é algo ainda muito recente e não possui estrutura alguma.

  • Membros de Honra
Postado

É nessa região onde encontraram diversos tipos de inscrições rupestres?

Se não me engano, a região de chama Parque Nacional das Sete Cidades...

  • Membros de Honra
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Tosetto, Serra das Confusões e Parque nacional de Sete Cidades não são os mesmos. Sete Cidades é sim um parque bem estruturado, locado mais ao norte, na região central do Piaui. Já Serra das Confusões, fica bem a sudoeste do estado, próximo a divisa dos estados do Maranhão.

 

Um outro parque, com bem mais organização e estrutura ficando bem perto da Serra das Confusões é o Parque nacional da Serra da Capivara, tendo como sede o município de São Raimundo Nonato. Este sim é um importante sítio paleontológico, com pinturas rupestres e tudo mais. Aliás, o Piauí todo é dotado de vários sítios de pinturas rupestres.

  • Membros de Honra
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Então pessoas, Serra das Confusões não fui ainda, apenas assisti uma palestra de um dos organizadores do projeto. E o que pude já pesquisar me deixou empolgado também, realmente é um lugar lindo, mas sem infra e logística de transporte complicado, só por agência ou de carro mesmo.

Quanto aos demais lugares já estive, e sim vale a pena, principalmente Sete Cidade, lá as pinturas rupestres são ímpares( Há uma impressão de mão com polidactilia, ou seja uma mão com seis dedos), sem falar das formações geológicas.

 

O museu do homem das américas e todo o parque da serra da capivara também vale muito a pena conhecer.

  • 2 meses depois...
  • Membros
Postado

Amigos, para quem perguntou sobre o Parque Nacional de Sete Cidades no Piauí, estive lá em OUT 2009 e foi uma experiência muito agradável, eu e um amigo de aventuras pegamos o Busão na rodoviária de Teresina as 22hs e cerca de 3hs de viagem chegamos a rodoviária de Piripiri-PI de madrugada, cidade de onde se parte para o Sete Cidades, era madrugada e um taxista tentou nos estorquir cobrando um preço alto pra nos levar até lá no parque, a solução foi pegar duas moto-taxi loucos que sairam na madrugada do Piauí por uma estrada asfaltada muito boa a quase 90km/h que da acesso o parque, naquela noite vi pássaros acompanhando o facho de luz da moto. Acampamos em um dos dois hoteis que ficam na redondezas do Parque, (o de fora e o de dentro) o de fora é particular e mais caro, o de dentro é concessão do governo e mais barato, só que pelo horário ficamos no de fora, foi 10 contos por pessoa na barraca, ao amanhecer pertimos pra o parque, ficamos o dia todo, o guia cobrou 70 contos por dia, pra andar TUDO (FULL) o parque a pé, afinal por esse preço queríamos ver TUDO, todas as SETE cidades, numa caminhada com direito a banho de lago e de cachoeira!

 

Fotos:http://www.flickr.com/photos/andersonmola/sets/72157622731757190/

 

Abç

 

abç.

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