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Circuito O (Macizo Paine) - Torres del Paine em 9 dias


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Fizemos esta viagem, meu namorado (Manoel Comar) e eu, por conta de umas férias forçadas e pensando que por ser basicamente um trekking e como ficaríamos em camping, seria uma viagem barata (santa ingenuidade Robin).

Compramos a passagem saindo de nossa cidade, São José do Rio Preto/SP à Punta Arenas e começamos a correr atrás de informações e tentar alcançar algum preparo físico para a longa caminhada.

Levamos os equipamentos para camping daqui e sentimos bastante na hora de organizar a bagagem, pois 23kg cada um era um desafio e ficamos mal acostumados, pois as últimas viagens para trekking ou montanha foram feitas de carro. O lado bom de não haver chuveiro em todo o trajeto, foi levar menos trocas de roupas rs. Desta forma, conseguimos levar toda a comida liofilizada e equipamentos dentro da franquia de bagagem.

Chegamos em Punta Arenas dia 16/11 e fomos procurar uma van que havíamos lido no relato que poderia nos levar até a rodoviária da cidade pra tomarmos o bus para Puerto Natales. Nosso primeiro erro. Pegamos a Van, P$ 5.000 cada um e essa van nos deixou na garagem da Bus Sur. Compramos passagem, P$ 6000 cada. Entramos no ônibus e qual não foi a nossa surpresa ao vê-lo parar no aeroporto. Ou seja, gastamos P$ 10.000 sem necessidade, se tivéssemos informação, poderíamos ter tomado o bus no aeroporto para PN.

A viagem durou cerca de 3 horas e a paisagem do caminho é a típica chilena, bastante árida. Dormimos parte do caminho, mas só parte, porque depois ficou impossível, tinha um trator ligado atrás de nós, que eu tive quase certeza que era alguém da dupla Cesar Menotti e Fabiano, só num sei qual, só sei que o ronco era altíssimo.

Chegamos à rodoviária de PN e fomos tirar as mochilas dos sacos de lixo (embalamos em sacos de lixo preto para não estragar nas esteiras, ou mesmo para as tiras e correias não ficarem presas). Compramos as passagens para o Parque para o dia 18/11, ida e volta para os dois ficou em P$ 30.000, a volta não precisa ser agendada, e fomos procurar o hostel, que era perto da rodoviária.

Chegamos ao HostelYemel às 10:30 (Fizemos a reserva pelo booking por causa dos comentários, e foi uma excelente opção. Muito limpo, organizado, bem familiar e confortável. Além de ter um ótimo custo x benefício tratando-se da Patagônia). No hostel deixamos nossas bagagens na recepção, pois o quarto ainda não estava pronto,e fomos comer, pois estávamos sem café da manhã. Demos uma passeada pelo centro até dar a hora do almoço e fomos ao Grey Dog, recomendação da dona do hostel. A comida veio gostosa, mas pra nossa fome foi pouco rs. Para o nosso bolso de mochileiro, a conta foi alta P$ 15.000. Depois disso passeamos mais um pouco, fomos a um mercado, compramos a sobremesa e voltamos ao hostel para o soninho da tarde. Acordamos e fomos passear na orla, aproveitara luz do pôr do sol, às 21:30 :D.

 

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À noite voltamos ao GreyDog e comemos a melhor empanada da nossa vida (e já foram muitas). Mais P$ 18.000.

Sobre os preços dos restaurantes, entendemos que a Patagônia não é barata, e para nós que viajamos de modo econômico pode parecer mais cara ainda. Só no dia seguinte percebi que gastamos R$ 180,00 em apenas duas refeições bem simples.

 

Dia 17/11 – Acordamos e tomamos café da manhã. Achei bom pelos padrões chilenos, tinha pão, geleia, queijo e presunto, suco, iogurte e até ovos mexidos feitos na hora. Mais um ponto a favor do Yemel.

Neste dia fomos passear pela cidade, saímos do começo da orla até o final, onde fica a estátua do Milodon. Neste dia estava bem nublado, então a luz não favoreceu muito as fotos, mas foi muito gostoso. Dessa vez compramos almoço no mercado, empanadas e pastéis e comemos no hostel.

À tarde fomos fazer as compras para a trilha, biscoitos, pão, nutella (pão com nutella foi nosso almoço todos os dias).

Bom, fizemos mercado para trilha, já compramos o jantar no mercado e jantamos no hostel.

No quarto organizamos nossas mochilas e já organizamos as mochilas que ficariam guardadas no hostel (na volta do trekking também nos hospedamos no Yemel).

Dia seguinte acordamos cedo, tomamos o café da manhã e fomos para rodoviária. Saímos 7:20 e chegamos por volta das 9h na portaria Laguna Amarga, descemos, pagamos a taxa de entrada (P$ 21.000 cada) assistimos o vídeo de instrução e tomamos uma van para o camping Central (P$ 3.000 por pessoa).

 

Dia 18/11 – dia 1 - Saída Central – Camping Serón - Saímos para o Camping Serón às 10:10, começa por uma estrada normal, subindo, subindo, e depois de uma hora entramos num bosque. Nesse dia o tempo estava nublado, começou a chover, e como havia lido muito sobre o tempo imprevisível, já fiquei preocupada, colocamos a capa na minha mochila, nessa era o Manoel viu que havia esquecido a capa da mochila dele :S. Logo entramos em um bosque e o barulho do vento nas árvores era assustador, parecia que estávamos perto da turbina de um avião. Andamos muito nesse bosque, e o caminho era ao lado de uma cerca de arame. Saímos do bosque, andamos por um vale, com um rio, depois entramos em outro caminho arborizado. Neste caminho vimos uma placa indicando que estávamos no meio do caminho e isso deu uma animada. Segundo relatos este dia era um dos mais fáceis, mas subimos bastante e já estávamos cansando com o peso da mochila.

 

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Fazia umas duas e meia que estávamos caminhando. Nesse tempo subimos muito, mas agora já tínhamos começado a descer para o vale. Andamos bastante e entramos numa fazendo, tinha gado, e nas cercas tínhamos que subir um tipo de escada, não tinha porteira. Depois do bosque só encontramos um casal no caminho. Haviam passado outras pessoas, mas como estávamos lentos, não vimos mais ninguém. E depois da placa sobre onde estávamos, não vimos mais indicação nenhuma do Seron. Depois da fazenda andamos num estrada e depois de algum tempo notamos que não tinha mais pau laranja ou marcação em lugar nenhum, como estávamos andando há umas cinco horas, ficamos preocupados de ter passado pelo camping. Nesse momento, vimos umas fitas amarelas penduradas em uma árvore mais à frente, felizmente, pois o caminho continuava dentro de uma propriedade, encontramos uns cavalos e seguimos em frente num caminho lamacento, uma hora depois encontramos finalmente a placa do Seron. Andamos mais uns 700 m e o avistamos, às 16:20, seis horas e dez minutos depois da saída. Nem podia mais andar com a mochila. Por um momento, achamos que estávamos perdidos e também pensando, se esse era o dia fácil, imagina os difíceis. ::hahaha::

 

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Chegamos, fizemos nosso check in.

 

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Depois que lemos a notícia no site extremos.com sobre a exigência de reservas para acampar nos campings do CONAF, já fizemos as reservas em todos os campings que ficaríamos.

Fomos armar a barraca, tomar banho quente e fazer nossa comida. Neste camping tem dois banheiros com chuveiro quente, com certo espaço, pia pra lavar louça e um lugar abrigado pra cozinhar. Tem também mercado (tudo muito caro como em todos os outros campings), refúgios e refeições pra comprar. Quem pode e quer gastar, acha jeito rs.

Comemos, e fomos dormir cedo, dia seguinte seria longo.

 

Dia 2 – 19/11 –Serón ao Dickson - Neste dia não colocamos o relógio pra despertar, acordamos umas 6:30, desmontamos as barracas, tomamos o café almoço e saímos às 9h. O Seron está rodeado por uma vegetação que parece uma savana, e foi assim que continuamos para o Dickson. Eu vendo a savana só pensava no tal puma. Não tinha nenhuma intenção de encontra-lo. Vamos deixando a savana pra trás e começamos a subir, subir e eu a ficar cansada.

 

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Logo as pessoas que estavam no Serón começaram a passar pela gente. Vencida as primeiras subidas, com vista linda de lagos, rios, savanas, montanhas, tive o panorama do que nos esperava. Muitas decidas e subidas.

 

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O sol estava implacável, muito quente, e isso foi minando minha energia, e tinha que continuar subindo, subindo. Neste momento achei que esse trekking definitivamente não era pra mim. Estava totalmente sem forças, era por volta do meio dia e parava sempre pra descansar. Manoel estava melhor, seguia na frente e eu ficava feliz quando ele parava pra fotografar as flores do caminho para eu dar uma descansada.

Finalmente chegamos no final desta subida e avistamos o Lago Paine, uma visão muito bonita, do lago e das montanhas. Sabíamos que depois do lago chegaríamos à Guarderia Coirón e isso significava que era metade do caminho. Comemos uns biscoitos e continuamos. Dei uma animadinha, que durou pouco. O caminho continuou por uma encosta subindo e descendo o tempo todo e quase não havia sombra e eu quase entrando em ebulição de tão quente. E o lago, que parece não tão grande no começo, nunca mais acaba, e você começa a sentir que a metade do caminho está longe rs.

Precisávamos parar para almoçar, mas queria chegar ao menos no meio do caminho, ou seja, no Coirón, mas nada de Coirón. Andamos, andamos, acabou a laguna e encontramos uma matinha com um rio e paramos lá para o almoço (pão com nutella e queijo mantecoso). Creio que era perto das 14h. Neste lugar havia uma placa indicando o Coirón. Depois disso andamos mais uns 40min e encontramos a Guarderia, assinamos o nome na lista. Segundo um quadro que estava na parede, estávamos na metade do caminho e o restante seria plano. Aleluia!!

O caminho agora era de novo savana, ou seja, muito sol. Um caminho muito bonito.

 

Algumas subidas e descidas, mas bem suaves. Encontramos outra placa daqueles que dizem que faltam tantos km... Usted esta aqui. E depois do primeiro dia, comecei a desconfiar muito dessas placas. Elas abalavam meu psicológico, só pode ter sido um espírito muito fanfarrão quem colocou essas placas pelo caminho, não correspondem à realidade. Pelo menos não a nossa. O dia estava muito bonito e o sol muito forte. Como tem pouca sombra pelo caminho, ficamos muito fatigados com o calor e isso suga energias.

Enfim, andamos, andamos, andamos e andamos mais e finalmente temos uma vista espetacular de um glaciar. Nessa hora encontramos o casal que havíamos encontrado indo para o Serón, depois descobrimos que eram Holandeses. Tiramos umas fotos e seguimos em frente. Depois de uns 40 minutos, olhamos à direita e vimos um “grande buraco” lindíssimo, e lá estava o camping Dickson. Parecia uma miragem de tão lindo o lugar. Lago, montanha, glaciar, a área gramada do camping, parece as imagens que vemos da Suíça rs.

 

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Mas ainda tinha um bocadito pra descer e chegar até lá. Quando chegamos, fizemos check in e fomos informados de que não tem lugar abrigado pra cozinhar, deveríamos cozinhar nas mesas que tinham pelo camping. E estava a maior ventania. Eu mal conseguia dar um passo. Fomos os últimos a chegar, eram 18:25. Depois de 18km (medida oficial) em 9h25min chegamos ao Dickson. Estava destruída e só não desisti ali, porque tive pavor de voltar por todo aquele caminho. O trecho está previsto no mapa para ser feito em 6 horas. Apesar de sermos os últimos a chegar,muitas pessoas que haviam chegado antes não chegaram tãooo antes assim. Alguns eram trekkers experientes e mesmo assim tiveram um dia difícil.

Ainda reunimos forças, calçamos os chinelos e fomos até à margem do lago Dickson. Que visão maravilhosa!! E que frio rs. Ficamos apreciando a paisagem e depois voltamos para armar a barraca, tomar banho e fazer o jantar.

 

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No Dickson, tem chuveiro quente, ousei tomar um banho, mas acho que o espaço mede 80x80, não tem onde colocar nada das coisas de banho e por baixo da porta entra um vento muito frio, mas mesmo assim é quente e é banho e um luxo num dia como este. Existe pia na área externa, perto do banheiro que serve pra tudo, escovar dente, lavar as mãos, louça, o rosto. Tem mercadinho e tem um refúgio.

Tomamos uns relaxantes musculares/anti-inflamatórios/morfina rs e fomos dormir.

 

20/11 – dia 3 – Dickson ao Los Perros – Acordamos sem despertador às 7:40. Este dia seria mais curto. E felizmente já conseguia mexer as pernas e quadris que estavam meio enrijecidos no final do dia anterior. Desmontamos tudo, tomamos café e saímos para o Los Perros.

Lembra que falei em “buraco” lindo quando avistamos o Dickson? Pois é, temos que subir pra sair dele rs.

Começamos a trilha subindo às 10:10. Subimos durante uns 40 min e entramos num bosque. A maior parte da trilha é dentro desta trilha, subidas e descidas não tão ruins como a primeira parte do dia anterior. Este bosque é bem úmido e o calor estava lá pra te lembrar que Torres Del Paine não é brincadeira. Paramos pra almoçar/tomar café num lugar bem agradável, na beira de um rio.

 

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Andamos muito e saímos do bosque, e chegamos a um mirante que óbvio, tinha uma vista impressionante, (também tinha uma daquela placas enganadoras, dizendo Usted esta aqui, mas que na verdade diz, você está em algum lugar no caminho e nós não sabemos quando irá chegar até o próximo camping). Andamos mais e mais no bosque e subimos um morro de sucrilhos (aquelas pedrinhas que te levam pra trás quando você dá um passo pra cima. No final dela havia um outro mirante, era o Glaciar Los Perros, super bonito.

 

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Mas a paisagem mais bonita, ao menos pra mim, veio depois. Você continua a trilha por uma nano crista, depois desce para o vale e encontra uma lagoazinha de água transparente que eu me apaixonei.

 

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Acho que compunha um cenário mais bonito com as montanhas do que o lago anterior.

 

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Enfim, andamos por umas pedras que margeava um rio e encontramos finalmente o Camping Los Perros. Eram 17:10. Ou seja, caminhamos 7 horas, o mapa dizia 4,5h. Aceitamos o fracasso e fomos montar a barraca. Afinal, como o dia só terminava às 21:30, ficávamos felizes em chegar antes do sol se por kkk.

Los Perros tem guarderia, tem banho frio, tem mercadinho e tem um lugar ótimo pra cozinhar, totalmente abrigado. Tem duas pias pra lavar a mão, louça e todo o resto, dois banheiros, os dois com o vaso entupido.

Neste dia teve banho de gato (lenço umedecido), jantamos e decidimos que acordaríamos bem cedo pra enfrentarmos o El Paso.

No dia que chegamos no Serón, haviam várias pessoas de mais idade (mais que a gente, que somos já de alguma idade, 34 e 37 anos). Mas tinha um casal que chegou depois da gente e que tinham por volta de 60 anos e não estavam no esquema de refúgio fullboard. Levavam sua própria barraca e comida.

No dia do Dickson, o senhor disse ao Manoel que estavam procurando pela gente e tals, o Manoel disse que andávamos muito devagar ele respondeu que o importante era que chegávamos ao mesmo lugar que os outros que andavam mais rápido. Disse também que a dificuldade do Paso era mito. Depois do Los Perros não os vimos mais. Eram muito fortes, andavam rápido, e como os outros gringos, não paravam tanto pra tirar fotos e ver a paisagem como a gente. Neste grupo que começou com a gente deviam ter umas 15 pessoas no regime mais econômico. Essas pessoas mais velhas que vimos no começo, não vimos no Paso, devem ter seguido direto para o Grey. ::lol3::

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21/11/16 – dia 4 – Los Perros ao Paso – Lemos muito que o Paso era o dia mais difícil, que subia muito, mas não havia visto nenhuma foto com a cara o Paso, não fazia ideia do que nos esperava. Colocamos o relógio pra despertar e saímos às 7:40. Começamos a caminhada por um lugar alagado e parecia um brejo, mas foi tranqüilo, dentro de uma mata.

 

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Saímos da mata e vimos as montanhas em volta e ficamos tentando encontrar onde seria o Paso. O dia estava fresco, nublado, então a caminhada é mais agradável. Como sabíamos que o dia seria duro, estávamos preparado psicologicamente para uma subida bem difícil.

 

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Saímos da floresta e encontramos uma montanha e vimos a neve pelo caminho. Fiquei feliz porque gosto de neve rs. Entramos novamente em outra floresta e quando saímos dela tivemos a visão de uma subida, a primeira de muitas, nas montanhas com neve pelo caminho. Estava frio, então a caminhada não era tão desgastante pra mim. Queria parar toda hora pra tirar foto na neve e o Manoel já começou a se irritar kk. Afinal, tínhamos muita coisa pela frente, não dava pra perder tempo com tanta foto rs.

 

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Enfim, o Paso é um sequencia de subidas, você sobe e logo vê que tem outra montanha (que deve ser a mesma rs) depois daquela que subiu e outra e outra. Mas até então pra mim foi o melhor dia, apesar do cansaço. O fato de estar nublado, de ter muitas montanhas e neve ajudou nisso.

 

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Enfim, quando achávamos que não terminaria mais de subir e descer e subir de novo, avistamos o maravilhoso Glaciar Grey que não fazíamos ideia que encontraríamos neste dia. (agora você sabe, desculpe estragar a surpresa rs).

 

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Subimos e agora era hora de descer, mas descer muiiiiiiiiiiiiito mesmo, e essa foi a parte ruim. Você desce a encosta da montanha em zigue zague e depois entra em uma floresta e continua a descer sem ver nada muito além de onde está. A maior parte do caminho tem degraus, que são bem grandes e eu não sabia se chorava ou pedia pra sair ::essa::

 

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Quando já estávamos cansados de andar e achando que logo veríamos o camping, encontramos uma daquelas placas do mal “Usted esta aqui” dizendo que faltavam 2,5km pra chegar. Surtei!! Mesmo sabendo que não ia adiantar nada, esbravejei, senti ódio, fiquei revoltada com a placa. Masss, continuamos a nadar, digo, andar.

Descemos mais uns 40 min e vimos um rio que seguia para o glaciar. O Manoel tentou atravessar por um lugar, mas não foi possível. Tinha uma marca laranja no meio do rio e fui por lá tentar atravessar, mas fiquei presa no meio rio e tive que voltar. O rio estava muito caudaloso e ficamos procurando um lugar seguro para passar para o outro lado.

Nessa hora apareceram dois guardas parques, tinham ido lá tentar arrumar um lugar para atravessar, pois o rio, segundo eles, estava muito mais caudaloso do que é normalmente, umas 03 vezes mais. Eles nos ajudaram a atravessar e ficaram lá tentando mover pedras pra fazer um caminho viável.

 

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Disseram que o acampamento estava perto. Ficamos descrente por causa da última placa do mal. Nessa descida toda, só encontramos água bem no final da trilha.

Mas felizmente, depois de uns 20min vimos o camping. Que alegria. Fomos os últimos a chegar pra variar, mas nosso moral melhorou por termos encerrado aquele dia. Chegamos às 17:15, foram 9he35min de caminhada. No mapa diz 6h. Outro detalhe, é que no mapa fala de 8km, mas no camping El Paso havia uma placa dizendo que são 12km. Pra minha teoria da conspiração das placas foi mais uma prova que essas placas com km e tempo não fazem sentido nenhum rs.

Armamos barraca, fomos conhecer o banheiro. Segundo o Manoel era um banheiro do Tarzan, você se pendura numa corda que tem no teto pra não cair no buraco que serve de vaso kk. Não tem chuveiro. Tem lugar abrigado pra cozinhar e pia faz tudo.

 

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Fomos jantar, conversamos um pouco com os chilenos e austríaco que estavam por lá e fomos dormir.

 

22/11/16 – Dia 5 – El Paso – Camping Grey – Neste dia acordamos mais tarde e saímos às 9h para o Grey. A expectativa do dia era o banho quente, pois já eram dois dias sem banho rs. No começo você sobe e encontra um mirante do glaciar “esplêndido” Grey.

 

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Fomos uns dos primeiros a sair neste dia. Mas como paramos no mirador pra apreciar e tirar fotos, logo passaram pela gente o trio de colegas chilenos, foi nossa sorte. Pois mais a frente demos de cara com um grande rio, com muita correnteza e SEM ponte. Eles já haviam atravessado, mas um deles veio até nos e se ofereceu pra nos ajudar a atravessar, pois estava muito difícil, carregou minha mochila e nos indicou o melhor lugar para atravessar.

 

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Na outra margem havia um barranco alto e havia uma escada metálica vertical para subir até a continuação da trilha. Andamos muito pela encosta da montanha que margeia o glaciar, e em alguns momentos a trilha pode ser perigosa, pois fica bem estreita e exposta. É preciso atenção. Sorte a nossa termos pego bom tempo, pois com chuva deve ser mais delicado esse caminho. Encontramos uma área bem devastada pela queimada no caminho. :(

 

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Caminhamos com muita subida, até encontrarmos a primeira ponte suspensa. Depois dessa ponte o caminho fica mais plano. As pontes são uma atração à parte, dá uma disparada no coração no meio da ponte, mas a vista é soberba.

 

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Andamos e chegamos até uma grande pedra com vista para o Lago e o Glaciar Grey. Uma das mais lindas do caminho.

 

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Ficamos um tempo lá aproveitando a vista e seguimos para o Grey. Um pouco antes da primeira ponte já notamos a mudança drástica no fluxo de visitantes. Até El paso era bastante reduzido, basicamente o grupo que começou no mesmo dia que a gente. Chegando perto do Grey o movimento era mais intenso. Chegando no Grey, nos sentimos em um shopping tamanha a estrutura e circulação de pessoas. Fizemos nosso check in e fomos instalar nossa barraca. Chegamos às 14:30. Foram 5he30min. O mapa indicava 5h, mas paramos bastante pra ver a paisagem e fotografar. Fomos os primeiros a chegar nesse dia.

Estava animada com o banho quente, mas na recepção vi que o banho quente só era possível a partir das 18:30. Ok, podia esperar rs. Montamos a barraca e fomos almoçar almoço mesmo e descansar um pouco.

Às 18:30 arrumei minhas coisas e fui feliz e contente tomar meu banho quente, mas na entrada encontrei a colega chilena e ela disse que nesse dia não haveria banho quente, pois havia quebrado algo :? . Fui até a recepção e o funcionário confirmou essa informação. Resolvi encarar o banho frio mesmo, sem lavar o cabelo rs. No banheiro já havia uma fila, e uma das pessoas disse estar esperando a hora da água quente. Disse no meu inglês de ensino médio que não haveria água quente naquele dia, mas ela respondeu que haveria sim, às 19h e que se quisesse podia tomar banho antes disso. Baseada na informação do funcionário que havia acabado de receber fui para o chuveiro mega frio. Mas quando estava saindo, começou a sair água do chuveiro, mesmo eu tendo desligado e água era QUENTE. Não pensei duas vezes, voltei correndo para o chuveiro lavar o cabelo kk.

Neste camping tem tudo rs. Refúgio, banho quente, mercado, lugar para cozinhar super abrigado.

Fizemos a janta e fomos dormir. Dia seguinte também seria longo.

 

23/11/2016 – Dia 6 – Camping Grey ao Italiano – Nossa caminhada começou às 6:30, e encontramos muita gente ao longo do caminho. Muitos grupos guiados, que aparentemente vinham do Paine Grande até os mirantes dos lagos e glaciar. Alguns idosos seguiam firme, mesmo com o sol escaldante.

Chegamos ao Paine Grande às 10:55 e nos deparamos com aquela estrutura gigantesca, com o lindíssimo lago Pehoé e aquela vista das montanhas.

 

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Paramos lá para fazer o almoço, pois hoje tomamos café da manhã mesmo (pão com nutella rs). Fomos até o lugar de cozinhar, fizemos nossa refeição, demos uma volta pela instalação e ficamos um pouco arrependidos de não termos agendado pra ficar naquele lugar tão lindo.

 

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Às 11:50 continuamos para o Italiano. Este segundo trecho foi difícil pra mim. A área foi atingida por uma grande queimada, então o bosque virou uma floresta de paus secos, não havia sombra nenhuma, sofri muito com o sol (sempre o sol). Boa parte do caminho se dá com vista para o lago Skösttberg, de água muito transparente, mas não tão belo quanto o Pehoé. Fiz muitas paradas pra descansar.

 

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Encontramos as fatídicas placas e parecia que o camping Italiano estava bem longe. Depois de uma hora desta placa paramos para descansar em uma das poucas sombras do caminho. Ficamos lá por meia hora. Quando saímos andamos mais uns 20 minutos, encontramos outra ponte suspensa, com vista linda para uma montanha nevada. Pra nossa total surpresa, após a ponte já era o camping.

 

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Eram 15:30. Andamos por cerca de 8horas. Chegamos no Italiano, fizemos o check in na Guarderia. Tínhamos feito reserva para dois dias, pois íamos aos miradores Francês e Britânico no dia seguinte. Havia um aviso de que só poderia ficar por uma noite, mas como tínhamos feito a reserva, nos permitiram ficar as duas noites. Este é o camping mais precário, os banheiros são de fossa seca, havia uns 6, mas apenas um funcionava e havia muitas barracas no camping. Não havia pia para qualquer coisa, você tinha que pegar água no rio pra tudo, e é proibido o uso de detergente lá ou sabonete lá. Pra pegar água no rio você tem que descer até a margem, e pegar água entre as pedras, o rio tem uma correnteza bem forte (esse que aparece na foto acima). O lugar pra cozinhar é bem pequeno, tem umas duas mesas externas onde também é permitido cozinhar, mas tem que lidar com o vento. Depois de armar a barraca comemos nosso prêmio, um batata frita que o Manoel comprou no Grey rs.

 

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Ficamos por lá e ao nosso lado ouvimos umas pessoas falando em português . Eram brasileiros que haviam acabado de chegar. Tinham vindo pelo Paine Grande e pretendiam fazer o Circuito O. Foi bom ouvir a língua materna, eram os primeiros que encontramos na trilha. Seguimos o mesmo esquema, jantar e dormir.

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24/11/16 – Dia 7 – Italiano – Mirador Britânico – Italiano – Saímos 9h rumo aos miradores. Teoricamente seriam 2,5h. A primeira parte é uma pirambeira, sobe bastante. Durante o caminho a vista é linda. Na primeira hora vemos o Glaciar Francês, depois chegamos ao mirador do Vale Francês e aí você anda muito e quando acha que está chegando, anda mais para chegar ao mirador Britânico. A paisagem vale cada minuto da caminhada.

 

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O caminho depois do mirador do Vale melhora, mas é longo. Você anda quase todo o tempo dentro de um bosque, quando sai encontra um grande espaço sem árvores, cheio de pedras, basta seguir as marcas laranjas e entrar em outra mata. Nesta mata você andará mais uns 50 min e chegará ao mirador. Chegamos ao Mirador às 12:20 e saímos 12:55, almoçamos, apreciamos e tiramos fotos.

 

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Lá tinha bastante gente. Alguns grupos guiados, encontramos muita gente no caminho. Nesse dia o joelho Manoel, que tem problemas, doeu bastante, mas ele foi firme fez todo o trajeto. Este dia fomos só com uma mochila de ataque. O dia estava bem fechado e teve alguns chuviscos durante todo o dia. Chegamos às 15:45 no camping. Hoje não tinha batata rs. Estava bem preocupada com o dia seguinte, pois seria outro dia longo. A meia hora do Italiano tem o camping Francês, infelizmente não pensamos na possibilidade de ficar lá, pois poderíamos ter seguido pra lá neste dia. Neste camping tem melhor estrutura e seria uma boa ao menos ter uma pia pra pegar água e lavar qualquer coisa. Não quisemos arriscar ir sem reserva e dormimos mais uma noite no Italiano.

 

25/11/16 – Dia 8 – Italiano – Camping Central – Saímos do Italiano às 6:25, estava bem frio, mas logo depois que saímos tivemos que parar para tirar os casacos. Passamos pelo camping Francês e depois dele vimos uma paisagem linda, lago e montanhas.

 

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Depois de 2he10min chegamos ao camping Los Cuernos. Parece ter uma ótima estrutura, tem uns chalés espalhados pela montanha, outro nível rs. Paramos para eu trocar a bateria da câmera e depois seguimos.

 

Algumas subidas, descidas, subidas (é a regra em todo o circuito) e avistamos uma praia de pedra na margem do lago visto ao longo do caminho, que já era o Nordenskjöld. Que gracinha, fiquei apaixonada por este cenário, mas tinha muito caminho pela frente.

 

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Continuamos o sobe e desce, eu reclamei (reclamei todos os dias kk) e seguimos em frente. De repente você sai do caminho que estava fazendo, longe do lago, e dá de cara com o lago novamente, dessa vez a visão é mais ampla, é o Lago Nordernskjöld, impronunciável. Neste momento as marcas laranjas somem e eu fiquei com medo de estarmos perdidos. Além disso, quase não víamos mais pessoas.

 

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Até que finalmente encontramos pessoas vindo da direção contrária. Andamos muito e chegamos a uma espécie de mirador do lago. Sentamos um pouco, seguimos e logo encontramos a placa que indicava o Camping Chilenos e o Torres. Um sobe desce suave. Finalmente vimos lá longe o Camping Central/Torres, mas era como uma miragem, subimos, descemos e andamos muito até chegar lá. A paisagem continua bonita, com um outro pequeno lago.

 

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Mais pra frente pegamos uma estrada, por onde passam carros e finalmente chegamos ao Hotel Las Torres. Faltavam alguns metros pra chegar ao camping ainda. Mas paramos por ali, em umas mesas, pra descansar e comer o segundo sanduíche de nutella do dia (como o dia seria longo, tivemos essa regalia haha). Criamos coragem e fomos até o camping, fizemos o check in e escolhemos um lugar para montar a barraca. O camping é enorme, cabe muitas barracas, tem mercado, pias, banheiros, mas não tem lugar abrigado pra cozinhar. Cozinha-se em mesas espalhadas pelo camping. Montamos a barraca embaixo de uma árvore, perto do banheiro e pias. Tomamos um banho maravilhoso e ficamos descansando na barraca. Nesse dia também teve uma batata e uma coca :D : D.

 

Dia seguinte era o último dia de caminhada e também o dia de ver as famosas Torres. Jantamos e fomos dormir. Colocamos o relógio pra despertar.

 

Dia 26/11/16 – Dia 9 – Camping Central – Torres – Camping Central – Neste dia saímos às 6:50, o sol já estava a pino, muito calor. Seguimos as placas que indicavam o mirador. No dia anterior quando viemos do Italiano, não vimos nenhuma indicação no caminho para o mirador. Estranhamos quando as placas nos mandaram para o mesmo caminho. Não havia ninguém indo pra lá.

Depois de meia hora encontramos uma placa indicando o Camping Los Cuernos. O Manoel sacou o mapa e viu que devíamos seguir na direção oposta, mas NÃO HÁ, nenhuma placa dizendo isso. Você segue pela trilha oposta, à direita da placa, sobe por um morro e depois vê uma marca laranja que te faz acreditar que é o caminho correto.

Até quase chegar ao camping Chileno o caminho é de subida bem íngreme, e nesse dia me senti muito mal. Nos primeiros 40 minutos minhas energias simplesmente sumiram. Não conseguia mais andar. Já havíamos tirado os casacos, por sugestão do Manoel tirei a camiseta que usava por cima da segunda pele, mas ainda sim, continuei mal. Acho que fiquei hipoglicêmica por causa da falta de açúcar no café da manhã e de novo por causa do sol, já que no caminho até o Chileno praticamente não há sombra. Só comecei a melhorar depois do camping Chileno. Paramos bastante pra eu descansar. Chegamos ao Camping Torres quase 10h. Encontramos os colegas chilenos descendo que nos disseram que as torres estavam a 45min acima. Encontramos a placa do mal dizendo que o mirador estava 45min acima, a 886 msmn. Fiquei imaginando o quanto seria íngreme, pois a última placa de altitude que tinha vista estava em cerca de 200m. Subimos primeiro por um bosque, por um caminho com pedras grandes, depois saímos do bosque e tem muita caminhada por pedras, sem bosque, só um mar de pedras. Chegamos às 10:55 na base das torres, mas pareceu uma eternidade. Chegamos e me emocionei bastante, afinal, era a realização de um sonho de muitos anos e também a quase conclusão desse trekking lindo, mas muito duro pra mim. Uma sensação indescritível. Ficamos um tempo vendo as torres, comemos um chocolate que levamos pra ocasião especial e abrimos nosso “espumante de batata” rs (sim, outra batata ::lol4:: ). Quando chegamos o céu estava bem azul, mas quando nos demos conta tinha uma nuvem cinza cobrindo as torres. Aparentemente choveria. Ficamos mais um pouco, tiramos fotos e começamos a descer. A descida foi muiiiiiito mais agradável que subida. Encontramos muita gente subindo. Saímos das Torres 12:05 e chegamos no Camping Central às 15:40. Gastamos 4horas pra ir e 3he35min pra descer. Mas a descida pareceu que foi bem mais rápida, apesar de ter sido só meia hora a menos.

 

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Durante o caminho ficamos pensando em voltar neste dia mesmo pra Puerto Natales, mas não tínhamos feito nenhuma reserva por lá. Pagamos até os extorsivos P$ 6000 pra usar meia de hora de internet pra tentarmos encontrar um hostel, mas nossas coisas estava no Yemel e lá não tinha vaga. Então decidimos manter o plano inicial e dormir mais um dia no Camping. Agora com sentimento de missão cumprida.

 

27/11 – Dia 10 – Camping Central – Puerto Natales – Neste dia acordamos e arrumamos tudo pra deixar o camping. Ficamos esperando a van que chegaria às 14h em frente ao Centro de visitantes, vendo a vida passar rs.

 

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Ficamos este final de dia em Puerto Natales e no dia seguinte fomos para Punta Arenas, de onde partimos para o Brasil dia 30/11/16.

 

Informações

 

Alimentação

 

Para o trekking Levamos 20 pães, que lembram um pouco o pão de hambúrguer, amassamos pra caber na mochila. Levamos um pouco de queijo mantecoso, pena termos levado pouco, só comemos dois dias, ficamos com medo de estragar, mas como apesar do sol, o vento é frio em Torres Del Paine, poderíamos ter levado mais que não estragaria.

Levamos comida liofilizada para café da manhã e jantar (trocamos o café pelo almoço), 10 biscoitos recheados, 20 pães, 02 nutellas de 350g, 40 barras de cereal e um chocolate (para ocasião especial rs).

 

Roupa

Levei, contando com a que comecei a trilha: 05 camisetas, 03 calças (uma de fleece), 02 casacos de fleece (usei apenas um), 05 meias de trekking, 01 lenço, 01 boné.

Durante a trilha constatamos que poderíamos ter levado menos roupa e mais comida, não passamos fome, mas sempre ficava a vontade de comer mais. A trilha é longa e exaustiva, consome muita energia. Podia ter levado mais biscoito e uns miojos pra dar uma reforçada em uma ou outra refeição rs. Separamos a comida liofilizada em porções para cada refeição, pois nem todas servem duas porções, por isso precisamos combinar duas para dar uma refeição para nós dois.

Em muitos relatos li que era fácil fazer o Circuito O, e que havia muita gente de cabelo branco fazendo. Fiquei o trekking inteiro tentando descobrir o que esses velhinhos tomavam com o leite no café da manhã. Pois a trilha é sim bastante difícil e é preciso algum preparo físico para carregar sua mochila e encarar o sobe e desce.

 

Equipamentos

 

Levamos todo o equipamento necessário aqui do Brasil, mas em Puerto Natales é possível alugar. Vimos muita gente fazendo trilha sem os bastões. Particularmente acho imprescindível neste tipo de trekking. Além de boné/chapéu, botas bem amaciadas (as minhas, apesar de já usadas, criaram umas bolhinhas novas), corta vento, barraca pra aguentar o vento, mochila confortável, fogareiro, gás, fósforo (algumas vezes o acendedor do fogareiro falhou), panela, prato/talher/copo, saco de dormir (o nosso era deuter, conforto 1 grau e foi excelente, detalhe é que dormíamos agasalhados), isolante térmico, lanterna de cabeça, capa de chuva e silver tape (salva o dia rs).

 

Reservas

Fizemos todas as reservas nesses sites:

http://www.verticepatagonia.com/

http://www.fantasticosur.com

https://wubook.net/wbkd/wbk/?lcode=1470832720

 

Hostel:

Ficamos no Hostel Yemel em Puerto Natales – achamos excelente, custo, limpeza, café da manhã, conforto e acesso ao centro e rodoviária.

Em Punta Arenas ficamos no Hostel Dona Irma – ficamos num quarto confortável, com banheiro privativo, também muito limpo, ambiente bem familiar, com bom acesso ao centro e também à garagem da Bus Sur.

 

Gastos

 

Nesta planilha estão todos os gastos da viagem, inclusive aqueles feitos no Brasil, como alimentação nos aeroportos e a comida liofilizada que foi toda comprada aqui. Por isso a alimentação aparece como um custo bem relevante. Além disso estão incluso os gastos em Puerto Natales e dos 02 dias que passamos em Punta Arenas, que foi ontem gastamos com táxi e na ida pra casa no Brasil.

 

Gastos_viagem_TDP.pdf

 

Horários

 

18/11 Dia 1 – Camping Central – Seron – saída 10:10 chegada 16:20

19/11 Dia 2 – Seron – Dickson- saída 9h chegada 18:25

20/11 Dia 3 – Dickson- Los Perros- saída 10:10 chegada 17:10

21/11 Dia 4 – Los Perros – Paso- saída 7:40 chegada 17:15

22/11 Dia 5 – Paso – Grey - saída 9:00 chegada 14:30

23/11 Dia 6 – Grey – Italiano- saída 6:30 chegada 15:30

24/11 Dia 7– Italiano- Vale Francês e Mirador Britânico –saída 9:00 chegada 15:45

25/11 Dia 8 – Italiano – Camping Central - saída 6:25 chegada 13:20

26/11 Dia 9 – Camping Central – Base Torres – Camping Central - saída 6:50 Chegada 10:55/ Retorno 12:05 chegada 15:40

27/11 Dia 10 – Camping Central – Puerto Natales – saída 10:10 chegada 15:58

  • Amei! 3
  • 2 semanas depois...
  • Membros
Postado
Parabéns pessoal pelo excelente relato que fizeram! ::otemo::

 

Com relação aos "cabelos brancos", eles bebem leite puro.

Mas sofrem também!

 

Obrigada, casal100! Imagino que sofram sim, mas é impressionante o vigor destas pessoas. Espero ter um pouquinho desta vitalidade quando chegar na idade deles. Abraço!

  • 2 semanas depois...
  • Membros de Honra
Postado

Claudia, parabéns pelo relato e por compartilhar suas impressões e informações novinhas.

 

É sempre um prazer ler e reler relatos de Torres del Paine. É uma viagem de volta àquele paraíso de belas e amplas paisagens.

 

Mas realmente não dá para chamar de viagem barata. Quando passei por El Calafate achei a comida muito cara. Mais de R$40 um filé de frango com saladinha e nada mais. Pensei comigo: é uma cidade hiperturística, Puerto Natales deve ser bem mais barata pois só tem mochileiros. Que nada! Escolhi o restaurante mais modesto, o prato mais simples e mesmo assim a conta ficou tão cara quanto em El Calafate e El Chaltén. De fev/16 pra cá o real valorizou bastante e mesmo assim você encontrou preços altos por lá.

 

Parabéns também pela determinação. Imagina se você tivesse desistido lá no segundo dia? Foi sofrido mas tudo valeu a pena, né?

  • Membros
Postado
Claudia, parabéns pelo relato e por compartilhar suas impressões e informações novinhas.

 

É sempre um prazer ler e reler relatos de Torres del Paine. É uma viagem de volta àquele paraíso de belas e amplas paisagens.

 

Mas realmente não dá para chamar de viagem barata. Quando passei por El Calafate achei a comida muito cara. Mais de R$40 um filé de frango com saladinha e nada mais. Pensei comigo: é uma cidade hiperturística, Puerto Natales deve ser bem mais barata pois só tem mochileiros. Que nada! Escolhi o restaurante mais modesto, o prato mais simples e mesmo assim a conta ficou tão cara quanto em El Calafate e El Chaltén. De fev/16 pra cá o real valorizou bastante e mesmo assim você encontrou preços altos por lá.

 

Parabéns também pela determinação. Imagina se você tivesse desistido lá no segundo dia? Foi sofrido mas tudo valeu a pena, né?

 

 

 

Obrigada, Rafael. Valeu muito a pena sim. Realmente foi um sonho realizado, muito além das minhas expectativas. E Patagônia não pechincha não rs. Apesar de muitas vezes tornar mais difícil uma viagem pra lá, é compreensível, pois a Patagônia está longe de tudo e quando pensamos na aridez do Chile é fácil entender que nem tudo é farto como aqui. Mas seria muiiiito bom se fosse mais acessível, dava pra passar mais tempo lá rs. Abraço!

  • Membros
Postado

Oi Cláudia!

Parabéns pelo relato, adorei!

Estive em Torres do dia 19/12 - 27/12, também fazendo o Circuito O sozinha.

Fiquei muito feliz em ver suas fotos, pois furtaram a minha câmera em Santiago e acabei perdendo praticamente todas as fotos que tirei no parque =(

Passei alguns apuros em TDP...peguei o Paso J. Gardner com uma tempestade e muuuita neve e estar sozinha me deu um desespero danado! E também no trecho Italiano - Central estava ventando muuuuito e não conseguia nem ficar em pé! Resumindo, cheguei a cair e sai do parque cheia de hematomas e até olho roxo!! ::hahaha::::hahaha::

De qualquer forma, foi uma experiência inesquecível e já estou pensando em voltar! Aquela região tem outras trilhas maravilhosas e quero muito fazer elas!! rs.

 

Abraços!!

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