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  • Membros
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Voltei a esse tópico hoje do nada..! Bom sou outra pessoa.. vivo outra realidade após mochilar.!

 

Concordo e tem que estar claro como o parceiro aí falou "Viver mochileiro é pra poucos".

 

Diferente dos caras que num geral não conseguem pela ausência de conforto, eu é familiar.

 

Descobri com as viagens que sou um pouco dependente "emocional" digamos assim de minha família, temos um laço mt esteito e isso com a distancia e o tempo não me faz bem e preciso voltar.

 

Mas tenho outros mochilões em vista a frente e espero conseguir fazer todos eles.!

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"Viver mochileiro" não é exatamente estar rodando o mundo no maior perrengue 365 dias por ano. Acredito que dê para conciliar uma vida mochileira com uma base e um trabalho que te dê dinheiro. Uma pessoa que trabalha e sai para mochilar todo ano durante suas férias, isso não é viver mochileiro? Acho que viver DE mochilão e viver mochileiro são duas coisas diferentes.

 

No caso do criador do tópico, acho que o problema maior era realmente a infelicidade profissional, para quem não gosta do seu trabalho e passa as 8h do dia no sofrimento, o mochilão nas férias é realmente um oásis na vida. Ninguém é feliz com um trabalho que não gosta, se vc gosta do que faz e ainda consegue mochilar todo ano, isso sim é uma realização imensa.

  • Membros
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A última vez que eu postei aqui foi em setembro, mas minha mentalidade não mudou (embora, para ser sincero, 6-7 meses não são tanto tempo assim para eu mudar drasticamente de ideia). Nesse meio tempo, aconteceram algumas coisas para ajudar a formar melhor minha opinião sobre o assunto. Para começar, eu tive a chance de fazer duas trilhas na Serra do Mar, próximo a Paranapiacaba. A primeira foi um bate-e-volta num dia chuvoso que começou às 10 da manhã e só terminou à meia-noite. Apesar das complicações, foi uma das melhores experiências que eu tive na minha vida. A segunda foi um acampamento na mesma região, mas num dia ensolarado. Foi mais relaxante do que qualquer feriado aqui na caótica cidade de São Paulo.

 

Outra coisa que ajuda muito é minha introversão. Eu sou daqueles que prefere ficar sozinho a ter visitas em casa e raramente visito parentes (até eu visitá-lo no último domingo, por exemplo, fazia mais de um ano que eu não via o meu pai). Vagar por áreas selvagens do país, em constante contato com a natureza e visitando cidades apenas para comprar suprimentos e ocasionalmente passar numa LAN House ou biblioteca seria a vida ideal para mim.

 

Por outro lado, embora eu realmente estava disposto a largar tudo para ser um "aventureiro", há alguns empecilhos que não podem simplesmente ser contornados. Para começar, minha mãe mora comigo e nós não temos casa própria. Eu não posso ir embora e deixá-la para se virar com os menos de 2 salários mínimos que ela recebe mensalmente. Além disso, eu abandonei a faculdade de Ciências Contábeis em outubro, após 9 meses de aula (mochileiro ou não, quero sair da contabilidade o quanto antes). Mas o período utilizado foi pago através do Financiamento FIES do MEC. Agora, eu estou amortizando a dívida, coisa que não posso deixar de fazer porque há um fiador (meu pai) envolvido no caso. Com esses dois problemas, duvido muito que eu consiga realizar meu sonho em menos de 10 anos. Até lá, terei que aguentar viver como um "cidadão de bem", o que ultimamente tem me deixado extremamente infeliz. Coragem e vontade eu tenho, mas minhas obrigações me impedem de realizar meu sonho.

  • Membros
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Obrigações, elas também me prendem nesse modo de vida que pra mim tá longe do ideal... Meu medo é não conseguir nunca me livrar delas e morrer com essa frustração...

 

Portanto, quem tiver vontade de fazer algo do tipo e tiver a oportunidade, não pense duas vezes... Depois pode ser tarde demais pra se arrepender...

  • 3 semanas depois...
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"Obrigrações"... essa palavra é que segura todo mundo.

 

É como um bicho de estimação, a tal das "obrigações". Se vc alimenta ela durante uma vida inteira, é difícil um dia simplesmente largar se seguir por um caminho diferente.

Fomos forçados a viver com obrigações por causa do modelo de vida que é tido como ideal. Esse modelo de vida americano. Trabalhe duro para ganhar o máximo de dinheiro que puder, tenha um bom carro, uma boa casa, uma linda mulher e alguns filhos. E então, vc será feliz.

 

Bom, não é bem assim. Esse desejo sublime que cresce e se aflora cada vez mais em uma maior número de pessoas não é fruto do acaso. Isso é só uma manifestação coletiva do quanto algumas pessoas não estão satisfeitas com o a vida segundo o senso comum. O exôdo rural é outra prova disso. As pessoas voltando para o campo. Para viver uma vida mais próximo da natureza, com menos exageros de consumo... mais parecida com uma vida dos nossos ancestrais.

 

Aqui estamos nós. Discutindo esse desejo latente de voltar as nossas raízes nômades. De sair sem hora pra voltar, ou hora pra chegar. De experimentar uma nova vida. Ou um novo jeito de viver. Isso é uma revolução silenciosa. Não vai mudar o modo como a maioria esmagadora enxergar a vida, mas vai difundir ainda mais movimentos de minorias que construirão padrões totalmente diferentes do que estamos vivendo hoje.

  • 2 semanas depois...
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É bem por aí.

 

Eu atualmente tenho uma visão completamente diferente da vida.

 

Num geral, todos temos obrigações. Agora, torná-las sua bola de ferro no pé pra sempre é uma opção.

 

As pessoas as vezes por medo, criam algumas "dificuldades" para continuar como estão, ou até não encaram com coragem uma forma de resolver o problema.

 

A vida é uma só, cada dia é único, um presente que ganhamos, fazer de cada um algo que nos torne ao menos 1 milímetro melhor do que o anterior é o objetivo. Crescer como ser humano é o objetivo ao meu ver.

  • Membros
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Aos que querem "viver mochileiro" (não gosto dessa expressão) deve aprender a fazer artesanatos que possam ser vendidos à turistas.

O lucro não é muito, serve apenas para subsistência. Tem dias que não se consegue vender; noutros se vendem muitos. Há que considerar um dia pelo outro.

Em cidades e em pontos turísticos são exelentes para comercializar artefatos diversos, como "lembrancinhas", bijouterias, pulseiras, gargantilhas, anéis, souvenirs, chaveirinhos, estatuetas feitas com massa epox ou de madeira, etc.

Fazer sandálias artesanais, de couro, é boa opção, podem ser vendidas em feira "hippie"/artesanatos.

Para fazer sandálias são necessários:

* Sete pares de formas, uma de cada número: 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45.

* Faca de sapateiro

* Adesivo de Contato/Cola Forte (cola de sapateiro)

* Lixa grossa

 

As palmilhas e solados, de EVA ou PVC, são vendidos já prontos, assim como também as correias (diversos modelos, estampas e cores).

Se preferir, pode-se confeccionar correias, que será ensinado no curso.

A matéria-prima é vendida em lojas especializadas na Av. Rangel Pestana e nas ruas/travessas entre a Av. Rangel Pestana e Rua do Gasômetro.

 

Eu vi três pessoas jovens (um homem e duas mulheres) confeccionando sandalias de couro, artesanalmente, à mão, (do tipo usados pelos hippies) na Praça da República, em São Paulo, na feira de artesanatos.

 

Curso para quem quer aprender fazer sandália, chinelo, sapatilha:

S.K Comércio de Máquinas para Calçados.

Rua do Gasômetro, 805 - Brás - São Paulo (ao lado do viaduto)

Tratar com Samuel.

  • 1 mês depois...
  • Membros
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Olá, pessoal!

 

Antes de mais nada, peço desculpas pela (incrível) demora.

Estou com os tais 30 anos, exatamente a idade que eu havia previsto no início desse tópico para o fim da minha aventura.

Bem, para resumir o que aconteceu desde o primeiro post até hoje, posso dizer estou, em partes, vivendo aquele sonho, mas por vias das quais jamais poderia imaginar naquela época (uma via tradicional? Sim, mas que talvez tenha me poupado e encurtado alguns caminhos).

 

Sou uma pessoa de sorte e, mesmo não acreditando em destino, essa história ainda me surpreende...

Abri esse tópico em fevereiro de 2010, um pouco como desabafo, mas muito para legitimar o que estava disposto a fazer (e não haveria outro lugar ou pessoa que pudesse me encorajar mais do que aqui, num blog de viajantes).

 

Em junho do mesmo ano (portanto, 4 meses depois) fiz a primeira de muitas viagens que estavam por vir… Ela durou cerca de 15 dias e aconteceu entre a Argentina, o Uruguai e Chile. Sempre sozinho. Mas não irei me aprofundar nela, pois como qualquer viagem, essa também foi muita rica e cheia de experiências. O que me chamou a atenção, dessa vez, não foram as mudanças que uma viagem proporciona ao viajante, mas justamente o que ela corroborou, ou seja, aquela predisposição em querer dar uma guinada na vida.

 

A segunda-feira útil subsequente às minhas férias seria certamente para um pedido de demissão (e assim foi, mas de uma maneira da qual eu não esperava).

Muito ansioso, cheguei cedo à empresa e, enquanto esperava o chefe, meio que despretensiosamente, abri o e-mail para ler as "grandes" oportunidades que eu estava prestes a perder. Naquela altura, não tinha noção de que a primeira daquela vasta lista de mensagens mudaria a minha vida. O remetente era um órgão governamental e a mensagem era a nomeação em um concurso público que havia feito em 2008, o único que fiz na vida.

Sim! Eu virei funcionário público (e sigo assim até hoje). Acredito que a minha surpresa esteja no fato de nunca ter dado a mínima para o resultado pós-prova, o que me impediu de ver que eu era o primeiro da lista de espera. Mas vejo que isso fez toda a diferença, já que se eu fosse mais apegado ao andamento do concurso, talvez tivesse criado outras expectativas de vida, onde não teria espaço para o conflito existencial que culminou neste tópico e influenciou outras pessoas.

 

Desde então, recebi centenas de e-mails e mensagens das mais diferentes fontes, todas inspiradas pela sensação de desprendimento que o post sugere.

Eu sempre evitei respondê-los como forma de evitar o desencorajamento dessas pessoas que se sentiam motivadas, afinal, aquela referência de caminho alternativo acabou buscando a mais tradicional das vias. Para mim, valia mais o lúdico das várias possibilidades que história poderia tomar (quem sabe não tenha acontecido em outros paralelos, né?)

 

Hoje, com a cabeça um pouco mais no lugar (pra não dizer velho), percebo que a liberdade para escolher caminhos pode ser conquistada por qualquer um. Isso significa que uma vida ativa e prazerosa pode (e deve) ser almejada também por médicos, advogados, professores, jornalistas, publicitários e etc. Acredito, ainda, que uma sociedade feliz seria aquela dedicada ao lazer e tempo livre, porque uma pessoa não pode ser classificada apenas pelo título da sua profissão, assim como um arquiteto não pode ser apenas um arquiteto. Ele também pode ser um ciclista, guitarrista, mergulhador, ilustrador, professor, voluntário ou paraquedista (por que não?)

 

Bem, voltando pro meu mundo e recitando o cantor, ratifico que "a gente só leva da vida a vida que a gente leva", já que, mesmo sendo funcionário público, eu me sinto viajante e capaz de realizar os mesmos sonhos que tinha com 25 anos, mas com um ponto a favor: uma boa fonte patrocinadora. E desde a criação desse post (lá se vão 4 anos), já retornei pro Uruguai e Argentina, mas, dessa vez, acompanhado com o meu grande amor ( ::love:: ). Fiz questão de refazer os mesmo passos que fiz na primeira viagem, visitando as mesmas cidades e as mesmas atrações, mas incluindo Bariloche como diferencial. De lá pra cá, também conhecemos a Colômbia, os EUA e uma boa parte do nordeste brasileiro. A próxima aventura já está marcada e deve passar pela França, Holanda e Bélgica. Eu sinto que a cada viagem me torno um pouco mais livre do que era antes.

 

Não quero ser exemplo pra nada. Acredito que cada escolha é única e serve de maneira diferente para cada pessoa e situação. Se for preciso se aventurar, então vá! Terá o meu apoio, mesmo que eu não tenha vivido isso de uma maneira tão radical, pois sei que existem várias maneiras de se chegar no mesmo resultado.

No meu caso, a minha nomeação não se traduziu numa interrupção, pelo contrário, encarei como uma oportunidade para seguir com alguns daqueles sonhos, pois ainda estou no controle da situação e posso moldar a profissão a minha vida (e não o oposto). Entender isso foi libertador.

 

Abraços e uma boa viagem!

(aí vai uma frase de minha autoria: "O mundo tá pronto. É só usar")

 

Segue uma foto minha do ano passado:

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Lucas Maia

  • Membros
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Legal cara! Esperei um retorno seu esses anos, desde que li o seu primeiro post eu também viajei e fiz algumas coisas e vejo uma estrutura se formando no próximo ano que me possibilite uma flexibilidade semelhante a sua, uma fonte financiadora e tempo disponível com frequência...

 

Breve estarei na estrada com a frequência que sonho...

Mt bom esse post e o resultado dele pra vc e sei q tem muitas histórias por vir ainda aqui!

 

Espero saber de todos que comentaram seus sonhos!

  • Colaboradores
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Voltei ao post por um amigo pois na época não tinha comentado (não recebi as atualizações), mas lido e guardado na cabeça essa pulga... 2 meses do primeiro post fiz meu primeiro mochilão (o do relato aí na assinatura) pela Bolivia, Peru e Chile. Me contagiou de um modo único. Especialmente por conhecer tantos gringos viajando por meses, coisa que pra nós seria impossível. 4 anos depois, algumas férias e muitas viagens curtas de fds no meio, resolvi pular de vez, larguei tudo, vendi tudo e estou fazendo uma volta ao mundo que deverá durar 1 ano aproximadamente e pra meu alívio está sendo prazerosa como esperava.

 

Um ato desses envolve muito o medo da decepção, do cansaço, da falta de brilho por estar em um lugar novo, da saudade...Enfim, são muitos medos associados mas que se bem preparado, tomando o tempo para aprender coisas q não dava antes, ler livros, ver documentários, entender de história, estudar fotografia e afins, faz ser muito mais proveitoso que as 9h diárias de escritório pra enriquecer outro...

 

Ao mesmo tempo, vejo como alguns amigos estão felizes fazendo o total oposto: se casando, construindo uma casa, etc. E é uma alegria genuína. Faz parte entender que não é de uma hora pra outra que todo mundo vai se desprender das obrigações e do roteiro que conhecemos de vida, mas quase como papel nosso de mochileiros, de difundir que as pessoas precisam pelo menos ponderar se realmente desejam aquilo e as razões. Já será um grande passo o questionamento, e daí cada um faz suas opções.

 

Ainda não tenho um plano de tentar viver mochileiro, mas tampouco tenho um plano claro para retornar...Quem sabe daqui a um ano eu posto também no que deu que nem o Lucas ? :D

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