Membros ThaísMacedo Postado Setembro 14, 2016 Membros Postado Setembro 14, 2016 O roteiro de Bolívia e Peru é quase o mesmo para todo mochileiro. Na verdade, tudo depende do tempo disponível para a viagem e as prioridades. Acredito que os dois lugares imperdíveis são: Machu Picchu e Salar de Uyuni, mas de resto, vai ao gosto do freguês. Eu, pela primeira vez na vida, fui com um roteiro completamente aberto. Não sabia direito quantos dias ficar em cada lugar e nem com certeza qual lugar visitaria. E nem a ordem. Foi a melhor coisa que fiz. Tive uma sensação de liberdade e desapego poucas vezes experimentada. Nesta viagem, como é possível fazer tudo de ônibus, é muito melhor ir com o roteiro aberto. Além disso, minha grana estava curta, então assim eu poderia administrar melhor meu orçamento. É engraçado porque você vai cruzando com as pessoas no começo e depois cruza com ela em uma cidade nada a ver, enfim, divertido. A melhor entrada para os brasileiros é sempre por Santa Cruz de La Sierra. Primeiro porque você pode ir para Campo Grande e pegar o trem (ou ser mega hippie e pegar um ônibus). Segundo, a maioria das promoções é pra lá. Comprei as passagens pela Gol, um mês antes, por 13.000 milhas + taxas, saindo de Guarulhos, voo direto. Moro no Rio então comprei as passagens Rio – SP separadas, mas como era voo durante a semana, paguei mais barato que ônibus. Suave! Santa Cruz não oferece muita coisa, mas é fácil sair no mesmo dia seja para La Paz ou para Uyuni de avião ou ônibus (no caso de Uyuni é preciso ir para Sucre, depois Potosí e só depois Uyuni). Eu ia primeiro para Uyuni, mas chegando lá resolvi ir para La Paz (liberdade de ir e vir!) e assim fiz. No fim das contas meu roteiro ficou: - La Paz - Copacabana/Isla del Sol - Cusco - Uyuni - Sucre - Santa Cruz Dia 1 Sai cedinho do Rio e do SDU peguei meu voo para São Paulo. Lá despachei minha mala e aguardei duas horas até o voo para Santa Cruz. Chegada em Santa Cruz de La Sierra O voo foi tranquilo, assim como a aterrissagem. Já de cara fiquei impressionada com a rapidez da chegada das bagagens na esteira. Na imigração te fazem as perguntas básicas, tiram sua foto e – surpresa – abrem todas as malas. Sim, abrem. Mas eu joguei charme para o oficial, dei de joão sem braço, e passei sem abrirem minha malinha. Até porque de cara iam ver um belo sutiã, eu não precisava passar por isso logo na chegada. Como eu já queria ir naquele dia para La Paz de ônibus, no aeroporto fui pesquisar como sair dali de maneira barata até a rodoviária. Troquei um pouco de dinheiro por lá (levei dólar), o suficiente pra me virar até La Paz. Peguei um ônibus fofíssimo por 6 bolivianos, avisei o motorista para me deixar na Casa Color. Desci e na esquina já estava o ônibus 74 (2 bolivianos) que eu deveria pegar até a rodoviária, porém lotado. Adepta do transporte público no rush que sou, subi mesmo assim, segurei no corrimão e fui pendurada com a mochila quase toda pra fora do veículo. Like a diva! Não demorou muito e o ônibus deu uma esvaziada e pude entrar completamente. O trajeto todo até a rodoviária custou simpáticos 8 bolivianos (contra 60 que gastaria de taxi). Na rodoviária fui direto na Companhia Transcopacabana (já tinha pesquisado e era a melhor) e comprei minha passagem para La Paz. O ônibus partiria às 19h e a previsão era de 12 horas de viagem, paguei 170 bolivianos por um ônibus-cama (leito). Como ainda era 15h fui comer num lugar muito suspeito na rodoviária e comi um frango mais suspeito ainda. Mal sabia que comer em lugares suspeitos era normal na Bolívia e que frescura era a primeira coisa a esquecer no Brasil. Ou come ou passa fome. E devo dizer que não tive problemas digestivos/intestinais durante toda viagem. Fiquei horas lá mofando na rodoviária, observando a rotina dos que ali passavam, dei uma volta no quarteirão na frente (não indico), comprei soroche pills (remédio pra mal de altitude) e enfim, chegou a hora do embarque. Achei interessante este choque de realidade na rodoviária para eu ir praticando o desapego de ideias, frescuras e conceitos sobre os bolivianos. Eu ia praticar muito desapego no resto da viagem. Na Bolívia e no Peru você paga a taxa de embarque em um guichê separado, dentro da rodoviária mesmo, não estranhe (foram 3 bolivianos). Lá na plataforma de embarque as cholitas passam vendendo marmitas de frango pra viagem. Eu ainda estranhando, optei por um saquinho com um tipo de pão de queijo e comprei uma garrafinha de água. O ônibus era bom e realmente espaçoso. As poltronas eram dividas em: duas poltronas – corredor – uma poltrona. Eu peguei a poltrona sozinha. Tinha tv e durante a viagem passaram três filmes (dublados em espanhol). Tinha banheiro, mas não tinha ar condicionado, o que foi ruim até sair de Sta Cruz, pois estava bem quente lá, mas depois esfriou. O motorista corre. Muito! Mas como estou acostumada com os motoristas do Rio, não fiquei muito assustada. Na verdade, só descobri depois que a estrada era super perigosa. Tem coisa que é melhor não saber mesmo. Paramos algumas vezes no caminho porque estava chovendo muito forte e não dava pra ver nada da estrada, mas no geral a viagem foi boa e consegui dormir bem. Dia 2 18 horas de viagem depois, sim 18 horas por conta da chuva, cheguei em La Paz, uma da tarde. Fiquei hospedada no Loki Hostel, porque tinha boas recomendações (todas sinceras, recomendo tb). Fiquei no maior quarto, misto e com banheiro, achei tranquilo. Cheguei, almocei e fiz a burrice de tomar uma cerveja (afinal, estava de férias) antes de ir pra rua de novo. A altitude não é frescura. Após a longa viagem, a refeição, a cerveja e uma mísera ladeirinha, eu comecei a ficar tonta e achei que fosse desmaiar no meio da rua. Pensa, são 3.600 m acima do mar, então é importante não fazer bobagens como eu. Bom, comprei folhas de coca e voltei pro hostel. Chegando lá tomei um chá de coca (que era grátis no hostel), tomei banho e deitei um pouco. Logo me senti muito bem de novo, mas não queria arriscar e tomei minha soroche pill. Era sábado e o Loki hostel é balada, então subi para jantar, usar a internet (que só funciona no bar) e aproveitar a festa. Fiz umas amigas peruanas e, já que estava com o corpo cheio de coca, arrisquei na cerveja de novo. Desta vez, não tive problemas e de quebra me diverti muito. Dia 3 Acordei cedo porque já tinha agendado o tour pra Chacaltaya. Troquei mais dinheiro e a cotação do Loki foi a melhor que encontrei na Bolívia. Tomei café e já garanti minha dose de chá de coca. Durante o café ouvi um grupo falando português e já me meti no assunto, o que foi a coisa mais esperta que fiz, já que este grupo viraria amigo e seguiríamos todos pra muitos destinos juntos. O tour foi fechado com a agência dentro do Loki, mas descobri que paguei mais caro (não muito), mas de qualquer forma, não tenho reclamações. O ônibus me pegou na porta do hostel e já seguimos para as montanhas, com uma guia que falava espanhol e inglês. Com algumas paradas no caminho, em 1h chegamos no alto do Chacaltaya. A estrada é tranquila, com alguns pontos perigosos (depois de passar por outras estradas, descobri que essa era suave) e nos leva a 5300 metros. Achei diferente respirar na altitude, bem diferente, a gente fica ofegante depois de dar um simples passo. Bom, o desafio era chegar a 5420m. E de baixo você olhava e pensava “é pouco, eu consigo”. Mas é super difícil! Subir na neve fofa, com um penhasco do lado e sem oxigênio. Bom, eu dava dez passos, sentava na neve pra descansar e assim foi até o topo. Cheguei MORRENDO! Mas cheguei e não é o que importa? E claro que do alto postei várias fotos montanhista-superação. Visual incrível! Saindo do Chacaltaya fomos direto para o Valle de La Luna. No caminho a paisagem muda bastante, principalmente porque começamos a entrar na parte rica da cidade. A desigualdade social na Bolívia é impressionante, mas é isso, cada País tem seu problema e não é meu papel julgar. Achei o Valle bem sem-gracinha. Acho que na disputa com as paisagens incríveis do Chacaltaya ele sai perdendo. Não reclamo porque estava incluso no passeio, mas se tivesse que pagar não teria ido. Dizem que a superfície do Valle se parece com a superfície da lua. Por esta parte é legal, principalmente porque não pretendo ir à lua conferir. Na volta do passeio já parei na agência Bolivia Pachamama para reservar o Downhill para o dia seguinte. Escolhi a bicicleta intermediária (350 bolivianos). Deixei pago e voltei para o hostel. No caminho me perdi, mas na verdade adoro ficar zanzando a pé pela cidade. Tinha um tipo de desfile bem interessante, parece que era para uma festa que iria acontecer em alguns meses. Interessante porque parece algo super tradicional, quase religioso, mas todos saem com cerveja nas mãos Tenho que contar que escolhi um lugar aleatório para comer e a comida vinha na bandeja, sem prato, toda solta hahaha mas não passei mal e o frango (claro) estava super saboroso. Aos poucos ia me despindo do “nojinho” e das frescuras. Desapega Thaís, desapega. A noite do hostel foi menos animada do que a anterior, mas até que foi bom, pois eu estava bem cansada. E já estava enturmada com os brasileiros que conheci de manhã. DIA 4 A agência passou cedinho no hostel para no levar ao ponto de partida da descida Downhill. O ônibus é Bolivia style e ele passa em outros hostels para pegar os turistas. A viagem leva um tempinho (acho que 1h30), mas a paisagem é lindíssima e você se distrai. Aliás, as paisagens na Bolívia são maravilhosas. Chegando lá sua turma se junta com outras e eles começam a dar instruções. Vale lembrar que o passeio sai da parte alta e tava um frio absurdo. A bonita aqui estava de legging e blusinha fina, quase congelou. Durante a explicação rola um clima de tensão porque eles explicam o quanto é importante seguir as orientações. Eu, que até então estava achando tudo encenação, não me preocupei. Lá eles distribuem as bicicletas e os equipamentos de segurança. Os equipamentos estão inclusos no pacote e são eles: calça, blusa, capacete, cotoveleira, luvas e joelheiras. Todos equipados, bora descer. O começo da descida é no asfalto, então é uma delícia. Você tem que se manter no acostamento e vai tranquilo, cruzando com alguns carros. Nesta parte eu achei que já era a descida “da morte” então estava feliz com a “aventura”. Bom, 1 hora depois nós paramos para realmente começar a descer. Eles explicam que é preciso manter sempre a esquerda, ou seja, o lado do barranco, porque a estrada ainda está ativa e os carros sobem pela direita (por que? Não imagino). Eles também explicam que você deve frear sempre primeiro o freio de trás e depois o da frente, para não capotar. E por fim, pedem pra gente não tirar foto porque eles mesmos tiram e entregam no CD no fim do dia (e o resultado fica bacana!). Fazem isso pra evitar que os Selfies-Maníacos façam fotos durante a descida e morram despencando morro abaixo. Olha, bastou um minuto de descida para eu ter vontade de chorar. O negócio é perigoso SIM. As pessoas morrem mesmo. É uma descida, por um caminho MEGA estreito, a estrada é cheia de pedras grandes então você sacoleja no caminho todo e estava chovendo, portanto era frear e já derrapar. Tudo isso com um barranco enorme do seu lado e se você cair ali, não tem nenhuma arvorezinha para te segurar. Não sou medrosa e quando viajo me disponho a fazer as coisas, mas acho este passeio realmente perigoso. Gosto de aventura, mas não gosto de perigo. Gostei MUITO do passeio, mas é pra fazer uma vez só. Eu fiquei com tanto medo que fui freando para a bicicleta não pegar velocidade com a descida. Claro que não mantive a esquerda e fui no lado oposto do barranco, preferia ser atropelada que despencar lá do alto. Tem uma Van que vai atrás, caso alguém queira desistir (e muita gente vai pra Van). Vou ser sincera, só não fui porque achei a Van mais perigosa do que eu na bike. Se eu estava com medo da bike cair, imagine uma van enorme em uma estrada que desmorona? Haha Fora que ouvi histórias (sempre elas) de um turista que havia morrido ali três meses antes. Um mês antes outro quebrou o braço e pelas estrada tem várias cruzinhas fazendo jus ao nome “estrada da morte”. No caminho fizemos algumas paradas para as fotos e para que o grupo não se disperse muito. Eu que era da turma do “fundão”, aproveitava pouco das paradas, mas o visual é lindo, não dá pra negar, então valia a pena relaxar para observar. Detalhe que em alguns pontos tem uma mini cachoeira na estrada!!! Sim, você passa por baixo dela em alguns pontos e em outros passa por um tipo de riozinho, tudo com direito a filmagem e foto, pra você não esquecer o possível tombo e a cara de pânico. Essa parte da descida dura umas 2h. No último trecho, o guia disse que era o mais perigoso porque a estrada era melhor e as pessoas abusavam na velocidade. Eu achei o último trecho um paraíso, porque não tinha aquelas pedras pentelhas, então deu pra aproveitar a descida sem achar que ia morrer. O passeio acaba em um barzinho de estrada, ali devolvemos as bikes e os equipamentos de segurança. É engraçado que neste ponto está todo mundo destruído, descabelado e molhado, mas muito empolgado (eu estava feliz que tinha acabado). Dali a Van te leva para outro lugar onde é servido o almoço, também incluso. O restaurante é bem roots, no meio das árvores, servidos por um gringo e umas crianças nativas (na Bolívia você vai ser servido por crianças várias vezes, estranho, mas eu não quis julgar). A comida era uma delícia e podia repetir a vontade. Foi um ótimo lugar para descansar. Na volta, a Van faz um caminho diferente (graças à Deus). Ela vai pela estrada nova, portanto sem perigo. Eu que estava exausta dormi o caminho todo. Vale lembrar de levar uma roupa extra ou um par de meias novas, porque eu não levei e congelei na volta, com tudo molhado. Haha calma, gente. Eu tava aprendendo a desapegar. Já em La Paz passamos na agência para pegar a camiseta inclusa e esperar uns minutinhos para pegar os CDs com as fotos. O CD você pode pegar no dia seguinte, mas como íamos embora no dia seguinte, resolvemos esperar. Sobre o passeio eu achei que valeu a pena sim. Achei perigoso de verdade (depois ainda soube de uma turista brasileira que abriu o queixo e quebrou o braço). Acho que a pessoa que tem qualquer receio com altura, não deve ir. Eu que não tenho, já passei sufoco. E meu conselho é: se quer fazer, siga as regras, o caminho em si já é aventura e não dá pra estragar o resto da viagem só pra ser o corajosão da galera. Se você seguir as orientações, vai conseguir aproveitar o passeio. As paisagens são lindas e valem o risco. Bom, depois de todo este desgaste psicológico haha eu voltei pro hostel, tomei banho, comi e dormi. Exausta. Citar
Membros ThaísMacedo Postado Setembro 14, 2016 Autor Membros Postado Setembro 14, 2016 DIA 5 Eu encontrei com os dois brasileiros, a Luzi e o Leandro, que iriam comigo seguir viagem. Fomos para o “muro do cemitério” (acredite nesta referência, basta) de onde partem os ônibus para Copacabana. TODOS vão dizer que o ônibus deles não faz parada, por isso é mais caro, aliás esta é a mentira mais ouvida por lá, não acredite, todos param, sempre param. O que pegamos parou vááárias vezes para passageiros na estrada, e quando digo passageiros incluo cachorro, gato, crianças e cholitas comendo frango. Despega Thaís. A paisagem é linda e o lago Titicaca parece um mar, azul e bonito. No meio do caminho precisamos descer do ônibus, pagar (claro) 1,20 bolivianos por um barco para chegar do outro lado do Lago. O ônibus vai em uma balsa. Depois é só subir de novo e seguir viagem até Copacabana. Copacabana é uma cidade bem fofa. Buscamos uma agência para comprar passagens para Cusco no dia seguinte. Pagamos 114,00 pesos bolivianos, segundo a agenciadora “só iríamos parar na imigração”. Depois descemos até o porto para buscar um barco para Isla del Sol. Os barcos oficiais só saem até ás 13h e, portanto, tínhamos que pegar um barco particular. O cara quis cobrar 600 bolivianos!!!!! RISOS Um roubo que não aceitamos, claro. Cruzamos com um casal argentino e um rapaz italiano, todos também procurando transporte, fechamos juntos. Pedimos para ir direto ao lado norte (120 bolivianos). Como pretendíamos dormir no lado Norte, fazer a trilha para o Sul e já voltar para Copacabana, deixamos nossa mochila em Copacabana e levamos o mínimo para a Isla. Pagamos 2 bolivianos para deixar a mochila com uma cholita sem lenço e sem documento, confiando que ela estaria lá no dia seguinte com nossas mochilas. Desapega Thaís, desapega. Com o visual do lago a viagem passa rapidinho (apesar de levar umas 2h). Paga-se 10 bolivianos para entrar na Isla. O lado norte da Isla é bem hippie. Muito simples, sem luz na rua, bem rústico e pra mim foi a melhor escolha passar a noite lá. Na viagem pegamos indicação de hospedagem. Não lembro nome, mas era a última Pousadinha no lado esquerdo da Isla, já no morro, toda amarelinha. Simples de tudo, tinha até um cemitério por lá haha mas com aquela recepção amorosa do boliviano. Além disso, pagamos 20 bolivianos pela noite (preço quase simbólico). Deixamos nossas coisas e fomos comer. Tinha três opções de restaurantes, todos simples, mas com comida farta e boa. Voltamos para o hostel já de noite e o banheiro era uma casinha bem afastada, aquele dia não rolou banho. Mas prometi que no dia seguinte, tomaria banho cedo antes de fazer a trilha para o lado sul. Tomamos duas garrafas de vinho previamente compradas, ficamos procurando discos voadores e fomos dormir. DIA 6 Chuva. Temporal. Dilúvio! Muito, mas muito frio e a chuva lá fora tirava toda nossa coragem de sair do nosso cafofo. Banho nem cogitei. Enrolamos o máximo possível, mas a fome apertou e tivemos que descer. Compramos capas de chuva e descemos. Tomamos café em um dos restaurantes recusados na noite anterior (pra estimular o turismo em outros locais). Com a chuva e pouca opção de lugar para comer, o restaurante encheu de uma maneira que a cholita quase sentou e chorou. Ela atendia os clientes, saia para comprar mais comida, preparava, servia e se desesperava. Fiquei com dó, mas por outro lado ela ganhou bastante naquele dia. Enrolamos o máximo possível, mas a chuva não passava de jeito algum, não ia dar pra fazer trilha. Pegamos um barco para o lado sul, que depois nos levaria de volta para Copacabana. Era a melhor solução que o frio nos deixou pensar. Isla do Sol era um nome piada, não é possível. O lado sul é bem turístico e comparado com o Norte achei sem gracinha. Talvez a chuva tenha atrapalhado meu encanto. Pagamos 5 bolivianos para entrar no lado Sul da Isla. Almoçamos por lá e voltamos para Copacabana. Em Copacabana, com sol, fomos esperar nosso ônibus para Cusco. O ônibus era bem bacaninha. 15 minutos de viagem, paramos na imigração e me pareceu tudo bem simples de resolver. Primeiro carimbamos a saída da Bolívia e devolvemos um papel que nos dão na chegada ao País, depois cruzamos a fronteira a pé e, por fim, carimbamos a entrada no Peru. E aí começam os trocadilhos com o nome do País de destino hehe. Na fila da imigração a Luzi, que estava comigo, encontrou três brasileiros que ela conhecia aqui do mochileiros. Mas descobrimos que em Cusco ficaríamos todos em hostels diferentes, então não fiz amizade (a verdade era que a falta de banho tava começando a me incomodar). Obviamente mentiram para nós e o ônibus parou no meio da noite fria em Puno. Tivemos que descer do ônibus, retirar as malas, carimbar a passagem em outra empresa de ônibus, pagar novamente a taxa de embarque (taxa de embarque em Puno = 1,50 soles) e esperar outro ônibus. Naquele frio e já completando dois dias sem banho, quis matar em pensamento a agenciadora de Copacabana. O banheiro na rodoviária custava 0,50 soles. 1 hora depois subimos no outro ônibus e seguimos direto para Cusco. DIA 7 Na rodoviária de Cusco pagamos um taxi caríssimo para os nossos respectivos hostels. Pagamos caro porque só tínhamos bolivianos e lá a moeda é o soles, então não havia como negociar muito. Cheguei sozinha no Loki Hostel, que ocuparia um lugar especial no meu coração (ai ai ) . Hostel incrível, bem estruturado, muitos banheiros disponíveis, quartos coletivos espaçosos, staff simpático e um bar que faz seus dias mais felizes. Peguei o quarto mais simplão, 14 camas, misto. Ficaria sempre lá. ATENÇÃO HISTÓRIA AGONIANTE (pule o parágrafo) A chegada foi traumatizante. Estava – sem banho - fazendo o check in e um israelense chegou desesperado pedindo uma ambulância para alguém que estava no quarto. Foi aquela comoção e eu sem entender o que tinha acontecido. De repente, vem a menina que precisava de ambulância aos prantos. Sei lá o que houve, mas ela prendeu o dedo em algum lugar que tirou a pele do dedo dela toda!!!!!!! Aaaaahhhh que agonia. Ela chorando, todo mundo olhando o dedo dela pendurado, eu não olhei, mas minha imaginação já deu mil voltas com as narrações do estado do dedo, em carne e osso, sem pele. Afff! Consegui fazer o check in e quem aparece no hostel? Os três brasileiros da fila de imigração. Eles não conseguiram vaga no hostel deles e foram tentar lá. Minha sorte que conseguiram porque a Ju virou minha amiga e parceira até o fim da viagem. O meu azar foi que o quarto não estava pronto então banho só depois das 14h. Sim, totalizei dois dias e meio. Desapega da higiene. Dei uma breve volta pela cidade, troquei dinheiro por soles, fechei o passeio para Machu Picchu por 100 USD em uma agência que gostei na praça principal e voltei pra o sonhado banho. Estava chovendo e frio, então pensei que meus dias seriam agoniantes, sem banho, com meninas de dedos pendurados, frio e chuva. Sorte que não foi nada disso. A noite eu estava limpinha, a chuva parou e eu comecei a beber com a Ju no bar. E do que a felicidade precisa senão um bom bar? Bebemos, cantamos Lepo Lepo no karaokê, pintamos o rosto com umas tintas que tinham lá e o melhor, fizemos amizade com quatro peruanos incríveis de fofos que participaram dos mágicos dias de Cusco. Lá pela madrugada fomos para a famosa balada Mama Africa. Não lembro bem, pois estava mais pra lá do que pra cá, mas lembro que gostei. E muito. DIA 8 Ressaca. Porém, feliz que o sol deu as caras. Já no café nos encontramos com os peruanos e combinamos de fazer o walking tour oferecido pelo Loki. É grátis, mas é de bom tom dar gorjeta pro guia depois. O tour sai do alto da cidade (bem próximo do Loki), onde pegamos um ônibus para o centro de Cusco. No centro visitamos o monumento Pachacuteq. A entrada do monumento custou 2 soles e vale até mais. É pequeno, mas tem bastante coisa da história de Cusco e do Império Inka, além disso o nosso guia era um defensor da cultura local, então nos passou muita informação interessante. No topo, temos uma bela vista da cidade. Depois seguimos a pé para o Mercado Central da cidade. Porém, no caminho encontramos a melhor pichação que já existiu e tiramos a melhor foto do mundo. O Mercado é grande e bem interessante, é um mercado de artesanato. Em Cusco tem vários outros, mas esse era o maior. Ficamos uns 30 minutos lá e eu surtei em compras, ainda mais que aceitava cartão de crédito. Sou zero consumista, mas me encantei com as cores e artesanatos peruanos. Na volta iríamos para o Mercado de comida, mas a Ju esqueceu os óculos dela no Mercado de artesanato e voltamos com os peruanos para buscar. O grupo seguiu o tour e depois de recuperar os óculos, pegamos um taxi até o Loki, então o roteiro ficou prejudicado. Mas gostei do que vi. Confesso que em Cusco fui uma péssima turista porque fiz amizades no hostel, onde tinha um bar maravilhoso, então fiquei muito com a galera, passeando pela cidade sem turistar e bebendo no bar, não fiz nenhum passeio fora da cidade (cidades sagradas), a não ser para Machu Picchu. Mas não me arrependo, solto suspiros toda vez que lembro de Cusco e guardo com carinho meus momentos de diversão por lá. No hostel fomos direto para o bar – o tour dava direito a um pisco sour – e ficamos lá bebendo. Subi pro quarto pra um banho e já desci pro bar de novo. O bar do Loki é legal porque promove integração, toda noite tinha alguma brincadeira. Nesta noite foi Beer Pong, que foi divertido até os argentinos começarem a me encher a paciência. Afe povo chato. Neste dia rolou uma mega integração e todo mundo ficou junto formado um grupão. Eu e Ju que não nascemos ontem fomos conversar com os alemães sobre o fatídico resultado do futebol hahaha Ficamos lá bebendo até irmos todos para o Inka Team, uma boate que fica na praça principal, perto do Mama Africa. E segue mais uma noite de balada. E das boas. Gol da Alemanha! DIA 9 Era o último dia meu e da Ju em Cusco, já que na manhã seguinte iríamos para Aguas Calientes, então voltamos para o centro da cidade para bater perna. Fomos no mercado de comida que é super interessante. Nós ficamos nas frutinhas, porque a comida não era muito convidativa, mas muita gente comeu e gostou (os preços eram ótimos). A gente acabava sempre comendo no Loki, porque era comida farta por preço bom (eu sempre pedia o Lomo Saltado hummmm). Também levamos nossas roupas para lavar, lá era super barato, algo como 3 soles o quilo de roupa (2 horas para entrega). A galera tinha ido fazer um passeio turístico então ficamos ajeitando nossas coisas para o dia seguinte. A noite fomos para onde? Para o bar do Loki e ficamos lá nos divertindo com os peruanos que já tinham voltado e aquela turma enorme que fizemos. Foi MUITO divertido e naquele ponto eu já estava ficando mais tristinha de ir embora, já que aquela cidade tinha sido tão feliz, tão especial e cheia de novos amigos. Ganhei até discurso de despedida. Ah que amor por Cusco Neste dia não fomos pra balada porque iríamos sair cedo no dia seguinte. Citar
Membros sara_izabeliza Postado Setembro 15, 2016 Membros Postado Setembro 15, 2016 Aí que relato lindo! Esperando os próximos capítulos, quanto você gastou mais ou menos nessa viagem ? Pra Machu pichu os 100usd é o valor da entrada com a trilha ? Citar
Membros ThaísMacedo Postado Setembro 16, 2016 Autor Membros Postado Setembro 16, 2016 Aí que relato lindo!Esperando os próximos capítulos, quanto você gastou mais ou menos nessa viagem ? Pra Machu pichu os 100usd é o valor da entrada com a trilha ? Sara obrigada. Devo terminar o relato na próxima semana. Eu não calculei direitinho os gastos, mas levando em consideração a passagem com milhas (só paguei as taxas), dinheiro que levei e gastos no cartão não chegou a R$ 3500. É realmente uma viagem muito barata. Os 100 USD incluíram transporte até a hidrelétrica (ida e volta), almoço e janta, hospedagem em Aguas Calientes e entrada. Bjs Citar
Membros Jéssika Costa Postado Setembro 18, 2016 Membros Postado Setembro 18, 2016 Muito bom o relato, Thaís! Acompanhando.. Viajo daqui exatas duas semanas, ja to morrendo de ansiedade!! hahaha Bom saber que você gostou do Loki Uma pergunta, a localização do hostel é tranquila? Aquela ladeira é de boa? hahaha pra sair a noite, vc acha que tem algum problema andar sozinha nas redondezas? Citar
Membros ThaísMacedo Postado Setembro 19, 2016 Autor Membros Postado Setembro 19, 2016 Muito bom o relato, Thaís! Acompanhando.. Viajo daqui exatas duas semanas, ja to morrendo de ansiedade!! hahaha Bom saber que você gostou do Loki Uma pergunta, a localização do hostel é tranquila? Aquela ladeira é de boa? hahaha pra sair a noite, vc acha que tem algum problema andar sozinha nas redondezas? Oi Jessika, você vai amar a viagem, é incrível! Eu amei o Loki. A ladeira é sofrida pra subir, mas eu gostei tanto de lá que não me importei. A noite saíamos a pé para as boates com o pessoal do bar do hostel, todo mundo junto. Eu não sairia sozinha, mas o taxi é ridiculamente barato porque a praça central é muito perto. Não se preocupe, dificilmente você vai ficar sozinha lá, tem muita gente legal Citar
Membros ThaísMacedo Postado Setembro 19, 2016 Autor Membros Postado Setembro 19, 2016 DIA 10 Muito cedo fizemos o check-out (e eu surtei porque meu cartão não passou, mas descobrimos que era problema da máquina ), deixamos as mochilas grandes, preparamos uma pequena pra viagem e uma van nos buscou. Foram duas horas até um ponto de parada, onde poderíamos usar o banheiro e comprar algumas comidinhas (caras). Depois mais uma hora até o ponto do almoço, que estava incluso no pacote. O almoço foi simples, mas muito gostoso e farto. Depois segue mais tempo de viagem por uma estrada BIZARRA! Eu já tinha esquecido as aventuras das estradas bolivianas e esta estrada peruana não deixou a desejar. Barrancos altíssimos e a van na velocidade de quem trafegava por uma larga avenida asfaltada. Nós todos tivemos ataque de riso de tanto medo, mas como sempre, sobrevivemos. Desapega Thaís. Acredita que vai dar certo. Paramos na hidrelétrica, recebemos as instruções que eram basicamente "seguir pela trilha do trem e ter cuidado com os que passavam, principalmente nas travessias dos túneis". Seguimos eu, a Ju, o Ricardo, o Kleber (os dois que estavam com a Ju no dia da imigração) e a Vanessa, que conhecemos no Loki. Os outros da van foram na frente porque a gente ficava parando pra tirar foto, admirar a paisagem, bater papo e lerdeando. A trilha é linda e tranquila. São 3 horas de caminhada, então até cansa, mas as paisagens são incríveis e ela é reta portanto dá pra fazer numa boa. História engraçada, já estava escurecendo, nosso grupo era o último e faltava mais um túnel para atravessar. Como já tinha passado todos os trens, fomos sem medo. Quando estávamos exatamente no meio do túnel eu vejo uma luzinha se aproximando. Exclamei “puta que o pariu o trem!” . Não dava para correr pra frente, em direção ao trem, mas também estávamos longe para voltar e sair do túnel. Nós paramos por um segundo e em silêncio fomos nos encostando ao máximo na parede do túnel, rezando internamente para que o trem não fosse largo o suficiente para nos esmagar. Foram minutos de tensão silenciosa, cada um na sua oração, se despedindo desse mundo, quando de repente, vem um carrinho desses limpa-trilho pequeno, passando hahaha parecia cena do pica pau. Todos nós rimos disso até o fim da trilha. Mas na hora foi assustador. Chegamos em Aguas Calientes e tava um frio danado. O nosso guia estava preocupado porque a gente não chegava nunca. Fomos direto pegar nossos tickets para Machu Picchu e nos encaminharam para o hotel. Hotel super simples, mas tinha cama e água quente, não precisava mais. Eu fiquei no quarto com a Ju. Tomamos banho, usamos o wifi e nos encontramos uma hora depois para o jantar, incluso no preço, e para combinar os detalhes do dia seguinte. Depois do jantar fomos passear pela cidade, que é bem fofinha. Uma noite ou dia por lá é o suficiente, mas valeu o passeio. Aproveitamos e compramos para o dia seguinte o ticket de trem de Aguas Calientes para a Hidrelétrica, porque a trilha era fácil, mas ninguém queria andar novamente as três horas no dia seguinte (28 usd). Lá também tem a opção de comprar tickets de ônibus que sobrem e descem de Machu Picchu. Custa 12 dólares o trecho e eu e a Ju compramos só pra subir, desceríamos a pé. A maioria quis subir a pé, mas tem tanta coisa para andar em Machu Picchu que eu recomendo pegar o ônibus pra subir. Depois de tudo comprado, fomos dormir exaustas. DIA 11 5h da manhã estávamos na fila do ônibus para subir até Machu Picchu. Queríamos pegar o amanhecer lá em cima. O lanchinho foi entregue para nós na noite anterior em uma sacolinha e seria o nosso café da manhã, também incluso no pacote. O ônibus era super confortável, bem moderno e rapidinho chegamos até a entrada do parque. Deixamos nossa mochilinha no guarda-volumes (4 soles) e entramos para encontrar nosso guia (incluso). A galera que subiu a pé chegou querendo morrer. Todos juntos, começamos o passeio. Machu Picchu é realmente incrível! Você pode sentir a energia daquele lugar tão integrado à natureza. É possível ver como a civilização Inka era evoluída, inteligente e entendia de coisas que nós só “entendemos” com o auxílio de parafernalhas tecnológicas. Ali era uma cidade que vivia de agricultura e de receber viajantes que levavam mantimentos e informações por todo Império Inka. Tudo era divido, organizado e respeitado. Cada construção tinha uma função e estava ali por determinação do sol, da posição em relação às montanhas ou pelo ponto na natureza. Um povo rico, inteligente e evoluído. Uma pena que a sua cultura foi dizimada pelos espanhóis. A humanidade toda perdeu com esta dominação, seríamos mais ricos se tivéssemos respeitado os outros povos e outras culturas. Infelizmente, nem hoje conseguimos fazer isso. O passeio é longo. O guia nos acompanha por uma hora e meia num sobe e desce, na altitude, que volta a perturbar, e com muitas informações. Quando acabou, o sol saiu nos presenteando com uma paisagem mais bela ainda. Nós não havíamos conseguido tickets para o Wayana Picchu (tem que comprar com MUITA antecedência), então ficamos zanzando pela cidade Inka. A partir das 10h, as excursões que vêm de Cusco de trem começam a chegar então o lugar vai ficando bem cheio, mas a esta altura já tínhamos feito o tour então era só ficar tirando foto. O bacana é que como o lugar é enorme, você consegue tirar muitas fotos boas sem nenhum cabeção na sua frente. Ficamos lá em cima até 11h quando resolvemos descer porque seria 1h30 de descida e nosso trem saia as 13h30. E também já tinhamos visto tudo. A descida é viável, mas cansa!!!! Além de prejudicar o joelho. Agradeci a Deus por ter subido de ônibus. Tem pedras enormes e irregulares no caminho, tornando tudo mais difícil. Chegamos em Aguas Calientes cansadas, mas com tempo para um almoço rápido. Entramos no trem e fomos apagadas até a hidrelétrica. Aliás, seguimos apagadas na Van que nos levou da hidrelétrica até Cusco. No Loki fizemos um novo check-in, banho e cama. Nada de ficar no bar nesta noite. DIA12 A diária ia até meio dia, então já tomamos banho logo cedo (pra garantir), empacotamos tudo, fizemos check-out e deixamos as malas no locker do hostel. Fomos de taxi até a rodoviária para comprar a passagem até La Paz. A mulher garantiu que nosso ônibus só ia parar na fronteira e em Copacabana, onde trocaríamos o ônibus para La Paz. E nós acreditamos. Passagem garantida pras 22h, fomos em um restaurante porque eu queria comer ceviche. Depois mais uma andadinha pela cidade, para despedir, mais roupas pra lavar e voltamos pro Loki. Já sem sermos hóspedes, ficamos no bar até o horário de ir para a rodoviária. Nossos amigos já tinham ido embora, mas já estávamos conhecidas no Loki então até o cara do bar veio se despedir hahaha . Detalhe, quase esquecemos nossas roupas na lavanderia. Fomos de taxi para a rodoviária e me deu uma leve vontade de chorar porque aquela cidade tem algo de especial, não sei explicar. Saí apaixonada por Cusco e feliz demais pelas experiências vividas lá. O ônibus era confortável, mas a viagem obviamente foi um inferno porque estava um frio horrível e o ônibus parou várias vezes, inclusive tivemos que descer e esperar uma hora na glacial Puno, pagar a taxa de embarque de novo. Fiquei bem irritada. DIA 13 Em Copacabana tomamos outro ônibus (incluso) até La Paz. Chegamos de manhã em La Paz e compramos nossa passagem para aquela mesma noite para Uyuni. Compramos na agência em frente a rodoviária (sorry, não lembro nem agência e nem preço, era mais caro do que os tickets da rodoviária) e fomos para o Hostel Wild Hover. Eles nos deixaram ficar no bar deles desde que deixássemos todas as malas (inclusive as bolsas de mão) no locker deles. Ai que saudade do Loki. Tivemos que dar um balão pro banho. Entrei no banheiro mais escondido do hostel e tomei banho com um sabonetinho que eu tinha encafifado no bolso. Para me enxugar? Papel higiênico. Desculpa Pachamama. Mesmo colocando a mesma roupa, me senti melhor garantindo o banho do dia. Passamos o dia no bar com wifi, tomada e cerveja, pra que mais? Quando deu o horário fomos para a agência. Lá encontramos a Luzi (ela sumiu em Cusco haha entendo), o Leandro e a Fal. Ônibus pontual, confortável, com filme, janta e pasmem, não parou no caminho. Valeu o preço. Citar
Membros ThaísMacedo Postado Setembro 21, 2016 Autor Membros Postado Setembro 21, 2016 DIA 14 A chegada em Uyuni foi sacudida, principalmente as duas últimas horas de viagem que passa por uma estrada de pedra e quem estava dormindo foi acordando na marra. Em Uyuni estávamos em cinco pessoas, mas o tour fecha com seis então fizemos amizade com um americano (que falava português), o Ruben, e fechamos o rolê com a agência do brasileiro Thiago. Não recomendo. Na verdade, não tenho grandes reclamações, mas pagamos mais caro pelo mesmo serviço oferecido pelos outros, só por isso não recomendo. Recomendaria pegar o nome de umas três agências indicadas e escolher mais barata delas. Fechamos por 110USD, três dias, tudo incluso (refeições). Demos uma mini volta pela cidade (não há muito pra ver), compramos alguns itens de necessidade como vinho, salgadinho e papel higiênico e voltamos pra agência. Por volta das 11hs saímos para o passeio. A primeira parada é no cemitério de trens. Não é interessante de ver, mas rende boas fotos. Depois seguimos para uma vilazinha (Pueblo Colchani) onde podemos comprar artesanato local. Não recomento, porque é mais caro que qualquer outra cidade. Dali a viagem realmente começa e após um tempo chegamos na parte de extração de sal. Ainda não é aquele salar infinito e branquinho, mas é super interessante. Tem alguns montinhos de sal e uma paisagem bem diferente. Fotos no alto dos “montinhos” são obrigatórias. Saindo dali vamos para o hotel de sal. Ali a paisagem já vai ficando infinita, o branco começa a dominar mais. O hotel é interessante, mas não sei se teria vontade de me hospedar lá não. Neste ponto você também poderá ver o símbolo do Rally Paris-Dakar, que tem a Etapa Bolívia. É onde também servem seu almoço. A comida já vem preparada e em pequenas marmitas, o nosso motorista-guia só ajeita nos pratos bonitinho e você se serve ali mesmo no bagageiro do 4x4. Senta/encosta onde der e come. Neste dia comemos carne de Alpaca (família da llhama), que era bem gostosa, arroz e salada. Nenhum banquete, mas foi gostoso. Todos bem alimentados, seguimos para a paisagem mais conhecida e mais bonita, o meio do Salar. É interessante ver que, apesar de andar por muito tempo, parece que não saímos do lugar porque a paisagem é a mesma, a não ser por alguns outros carrinhos láááá longe. No meio do nada o motorista para e lá tiramos as mais incríveis fotos possíveis, além de suspirar todos os minutos por aquela paisagem completamente diferente, exótica e maravilhosa. Você pensa como esse mundo é lindão. Depois de muito tempo (aproveite porque você não volta mais pra parte de sal), muitas fotos, muitos suspiros, andamos mais ainda até Isla del Pescado, um parque (paga 30 bolivianos para entrar) cheio de cactos e uma vegetação diferente, confesso que não entrei e fiquei lá fora tirando mais foto. De lá tem mais uma longa estrada até o alojamento. E é alojamento mesmo, de sal, no meio do nada e bem simples. Mas sinceramente, não há o que reclamar. São duas pessoas por quarto e eu fiquei com a Ju em um. Normalmente ficam três carros, ou seja, 18 pessoas, em cada alojamento. Paga-se o banho quente (2 bolivianos) e tem um cafezinho com bolachas, até a hora da janta. Como eu fui sagaz e sabia que no dia seguinte seria o mais precário e mais frio, tomei um banhão completo, lavei o cabelo e passei a noite cheirosinha. Jantamos frango com arroz e estava bem gostoso (tinha bastante). E tomamos nossas duas garrafas de vinho, pra dormir melhor. Já estava desapegadíssima. DIA 15 Acordamos bem cedo, após uma confortável noite (será que o vinho ajudou?), tomamos um café da manhã simples (bolacha, pão, manteiga e café) e seguimos viagem. A paisagem vai mudando, ficando mais seca e mais arenosa. No caminho paramos no Pueblo San Juan, onde pudemos usar o banheiro e comprar algumas coisas. Os preços eram exorbitantes, porque estávamos no meio do nada, mas compramos vinho porque era importante. Lá pelas 11hs chegamos no vulcão Ollague. Eu estava muito empolgada, pois era a primeira vez que via um vulcão. O motorista sempre combina o tempo de parada e você pode negociar com ele. Saindo de lá andamos mais algumas horas, ao som das musicas locais que o motorista faz questão de ouvir e jamais trocar, até você enlouquecer. Paramos para o almoço na Laguna Cañapa, que tem um visual incrível, muitos flamingos e alguns quiosques, onde almoçamos. Novamente, a comida já vem pronta (acredito que foi preparada na noite anterior, no alojamento). Neste dia teve bastante fartura no almoço e estava muito gostoso. Na sequencia fomos passando por inúmeras lagunas, em meio a paisagens desertas então é uma mistura linda e muito interessante. O frio também vai aumentando e você conseguindo ficar cada vez menos fora do carro pra tirar foto. A última Laguna do dia é a Laguna Colorada. Lindíssima. Enorme e ali você vê montanha de areia, montanha de gelo, lago, flamingos e uma mistura impossível de descrever ou imaginar. Esta Laguna fica dentro do parque Reserva Nacional de Fauna Andina. Então saindo da Laguna o motorista leva para um posto policial e você precisa pagar uma entrada salgada de 150 Bolivianos e pode carimbar seu passaporte, se quiser. Ah! Importante saber que você recebe um papel no começo do tour e nesta hora você precisa entregar este papel. É sempre uma novela, porque sempre tem alguém que perde e demora horas pra encontrar. Eu que sou acumuladora e guardo papéis de 2003 não corri o risco de perder. Saindo de lá fomos direto para o alojamento. Por algum motivo não nos aceitaram no primeiro alojamento haha cholas estavam bravas com nosso guia. Então fomos para outro ainda mais afastado. Era mais simples que o primeiro e o chuveiro não poderia ser considerado de água quente, mas nada no alojamento que fosse intolerável. Obviamente, só uma de nós tomou banho e obviamente não fui eu. Tava MUITO frio! Comemos as bolachinhas com café, ajeitamos as camas (desta vez os seis ficaram no mesmo quarto) e esperamos a janta. Comemos macarrão com frango (sempre frango) e estava bem gostoso. Nesse dia estávamos empolgados, ganhamos uma garrafa de vinho da empresa (já incluso quando pagamos o tour) e tomamos nossas duas garrafas extras jogando Stop (ou adedonha, ou adedanha). Foi uma delícia! Fora que vale passar um frio dos diabos indo lá fora ver o céu estreladíssimo do deserto, melhor quando arruma alguém pra esquentar ou melhor alguém que te empresta uma manta hehehe . Estávamos a 8 km de distância do Atacama e nosso alojamento era mais isolado que os outros então dá pra imaginar como estava lindo o céu. Fizemos amizade com os outros tours (também três grupos) e ficamos conversando até a madrugada. Só fomos expulsos pelo frio de -5° que estava fazendo dentro do alojamento!!!!! Para dormir foi triste, saco de dormir é essencial e quem diz que não é um urso. Eu tinha o meu e demorei para esquentar dentro dele, quem não tinha sofreu bastante, isso porque ainda estávamos em Abril, dizem que Junho e Julho são de chorar. DIA 16 Madrugamos, pois o guia nos chamou as 4h30 da manhã. Tomamos café, mas ninguém tinha animo por causa do frio absurdo. Saímos direto para os Geisers Sol de Mañana, que são aquelas fumaças que saem do chão. Eu saí do carro, tirei foto e voltei pro carro correndo porque não dava pra aguentar o frio. A segunda parada foi nas termais Polkes. Uma piscinona construída em cimento, mas com água natural super quente (em torno de 40°) que os malucos se banham, por 6 bolivianos. Eu não tive coragem porque ainda queria chorar de frio, mas quem teve não se arrependeu. Fiquei ali no vapor da água admirando o lindo amanhecer. Saindo de lá fomos direto para a Laguna Verde. Linda de morrer! Ela na verdade é normal, mas quando bate o vento (torça pra ventar) ela fica num verde incrível. E ali é possível ver o vulcão Licancabur. Neste dia nosso guia estava meio enfezado então não quis nos levar até a divisa com o Atacama, isso porque estávamos a 8 km de lá. Enfim, a gente fica sempre na dependência do guia. Ele também queria parar em um lugar horrível para o almoço, reclamamos e ele nos levou para um lugar melhorzinho. Nesse dia o almoço foi horrível, na verdade estava gostoso, mas foi simples demais e em pouquíssima quantidade (duas latas de atum para seis turistas e o guia!!!! ). Ficamos bem bravos, já querendo ir embora e pelo jeito o guia também queria. Ainda demos uma rápida parada no Deserto Salvador Dalí que tem umas formações rochosas interessantes. Depois, direto e reto pra Uyuni. Todos estavam muito cansados, então nem deu pra sentir direito a viagem. Chegamos em Uyuni, por volta das 16h, reclamamos na agência sobre este último dia. Deixamos bem claro que o guia tinha sido atencioso e dirigiu com cuidado, mas que no último dia quis correr por tudo e reclamamos do almoço absurdo oferecido. Fora que a Luzi é vegetariana e avisou na agência antes, e claro que nenhum dia ela teve opção vegetariana. Ficou na base do ovo, quando tinha, ou no arroz mesmo. Compramos nossa passagem para Potosí, as 18h (30 bolivianos), e de lá iríamos de ônibus para Sucre. Ônibus direto para Sucre só saia as 22h e não queríamos esperar. Fomos correndo comer em uma pizzaria, tamanha nossa fome, e da pizzaria direto pro busão. Quatro horas de viagem (a primeira hora com wifi, pra avisar a família que estávamos vivos após 3 dias sem contato) e chegamos em Potosí. Para nossa surpresa não havia ônibus para Sucre naquela noite. E ninguém queria dormir lá, eu principalmente, porque só tinha dois dias até chegar em Santa Cruz de novo para pegar meu voo de volta. Seguindo as dicas de alguns relatos na internet, fomos na pracinha atrás da rodoviária e negociamos com um “taxista” de nos levar até Sucre. Pagamos algo em torno de 150 bolivianos e foi difícil negociar porque estávamos em cinco pessoas. E olha, nesta noite pratiquei o desapego com a vida e segurança. O carro estava despencando, não tinha retrovisor e a lanterna não funcionava. O cara era suspeitíssimo e parou no meio do nada na estrada para procurar o fusível e conectá-lo, pois isso que mantinha o carro ligado. Só não sofri mais porque estava aliviada de não ser uma parada para matar todo mundo. Ele corria muito e resolvi dormir para não sofrer. Desapego. Para piorar, chegando em Sucre passamos por uma briga de rua e o motorista desceu para entrar na briga!!!!! Diz ele que conhecia o cara, mas, na minha opinião, ele foi só pela bagunça. Chegamos em um hostel bem ruizinho, meio sujo, com cheiro de gato e caro, mas naquela altura qualquer coisa servia. Fiz contato com a minha família e dormi, lá pelas 2h da manhã. Não tive coragem de tomar banho. Foi difícil desapegar. DIA 17 Dois dias e meio sem banho, de novo, fui tomar uma belíssima ducha da cabeça aos pés. Depois tomei café, que estava incluso, e tirei um pouco a má impressão do hostel. Fomos passear pela cidadezinha que é uma graça. Sucre é a capital cultural da Bolívia, La Paz é a capital política. A cidade é bem fofinha, tem alguns artesanatos e ainda conseguimos cruzar com uma feirinha de estudantes e suas mães vendendo marmitas para arrecadar dinheiro para a escola, tipo uma gincana. Foi o nosso almoço. Saindo de lá voltamos para o hostel, eu arrumei minhas malas e fomos para o aeroporto. Eu tinha que ir embora para Santa Cruz naquele dia, pois no dia seguinte saia meu voo pro Brasil e já tinha visto na internet uma opção de voo no fim da tarde. E o pessoal, que tinha um dia a mais, foi garantir a passagem pro dia seguinte. Comprei minha passagem na BOA (Boliviana Aerolineas) por 400 bolivianos, achei tranquilo já que a viagem tinha sido super simples até então e eu não ir dar conta de mais uma noite sacolejando na estrada até Santa Cruz. Fora que dizem ser a pior estrada da Bolívia e isso poderia me atrasar. Não valia o risco e nem era tão caro. Um detalhe, como estava só viajando de ônibus, deixava meu canivete na bolsa, para ficar disponível caso precisasse. Claro que esqueci de tirar e despachar junto com a mala, então quando passei no detector de metais o policial muito bravo perguntou porque eu estava armada. Eu não estava entendendo nada (entendi o que ele disse, mas nem lembrava do canivete). Ele chamou outro policial e eles começaram a abrir a minha mala. Sorte que o outro policial era mais simpático e me mostrou o canivete, eu fiz cara de desculpas e expliquei que tinha esquecido. Ele deu um sorriso de “tudo bem” e jogou meu canivete fora. Triste, mas não tinha o que argumentar. O voo foi tranquilíssimo, com lanchinhos bons (hehe), avião confortável e aquela paisagem natural impressionante que a Bolivia tem. 1 hora depois desembarquei em Santa Cruz. Um amigo da turma dos brasileiros já estava em um hostel em Santa Cruz (caríssimo) e me passou o endereço. A mulherzinha do balcão de informações era mau-humorada, diferente da do primeiro dia, e não me deu informações de ônibus pra pegar, disse pra eu pegar taxi (imagina só se depois de tanto desapego eu ia pegar taxi). Eu fui no mesmo ônibus que peguei no primeiro dia, para sair do aeroporto, e pedi informação. O motorista disse que eu poderia ir até o ponto final e de lá pegar um taxi que com certeza seria mais perto. Aceitei e lá fui no amado busãozinho de novo. No ponto final eu não fazia ideia de onde estava e o motorista me aconselhou a não ficar zanzando ali, disse pra eu ir direto na empresa do ônibus e perguntar lá. Fui e o rapaz lá dentro disse que conhecia a rua e que eu pegasse um taxi que ele informaria o motorista pra mim. Na frente, um policial veio oferecer ajuda, o rapaz da empresa explicou a situação e o policial parou um taxi para mim, explicou o endereço para o motorista e ainda deixou o telefone dele comigo, caso eu precisasse. Achei fofíssimo aquele povo lindo que ajuda turistas, mas todo mundo que conto a história diz que estavam me xavecando. Achei só gentileza, vai saber. De qualquer forma, por 15 bolivianos cheguei no hostel. O hostel era enorme, bem estruturado e maneiro, mas eu nem tava ligando, queria comer, arrumar minhas coisas e ir dormir. Encontrei meu amigo e fomos comer junto com uma suíça que conhecemos no hostel. Poucos quarteirões de caminhada depois, encontramos uma daquelas redes de fast food de frango da Bolívia, comi muito bem. De volta ao hostel tomei umas duas cervejas, pra relaxar, tomei um belo banho (banheiro divo) e dormi mega confortável. DIA 18 Acordei cedo para fazer as coisas com calma. Tomei café (que estava incluso) e fui arrumar minhas coisas. Tive que me desfazer das folhas de coca, porque não quis arriscar embarcar com aquilo e ser acusada de tráfico internacional. Engraçado que ofereci pra um gringo que tava no quarto e parecia ter acabado de chegar, óbvio que ele não aceitou e me achou a louca do drug dealer. No quarto descobri um casal de brasileiros que também iria pro aeroporto, então fomos nós três mais meu amigo. O taxi saiu 60 bolivianos (15 para cada). No aeroporto fizemos o check-in e já fomos direto para a fila da imigração. Foi rápida a fila, mas desta vez não consegui escapar que abrissem minha mala. Eles fazem isso com todas. E também tiram foto na saída. Engraçado que o policial viu minha foto de entrada, olhou a minha de saída e disse que eu tinha emagrecido hahaha eu disse que deveria ficar mais dias na Bolivia então e ele disse que eu seria muito bienvenida hahaha que povo querido. Passadinha básica no Duty Free e embarquei com o time The Strongest o que me deu pânico, já que uma das minhas teorias é de que time dá um azar danado em voo . Ainda bem que a teoria falhou e eu aterrissei lindamente em São Paulo. Na verdade, estava com um misto de felicidade pela experiência incrível que tinha vivido, mas tristinha de ter voltado, quase chorandinho. Esperei horas minha mala sair (aprendam com a Bolívia) e mais um tempinho até pegar meu voo pro Rio. Mesmo contando todos os detalhes, fica difícil explicar a maravilhosa viagem que fiz. É uma viagem que você desapega por bem ou por mal de várias frescuras, de alguns preconceitos, dos bens materiais e de preocupações bobas. E não é uma viagem que você racionaliza isso, você só percebe tudo depois. Só depois você vê que está tranquilo, confiando nas pessoas, encontrando pessoas boas, etc. A Bolivia é um país pobre, mas não é miserável. É um país pacato, com um povo tranquilo e que parece uma casinha na roça, com as pessoas levando a vida simples delas, mas felizes. A paisagem natural de lá é inexplicável, tem floresta amazônica, tem rios, tem montanhas, tem neve, tem deserto, tem salar, enfim, uma paisagem rica e diversa que impressiona. O Peru é um país mais desenvolvido e com pessoas de cultura riquíssima. Temos uma ideia errada e preconceituosa do peruano. Claro que existem as dificuldades sociais, mas nada muito diferente de nós, dos Argentinos e outros países em desenvolvimento. A culinária peruana é saborosíssima e a cultura deles é muito interessante. É preciso treinar nossa visão e nossa mente para ver a realidade de cada lugar, sem supor coisas, com ideias antigas e sem fundamento. O principal foi ver que a América Latina é rica culturalmente e seu povo é lindo! E somos parte dele. Eles enxergam o Brasil com um “irmão mais velho” com admiração e carinho. Nossa força influencia diretamente a deles e nossa cultura é consumida por eles. Dá até uma vergonha saber tão da cultura latina. Tantos europeus, asiáticos, americanos vindo e se maravilhando com estes países e a gente só valorizando a parte Norte da América, a Europa. Fiquei feliz em resgatar essa irmandade e com vontade de conhecer cada vez mais essa “Sudamérica” tão linda. Citar
Membros cris.soares Postado Setembro 25, 2016 Membros Postado Setembro 25, 2016 Relato bem bacana!!!! Tata, qd vier pra SP eu divido o cobertor pra ver as estrelas facil, so pela gentileza!!! Citar
Membros ericoliv Postado Setembro 25, 2016 Membros Postado Setembro 25, 2016 (editado) Que legal o seu relato, fui esse ano e quero tanto voltar, principalmente em La Paz e fazer a Ruta de la Muerte novamente, é incrivel!!! Editado Outubro 2, 2016 por Visitante Citar
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