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Após uma longa viagem que teve início em Atrani, na Itália (e que detalhei no post anterior), acordei e estava nos mares da Grécia. O ferry já havia atracado e partido de Igoumenitsa – mas meu sono não me deixou levantar para espiar lá fora. A próxima parada era Patras e eu havia decidido tomar um trem que sairia de lá às 14 horas e chegaria por volta das 19 horas na capital, Atenas. Ainda era de manhã e eu teria que aguardar um bocado. Entretanto, atento aos alto-falantes, ouvi o anúncio de um ônibus que seguiria para Atenas imediatamente após o nosso desembarque. Animado com a ideia de ganhar um dia na cidade, decidi comprar a passagem, que custou €18. Em seguida, encontrei o americano que estava na minha cabine, contei-lhe sobre a barbada e ele também gostou da ideia.

 

O ferry aportou em Patras, desembarquei e encontrei mais uma vez meu companheiro de cabine. O desembarque ocorria bem lentamente e foi aí que começamos a conversar pra valer. Contamos sobre nossas viagens até chegar na Grécia e fomos estabelecendo uma amizade. Depois de algum tempo chegou nosso ônibus. Próximas a nós, sentaram duas holandesas que também já conhecíamos do ferry, eu havia encontrado ambas na sala da internet, e começamos a bater papo. Por coincidência (e falta de planejamento adequado), estávamos todos sem reservas em Atenas. Eu até tinha enviado um e-mail, mas não deu tempo pra checar se havia ou não disponibilidade. Resolvemos ir para o mesmo albergue, um dos que estavam relacionados no guia que elas carregavam. Do próprio ônibus, elas ligaram para algumas opções mas todos estavam lotados, menos um. Foi quando a bateria do celular acabou.

 

Já em Atenas, a primeira parada foi no porto Pireu (Piraeus) onde alguns desembarcaram rumo às paradisíacas ilhas gregas. Nós seguimos até o centro. Quando o ônibus parou, não fazíamos ideia de onde estávamos mas pedimos informações e pegamos o metrô até a estação de trem – de onde as meninas tinham instruções para caminhar até o albergue. Após decifrarmos os nomes das ruas (em grego), ficou fácil encontrarmos o Aphrodite Hostel. Fiquei aliviado quando chegamos, pois era um albergue legal e bem localizado. O recepcionista colaborou e nos colocou em um quarto compartilhado para quatro pessoas, ou seja, virou privativo.

 

Saímos para comer alguma coisa e, na Victoria Square, bem próxima ao albergue, simpatizamos com o restaurante ∏ITA ∏AV – cujo nome é um interessante jogo de palavras que inclui o pão pita (também conhecido como pão sírio) mas soa como Peter Pan. Pedi um classic souvlaki no pão pita, acompanhado de uma Mythos (ótima cerveja grega).

 

Voltamos para o albergue e fomos até o bar, onde conheci um casal de brasileiros: ele era ator e ela uma viúva querendo curtir a vida adoidada! Ensinamos a Anka, bartender polonesa, suas primeiras palavras em português. Enquanto isso, meus novos amigos conversavam com um libanês. A propósito, minhas amigas holandesas se chamavam Carlijn e Jitske, e Evan era o americano. Depois de muita conversa, fomos dormir.

 

No dia seguinte, levantamos empolgados para conhecer a Acrópole. Depois de uma caminhada agradável, passando pelo Mercado de Pulgas de Monastiraki e por algumas ruínas que encontramos casualmente, chegamos ao nosso destino. Era um domingo, o que tornava a entrada gratuita.

 

Deparamo-nos com o Parthenom envolto por andaimes – estava em restauração –, o que me chocou bastante. Aliás, apesar de todo o benefício que trazem, as restaurações são inimigas de turistas e fotógrafos, pois muitas vezes “estragam” aquela foto que sonhávamos em tirar.

 

Seguimos até o Templo de Zeus Olímpico, com suas 16 colunas remanescentes (de um total de 104), foi o maior dos templos gregos. Próximo dali, fica o Arco de Adriano que marcava os limites em Atenas antiga e a novo distrito, construído pelo imperador.

 

Foi ao percorrer as ruas de Plaka, o próprio centro histórico, que não resistimos e paramos para comer em uma taverna. Meu pedido foi um prato de frango com batatas, precedido por uma maravilhosa salada grega. De sobremesa, comi um pudim meio sem graça. Mas valeram a pena os €9,50 pagos pelo student menu.

 

Continuamos caminhando até a movimentada Omonoia Square, onde paramos para tomar um sorvete (de fato, o pudim não tinha sido lá essas coisas). Já próximos à Victoria Square, fui presenteado por uma pomba – dizem que traz sorte! Mais tarde, fomos outra vez ao Pita Pan, onde fizemos um intensivão dos idiomas português e holandês, enquanto conversávamos.

 

Pra terminar o dia com chave de ouro, acompanhei entusiasmado no quarto do albergue, via web-rádio, a final do Campeonato Paulista (de 2008, ok?) que o Palmeiras goleou o adversário, a Ponte Preta, por 5 a 0 (lembra da pomba?!). A gringaiada se divertiu com a transmissão e com a minha torcida.

 

O dia seguinte começou cedo, bem cedo. Despertei às 5h30 da madrugada. Tínhamos pela frente um grande dilema: qual ilha grega deveríamos visitar? Parece piada, mas realmente foi um dilema. Uma escolha excluiria, automaticamente, a outra opção. E eu, que no roteiro original não havia incluído nenhuma ilha, tive que dar as costas para a incrível Meteora.

 

As meninas não tinham muito tempo para curtir as ilhas, pois o roteiro delas estava bem apertado, por isso optaram por Egina, uma das ilhas Sarônicas, bem próxima de Atenas. Minha primeira opção era Santorini mas, devido ao longo tempo de ferry, achei mais conveniente optar por Mykonos. Evan, que tinha o roteiro mais flexível, também achou que valeria a pena ir até o arquipélago das Cíclades. E foi assim que nosso grupo se separou, mas ainda tínhamos uma esperança de nos encontrar – eu estava trabalhando a cabeça de todos para seguirem comigo até Istambul, na Turquia.

 

>>> LEIA O POST ORIGINAL COM FOTOS: http://viajanteinveterado.com.br/atenas/

 

Este é o 35º post da série Mochilão na Europa I (28 países)

 

Leia o post anterior: Costa Amalfitana

 

Leia o post seguinte: Mykonos

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