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11º dia – 07/01/2016 – Quinta feira

 

Purmamarca a San Pedro de Atacama – Chile – 411 Km

 

Não lembro bem em que horário nós saímos, acho que 9 h. Seguimos as muitas curvas que levam ao paso Jama. Subimos a Cuesta Del Lipan e ainda tinha neblina perto do topo, paramos e tiramos muitas fotos como sempre, depois cruzamos com a pequenina Susques. Mais tarde paramos junto ao hotel Pastos Chicos. Lá o Adriano, a Beatriz e o Edmar resolveram almoçar um sanduíche de milanesa e eu mais o Glauber e a Érica fizemos um gostoso miojo (kkkk).

 

Seguimos em frente e atravessamos as salinas grandes. Neste trecho o asfalto esta sendo restaurado é preciso atenção. Paramos no meio em um estacionamento cheio de vendedores de artesanatos em sal e tbm em pedra. Comprei umas encomendas de uma amiga e o pessoal tbm comprou vários artesanatos.

 

Voltando a estrada, fomos em direção à aduana. Antes da aduana, na Argentina, tem o último posto antes de São Pedro de Atacama, é bom encher o tanque lá, pois a cidadezinha do deserto só tem um posto e o local onde ele está é bizarro, como irei falar mais tarde.

 

Chegando na aduana tinham poucos carros na nossa frente. Fomos logo atendidos. E chegamos na hora certa, pois logo após os tramites internos da aduana, saímos para a revista dos carros e já havia uma fila de uns 8 a 10 carros e um ônibus esperando a entrada.

Nossa viatura teve uma revista mais branda se comparada a revista efetuada pelo outro oficial que revistou a S10 do Glauber. Tão branda que acabou até passando duas maçãs que estavam dentro de um pacote numa caixa dentro do carro.

Aqui vai um aviso aos viajantes: sempre que entrarem no Chile não levem nenhuma verdura, fruta, laticínios, carne etc ao natural. Somente podem passar coisas industrializadas. E quando vcs estiverem preenchendo o formulário de admissão, assinalem com um sim a opção que vc tem vegetais. Por quê? Porque caso vc tenha esquecido algo (como as duas maçãs) e venha a ser pego não terá de pagar multa. Se vc disser q não tem e acharem algo é multa na certa.

 

Na aduana eu passei mal, pensei que era pela altitude, mas após tomar quase 500 ml de água descobri que era só a minha gastrite atacando, pois não tinha tomado omeprazol pela manhã.

 

Depois dos trâmites seguimos viagem sempre subindo. A minha SW4, que estava muito carregada, estava sem oxigênio por causa da altitude. Tive de ligar a reduzida por alguns instantes mesmo sabendo que não era muito bom fazer isso no asfalto. Era isso ou subir em primeira.

 

Paramos para tirar mais fotos no marco fronteiriço muito felizes por termos cumprido mais esse objetivo. Depois do ponto mais alto 4839 m snm. começa a descida até o Atacama. Antes porém passamos pelo salar de Tara e paramos para tirar fotos dos monges de Pacana, formações impressionantes quase no topo dos Andes. O vento frio estava de matar, o marcador de temperatura do S10 do Glauber marcou a menor temperatura da viagem: 6° C, mas com sensação termica de 1° c por causa do vento.

 

No meio da descida tbm paramos em frente a placa que indicava o vulcão Licancabour que infelizmente devido ao aquecimento global, não tinha nada de gelo para melhorar ainda mais a sua visão.

 

Finalmente chegando a San Pedro de Atacama Ficamos meio perdidos procurando um lugar onde ficar. Um dado momento numa esquina eu pensei em ir a direita, mas quando estava virando decidi ir a esquerda abrindo bem a curva, como se fosse retornar. Não havia nenhum carro na rua indo ou vindo além de mim e do carro do Glauber. Ao virar dei de frente com um carabineiro do Chile. O cara me deu uma sonora mijada pelo que eu fiz na esquina perguntando se na Argentina ou no Brasil se fazia assim etc. Tentei argumentar que não tinha ninguém na esquina e q não atrapalhei o transito e ele só foi elevando a voz. Acabei ficando quieto e dizendo “sim senhor, vc está certo”. Ele me mandou seguir adiante sem multa.

 

Achamos uma hospedagem no Hostal Hara, bem perto do centro, em um quarto para 6 pessoas com 3 beliches. Quarto apertadíssimo e sem AC que se estivesse muito quente pela noite nós iríamos cozinhar lá dentro, felizmente a noite foi branda. Mas o preço foi o melhor que achamos 10.000 pesos chilenos, o que dá R$ 56,70 por pessoa.

 

Saimos dar um passeio e ver se conseguíamos sacar dinheiro nos caixas da cidade. Nada feito. Comecei a ficar preocupado pois só tinha 200 dolares. Na cidade um vai e vem de pessoas enchendo a calle Caracoles com uma babel de línguas de todo o mundo. E o que mais escutávamos era o português... Caramba, como tinha brasileiro na cidade naqueles dias... Uma verdadeira invasão.

 

Fomos dormir e antes decidimos que não íamos com nossos próprios carros para o Salar de Uyuni na Bolívia e sim compraríamos um pacote. Considerando os lugares que passamos com o carro da empresa de turismo depois, acho que foi a escolha acertada.

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Muito bom o Relato.

 

Fiquei com uma dúvida agora... Venho planejando uma viagem à San Pedro para Janeiro de 2017. Irei em carro baixo.

 

Pretendo fazer todos os passeios por conta, com exceção ao Salar de Tara, pois li em todos os relatos que é impossível o acesso sem um 4x4, e sem saber o caminho (são 100km de estrada e depois aproximadamente 40 Km em que os guias vão pelo 'faro', sem estradas rsrs).

 

Quanto ao 4x4 ok, pois vocês estavam com veículos apropriados. Mas quanto ao local, realmente foi fácil achar o Salar de Tara ?

 

Obrigado.

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Muito bom o Relato.

Fiquei com uma dúvida agora... Venho planejando uma viagem à San Pedro para Janeiro de 2017. Irei em carro baixo.

Pretendo fazer todos os passeios por conta, com exceção ao Salar de Tara, pois li em todos os relatos que é impossível o acesso sem um 4x4, e sem saber o caminho (são 100km de estrada e depois aproximadamente 40 Km em que os guias vão pelo 'faro', sem estradas rsrs).

Quanto ao 4x4 ok, pois vocês estavam com veículos apropriados. Mas quanto ao local, realmente foi fácil achar o Salar de Tara ?

Obrigado.

 

Ola Leandro,

 

A entrada do Salar de Tara é junto dos Monges de Pacana, pelo que vi. Mas é só para 4x4 mesmo. O meu colega que estava de S10 que era 4x2 por pouco não atolou só na entrada até os monges. É muita areia ali. Acredito que vc deva contratar um passeio de uma empresa turística.

 

O caso é que o Salar é longe da rodovia, a gente só ve de longe. E pelo pouco que vi o caminho é bem acidentado e tem diversas trilhas por todo lado. Existe uns mapas que podem ser baixados na internet no site para percursos off road, é o www.viajerosmapas.com

 

Um abraço

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12º dia – 08/01/2016 – Sexta feira.

San Pedro de Atacama – 100 Km + ou –

Neste dia resolvemos descansar mais e dormimos bastante apesar de estar confinados os 6 em um quarto minúsculo com 3 beliches do Hostal Hara. Nem o guarda roupa abria corretamente de tão apertado que era o quarto. Porém perto dos preços que encontramos em outros hotéis até que estava bom. Banheiros limpos, cozinha aberta para a gente fazer a nossa própria comida e mais o café da manhã incluso.

À tarde fomos fazer um passeio. Resolvemos ir à laguna Cejar. O preço alto da entrada (15000 pesos chilenos = 85 pilas) compensou pela maravilha que é flutuar naquela laguna salgada. Literalmente não é possível afundar naquela lagoa. Esbaldamo-nos por duas horas por ali. O tempo voou. Ao sair e caminhar e tomar o banho de água doce no curto caminho até as duchas o sal se cristaliza em nossa pele deixando a gente cheio de manchas brancas de sal.

Dali seguimos para Toconao para conhecer a quebrada de Jeres, um oasis no deserto. Um vale onde corre o rio Jeres e que transforma a sua volta em um local onde se pode cultivar de tudo. Havia por lá uma grande quantidade de árvores frutíferas, infelizmente nenhuma estava na época de colher. Os nativos se aproveitam do lugar para nadar em um laguinho formado pelo represamento da água.

Depois disso a minha vontade era ver novas lagunas, mas o pessoal decidiu que queria ir no Vale de La Luna. Seguimos para lá, porém como era tarde (19:30 h) e lá fecha as 18:30 h, não pudemos entrar. Perdemos tempo e as lagunas eram muito distantes para ir.

À noite fomos até uma agência comprar nossos pacotes para o passeio até o Salar de Uyuni na Bolívia. O preço do pacote é salgado 125.000 pesos chilenos (753 reais mais ou menos), mas quase tudo é incluso: hospedagem, 3 refeições diárias. Só não inclui a entrada no parque Eduardo Avaroa (150 bolivianos) e a entrada da Isla Del Pescado (ou Incausi, 30 bol.) As agências pedem que cada pessoa leve 250 Bolivianos e 5 litros de água. Entretanto se vc não quer comprar artesanato ou outras coisas na Bolívia, não é necessário levar isso tudo. Leve uns 220 bolivianos pq quase sempre se tem de pagar para ir aos banheiros fora dos hotéis. 5 litros de água para cada um tbm achei exagero, acho que para 6 pessoas q vão no carro pode-se levar 25 l no total ou até 20 l.

Nesta noite achei a opção correta de sacar pesos no Chile, o que me deixou muito mais tranquilo. Interessante dizer, que tanto na Argentina como no Chile os caixas automáticos parecem que são fabricados todos por um só fabricante. Diferente do Brasil onde cada banco tem o seu caixa.

Fomos dormir ansiosos pela aventura que teríamos no dia seguinte.

 

 

 

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13º dia – 09/01/2106 – Sábado

 

San Pedro de Atacama a Huayllajara – Bolívia (algum lugar entre SPA e Uyuni) ??? Km

 

Acordamos mega cedo. A van da agência nos pegaria entre 7:30 h e 8 h, mas a ansiedade era tanta que acordei antes do relógio tocar. Toca arrumar as mochilas, uma com roupas e outra de ataque com coisas necessárias do dia a dia.

 

As 8:00 h a van estacionou e colocamos as bagagens para dentro e partimos rumo a subida até a fronteira com a Bolívia. Saímos de 2400 m para chegar a 4.500 na divisa em pouco mais de uma hora.

 

Dentro da van já estavam várias pessoas de outros hotéis, hostels etc. Havia uma brasileira lá que por acaso, como viríamos a saber depois, se chamava Marcelle. Na van era uma mistura de línguas como português, inglês, espanhol, suíço e alemão que não dava para entender quase.

Chegamos a fronteira e fizemos a entrada na Bolívia. Uma olhada no passaporte e um carimbo. Naquele vento frio da altitude, foram montadas duas mesas com café, água para chá, sucos diversos, presunto, queijo, doces, bolos etc, para o café da manhã ou desayuno como eles chamam.

 

A seguir nos foi indicado qual a viatura iríamos seguir. Pegamos uma Toyota Land Cruiser 4.500 a gasolina com o guia Reinaldo. Um rapaz de seus 25 a 30 anos bem simpático a princípio, mas que teve seus momentos ruins na viagem. Entramos os 6 na Toyota. O banco da frente é o melhor, os do meio mais ou menos, os de trás são péssimos para quem tem mais de 1,65 m. Eu só fui uma vez lá atrás e por poucos Kms. Para grandões como eu é uma tortura ir lá atrás.

 

Ai começa a aventura propriamente dita. Tivemos que levar mais uma pessoa até a laguna branca, 5 km dali. Um aperto terrível, mas por poucos kms. Laguna Branca, uma parada para fotos. Segue o baile, laguna Verde. Esta sim uma laguna para tirar muitas fotos. Aos pés do vulcão Licancabour. Um visual magnífico.

 

A seguir paramos na piscina termal, mais uma parada para fotos e para molhar as partes se quiser. Os outros não se animaram a cair na água. Eu pensei “já que estou pagando quero aproveitar tudo”. E lá fui eu para a pequena piscina termal. A piscina deve ter uns 6 por 5 m e estava lotada com turistas do mundo todo. Japoneses, chineses, suíças, mexicanas, inglesas etc. Fiquei apenas uns 10 minutos, pois a galera estava querendo se mandar para a próxima atração.

 

Seguindo adiante temos o deserto de Salvador Dali, que segundo dizem, inspirou umas pinturas do mestre. Realmente é um lugar que tem um visual singular.

 

Em seguida fomos aos geisers Sol da Mañana, mas como não era manhã não estavam tão bonitos assim. Imagino com o este lugar seria bonito pela manhã bem cedo!!! Nossos dois professores de geografia, o Edmar e o Adriano gostaram muito dos geisers. O local fica a 4980 m de altitude, que acabou sendo nosso recorde de altitude sem o carro, pois com o carro foi o passo Jama com 4839 m.

Seguimos para os alojamentos onde foi servido o almoço meio tarde. Descansamos um, pouco e fomos a seguir curtir a laguna Colorada.

Uma laguna de cor avermelhada cheia de flamingos de 3 espécies diferentes o andino, o chileno e o de James. Não sei diferencia-los, mas todos são muito bonitos. Ficamos lá uma hora mais ou menos. Depois disso nos levaram de volta ao alojamento onde tivemos um chá da tarde. Ficamos então descansando e nos aclimatando, pois estávamos a 4700 m. Lá pelas 20 hs foi servido o jantar só com comidinhas leves para aguentar a altitude. Neste dia apenas a nossa amiga Érica se sentiu mal e quase não saiu do quarto.

 

Dormir numa altitude como essa é complicado amigos. O nariz entope e sangra pela secura do ar. Quando estamos andando, qualquer esforço maior causa falta de ar. Vc respira e parece que não vem oxigênio.

 

Às 10 da noite a luz de gerador é desligada e a gente é obrigado a dormir. Foi um dia mágico e mais estava por vir.

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14º dia – 10/01/2016 – Domingo

 

Huayllajara(BOL) a San Juan (BOL) - ??? Km

 

Acordamos cedo e fomos tomar o desayuno (café da manhã). Após isso, bagagens de volta ao lugar, carro pronto, seguimos para as próximas atrações.

 

Passamos pelo deserto de Silioli por alguns caminhos de pura rocha, parecia um calçamento. Primeira parada, as formações rochosas do entorno do Arbol de Piedra (árvore de pedra) e o mesmo. Para quem já conhece as formações da Vila Velha, aqui do Paraná, não é assim tão interessante, mas tem a sua mística, pois o Arbol é um dos destaques nas fotos de todas as agências que fazem esse tour e tbm na internet. Tiramos muitas fotos por lá.

 

A seguir veio uma série de lagunas: Lagunas Honda, Charcota, Hedionda e Laguna Cañapa. Mais paradas para fotos. Ao lado de uma destas lagunas paramos para almoçarmos na beira de uns morros de pedras. Os guias das duas viaturas da empresa que estavam seguindo juntas, arrumaram a traseira das caminhonetes como um bufett onde iríamos nos servir. Antes de começarmos o almoço começamos a receber visitas das Vizcachas. Uns animaizinhos fofinhos e que se parecem muito com coelhos, com a diferença de que estes tem um rabo mais comprido. Apareceram uns 4 a 6 animais ao nosso redor. Logo descobrimos o porquê.

 

Ao final das refeições os guias deixam o que restou das saladas ali para os animais se deliciarem. As Vizcachas estão tão acostumadas com gente por ali que chegavam a pegar comida da mão da gente. Um momento muito pitoresco na viagem.

Almoçamos e seguimos para as lagunas e depois para o salar de Chiguana. Lá passa uma linha de trem que liga a Bolívia ao Oceano Pacífico. Única passagem que restou a este país depois que o Chile se apoderou de seu trecho de litoral na chamada Guerra do Pacífico.

 

Mais uma série de fotos e o dia estava acabando. Fomos então para o lugarejo de San Juan onde paramos primeiro em um bar para tomar uma gelada e depois seguimos para o hotel de sal.

E quando digo hotel de sal é isso mesmo gente; tudo era feito de sal, as camas (menos colchões claro), mesas, paredes, bancos. Só o banheiro era de alvenaria. Há!!! E o chão tbm era feito de sal solto de modo que se faltasse sal na comida era só vc se abaixar um pouco e catar do chão. Brincadeira é claro, eu não pegaria sal do chão.

 

Mais tarde eu sai do hotel e fiquei de papo com umas 3 suíças, uma mexicana e uma brasileira, a Marcelle. Ficamos ali bebendo vinho, cerveja e falando besteira. As 5 meninas todas muito lindas, mas muito novas. A mais nova tinha 19 anos, sabia inglês, espanhol e suíço é claro. Imagine, eu entendo um bocado de inglês, mas tenho dificuldade de conversação, entendo quase tudo do espanhol, mas falo mais em portunhol. As vezes dá um nó na cabeça para explicar algo e a gente começa em espanhol e termina em inglês. Lokura...

 

Fui dormir meio balão e como sempre ansioso pelo dia seguinte pois iríamos ver o sol nascer no salar Uyuni.

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