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27º e 28º DIA – 17 - 18/01/2014 – sexta, sábado.

 

27º dia – sexta - Mendoza a Nagoya (Entre Rios) – 1000 Km.

 

Paulada... Mesmo com a Ranger fervendo e com problemas de arrefecimento fiz esta loucura de rodar 1000 Kms em um deserto de 45 graus. Foi de lascar.

 

O Ar condicionado não estava mais conseguindo esfriar de tanto calor que estava. Foi melhor desligá-lo e seguir com todas as janelas abaixadas. Um inferno de porta aberta. A cada 200 Km eu dava uma verificada e completava o nível de água. Assim não tive problema de aquecimento e pude rodar num ritmo de uns 100 Km/h tranquilamente.

 

Inicialmente eu queria ficar em Rosário, uns 100 Km de onde fiquei. Mas achei que era cedo pra parar. Resolvi tocar mais 56 Km até Victória. Chegando lá fiquei procurando lugar para dormir... Fui em vários hotéis (pq sem AC não daria pra dormir) e nada de ter quarto vago. Comecei a desconfiar... Perguntei num outro hotel pq estava tudo lotado e eles me informaram que sábado e domingo teria o Carnaval da cidade que era muito bem cotado na região e por isso tudo estava lotado. Até achei lugar para dormir, mas era uma suíte com hidromassagem e custava os olhos da cara ::ahhhh:: .

 

Decidi seguir para a cidade seguinte, Nagoya, em cujo Gran Hotel, no ano passado meu tio foi roubado em 800 doletas. Claro que não fiquei no mesmo hotel e sim num outro que era melhor, o Hotel Luz. Bom quarto, boa internet (quando funcionou) e preço justo, 230 pesos, algo como 60 reais, mais ou menos.

 

28º dia – Sabado - Nagoya a Santana do Livramento – 540 Km

 

EU pretendia chegar mais longe no dia de hoje, mas problemas com a Ranger me fizeram rodar menos.

 

A policia da Argentina me pegou e me enganou. Tive de pagar multa. Fui parado em um blitz. Entreguei os documentos e o guarda falou que os farol estavam apagados, mas eu tinha certeza que estavam acesos, eu até tinha um papel colado dentro do carro avisando para ligar os faróis. Só que o malandro disse para eu mexer com a luz para ver e foi na frente do carro. Eu liguei e desliguei. Dai ele voltou dizendo que agora tinha acendido e que como estava apagado antes teria de me multar. Eu retruquei que antes estava do mesmo jeito e estava aceso. Dai ele veio com a pegadinha, disse: Você esta me chamando de mentiroso????? ::grr::::vapapu:: Tive de pagar a multa quietinho para não haver problemas. Paguei com o resto de pesos que eu tinha na carteira e recebi um comprovante.

 

Como já relatei, a Ranger andava fervendo um pouco as vezes e eu tinha de completar a água do reservatório de expansão e do próprio radiador às vezes. Só que depois da sacanagem dos guardas eu sai puto e a temperatura subiu e eu não vi. Quando vi já estava bem alta a temperatura então parei. Abri o capô e vi que tinha quebrado um peça de plástico do arrefecimento do motor e por ali vazava toda água que eu colocasse. A peça parecia ser uma válvula de segurança que devido a pressão se rompeu. Foi a terceira vez que ferveu na viagem e desta vez a temperatura foi lá pro vermelho. Achei que o motor ia pro espaço.

Olha daqui, pensa dali, fuça daqui e não achava nada dentro do carro tinha o formato adequado para tapar o buraco...

Então eu achei a única coisa que cabia certinho no buraco aberto: a tampa de uma caneta esferográfica... Não tive dúvidas, foi aquilo mesmo. E ficou bom, pois quando se fechava o capô, a caneta agia como uma trava, forçando a tampa no orifício aberto e vedando quase que totalmente o lugar. Coloquei a caneta, um super bonder e mandei ver até Feira de Santana, divisa com Rivera – Uruguai. Tudo isso com o C# na mão.

Passei na Ponte de Colón - AR a Paysandu - UR e na alfandega integrada, com aquele calorão fiquei em torno de uma hora para passar a fronteira. Um saco como sempre.

Passei pelo Uruguai quase sem olhar pros lados com medo de panes na viatura.

Cheguei em Rivera, dei baixa no passaporte e achei um hotel a 90 pilas com AC. Por ali fiquei.

Antes de dormir fui deixar a Ranger no estacionamento do hotel e substitui a caneta por uma peça de metal de um utensílio doméstico que comprei na Argentina, antes de sair de lá. Ele tinha um cabo de metal que ia aumentando de diâmetro, o que era perfeito para se encaixar no lugar da caneta. Tirei a caneta, sequei bem o local, passei mais super bonder, coloquei a peça de metal e depois uma cola com o nome de “pra que prego”. KKKKK

 

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29º e 30º dia DIA – 19 e 20/01/2014 – domingo e segunda.

 

29 dia – Domingo – Santana do Livramento a Imbituba (SC) – 860

 

Acordei cedo e resolvi fazer uma comprinha pois tinha 100 dolares sobrando. Fui ate Rivera e as 9 já tinha algumas lojas abertas. Estava querendo um perfume, Amarula e talvez um par novo de telefones sem fio. Bati perna pelas 5 ou 6 lojas que estavam abertas no domingo e não achei telefones no valor que queria. Comprei o perfume, o Amarula e piquei a mula.

 

Fui até o estacionamento que ficava a 3 quadras do hotel, peguei a chave da Ranger, completei a água e daí fui ao hotel pagar e pegar as malas.

Sai as 11 da manhã. Segui em direção a Porto Alegre para depois pegar a BR 101. Estrada boa, mas pista simples e com muitos sobe e desce. E o calor gentemmmmm. O que era aquilo. Acho que estava uns 40 graus. E eu com medo que minha gambiarra estragasse. O ar condicionado da Ranger não estava aguentando com o calor, então segui com as janelas abertas.

 

Quando se chega a Porto Alegre não é necessário nem entrar nela, a Freeway rodeia a cidade e é só engatar uma quinta e sair rodando.

Foi ai que comecei a notar uma perda de potencia na Ranger. Quando pegava uma subida ela já não respondia com rapidez. Estava mais fraca e chocha.

 

Mesmo assim fui tocando com o olho na temperatura. Deu pra tocar até Imbituba – SC onde achei, por indicações, um hotel de beira de estrada que tivesse AC e ventilador de teto, o que com o calor que fazia era imprescindível para um curitibano como eu acostumado a temperaturas de no Max. 30 graus.

 

30º dia – Segunda feira – Imbituba a Curitiba 442 Km (com desvios)

 

Já estava ansioso para chegar a Curitiba de modo que sai cedo. #SQN...

 

Pra variar dormi demais. Sai lá pelas 10:30 e pelo que dizia o GPS eu chegaria em Curitiba as 13:30. Sonha Marcelino....

 

Chegando na entrada de Floripa, anda, para, anda, para, anda, para... E assim foi nesse ritmo e depois da entrada da cidade deslanchou. Eu pensei ”Oba, agora a coisa vai”. Vai é parar de novo.

 

Depois de Florianópolis e logo depois do primeiro pedágio em direção ao norte começou mais um para e anda. E eu ansioso e nervoso com a Ranger, pensando que naquele calor ela já ia ferver e se acabar por ali mesmo. E assim seguimos até a entrada para Brusque quando eu emputeci e pensei “já que estou de férias, vamos passear mais um pouquinho”. Entrei para Brusque, uma estradinha de mão dupla e cheia de curvas com caminhões. Lenta... mas pelo menos andava, nem que fosse a 60 por hora, qualquer coisa era melhor do que andar 10 metros e parar de novo e assim sucessivamente.

 

De Brusque fui a Gaspar, dali a Blumenau, então segui uma rodovia que me deixou depois da entrada de Joinville (ou seja antes da entrada para quem vem do norte).

 

Chegou a subida da serra, e eu nervoso. Parei, tomei uma água de coco gelada, um copo de caldo de cana. Completei água no radiador e no reservatório e comecei a subir.

 

Ai é que eu vi que realmente alguma coisa deve ter acontecido com o motor. A Ranger estava chocha que só, cheguei a baixar pra 3ª marcha a 60 Km/h na subida. E a temperatura subindo. Ou seja, queimou a junta do cabeçote e algum(s) pistão(ões) perdeu compressão.

 

Passado a parte mais forte da serra, segui mais tranquilo, sem forçar.

No final da tarde cheguei em casa ao som de “infinita Higway” dos Engenheiros do Hawai.

 

Afinal amigos:

“Nós não precisamos saber pra onde vamos, nós só precisamos ir.”

 

Fim da viagem.

Logo logo postarei os relatos de minha última viagem ao norte da Argentina, Atacama Chile, Salar de Uyuni na Bolívia e um breve encontro com o oceano Pacífico.

 

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  • 2 semanas depois...
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Lugar belissimos amigo, nem tem palavras que descrevam o quão bonita esta sendo os lugares que está visitando!

 

Acha que é possivel fazer em um veiculo que não seja 4x4?

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Lugar belissimos amigo, nem tem palavras que descrevam o quão bonita esta sendo os lugares que está visitando!

 

Acha que é possivel fazer em um veiculo que não seja 4x4?

 

Ola colega,

 

A Carretera Austral é perfeitamente possível de ser feita inteirinha sem 4x4. Não tem atoleiros e nem areais que seja preciso usar tração.

Eu peguei um tempo muito bom em janeiro, mas nem sempre é assim. Lá normalmente chove muito. Se chover fica mais enlameado, mas as estradas tem muito cascalho, portanto acredito ser difícil de atolar.

Você pode descer pelo Chile e voltar pela Argentina ou vice-versa. Claro que um carro mais altinho seria mais recomendável. O que não pode é ser um carro muito baixo, ai vai judiar muito.

 

Um abç.

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Lugar belissimos amigo, nem tem palavras que descrevam o quão bonita esta sendo os lugares que está visitando!

 

Acha que é possivel fazer em um veiculo que não seja 4x4?

 

Ola colega,

 

A Carretera Austral é perfeitamente possível de ser feita inteirinha sem 4x4. Não tem atoleiros e nem areais que seja preciso usar tração.

Eu peguei um tempo muito bom em janeiro, mas nem sempre é assim. Lá normalmente chove muito. Se chover fica mais enlameado, mas as estradas tem muito cascalho, portanto acredito ser difícil de atolar.

Você pode descer pelo Chile e voltar pela Argentina ou vice-versa. Claro que um carro mais altinho seria mais recomendável. O que não pode é ser um carro muito baixo, ai vai judiar muito.

 

Um abç.

 

Obrigado pela atenção! Quero fazer a carretera nos próximos 3 anos, e comprar um 4x4, retardaria ela em mais uns 5 anos hahahaha, claro que quando for levaria corrente, corda, coisas em caso de necessidade!

 

Obrigado pela atenção!

  • Membros
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Não sei porque demorei tanto a conhecer este fórum!

Belíssimo relato, amigo. Espero um dia ter a oportunidade de fazer algo parecido.

 

Abraços

 

Obrigado.

  • 2 anos depois...
  • Colaboradores
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Eae Xexelo blza? Reli seu relato faz pouco tempo, talvez me aventure pela Carretera Austral, vc acha que é essencial ir até Vila O'Higgins? Digo isso, pq se eu for, pretendo entrar no Chile via Chile Chico e seria em torno de 2 dias pra ir até lá, um pra ir e outro pra voltar. Ou é melhor aproveitar esses dois dias para fazer o trecho até Puyuhuapi com mais calma?

O trecho de balsas entre Chaitén e Puerto Montt parece ser bem demorado, to vendo se vale a pena voltar para Argentina por Futaleufú e depois ingressar no Chile novamente pelo Paso Cardenal Samoré. Como nunca andei muito em ripio fico meio sem noção de quanto tempo deixar para cada trecho e como dividi-los da melhor maneira. Pensei assim:

Chile Chico - Caleta Tortel - 303km
Caleta Tortel - Villa O'Higgins - 150km
Villa O'Higgins - Cochrane - 231km
Cochrane - Villa Cerro Castillo - 240km
Villa Cerro Castillo - Puyuhuapi - 330km
Puyuhuapi - Hornopiren - 325km

 

Antes de entrar na carretera austral estava analisando se compensa ir até Comodor Rivadavia pela Ruta 3 e depois seguir para lá, ao invés de ir por Bariloche e ruta 40.

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