Membros de Honra LEO_THC Postado Janeiro 11, 2010 Membros de Honra Postado Janeiro 11, 2010 FONTE: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=17&id=254863 [align=Justify]A Bahia retomou papel de destaque na produção de cafés especiais, tipo gourmet, vencendo importantes concursos de qualidade. O ápice ocorreu em 2009, quando produtor de Piatã, na região da Chapada Diamantina, tirou o primeiro lugar no rigoroso concurso de qualidade promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês). Os produtores baianos, porém, não se dedicam apenas aos cafés finos que, aliás, correspondem à mínima parcela da produção. No cerrado baiano, oeste do Estado, a cafeicultura local assume características empresariais, com aplicação de alta tecnologia, como irrigação e mecanização da colheita. Já no sul do Estado, tradicionais cafeicultores capixabas extrapolaram a divisa para levar às terras baianas o melhor estilo de cultivo de café robusta. A Bahia atualmente é o quarto principal produtor de café do País Em 2009, a safra alcançou 1,8 milhão de sacas de 60 kg (1,3 milhão de sacas de arábica e 500 mil sacas de robusta), perto de 5% do total nacional. Apesar do potencial de crescimento da produção, a filosofia defendida pelo governo baiano "é a evolução em qualidade", garante o coordenador do Programa Estadual de Café, Ramiro Neto Souza do Amaral, da Secretaria de Agricultura do Estado. O cultivo de grãos especiais concentra-se em região produtora tradicional na Bahia, chamada genericamente de planalto. Nessa área houve um processo de revitalização a partir de 2001, quando cafeicultores de regiões como Chapada Diamantina, Planalto de Vitória da Conquista e região serrana de Brejões e Itiruçu passaram a investir na qualidade do café, como forma de driblar a crise de baixos preços. Além das sucessivas safras pouco remuneradoras, a falta de investimentos e a momentânea "febre" do cacau mantiveram os cafezais do planalto em estado de letargia. Mas a vocação pela produção de grãos finos vem desde meados do século passado, quando já se tirava desses cafezais o washed Bahia (café lavado da Bahia), da região de Brejões, que na Europa era muito famoso e valorizado. Nos últimos anos, os cafés baianos voltaram a se destacar no mercado. Em 2006 e 2007, concurso de qualidade da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) considerou os cafés de Piatã, na Chapada Diamantina, como os melhores do Brasil. Em 2009, especialistas internacionais elegeram em primeiro lugar o cafeicultor Cândido Vladimir Ladeia Rosa, da Fazenda Ouro Verde, em Piatã, no reconhecido concurso da BSCA. CLIMA E RELEVO "As condições de clima e relevo são fundamentais na qualidade do café lavado da Bahia", diz Souza do Amaral. Na Chapada Diamantina, os cafezais são cultivados em altitude que varia de 800 a 1.400 metros. As chuvas são regulares de outubro a março e as temperaturas médias favorecem o desenvolvimento dos grãos. Entre abril e agosto ocorrem chuvas leves, coincidindo com o período de colheita. Isso poderia estragar os cafés, mas a colheita seletiva evita a derriça dos grãos e possíveis prejuízos à qualidade. Conforme Souza do Amaral, as regiões tradicionais de produção de café na Bahia abrangem cerca de 110 mil hectares: 50 mil hectares na chapada, 45 mil hectares no planalto de Vitória e 15 mil hectares na área serrana. Os produtores colhem anualmente, em média, 1,4 milhão de sacas de 60 kg de café: 650 mil sacas na Chapada, outros 650 mil no planalto, além de 100 mil sacas na região serrana. Desse total colhido, entre 30% e 40% é considerado grão fino, de maior valor no mercado. O ágio pode alcançar, em média, de R$ 50 a R$ 100, em relação às cotações do café convencional. Os cafeicultores das regiões tradicionais também são favorecidos por solos férteis e abundante oferta de água. "São pequenos produtores da agricultura familiar, com custos relativamente mais baixos em relação a outras regiões do Estado", diz Souza do Amaral. O presidente da Associação dos Cafeicultores de Piatã, Michael Freitas de Alcântara, diz que no município há cerca de 200 a 300 produtores de café, com propriedades cuja área média é de 2 a 3 hectares. Desses, entre 30 e 50 cafeicultores dedicam-se ao cultivo de grãos especiais. "Não há empreendimentos empresariais na região", diz ele. A produção de café em Piatã alcança média anual de 18 mil sacas, das quais entre 4 mil e 5 mil são grãos finos. Freitas de Alcântara salienta, porém, que muitas dificuldades, em particular relacionadas à infraestrutura, atrapalham o desenvolvimento da cafeicultura local. "Toco a fazenda na base do óleo diesel", declara, referindo-se à falta de rede de energia elétrica na região. Mais: o acesso ao crédito é difícil, por causa da burocracia e exigência de garantias pelos bancos. "A situação está longe do ideal", lamenta. No oeste baiano, a cafeicultura mostra sinais de consolidação, passados cerca de 16 anos dos primeiros cultivos experimentais. "Houve uma certa euforia no princípio, mas nos últimos três a quatro anos a área de cultivo no oeste do Estado, principal região produtora, tem se mantido em cerca de 14 mil hectares", diz o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araújo. Na região, o café encontrou condições climáticas favoráveis, com boa temperatura e uma estação chuvosa bem definida, entre outubro e abril. Na época de colheita não há risco de chuvas, como aquelas que atrapalharam os trabalhos e prejudicaram a qualidade dos grãos este ano, na mogiana paulista e sul de Minas, principais regiões produtoras de café do País. O oeste baiano também é bem servido com água. "São cerca de 26 rios afluentes do (rio) São Francisco. Além disso, temos lençol freático que garante fartura de água", ressalta Lopes Araújo. Atualmente, são cerca de 35 cafeicultores, com área de produção que varia de um mínimo de 100 hectares até mais de mil hectares. "São grandes produtores, cujas lavouras são irrigadas e mecanizadas", diz. (AE)[/align]
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