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Bom começando esse relato, vou tentar fazer da melhor forma possível em agradecimento a todas as informações que a gente consegue recolher aqui no fórum e que são uteis pra viagem, ele vai ser no estilo Netflix todos os episódios lançados de uma vez.

Uma viagem dessas toma muito de você, do seu tempo, planejar o roteiro e os deslocamentos dessa viagem com certeza foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, e mesmo quando achei que tinha o roteiro infalível vocês vão ver pelo relato que não é bem assim.

Depois de pesquisar muito, muito mesmo, ver as possibilidades chegando pela Bolívia ou pelo Peru, cheguei a esse roteiro final:

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Passagem

Comecei a planejar a viagem em janeiro pra ir no feriado de abril, depois joguei mais frente pela maior possibilidade de tempo bom e fui no feriado de 26 de maio, ida e volta pela TAM, saindo de Brasília - Lima - Cusco - Lima - Brasília, sendo que não parava em Lima, apenas uma conexão. Não foi muito barata, esperei até quando deu pra o preço abaixar, mas às vezes subia às vezes voltava ao preço que eu comprei, até que resolvi e comprei logo por R$ 1779,03 ida e volta por Cusco.

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Mala ou mochila?

Já viajei de mochilão muitas vezes, até tenho um que é muito bom da marca Curtlo, é um modelo feminino, Adventure 60+15L, recomendo pra quem gosta. Mas… já faz um tempo que tenho viajado com uma mala pequena de rodinha e uma mochila de ataque um pouco maior que as normais pra não precisar despachar bagagem. Às vezes cola e a cia aérea deixa eu viajar com esses dois itens, às vezes não, e eles pedem que eu despache um dos itens, ultimamente tem funcionado, dessa vez funcionou na ida, na volta eles mandaram eu despachar a mala de rodinha, isso vai muito de funcionário pra funcionário a cia aérea tem as regras e tals mas se o voo não estiver tão cheio e a pessoa for de boa ela deixa você passar, é claro que a mala obedece aquele tamanho mínimo lá, mas você só tem direito há 1 item de mão, então mochila e mala depende, como o mochilão é certeza que eu vou ter que despachar tenho arriscado com a mala de rodinha mesmo.

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Mochila de ataque 29L

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Mala de rodinha

 

A mala de rodinha ficou bem desgastada, o terreno que você vai passar não é dos mais fáceis, muita estrada de pedra, degraus, sobe e desce, mas essa mala é bem resistente, da marca The North Face, as rodinhas são bem grandes, estilo off-road quase rsrs, aguentou o tranco mas ficou bem acabadinha, 99% das pessoas estavam de mochilão, mas eu fiquei bem tranquila com essa mala.

 

O que levar?

Eu sempre tento levar o mínimo de bagagem possível, a única coisa que não economizo são nas roupas de baixo, levo uma pra cada dia, não tinha garantias de que iria conseguir lavar roupa então me garanti pelo menos nessa. De resto o que levei:

6 blusas, 3 de manga comprida

2 blusas de frio finas, uma pra pijama e outra se o frio apertasse

1 blusa de frio The North Face

1 corta vento The North Face

1 legg pra usar por baixo se o frio apertasse

15 (posso colocar calcinhas mesmo, fica muito feio?)

5 tops

2 calças jeans

1 calça de moletom

1 calça tactel

10 pares de meia

1 par de havaianas

1 toalha de material superabsorvente

1 par de botas da marca Vento

 

Na necessaire, a foto mostra melhor o que levar.

Não sou de sair a noite, principalmente se estiver viajando sozinha, daí não tem muita maquiagem. Mas não esqueçam de forma alguma protetor solar e protetor labial, são essenciais.

Na mochila de mão foram os documentos, ingressos, carregador, fone de ouvido, remédios, livro, adaptador de tomada e travesseiro de pescoço (não sei como chama isso).

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Orçamento

Utilizei um app de celular que foi fazendo todas as estatísticas pra mim, ele é muito bom, mas você tem que ir colocando a medida que for fazendo as compras porque sempre vai esquecer uma coisinha ou outra e no final pode dar diferença no seu orçamento.

Sem dúvida os maiores gastos foram com a passagem de avião e o trem pra Machu Picchu, é extramente caro. Tirando isso a viagem é bem em conta, se conseguir uma promoção na passagem com certeza o orçamento fica bem mais barato.

Aplicativo: Tripcoin

O total da viagem, com passagem, hospedagem, tudo tudo ficou: R$4.288,55 em 14 dias, mas vou arrendodar para R$ 5000 porque percebi que esse aplicativo é muito bonzinho na hora de fazer a conversão dos soles, e na verdade ele estava um pouco mais caro.

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Finalmente vamos ao relato.

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Dia 1 - 27/05/2016

 

Quando finalmente cheguei a Cusco depois de escalas mega cansativas da Latam, varando a madrugada, eu só conseguia pensar na altitude e se iria passar muito mal ou ia morrer mesmo. Quando saí do avião e comecei a andar vi que estava normal e conseguia respirar, a princípio não senti nada mas por via das dúvidas peguei leve nesse dia. Como estava viajando sozinha não gosto de entrar em qualquer táxi e já queria estar com alguns soles pra garantir, foi aí que comecei a fazer as cagadas, já no aeroporto mesmo. Primeiro troquei R$ 300 que me rendeu 210 soles, se eu tivesse trocado só o suficiente para o taxi o prejuízo teria sido menor, na Plaza de Armas o mesmo valor teria dados 264 soles, ok, primeira cagada. Na segunda eu peguei o primeiro taxi que me pareceu mais seguro, ainda perguntei o preço antes, o cara falou 35 soles, tentei pechinchar mas eles não aceitou e disse que o preço era tabelado. Quando cheguei no hostel eles falaram que não é mais do que 15 soles do aeroporto ao centro. O próprio hostel oferece esse serviço, qualquer hotel na verdade, é só mandar um email com os dados do voo que eles mandam um taxi pra te esperar no aeroporto, barato e garantido. Fora as cagadas foi um dia muitos gastos mesmo assim, comprei passagens, já deixei acertado o táxi até Poroy que foi a estação de trem que escolhi para ir até Águas Calientes, pode até ter sido outro erro pois por Ollatamytambo existem mais horários e os preços são menores, mas ela está mais afastada de Cusco, cerca de 1h de ônibus, a questão é que eu só descobri que tem vários ônibus que te levam até Ollatamytambo depois que já tinha comprado a passagem por Poroy, mas no final das contas não achei tão ruim assim, deu certo no roteiro.

Cusco está há 3.300m de altitude então já é um teste bem bacana em relação a altitude, soroche e essas coisas. Eu achei uma cidade pequena (a parte turística pelo menos) mas muito bem preparada para o turismo, os taxis são baratos quando você não acredita no preço que te jogam de primeira, tem muitos restaurantes e mercadinhos, e muitas muitas e muitas agências de turismo para fazer todos os tipos de passeios para todos os lugares e de todo jeito que você imaginas, então é uma boa cidade base para se ficar e ir fazendo os passeios caso tenha mais tempo no Peru. O aeroporto é bem pequeno e muito próximo a cidade, o wifi é bem bacaninha e você encontra nos restaurantes também só que tem que entregar o celular pra eles colocarem a senha, é engraçado, na maioria dos lugares eles não falam. Nesse dia fiquei só dando umas voltas a toa, testando minha resistência nessa altitude pois ainda iria pra Bolívia que aí sim não está pra brincadeira há 4.000m. A noite fez um frio do caramba e eu estava sozinha no quarto do hostel, mas por sorte depois chegaram mais duas pessoas e ajudou a fazer um calorzinho no quarto. Amanhã é dia de pegar o trem para Águas Calientes.

 

Hostel: Hitchhikers http://www.hhikersperu.com/cusco/

Avaliação: pouca infraestrutura pra relaxar e salas comuns, mas o quarto é bom, chuveiro quente e wifi bacaninha

 

Orçamento do dia

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Façamos aqui um parêntesis sobre como chegar a Machu Picchu, desde o começo.

Quem está começando a pesquisar agora deve achar que é só chegar em Cusco e pronto! Só que não! Apesar de ser relativamente simples de chegar existem algumas escolhas que a pessoa deve fazer.

Cusco é a “cidade grande” mais próxima a Machu Picchu e a base para praticamente todo mundo que quer chegar lá. Existem três opções mais comuns para chegar em Machu Picchu:

1° De trem

2° De van pela hidrelétrica

3° A pé pela trilha Inca

Mas antes de tudo você precisa comprar o ingresso de Machu Picchu, que pode ser pela internet no site: http://www.machupicchu.gob.pe/ ou numa das milhares de agências de viagem que tem em Cusco, fora da alta temporada (julho e agosto) você encontra ingresso até 2 dias antes tranquilamente, somente para Machu Picchu para subir ao Huayna Picchu que é uma montanha que você pode subir e te dá a visão por cima do parque de Machu Picchu é necessário comprar com bastante antedecêdencia, pelo menos uns três meses antes pois somente 400 pessoas estão autorizadas a subir lá por dia, em dois horários diferentes às 7h ou às 10h da manhã. Às 7h é provável que Machu Pichu ainda vai estar coberto por nuvens então você vai ter que ficar lá um pouquinho mais tempo esperando o tempo abrir, se conseguir vá às 10h que a chance do tempo estar aberto é maior, mas também não verá o nascer do sol.

Para comprar o ingresso pelo site é seguir os passos, escolha o local, a data, se quiser Huayna Picchu esse é o momento de escolher também, verifique a disponibilidade e siga os passos.

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Esses passos são relativamente fáceis, o que tem pegado pro pessoal é o tal do Verified by Visa na hora de realizar o pagamento, pois pela internet só compra com cartão de crédito. Seguinte, o meu é cartão é do Banco do Brasil, e deu certo, vou dizer como é mas não sei nos outros bancos o procedimento é igual, enfim. Você tem que ter instalado no seu computador toda aquela parafernalha de java, flash, sistema de segurança do BB e ainda ter aquele serviço de receber mensagens, ou seja, o seu número de celular tem que estar cadastrado no banco, geralmente já está. Então beleza, você vai fazendo a compra digita o número do cartão, código de segurança etc. eaí aparece a tela do Verified by Visa, abre uma página do Banco do Brasil pedindo pra enviar uma mensagem de SMS para o seu celular com um código que você deve digitar na tela do Verified by Visa, você clica em enviar e se der tudo certo em menos de um minuto você recebe o tal código, digita na tela e a compra é autorizada e você recebe no seu email as informações necessárias pra imprimir o ingresso. Geralmente dá certo, se der ruim e não for de jeito nenhum o jeito é comprar lá em Cusco mesmo nas agências de turismo, ah e claro o cartão tem que ser internacional e estar habilitado para compras no exterior, mas isso você consegue fazer no aplicativo do BB mesmo.

Ok, ingresso comprado agora você decide como vai chegar lá.

De trem: você pode comprar as passagens já no Brasil no site da PeruRail tem também a empresa IncaRail que é menor, ou como no caso do ingresso comprar as passagens pessoalmente quando chegar em Cusco. O trem não sai de Cusco, tem duas estações mais utilizadas: Poroy há aproximadamente 10km de Cusco custa 30 soles de táxi ou Ollantaytambo que é mais longe de Cusco aproximadamente 1h30 de ônibus mas tem muito mais horários de trem disponíveis e é mais barata a passagem, de qualquer jeito todas são caras rsrs. O trem vai parar em Águas Calientes, povoado no pé do morro que fica Machu Picchu aí você escolhe novamente como vai subir até lá, a pé cerca de 1h30 de caminhada ou de ônibus que leva 20 minutos pra subir e custa a bagatela de $24 ida e volta.

De van: Em Cusco você vai em uma das centenas de agências e reserva essa van até uma hidrelétrica próxima a Machu Picchu, de lá você deve continuar o caminho a pé, cerca de 2h30 de caminhada. A van custa $40. Tem que lembrar que se você for voltar de van tem que estar até as 15h de volta na hidrelétrica. Ou você pode voltar de trem por Águas Calientes.

 

A pé: Em Cusco mesmo você volta numa dessas centenas de agências e pode reservar o passeio, tem de 1, 3 e 4 dias ou até mais se quiser, é preciso levar em conta o preparo físico, a altitude, o frio, você tem direito a levar 5kg pra serem carregados pela mula e mais o tanto que você mesmo conseguir carregar. Tem também a questão da volta, que pode ser de van ou de trem.

 

Resumão: de trem é o jeito mais fácil e mais caro, não fica por menos de $100 mesmo que você escolha o trem mais barato com as passagens mais baratas, o meu que saiu de Poroy um pouco mais ficou $165 ida e volta uma paulada por um trecho tão curto (90km) feito em 4h, o trem vai muuuuito devagar. De van com certeza é o jeito mais barato, mas requer certa disposição de ir e voltar andando e o tempo lá no parque fica mais limitado. O jeito mais aventureiro é fazendo a trilha Inca mas que também não é lá muito barato e pede mais tempo na cidade já que vai gastar 4 dias só pra chegar lá.

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Hoje era dia de pegar o trem que já expliquei como faz e ir para Águas Calientes, devido a uma questão de preço comprei o bilhete para o trem das 7h40 sabia que ia chegar muito cedo e passar o dia todo lá porque a visita a Machu Picchu era só no dia 29, mas foi o que deu pra fazer dadas as circunstâncias financeiras rs. Logo cedo o pessoal do Hostel chamou o taxi, 30 soles para a estação de Poroy, lá a gente faz uma espécide check in o cara literalmente carimba um OK e espera o trem chegar. Mesmo nesse trem mais barato achei bem confortável, as janelas são amplas até o teto é de vidro e a vista é linda mas o trem vai tão devagar que dei umas boas pescadas e devo ter perdido muito da paisagem. Cheguei em Águas Calientes e fui procurar o hostal (Pakarina, 72 soles) não demorou muito pois o povoado é minúsculo mas meu sentido de direção sedentário foi me levando morro abaixo quando o hostal era morro acima, subi o dobro do que deveria mas cheguei. O hostal é bem razoável, com banheiro nos quartos e wifi só funciona na recepção. Mas o pessoal da recepção é bem bacana e atencioso. Talvez escolheria algum mais próximo a estação de trem por causa das malas. Já aproveitei para comprar os ingressos do ônibus até Machu Picchu, $24 ida e volta qualquer horário, fica numas vendinhas quase em frente a estação de trem só que do outro lado do rio, você vai ver vários ônibus verdinhos passando por lá o tempo todo.

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Depois fui bater perna e procurei um restaurante que estivesse passando a final da Champions, comi Cevice de truta, muito bom e pedi panqueca de chocolate de sobremesa só para continuar assistindo o jogo e passando o tempo, a conta deu 67 soles paguei com cartão de crédito. O nome do restaurante é Quilla e tem wifi que eles não me falaram a senha, só digitaram no celular. Mas sinceramente nem é necessário recomendar restaurantes, eles são todos muito parecidos e tem aos montes, com o cardápio praticamente igual acho que é padrão. Voltei pro albergue e vi que tinha perdido meu ingresso de Machu Picchu (na verdade quando voltei vi que tinha deixado em cima da mesa), bateu aquele desespero mas o cara da recepção me ajudou e com o número da reserva imprimou outro, ufa!

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Desde que comecei a viajar um dos meu sonhos sempre foi ir a Machu Picchu, algumas vezes eu tive o dinheiro mas não o tempo outras eu tinha o tempo mas não o dinheiro, esse ano Machu Picchu não me escaparia, a questão do tempo também está muito relacionada a época do ano pra viajar pra Machu Picchu, não é qualquer época, a temporada menos arriscada é de maio a agosto, sendo julho o melhor mês, no sentido de pegar um tempo bom, sem chuva, ceu aberto pra aproveitar melhor os passeios. Bem, consegui em maio já está de bom tamanho pra mim. Voltando a Machu Picchu, pensei em não ir tão cedo pra fugir das filas da madrugada de quem quer ser o primeiro a entrar no parque, não tinha conseguido o ingresso do Huyana Picchu mesmo então não tinha o horário muito amarrado. Não adiantou nada, a ansiedade só me deixou dormir até 5h30 e como não conseguir dormir mais já me arrumei e fui tomar café, por causa de Machu Picchu os hoteis sempre começam o café lá pelas 5h da matina. Fiz check out, deixei a mala no hotel e fui pra fila do ônibus que leva até Machu Picchu, a fila estava giganteeeesca, era por volta de 6h da manhã, mas são muito ônibus nos horários de pico então depois de meia hora já estava no ônibus, lembre-se de descontar esse tempo se tiver um trem pra pegar no mesmo dia, pelo menos meia hora na fila e meia hora no ônibus. Chegando no parque não peguei guia turístico escolha minha porque o tour demora umas 2h e o guia custa cerca de 25 soles por pessoa, pra quem quiser eles ficam na entrada do parque oferecendo seus serviços. Passando a entrada, já fui logo lá pra cima enquanto estava inteira, as melhores vistas e as mais amplas estão próximas a casinha com teto de palha lá em cima, os degraus são muito altos

 

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Quando cheguei lá pesquei um guia falando pro seu grupo que subindo um morro atrás dessa casinha também tem uma vista muito boa, mal sabia eu que era a trilha para o Portal do Sol, na verdade a vista que ele sugeriu fica na metade do caminho para o Portal, a trilha inteira fica a 45m/1h de caminhada morro acima, como estava numa empolgação só resolvi fazer a trilha toda, meu irmãaaooo o que é isso, cheguei lá em cima ensopada de suor, com a cara toda vermelha mas cheguei. Na metade do caminho uma senhorinha parou pra tirar umas fotos e eu me ofereci pra tirar uma foto dela, aí a senhorinha xonou ni mim: ai que gentil, de onde você é? de onde veio para onde vai e blá blá blá só que ela é muuuito mais preparada do que eu, eu admito, aí fui tentar fazer o resto da subida no ritmo dela e fui ficando cada vez mais ofegante. Mas… aí vem a quebra de um mito que eu não sei se vocês sabem mas Machu Picchu em si não fica na altitude, nem no ponto mais alto a altitude é suficientes para o Soroche, Cusco sim está há 3.300m mas Michu Pichu em geral está somente há 2.000m, então se você foi a Machu Picchu e não sentiu nada, sinto muito, mas não fez mais do que a obrigação, pois eu li em algum lugar que o nosso corpo só começa a sentir a altitude há 2.800m. Eaí a sra. ficou preocupada e falou que eu estava sem ar para ir mais devagar, aí eu falei que estava sem ar mesmo mas que não precisava se preocupar não era pela altitude era só porque meu condicionamento era ruim mesmo, ela riu até de mim. Depois de um tempo fingi que ia amarrar o sapato e deixei ela ir sozinha na frente, claro que não consegui alcancá-la mas quando cheguei lá ela ficou toda feliz em me ver, ficou me oferecendo água, mó gente boa, da Áustria ela. Aí blz, quando cheguei lá por Portal a vista é linda mesmo mas pra quem só tem celular as fotos ficam muito distantes, nem dá pra ver Mchu Picchu direito, mas com os olhos dá pra apreciar por bastante tempo.

 

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Portal do Sol

 

Voltei aquela descida de lascar o joelho, zanzei bastante, tirei muitas fotos, sempre naquele malabarismo de esconder as outras 3mil pessoas que só estão lá para arruinar sua foto. Pesquei algumas informações entre um guia e outro e quando estava satisfeita saí e fui pra fila do ônibus que estava gigante pra variar, mas andando rápido. É importante lembrar que dentro do parque não tem banheiros, água ou comida, então leve seu lanche na mochila. Na entrada do parque até tem tudo isso, mas confie em mim, você não vai querer descer todos aqueles degraus gigantescos para comer e depois subir tudo de novo. Banheiro fica a cargo da sua urgência. De volta a Águas Calientes comi um frango que estava delicioso no Inti House.

 

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Voltei no hostal pra pegar a mala, usei um pouco do wifi e fui pra estação esperar o trem das 16h. Quando cheguei em Poroy já tinha combinado com o motorista que me levou o retorno, 30 soles, ele já estava me esperando com uma plaquinha com meu nome, super chique. Fiquei no hostel Pariwana, muito bom! 39 soles.

 

Em Águas Calientes: Hostal Pakarina

http://www.booking.com/hotel/pe/hostal-pakarina.pt-br.html

 

Em Cusco: Hostel Pariwana

http://www.pariwana-hostel.com/

 

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O quarto dia foi um chá de cadeira em Cusco esperando o ônibus noturno para La Paz. Comprei numa agência de viagens em Cusco por 100 soles com a Transzella. A moça da agência jurou que não haveria troca de ônibus mesmo parando em Puno… ok, vamos acreditar nisso a princípio.

Almoçei no restaurante Yajuú na Plaza de Armas uma pechuga com suco de morango por 20 soles, uma delícia!

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Como o dia foi parado aproveito para dar algumas dicas avulsas que são apenas a minha opinião não a verdade absoluta:

não acredite em nada que os peruanos (comerciantes) dizem, o que menos contar vantagem do seu “produto” é provavelmente o que está falando a verdade ou pelo menos contando menos mentira;

tenha sempre álcool gel na mochila;

protetor solar!!! O sol não está pra brincadeira por lá, mesmo estando frio você provavelmente vai sentir sua cara queimando a noite;

é mais uma expressão da minha indignação: WTF??? O Nuevo Sol valer mais que o Real??? O da Bolívia eu até entendo porque eles usam câmbio fixo, até pesquisei sobre isso. Mas eu acho que as pessoas ou a economia sei lá estão superestimando demais o Peru, o Brasil está em crise, ok! Mas ainda somos umas das maiores economias do mundo. (a 9ª, acabei de olhar aqui) Mas o Peru? (a 48°), eu não entendo sério mesmo. É só um desabafo rsrs. Se algum economista puder me explicar o porque eu agradeço, pelo menos acaba com a minha indignação que talvez seja infundada e realmente a moeda do Peru deveria valer mais que a nossa, ou seja, comprem soles no Brasil ou levem dólares, porque no Peru, 1 real está valendo mais ou menos 0,88 soles, WTF???

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Nem sempre as coisas acontecem como planejado. Primeira lição do dia, que eu já sabia mas acho que não na proporção correta. Os peruanos mentem, mas mentem muito, descaradamente e na sua cara sem a menor cerimônia, vai por mim, quando for comprar alguma coisa ou reservar algum passeio, hostel etc. NÃO ESPEREM nada do que eles prometerem, como a gente está fazendo tal “coisa” pela primeira vez não sabemos nem o que esperar. Mas vá com a mente aberta pra não passar raiva. Seguinte, lembra lá no primeiro dia quando falei que comprei a passagem para La Paz? Então, no 4° dia comentei que comprei com a empresa Transzella, beleza, passei o dia todo esperando e enrolando em Cusco até a hora de ir pegar o ônibus, que no papel sairia as 22h30, só no papel. Como sou muito agoniada quando deu umas 20h pedi pro pessoal do albergue chamar um taxi para o terminal terrestre, 10 soles. Chegando lá a primeira coisa que eu fiz foi ir no guichê da empresa pra mostra meu voucher (que a moça da agência disse que não seria necessário trocar, mar era!), a moça da empresa emitiu a passagem e me deu outro voucher para a passagem de Puno a La Paz, detalhe para outra mentira, o voucher era para outra empresa, a Titicaca, nem posso dizer que até aí estava me surpreedendo com essas coisas. A moça me explicou que chegando em Puno eu teria que ir no guichê da Titicaca e troca o voucher lá, teria cerca de 1h para fazer isso e que na verdade esse ônibus da Transzella não sairia as 22h30 e sim às 21h30. Pensei comigo: ainda bem que sou agoniada e vim logo mas isso tá com cara de que vai dar problema. Paguei a taxa de embarque, 1,30 soles e fui para a “baia” que sairia o ônibus, ainda estava cedo e com a espera acabei puxando assunto com um grupo que vou chamar daqui pra frente de galera: uma belga grávida, seu namorado tailandes e uma amiga do casal também tailandesa, eles também estavam esperando o mesmo ônibus e comentaram que só compraram passagem até Puno, porque a estrada estaria fechada. É nesse momento que desce aquela descarga de adrenalina, seu rosto fica quente mas na verdade você está congelada por dentro e quase se “mijando inteira” de tanto cagaço, ok! Pensei comigo: eles não sabem do que estão falando ou eu devo ter entendido errado. Então perguntei como eles sabiam e disseram que a empresa cancelou um passeio que eles tinham reservado em Copacabana por causa dos bloqueios nas estradas. Ok, talvez eles soubessem do que estavam falando, já comecei a fazer mil planos na cabeça, como assim? meu roteiro perfeitamente e exaustivamente planejado não era a prova de bloqueios na estrada? Calma, calma não primeos cânico, vamos chegar em Puno e ver no que vai dar… não deu outra. Chegando em Puno nada de ônibus saindo pra lugar nenhum, nem ônibus num tinha no terminal. O que fazer? Quase não tenho mais soles porque afinal estava indo para a Bolívia, pra que soles?

Opa, deixa eu voltar um poquinho pra falar do ônibus, apesar dessa empresa, Transzella só ir até Puno o ônibus é muito bom mesmo, tipo 5 estrelas, você fica praticamente deitado, tem ar condicionado bem quentinho e em alguns trechos até dá sinal de wifi. O problema é que nem todo mundo chega com antecedência na rodoviária, um casal mesmo perdeu o ônibus e teve que pegar um taxi para alcançar o ônibus e quando entraram seus assentos já estavam ocupados. Depois de muita conversa resolveram-se lá e todos sentaram e continuamos viagem, ou seja, no final das contas eu recomendo a compahia mas mantenha a mente aberta, compre passagem direto no ghichê na rodoviária, é mais barato e não tem essa frescura de voucher. E, chegue antes na rodoviária nunca se sabe.

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Voltando a Puno… estou lá na rodoviária pensando no que fazer quando chega esses vendedores oferecendo de tudo, hotel, passeios. A princípio eu nego e começo a perguntar a várias pessoas se eles acham que vai ter ônibus, todos dizem um sonoro NÃO e que a rodoviária já vai até fechar inclusive. Apesar das mentiras, percebo a rodoviária esvaziando, todos já se ajeitaram inclusive a galera já sumiu da minha vista e aí me conformo: estou presa em Puno, pelo menos por hoje. Aí aceito as ofertas do passeio pelas ilhas flutuantes e Taquille no lago Titicaca e hospedagem num hostal chamado Maria Reich, que claro mentiram sobre o preço.

Estava quase sem soles e na rodoviária não trocavam reais só dólares, quando avisto um caixa eletrônico e contra todos os instintos economizadores saco 100 soles, 14 soles de taxas (ouch), pego um Tuc Tuc pro hostal, 4 soles pois todo mundo pensou mais rápido do que eu e já tinham pegado todos os taxis da cidade. Diária do hostel 40 soles (na rodoviária era 30) quarto com duas camas e banheiro privativo, que ficava no corredor mas a moça disse que era só meu kkkkk, mente aberta, mente aberta. Cheguei no hostal era umas 4h da manhã, descansei até 6h30 quando vieram me buscar para o tour, eles não mentiram sobre o valor do tour (30 soles) só não contaram sobre os outros gastos que teríamos, almoço (obrigado a comer com eles) por 20 soles, passeio num barco artesanal 10 soles. Quando cheguei no barco encontrei um monte de gente que estava no ônibus, inclusive a galera e o casal que ia perdendo o ônibus. Acontece que todos estavam na mesma situação, queriam ir a Bolívia mas estavam presos em Puno. O passeio em si é bem bacana, não muito caro no final das contas, gostei principalmente das ilhas flutuantes que tem famílias morando nelas e mostram seu dia-a-dia sua cultura etc. Depois a gente vai conhecer a ilha Taquille, almoçamos por lá, uma trucha a la plancha muito boa e voltamos para Puno umas 17h. Juntamos “os prisioneiros” e fomos a rodoviária ver se tinha alguma esperança. Não, não tinha e o outro dia seria pior, ou seja, só conseguiríamos chegar na Bolívia em 02/06, há essa altura já tinha perdido minha reserva no hostel da Bolívia e já não teria como fazer o downhill em La Paz, se ficasse mais um dia ia perder a passagem da todoturismo para Uyuni. Eis que surge uma mulher oferecendo barco para nos levar até Copacabana, já sabíamos dessa opção desde de manhã mas como era muito caro descartamos (pela manhã), acontece que a perspectiva de ficar outra noite em Puno fez essa opção do barco parecer muito mais viável agora. Pensamos, pensamos, mas acho que a decisão já estava tomada só não queríamos aceitar. Aqueles 100 soles da manhã já estavam se esgotando e saquei mais 100 soles no caixa da rodoviária. Editor por favor coloca a imagem de uma faca no coração para esse momento que você gasta uma grana não planejada num orçamento tão apertado, mas beleza, mente aberta. O barco custou exatamente 100 soles, entreguei quase chorando, tentei pechinchar mas não rolou. Agora era esperar o outro dia, o barco sairia as 7h da manhã para Copacabana e de lá ainda tentar um ônibus para La Paz. Tinha só uma merreca de soles, comi uma pizza na janta e rachei um taxi com a galera na volta pro hostal.

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Então logo cedo, umas 6h30 da manhã alguém foi me buscar no hostal para irmos - a pé - até o barco, chegando lá embarquei tudo tranquilo, toda a galera ferrada igual eu foi chegando aos poucos e às 7h partimos. O barco é bem confortável, não balança muito e a paisagem é linda pra variar, com uns picos nevados mas, sempre tem um mas, com aquela mente aberta, o barco para a uns 15 metros da costa e vem aqueles barquinhos que parece de papel, com um velhinho e seu filho de 5 anos remando pra te buscar e te levar para a costa, é claro por 2 soles, todo mundo olha um pra cara do outro: mas tipo assim, amigo a gente tá indo pra Bolívia quase não temos mais soles. Juntam-se as moedinhas e quase todos conseguem pagar, menos um casal que disse que não tinha dinheiro não tinha como pagar e pronto, isso depois que já estavam em terra firme é claro rsrs.

 

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Barco

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O barco ficou lá meio do lago e a gente continuou no barquinho...

 

O cara do barquinho ficou mega indignado gritou algumas coisas lá, mas ficou por isso mesmo, o cara não tinha dinheiro vai fazer o que? Quando finalmente chegamos na costa ainda falta alguns metros para a fronteira eaí eles não perdem a chance de ganhar dinheiro, 800 metros subindo com malas de rodinha, lá se foram mais 2 soles. Chegamos na fronteira, entramos na migração peruana, eles recolhem aquele papelzinho dos bens a declarar e carimbam sua saída. Você cruza o portal, não peraí, antes de cruzar o portal, tira uma foto com o letreiro do Perú

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e então finalmente cruza para o lado boliviano, lá você pega o papelzinho verde de declaração dos bens, preenche e vai pra fila pra receber sua carimbada. Como cruzei de barco, já fiz câmbio ali na fronteira mesmo juntei com a “galera” e pegamos um taxi até Copacabana, que fica uns 15 minutos de carro da fronteira. Mas, se você estiver ônibus provavelmente eles te deixam de um lado da fronteira e te pegam do outro. Por causa das manifestações em Puno não tinha ônibus cruzando então não tinha fila em nenhum dos lados. Chegando em Copacabana o taxista nos deixou ao lado uma fila de microônibus saindo pra La Paz, é tipo esquema de van mesmo, ecnheu, saiu. Pegamos o 1° da fila, 25 bolivianos e em 5 minutos já estava cheio e saímos. O negócio é que é um ônibus local, para em qualquer lugar pra qualquer um, então depois de umas 5h quando geralmente o percurso dura 4h chegamos em La Paz, mas não sem antes termos que cruzar um trecho de balsa, você desce do ônibus ele vai numa balsa numa balsa maior e você pra variar paga 2 bolivianos para ir numa balsa menor, só de passageiros que não inspira confiança nenhuma com tábuas soltas e um garoto de 14 anos pilotando, mas tudo bem, mente aberta sempre.

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Daí quando todos cruzam o ônibus buzina e o povo entra, com certeza o motorista não conta quantas pessoas entraram ou sabe quem estava no ônibus, então não fique pra trás. Aí beleza, cheguei em La Paz já fui procurar o hostel, estava mega cansada. Bunkie Hostel por 56 bolivianos. É bonzinho, não ótimo. Tive que reservar de última hora porque perdi a reserva do WildRover por conta da manifestação em Puno, foi só o tempo de chegar, comer um sanduíche no hostel mesmo, tomar banho, perceber a garganta irritada e a gripo tomando de conta e dormir, levantando a cada 2h pra dar uma “limpada” no nariz.

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La Paz

 

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No dia anterior já tinha me despedido da “galera” pois eles ficariam um dia a mais em La Paz e eu iria para Uyuni naquela noite. La Paz é praticamente da mesma altitude de Puno mas com muito mais ladeiras. Nossa, que lugar cansativo e com a gripe pegando já tinha planejado um dia bem tranquilo. Deixei pra fazer o check out o mais tarde possível e vou até a rodoviária comprar as passagens de volta para Copacabana e depois Cusco pois meu voo de volta sai de lá. A rodoviária é bem perto do hostel, uns 600m mas ladeira acima, chegando lá dou uma descansada pra recuperar o folego, ô altitude miserável e começo a pesquisar as passagens, eis que escuto meu nome com um sotaque estrangeiro e advinha quem é? A galera! Eles também estavam procurando passagem pra Uyuni, nos juntamos novamente e fomos conhecer um pouco da cidade, eles são corajosos pra caramba e comem todo tipo de comida que tiver na rua, paramos pra comer num botequinho de esquina e eu disse que os acompanharia mas ia comer, eles entenderam numa boa. Fomos nos bondinhos que eles chamam de teleféricos e cruzam vários pontos da cidade. E é na verdade um transporte local, utilizado muito mais pelos moradores da cidade do que por turistas, show de bola. Já que La Paz é um pesadelo de subidas enormes numa altitude que passar os 4000m, por 3 bolivianos cada viagem com direito a vistas maravilhosas da cidade, é uma ótima pedida. No final da linha vermelha tem uma feira local que vende todo tipo de tranquilharia que você imaginar, desde peças de carros velhos tipo fuscas e combes a calcinhas e capinhas de celular nokia daqueles que serviam mais como lanterna do que celular. Nessa, a galera resolveu que queria experimentar outra comida de rua, eaí eu já estava morrendo de fome e resolvi comer também, morrendo de medo mas comi. Arroz, chorizo e batata frita, tava ótimo na verdade, mas fiquei com o pé atrás, não deu em nada no final das contas, me safei dessa vez, ufa! Andar por La Paz é muito difícil, não senti dores de cabeça, enjoo nada disso, mas a cidade é extremamente poluída e quando você já sente que não tem ar suficiente entrando nos seus pulmões ainda ter que dividir o oxigênio com a poluição é sacanagem. Além de como eu já mencionei a cidade é uma vale no meio da montanha, então você imagina a quantidade de subidas e descidas, se o soroche não tiver te pegado já está no lucro. Ande no seu ritmo, se precisar parar de 10 em 10 segundos pra respirar pare! Parque você precisa desse ar, pode confiar. Eu, geralmente parava a cada quarteirão quando era subida, alguns segundo e você já recuperou o folego. A noite nos despedimos novamente, dessa vez pra valer e fui pegar o ônibus da todoturismo para Uyuni. Gente, essa empresa é a mais cara do mundo, mas é muito muito boa. Depois de dias de destruição um pouco de conforto faz bem. O valor da passagem para Uyuni, ônibus noturno é 270 bolivianos, você pode comprar pelo site ou no próprio escritório deles em La Paz que fica em frente ao terminal de ônibus. Eles tem sala de espera com várias tomadas, wifi, chá, água, banheiro etc etc. Mas como eu disse é disparada a mais cara de todas, na rodoviária você encontra passagem para Uyuni por até 100 bolivianos, quase um terço do preço. Fica a seu critério. Então peguei minha mala no hostel e fui caminhando vagarosamente para o escritório esperar o ônibus. Eu dormi a viagem toda, o ônibus é bastante confortável. Antes de mesmo de sair dentro do ônibus eles nos servem janta, um chocolate e chazinho pra quem quiser, já tem uma garrafa de água e um cobertor te esperando no seu banco. Nem percebi aquela parte da estrada de chão que já vi muita gente reclamar aqui nos relatos, que trepida muito e coisa e tal, sinceramente nem vi essa parte. Mas se mesmo assim a questão do preço for essencial eu aconselho fortemente pegar um ônibus que tenha calefação, o frio que você vai passar não está escrito, pode ir qualquer lata velha, desde que seja quentinha. Eu comprei a passagem antes pela internet e já fui pagando no cartão de crédito, porque é cara, mas pra mim valeu cada centavo. O plano seria chegar lá no dia 3/6 pela manhã e procurar uma agência para fazer o tour de 1 dia somente. Pelo roteiro que eu postei no começo dá pra ver que o passeio de downhill pela estrada da morte morreu né?! Foi uma questão de escolha minha, poderia ficar mais um dia em La Paz e tirar o passeio do Copacabana afinal já tinha conhecido o lago Titicaca em Puno, mesmo que a força. Mas desde que comecei o planejamento estava muito pilhada com esse desafio de tentar cruzar a ilha na altitude e essa vontade acabou falando mais alto que o passeio de bike, fica pra próxima. Então foi isso, no dia seguinte passeio do Salar.

Informações todoturismo: http://todoturismosrl.com/

 

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Hoje seria um dos grandes dias da viagem, junto com Machu Picchu e Copacabana. Noite bem dormida e, mesmo com o aquecedor do ônibus ainda passei frio em alguns momentos, por isso que reforço, ainda que forem pagar mais barato na passagem vejam e perguntem se tem calefação no ônibus, porque esse povo mente sem dó e não adianta ter uma mente aberta mas congelada. Chegamos em Uyuni, um frio de congelar os ossos. Tinha algumas ideias de empresas em mente que catei de alguns relatos aqui no mochileiros: Gaivota, Esmeralda etc. mas tava muito frio e deu uma preguiça danada de ir procurar os escritórios dessas empresas, então resolvi arriscar com um cara que me garantiu que já tinha gente suficiente para fechar o tour de 1 dia e estava berando o ônibus oferecendo o tour da empresa dele. Ele me levou de carro até o escritório e paguei 150 bolivianos pelo tour de 1 dia. O nome da empresa é Expediciones Sol Andino Bolívia

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E acabou sendo um tour maravilhoso, nem tanto no começo. Esse cara, que se chama Luís me deixou num restaurante pra esperar até a hora do tour, pois o ônibus chega muito cedo em Uyuni, umas 6h30 da manhã e o tour começa lá pelas 10h30. Ele disse que todos conheciam ele por lá e que poderia usar o wifi, banheiro etc., claro que eu fiquei sem graça e acabei consumindo, pedi um café da manhã simples com pão, mantega e chá, foram 15 bolivianos no restaurante Nonis. O problema é que o Luís disse que me buscaria as 10h, e deu 10h, 10h10, 10h15, 10h20, e nada dele, eu já estava agoniada andando de um lado para o outro e pedi pro cara do restaurante ligar pra ele (realmente todos conheciam ele) e nada dele atender, até que 10h30 graças a duas meninas de Israel que também esperando por ele e tinham um outro número de telefone conseguiram falar com o Luís e em 2 minutos ele mandou alguém pra me buscar, só eu, porque aparentemente as meninas não fecharam antes e ficaram a ver navios. Quando cheguei na agência o carro já estava pronto só faltava eu: quatro coreanas, um japonês e uma chilena fora a brasileira aqui. É claro que o Luís falou que eu poderia fazer o tour quisesse e eu deixei bem claro que não queria o tour com o pôr-do-sol porque o horário ficaria muito apertado pra pegar o ônibus que sairia as 20h. Mas, é claro que era mentira e eles me colocaram num tour com pôr-do-sol porque a maioria dos passageiros queria com pôr-do-sol e não teria outro carro daquela empresa saindo hoje, mente aberta, fomos nós. Eu perguntei várias vezes pro guia a que hora chegaríamos ele garantiu que 18h30 no máximo 19h estaríamos de volta. Eu pensava comigo: tomara que não seja mentira! O tour em si foi bem automático, o grupo não se conectou muito, tenho certeza que foi porque as coreanas conversaram o tempo inteiro (em coreano) praticamente gritando e não se podia ouvir mais nada. Me juntei mais com o japonês e a chilena que também estavam sozinhos. O guia não foi simpático nem antipático, fez o que tinha que fazer, dirigia com tanto cuidado que dava agonia, o ponteiro do velocímetro não saia do lugar, tirou aquelas fotos engraçadas do dinossauro, garrafa d’água etc. (deixem o guia tirar, eles já sabem todas as manhas). Mas o ponto alto foi algo que eu tinha dispensado: o pôr-do-sol. O melhor de tudo foi que ele levou a gente onde tinha água, foi lindo demais. Como eu não tenho palavras pra descrever vou deixar as fotos (que também não fazem justiça suficiente) tentarem:

 

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Sendo um pouco técnica eu acho que o iphone escureceu as fotos porque tinha muita claridade, você nem consegue ficar lá sem óculos escuros, mas tem algumas fotos mais claras que estão mais próximas do tom que realmente estava, mas não importa, que era lindo é incontestável, maravilhoso, sensacional, fantástico, posso fazer de novo? Enfim, é isso que vocês estão vendo ...

 

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O tour em si é basicamente isso aqui: pela manhã passamos numa casinha e pegamos uma bota de plástico para a hora do por-do-sol que vai ser numa parte alagada. Depois vamos ao cemitério de trens, e enfim entramos no salar, o guia para, deixa a gente tirar fotos por uns dez minutos já que está todo mundo boquiaberto de ver o salar pela primeira vez, na parte seca ainda. Depois vamos ao hotel de sal onde tem as bandeiras, o símbolo do Dakar Bolívia e almoçamos, o guia já leva a comida pronta e nos serve lá, estava muito boa por sinal, arroz, salada, frango a milanesa, água e coca-cola. Depois do almoço vamos ao meio do deserto onde é mais vazio e tiramos aquelas fotos engraçadas. Depois vamos a uma ilha cheia de cactus que se você quiser subir paga 30 bolivianos, eu não subi, já tinha muitos cactus la embaixo mesmo pra ver. Finalmente vamos ao pôr-do-sol, gente, se vocês puderem façam o tour com pôr-do-sol!!! Lá pelas 18h vamos embora e o guia não mentiu, chegamos ás 18h30 e fui pro escritório da todoturismo esperar o ônibus de volta pra La Paz. Só que dessa vez a volta não foi tão maravilhosa. Se vocês virem o tamanho do cara que foi ao meu lado, eu já sou gorda, mas aquele cara, pelo menos 1,90 de altura, uns 150kg fácil, enfim, era impossível nós dois ocuparmos 2 lugares nem se a pessoa fosse magra daria certo, como eu estava no corredor fiquei metade pra fora, não bastasse é claro que o cara estaria fedendo. Na minha cabeça aquele desalento: vai ser uma longa noite. Não tinha posição que encaixasse, mas depois de um tempo você está tão cansado que acaba cochilando. Foi uma noite longa, mas acabou finalmente. Ainda recomendaria a empresa 100%.

 

 

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