Membros Bia_mojotrotters Postado Dezembro 25, 2009 Membros Compartilhar Postado Dezembro 25, 2009 Você acha que fazer uma viagem de volta-ao-mundo é um sonho impossível, acessível apenas para ganhadores de loteria e magnatas? Eu também já pensei a mesma coisa. E foi a Internet que me provou o contrário. Descobri centenas de blogs e fóruns cheio de relatos de pessoas jovens e longe se ser ricas, como eu, que tinham chegado lá. Meu objetivo é decolar de Montréal, onde moro, em fevereiro de 2010. Resolvi montar esse guia para dar as dicas iniciais para quem quer embarcar nessa empreitada. E você, também tem esse sonho? Já está planejando? Deixe seu comentário! 1. Pesquise os destinos… mas não pesquise demais Você já sabe pra onde quer ir. Você também sabe pra onde não quer ir. Mas como saber quais são esses lugares que você nem sabe ainda, mas que adoraria ir? A descoberta espontânea de lugares dos quais você nunca tinha ouvido falar é um dos pontos altos das viagens mais longas. É um pouco como descobrir sem querer um restaurante charmoso, baratinho e maravilhoso e que ninguém conhece. Por isso, planeje, mais deixe uma folga de tempo e espaço para as mudanças. Não se apegar demais ao roteiro é o que vai garantir a sua liberdade uma vez na estrada, e com ela as agradáveis surpresas que vêm de presente. Meu conselho: vá para uma biblioteca e pesquise livros que cobrem regiões inteiras, ao invés de países individuais. Assim você já começa a se abrir para o desconhecido, antes de partir. Mantenha a sua cabeça aberta e os ouvidos atentos durante a viagem. Converse com os locais e ouça o que eles têm a dizer sobre seus próprios lugares preferidos. Não use seu guia ou roteiro como bíblia, e sim como ponto de partida. 2. Prepare um orçamento Quanto você acha que custa uma viagem de volta ao mundo? Você provavelmente está chutando errado. Geralmente, um orçamento pra esse projeto é consideravelmente maior (ou menor) do que o número que você tem na cabeça. É muito difícil determinar um orçamento, já que tudo depende dos seus destinos, da quantidade deles (quanto mais lugares você for, mais cara a viagem), como você vai se locomover entre eles, onde você vai dormir, o que você vai comer, que atividades você vai fazer e com que nível de conforto você se sente bem. O que pode significar qualquer número entre US$12.000 e US$30.000. Pra tem uma ideia mais precisa, só fazendo muita pesquisa. Você vai precisar descobrir o preço aproximado dos seguintes itens, para cada país ou região que pretende visitar: • passagens aéreas •ônibus, trens ou avião para as viagens internas •comida •hospedagem •passeios •traslados Para essa viagem, eu e o Beto, meu companheiro de viagem, estamos calculando US$18.000 para cada um. A maioria dos países que vamos visitar são subdesenvolvidos, ou seja, baratos. Pretendemos fazer um mix entre cozinhar quando possível, comer muita comida de rua mas sem deixar de lado a eventual refeição num restaurante mais bacana. Vamos reduzir drasticamente nosso consumo alcóolico a algumas cervejas por semana. Vamos poder dividir o quarto, e assim, economizar. Vamos caminhar muito ou usar ônibus, e não táxi, sempre que possível. E vamos usar e abusar do Couchsurfing, sinônimo de economia e de experiência de turismo autênticas. 3. Saia em busca das passagens aérea Essa etapa pode levar muito tempo, mas vale a pena a pesquisa que pode te custar uma economia de algumas centenas ou milhares de dólares. Opção é o que não falta, por isso a dificuldade. Você pode escolher entre: • Agências especializadas • Alianças aéreas como a OneWorld ou a Star Alliance • esquema faça-você-mesmo, comprando cada trecho uma vez na estrada E qual o melhor jeito? A verdade é que depende. Vários fatores entram em jogo, como onde você mora, pra onde você quer ir, por quanto tempo vai ficar, e qual seu estilo de viagem. Analisando todas as possibilidades cuidadosamente, nós decidimos comprar bilhete por bilhete na estrada. Com isso, ganhamos em flexibilidade, liberdade, deixamos espaço para a aventura e, segundo as minhas projeções, economizaremos em relação às opções anteriores. Vamos abusar dos bilhetes de companhias low-cost e traçar nosso roteiro tendo o orçamento em vista. Se aparecer um negócio da China, é pra lá então que nós iremos. 4.Compre roupas e equipamentos adequados Eu já vi mochileiros com uma mochila de 90 litros nas costas, uma mochila normal na frente, e uma bolsa em cada mão. Isso não é jeito de viajar, minha gente. Se isso fosse a selva, o cara seria presa fácil para um tigre preguiçoso. Você precisa de muito menos do que pensa. Há tantas listas de dicas do que levar quanto há viajantes, essa é a nossa: • compre uma mochila de no máximo 50 litros. O que não couber fica pra trás • roupas suficientes para 4 dias, deixe os jeans em casa • um tênis confortável e um par de sandálias resistentes • toalha super-absorvente • saco de dormir de seda (proteção contra lençóis duvidosos ou bedbugs) • um livro apenas e um diário • um Diva Cup para as mulheres • corda de varal, silver tape, relógio com despertador, talheres de plástico resistentes O resto é opcional! Não se esqueça que dá pra comprar praticamente tudo na estrada. Meu critério, na hora de decidir o que comprar, é sempre o peso do objeto. O mais leve é geralmente o escolhido. 5. Tome vacinas A não ser que você queira passar sua viagem se recuperando de febre tifóide, você tem que ser vacinado. Pergunte como ao seu médico ou visite clínicas especializadas na sua cidade. 6. Aprenda a cozinhar uma meia dúzia de pratos Você não precisa se transformar em nenhum Jamie Oliver, mas aprenda a preparar alguns pratos com ingredientes simples e fáceis de encontrar. Mais importante ainda é aprender técnicas de culinária, que você vai pode usar pra criar seus próprios pratos com os ingredientes que encontrar. Isso tem duas vantagens. 1-Você vai economizar muito dinheiro 2-Você vai ganhar a simpatia e a admiração de quem você alimentar, sejam seus anfitriões, amigos locais ou os viajantes bonitões (onas) que você encontrar. E falando de Jamie Oliver, ele é um bom ponto de partida nesse aprendizado. Os livros Ministry of Food e Cooking with Jamie têm receitas saborosas e fáceis de seguir. 7. Faça uma viagem-teste Essa dica é fundamental se você não está viajando sozinho. Como é a convivência com seu futuro companheiro de estrada na estrada ? Mesmo a mais pacífica das relações pode reservar surpresas pra lá de desagradáveis em território estrangeiro. Certifique-se que o santo dele (ou dela) bata com o seu. E se essa é a sua primeira viagem independente estrangeira, sugiro uma viagem-teste num país próximo e mais pobre ou difícil do que o seu. Fique nos albergues mais baratos, coma muita comida de rua, pechinche, aprenda a se comunicar com os rudimentos de uma nova língua. Você vai adquirir algumas habilidades importantes e adquirir auto-confiança. E descobrir que viajar é mais fácil do que você pensa! 8. Converse com outras pessoas Sejam seus planos quais forem, você pode ter certeza que alguém já fez a mesma coisa. E talvez esse alguém está super disposto a compartilhar esse conhecimento com você. Nós estamos! Se eu estivesse sem vontade de planejar, eu faria desse conselho o único ponto desse post. Isso porque as informações mais valiosas você não vai achar em guias de viagem ou com agentes, e sim com as pessoas que já estiveram no lugar onde você quer ir, recentemente. 9. Conhece-te a ti mesmo Esse talvez seja o passo que vai definir todos os outros. É o que vai determinar seu nível de tolerância e o tipo de experiência que vai te deixar mais feliz. Você odeia baratas? É vegetariano ou tem restrições alimentares ? Aguenta bem a solidão (ou a companhia constante de outros viajantes no seu quarto de albergue)? É desinibido o suficiente para se comunicar com mímicas e gestos? Então faça um inventário da sua personalidade. Liste o que você ama, o que você tolera, e o que você não suporta. E aí, leia esse post todinho outra vez. Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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