Colaboradores eduserejo Postado Junho 1, 2016 Colaboradores Postado Junho 1, 2016 Fazia tempo que nosso grupo de expedições planejava uma ascensão ao cume do Pico do Cabugi ou Serra do Cabugi, vulcão inativo localizado cerca de 140km de Natal/RN, O plano inicial sempre foi subir, acampar no topo para poder contemplar todo visual que o Pico oferece e retornar no dia seguinte, porém, até então as agendas do grupo não batiam. Pois bem, após várias tentativas conseguimos uma data e saímos de Natal no dia 20 de maio de 2016 às 12:00h com destino a cidade de Angicos, onde o Pico do Cabugi está localizado. A viagem até lá foi tranquila e durou aproximadamente 2:00h, já incluindo a parada para abastecimento e lanche em um posto de gasolina na cidade de Lajes/RN. Chegamos na base do Pico na Fazenda do Sr. Luiz (Paraíso do Cabugi), ponto mais próximo ao início da trilha, por volta das 14:30h. Como o sol ainda estava a pino e o calor sufocante, resolvemos revisar todos material e aproveitar para conversar e conhecer um pouco mais com o proprietário da fazenda (Sr. Luiz), que por sinal é uma simpatia em pessoa. As 15:00h resolvemos dar início a expedição. A subida pode ser dividida basicamente em três trechos. O primeiro sem nenhum grau de dificuldade, caracterizado apenas por uma longa subida de chão batido com trilha bem definida de mata aberta, exigindo do trilheiro apenas razoável fôlego; O segundo trecho é caracterizado com o início de algumas pedras vulcânicas de cor escura no meio da trilha, indo até a base do pico/serra. Nessa parte, apesar de não representar nenhuma dificuldade o trekker tem que ter um pouco mais de cuidado para evitar escorregões ou até uma torção de tornozelo pisando de forma inadequada nessas pedras lisas; Por fim o terceiro trecho que começa na parte mais íngreme do Pico. Nessa ultima parte a dificuldade aumenta significativamente em razão da inclinação da subida (bem acentuada) e do tipo de terreno, ou seja, rochas de todos os tamanhos empilhadas umas sobre as outras e todas instáveis. No dia que fizemos a acessão estava ventando bem forte na região e o vento acabou sendo um agente adverso, pois, como acamparíamos no cume, nossas mochilas estavam abarrotadas de equipamentos, pesando em média 18-20 kg. Com isso, o vento forte acabou desequilibrando nossa equipe em alguns momentos, o que exigiu maior atenção nesse último trecho. Finalmente chegamos ao cume do Cabugi por volta das 16:30h, ou seja, 1:30h após o início do trekking. O cume do Cabigi é muito pequeno e não possui partes planas, por isso, não comporta mais do que 2 ou 3 barracas pequenas e mesmo assim a montagem ainda é em cima de pequenas pedras o que deixou a dormida um pouco desconfortável. A paisagem lá em cima é indescritível e realmente vale a pena todo esforço despendido na subida. Montamos acampamento rapidamente para podermos contemplar a beleza do pôr do sol que coroou de ouro o céu naquele momento. Poucos minutos após o por do sol, fomos glorificados com o nascer da lua do outro lado. Dia 20 de maio foi véspera de lua cheia e exatamente as 17:35h a lua apontou no horizonte leste do Pico do Cabugi. Aproveitamos aquele momento para ascender uma fogueira e registrar o momento. Graças a presença de John do Portal Marte, tivemos registros fotográficos profissionais que certamente ficaram para sempre em nossos arquivos e memória. Para o jantar convidei os participantes da nossa expedição (Marlon Aronson, Cris Alves e John do Portal Marte) para experimentarem o que chamo de atum defumado preparado na própria lata, servido com arroz de risoto e macarrão. Para o preparo do atum defumado utilizei 1 lata de atum sólido, 1 parte (quadrado) de papel toalha e 1 fósforo. O modo de preparo é bastante simples, basta abrir a lata do atum com cuidado para não escorrer o óleo, colocar o papel toalha cuidadosamente em cima da lata de modo que o papel absolva boa parte de óleo e em seguida ascender o fósforo no papel e deixar queimar até que o óleo acabe. Esse procedimento demorou aproximadamente 26 minutos. Enquanto a atum estava defumando, nossa trilheira Cris Alves se encarregou de preparar o arroz de risoto e eu o macarrão ao molho. Não sou muito fã de comida enlatada, mas confesso que o atum defumado ficou muito gostoso, fica verdadeiramente com um gosto de churrasco e após misturar tudo no arroz de risoto ficou perfeito! Praticamente um jantar 5 estrelas, ou melhor, a bilhões de estrelas sob nossas cabeças e sob a luz daquela lua formosa. Após o jantar optamos em dormir cedo para contemplar a alvorada do dia seguinte. Novamente acertamos em nossa escolha, acordamos as 4:50h com o horizonte sinalizando os primeiros raios do sol, visual deslumbrante e indescritível. Fazia frio naquele momento, mas nem o frio foi suficiente para que todos saíssem das barracas para contemplar aquele visual! Fantástico! Nessas horas é que temos a certeza que existe algo muito maior que nós, responsável por tudo aquilo acontecer e principalmente responsável por permitir que naquele momento nossa equipe pudesse desfrutar aquele visual digno de todos os destaques nesse post. Após o nascer do sol desmontamos acampamento e iniciamos a descida rumo a fazenda do Sr. Luiz. A decida exige muita atenção, principalmente no primeiro trecho (ultimo trecho do sentido inverso) que é o mais inclinado e o risco de uma pedra rolar é muito grande. Nesse trecho, durante a descida, tanto eu quanto Marlon Aronson e John do Portal Marte, em pelo menos um momento pisamos em pedras que só não rolaram pico a baixo graças a habilidade e experiência em segura-las antes que rolassem. Tirando o trecho mais inclinado, a descida foi bem tranquila e durou apenas 53 minutos. Chegamos na fazenda do Sr. Luiz por volta das 06:15h onde ele já nos aguardava com um vasto café da manhã. Comemos ovos, cuscuz, salsicha, pão, queijo, mungunzá, café e o leite tirado a poucos minutos das vacas da fazenda do Sr. Luiz. Aproveitamos ainda para nos banhar em uma cacimba (cisterna) que tem na fazenda para iniciarmos a volta para Natal. O Sr. Luiz cobrou R$ 7,00 reais por pessoa pelo vasto café da manhã e uma pequena taxa de permanência já que deixamos o carro estacionado lá e usamos toda estrutura de banheiro e água para banho, o que acabou sendo insignificante diante da beleza da trilha e da sua simpatia. Bom, após essa primeira experiência, avaliamos o trekking e os níveis de dificuldade, bem como da estrutura na região. Com toda certeza organizaremos outras expedições com amigos que tenham o perfil adequado a esse trekking e que queiram se aventurar pela nossa região. Por fim, agradeço ao Portal Marte na pessoa de John pela oportunidade de nos acompanhar e registrar todos os momentos dessa expedição, bem como disponibilizar um espaço para esse post. Agradeço ainda ao parceiro Marlon que também nos acompanhou e deu todo suporte na parte de logística de material e a nossa companheira Cris Alves que nos ajudou na preparação do jantar abrilhantando ainda mais nossa expedição. Citar
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